Como nascem os corruptos? 27

Enviado em 11/09/2011 as 8:29 – HOMEM QUE SABIA DEMAIS

Como nascem os corruptos?
10 de setembro de 2011 | 22h40 |

GILBERTO AMENDOLA/ JORNAL DA TARDE

Um lava-rápido ao contrário. Ou seja, um “lava sujo”. O sujeito limpinho, honesto e cheio de virtudes entra em uma geringonça ultramoderna e, instantes depois, sai de lá sujo de lama, com dinheiro na cueca e envolvido em negociatas escusas. Será que é assim que nascem os corruptos? Não, né.

A doutora em psiquiatria forense pela USP Hilda Morana é a primeira a colaborar com a nossa pesquisa e, também, a primeira a jogar um balde de água fria nas nossas expectativas: “O corrupto nasce como todo mundo. É um defeito de fabricação, uma questão de caráter mesmo.”

Hilda compara o “caráter” com uma coluna vertebral. “O sujeito que nasceu com a coluna forte pode trabalhar no porto, carregando caixas pesadas. Já o sujeito que tem a coluna fraca, não pode trabalhar nesse ambiente. A coluna vai quebrar. Acontece o mesmo com o caráter”, explica. “Quem nasce com esse ‘defeito’ procura a política porque esse é um ambiente mais propício à corrupção.

A reportagem do JT tentou argumentar, mas a psiquiatra foi implacável: “Não é educação. Você nasce corrupto. Tem mau-caráter que é bem-educado; tem bom caráter que é mal-educado. Educação não molda caráter. Caráter é uma função. A corrupção está ligada à má-formação das áreas do cérebro responsáveis pela sensibilidade moral.”

O escritor Mario Barros Jr., autor do livro A Fantástica Corrupção No Brasil, não chega ao extremo de atrelar a corrupção a uma incorreção genética, mas vai buscar suas origens lá atrás, na bíblia. “Jesus Cristo foi vendido por 30 moedas de prata. Isso é corrupção”, diz. “A própria história do Brasil, desde a chegada dos portugueses, é ponteada pela corrupção. É uma coisa que está impregnada em nossa alma”, completa.

Despachantes
Uma das organizadoras do movimento Faxina Brasil, a advogada Edna Lagnado, traz a discussão para um plano mais palpável. “O corrupto nasce quando o indivíduo entra na política, mas se comporta como um despachante, como alguém que está lá para vender facilidades”, diz. “Além disso, muitos já entram em um ambiente contaminado. Se o cidadão não entra no esquema, não participa de negociatas, ele é frito por seus pares”, completa Lagnado.

Já para o cientista político Humberto Dantas, o problema está na cultura política do brasileiro. “Para muitos, o que é público não é de ninguém”, afirma.

Uma pesquisa de 2008, encomendada pela Associação dos Magistrados Brasileiros, mostra que 80% dos brasileiros acreditam ser uma obrigação dos políticos a prestação de certos favores à comunidade, como “arrumar um emprego” ou “pagar uma conta”.

Para Dantas, essa confusão entre “direito” e “gentileza” está no nascedouro do corrupto. “Quando o político aproveita para exercer seu poder com pequenos favores, isso termina em corrupção.”Ele ainda aponta o “corporativismo” como outro fator importante. “Os políticos se protegem, se ajudam. A absolvição de Jaqueline Roriz é um exemplo disso.”

O presidente da ONG CPI Brasil, Wellington Oliveira, acredita que o corrupto potencial é alguém que não sabe que um político é um servidor público – e se sabe não entende o significado de servidor. “O titular do cargo não é o político, mas o povo”, fala. Além disso, Oliveira diz que a corrupção nasce em um “limbo de gestão”. “Aquela área que ninguém conhece, os bastidores onde as coisas são decididas.”

A diretora do Movimento Voto Consciente, Sônia Barboza, enumera uma série de fatores para o aparecimento do ser corrupto. “A morosidade da Justiça, a sensação de poder, o acesso à quantidade considerável de dinheiro e, principalmente, uma legislação que permite certos candidatos se elegerem nas costas de Tiriricas.”

Primeira união homoafetiva com policial militar acontece no ES…NOSSAS SINCERAS FELICITAÇÕES AO CABO PM DARLI MANOEL E SEU COMPANHEIRO ANTÔNIO PEREIRA 28

Darli Manoel Manenti de Souza é cabo da PM há 24 anos.
Ele e o vendedor Antônio Pereira de Souza casaram-se neste sábado (10).

Leandro Tedesco, com informações da TV Gazeta Do G1 ES

“Para mim, foi uma vitória”, diz o policial militar.
(Foto: Bernardo Coutinho / A Gazeta)

Bolo de três andares, discoteca e muita decoração para quem já vive junto há 18 anos. É a primeira vez que vai acontecer, no Espírito Santo, segundo a Polícia Militar, uma união homoafetiva em que um dos parceiros é militar. Depois de um casamento e uma relação estável, Darli Manoel Manenti de Souza, de 47 anos, resolveu assumir o romance com o vendedor Antônio Pereira de Souza, de 48.

Cabo da Polícia Militar há 24 anos, Darli conta que os amigos de farda aceitaram a ideia sem preconceito. Mas, no começo, a principal preocupação do policial era a reação do comando. “Para mim, isso foi uma vitória”, fala com toda felicidade.

O policial também mostrou como foram os preparativos para a festa. “São dois buquês, um para os solteirões encalhados e o outro para a mulherada. O casamento vai seguir todos os passos de um casamento heterossexual, inclusive o beijo na boca para selar a união”, declara Darli.

O policial entrou com pedido de reconhecimento de união em outubro de 2010, antes mesmo do Supremo Tribunal Federal (STF) se mostrar favorável à união estável entre pessoas do mesmo sexo, em maio deste ano.

O casal conta também com o apoio da família. “Nossa felicidade depende da dele. Eles estão muito felizes, e nós também”, afirma a irmã de Antônio, Maria Pereira de Souza. Mas, enquanto de um lado há o apoio de amigos e da família, do outro há a reprovação da Igreja. “A Igreja não aceita, prega contra e nós cremos que isso viola todos os princípios da família”, declara o pastor  Oliveira de Araújo, da 1ª Igreja Batista de Vitória. O arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, também se posicionou contra o casamento. “Nós obedecemos primeiro à Deus. Não haverá lei humana que vai obrigar a Igreja Católica a ferir os mandamentos da lei de Deus”, afirma o arcebispo.

A cerimônia de Darli e Antônio foi realizada na noite deste sábado, no Clube Recreativo de Cabos e Soldados, no bairro Jardim Camburi, em Vitória.

http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2011/09/primeira-uniao-homoafetiva-com-policial-militar-acontece-no-es.html