MANIFESTO, SEGUIDOS DE PROTESTO e REPULSA contra ATOS DE GESTÃO do COMANDANTE GERAL DA POLÌCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO, Coronel-PM ALVÀRO BATISTA CAMILO. 46

Enviado em 30/04/2011 as 15:45 – por MARIA LIMA MATOS

 –Fundamento e sustentação: Artigos- 5º “caput” e inciso IV e Artigo 144-”caput” e parágrafo 5º todos da CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL, de1988. —”Uma sociedade só é boa quando tem muita,muita justiça e muitas armas , nas mãos da polícia para defende-la”- ( Nicolau Maquiavel, jurisconsulto Italiano, Século XVI).

— O artigo 144, parágrafo 5º da C. F. 1988, dispõe “Ás policias militares, cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública”.

 Comandante Álvaro Camilo, constitui fato público, notório, evidente, que já constitui clamor público e é de conhecimento de V, S. do GOVERNADOR GERALDO ALCKMIN, bem como do Sr. SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÙBLICACA-SP, que mortes de policiais, no cumprimento do dever legal, execuções, torturas seguidas de morte, contra defensores e guardiões da sociedade paulista, incluindo POLICIAIS MILITARES, CIVIS e AGENTES PENITENCIÀRIOS, bem como ameaças a policiais e suas respectivas famílias, em razões de suas funções ou em funções delas, roubos seguidos de morte, sequestros relâmpagos, roubos a bancos e caixas eletrônicos, roubos audaciosos contra condomínios e casas de luxo, ou sem nenhum luxo, roubos efetuados com violências e graves ameaças, física e moral contra a pessoa, roubos com requintes de crueldade, atrocidades e horrores, efetuados com armas, munições, treinamentos, estratégias e táticas de guerra , os quais deveriam ser uma exceção em uma sociedade, livre, justa e solidária e que busca o bem estar e a felicidade de seu povo, como é o caso da sociedade do Estado de são Paulo.

 CORONEL ÀLVARO CAMILO, somente para “clarear” as suas ideias os fatos acimas narrados e sustentados, deveriam ser uma exceção e NÃO uma REGRA CRUEL, DOLOROSA, VIL E INFAME, como vem ocorrendo, no momento atual, com a sua gestão.

Com a sua inércia, com a sua omissão, fraqueza, incompetência, despreparo, para ocupar o cargo tão relevante para a sociedade que você exerce, atualmente.

Você transformou os fatos cruéis e inaceitáveis acima citados em REGRAS quando deveriam constituir exceção às regras, em um ESTADO DE DIREITO como é o ESTADO BRASILEIRO onde se situa o estado de São Paulo.

Regra esta, em tese, ratificada e endossada pelo DD. Governador Geraldo Alckmin e pelo S.r. Secretario da Segurança Pública, do Estado de São Paulo.

Referidos fatos passaram de exceção para REGRA, face a sua tibieza, omissão, fraqueza e despreparo técnico.

Os policiais Militares do Estado de São Paulo, em regra não voltam para suas residências, usando as fardas militares, temendo por suas integridades físicas e morais.

 Nas periferias e até mesmo em áreas centrais de grandes cidades paulistas, principalmente, no MUNICIPIO DE GUARUJÀ- SP, a “segurança’ dos seus cidadãos, em regra é feitas pelo Estado Paralelo, o qual está devidamente armado com ARMAS E MUNIÇÔES de GRANDE PODER OFENSIVO E DE DESTRUIÇÃO, SENDO ALGUMAS DELAS DE USO EXCLUSIVO DAS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL E DO EXTERIOR.

Todos os fatos acima narrados e afirmados são praticados nas BARBAS e as vistas, de V.S. que não tem capacidade funcional e nem!” culhões” para combate-las e desafiar os seus autores, os quais são inimigos assumidos da sociedade local, ESTOU DESAFIANDO O COMANDANTE DA POLÌCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO Cel.-PM ALVARO BATISTA CAMILO a dizer, através da imprensa que os fatos acima narrados, sustentados e comprovados são inverídicos e falsos, e que verdadeiras são as suas estatísticas, anunciadas , recentemente , pela imprensa em geral.

 Estou lhe desafiando e propondo um debate, se possível, pela TV Bandeirantes, a qual tem uma grande audiência . Está feito o DESAFIO E PODE LEVAR ,livremente , o falante DEPUTADO MAJOR OLÌMPIO QUE O DESAFIAREI TAMBÈM , DE FORMA LEGAL E PACIFICA E EM DEFESA DA SOCIEDADE PAULISTA E TODOS POLICIAIS DESTE ESTADO-, SEM EXCEÇÃO, SEM DISTINÇÔES e SEM PREFERÊNCIAS, DE QUAISQUR ESPECIES.—–

ASSINA: MARIA LIMA MATOS- DELEGADA DE POLICIA-S.P.Ap.

O PCC ESTÁ CADA VEZ MAIS FORTE, AUDACIOSO E VIOLENTO…Brevemente executará os secretários da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, e da Administração Penitenciária, Lourival Gomes “alvo de planos de assassinato feitos pelo Primeiro Comando da Capital” …(afirmo brevemente em razão de a História demonstrar que quando uma organização criminosa de tal porte planeja matar alguém, esse alguém já pode providenciar o caixão ) 44

Ameaçados, secretários têm carros semelhantes
Sábado, 28 de Abril de 2011, 00h00
Fabio Mazzitelli e Marcelo Godoy

Os secretários da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, e da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, são os únicos do primeiro escalão do governo que andam de veículos utilitários esportivos (SUV, na sigla em inglês). Ambos têm SUVs blindados – Ferreira Pinto, um Captiva, e Lourival, um esportivo da Ford. A compra dos dois foi feita com base em parecer que determinava a escolha de um utilitário por razões de segurança.

Ao Estado, Ferreira Pinto confirmou ter o carro. Ele disse ontem que era necessário adquirir um veículo que aguentasse uma blindagem superior e pudesse fazer manobras defensivas, como subir sobre o canteiro de uma avenida em caso de atentado. “Foi feita licitação e o vencedor foi a GM”, afirmou.

Tanto Ferreira Pinto quanto Lourival foram alvo de planos de assassinato feitos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Em um deles, dois pistoleiros entraram na sede da Secretaria da Administração Penitenciária e só não concretizaram o atentado porque a segurança do lugar havia sido reforçada.

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Porra, caralho!..Compra o carro , mas não mente!

ERA UMA VEZ NA CLEPTOCRACIA DO CABRAL: MAJOR DA PM CARIOCA PODERÁ FICAR 20 DIAS PRESO POR DIVULGAR EM SEU BLOG QUE DELEGADO GANSEAVA COM MILICIANOS…BEM FEITO, QUEM MANDOU SER POLITICAMENTE CORRETO!…EM VEZ DE EUFEMISMO DEVERIA TER ESCRITO: DELEGADO FORMA QUADRILHA COM MILICIANOS 2

Determinada a prisão de 20 dias de PM blogueiro

Major é acusado de ‘espalhar boatos’ sobre delegado

 

POR MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio – A Corregedoria Geral Unificada (CGU) determinou a prisão por 20 dias do major PM Luiz Alexandre por ter reproduzido em seu blog, em 2008, notícias sobre a ajuda de milicianos em investigações do delegado Marcus Neves e seus subordinados. O oficial foi acusado de ‘espalhar boatos e desrespeitar autoridades civis’. Já o processo aberto na CGU para apurar envolvimento dos policiais com paramilitares foi arquivado.

Ontem, porém, o corregedor Giuseppe Vitagliano decidiu rever o processo contra o major. “Recebi hoje (ontem) o procedimento e vamos fazer uma verificação. Não posso adiantar nada sobre o caso”, limitou-se a dizer. A prisão do oficial ocorreria nos próximos dias, mas ele está de licença médica e não pode ser detido.

O PM começou a divulgar o assunto após o bombeiro Carlos Alexandre Silva Cavalcante, o Gaguinho, ser preso no prédio da Chefia da Polícia Civil. Ele não era cedido à instituição, mas portava um fuzil da Polinter e estava numa viatura da delegacia. Meses depois, Gaguinho foi morto a tiros.

A Corregedoria da Polícia Civil na época indiciou Neves, dois agentes e Gaguinho por usurpação de função pública e porte ilegal de arma de uso restrito. O ex-PM Herbert Canijo Silva, o Escangalhado, também foi flagrado armado com equipe da Polinter.

CARACOLES! AGORA ENTENDEMOS O PORQUÊ DO SUV CHICANO: “representam as exatas condições de mobilidade e segurança exigidas para a proteção das autoridades, sobretudo para o conceito de direção defensiva e na suplantação de obstáculos”…A CAPTIVA É ANFÍBIA; SUPLANTA QUALQUER ALAGÃO (Se eu fosse o Presidente do Mexico ou Executivo da Chevrolet daria uma Captiva para o Dr. Ferreira Pinto agradecendo o marketing gratuito ) 20

Resolução SSP-57, de 28-4-2011O Secretário de Estado da Segurança Pública,

Considerando, que os veículos utilitários esportivos, denominados
“SUV”, constituem categoria relativamente nova, inexistente
ou assim não denominada pelo mercado à época da edição do
Decreto acima referido, mas cuja concepção técnica e desempenho
singular representam as exatas condições de mobilidade e segurança exigidas para a proteção das autoridades, sobretudo para o conceito de direção defensiva e na suplantação de obstáculos;

São Paulo trilha o caminho claro e transparente do totalitarismo 11

Enviado em 30/04/2011 as 9:30 – CHUTANDO O BALDE

ONDE HÁ FUMAÇA HÁ FOGO!

Muitas vezes esperamos que as pessoas se revelem por suas opiniões sobre determinado assunto para estabelecermos um julgamento. Esse indivíduo é assim, aquele indivíduo é isso, etc…

Outra forma de se conhecer bem as pessoas é olharmos para aquilo que não está aparentemente visível, as entrelinhas, os olhares, os gestos, a mensagem subliminar que há no comportamento humano.

A fumaça é o sinal exteriorizado do fogo e não precisamos ver as chamas para sabermos que há fogo em algum lugar.

Se alguém tem dúvida de que neste Estado vigora uma ditadura travestida de democracia, fique atento ela não vai se revelar explicitamente a não que ser que seja provocada, procure as mensagens ocultas.

O presente episódio assim como outros é clara demonstração do que falo. Quem manda no Estado? Os representantes do Povo ou uma única instituição armada?

Quando cidadãos (funcionários públicos) precisam se utilizar do anonimato para se manifestar contra uma autoridade pública sem sofrer perseguições, vivemos uma democracia?

Quando o devido processo legal é rasgado e as garantias constitucionais são desrespeitadas. Quando a autoridade administrativa se coloca acima do poder Judicial, vivemos uma democracia?

Quando agentes públicos que deveriam zelar pela segurança pública, se infiltram em manifestações de professores com objetivos incertos, vivemos uma democracia?

Quando uma polícia democrática é fragilizada a ponto de chegar a beira da extinção e uma polícia militarizada é levada ao domínio do ciclo total (investigo, prendo e julgo), vivemos uma democracia?

Quando o ensino público não leva a formação de mentes pensantes, formando uma massa de aleijados sem o poder do questionamento, vivemos uma democracia?

Quando os atos ilegais são prontamente legalizados por regulamentos de caráter duvidoso, vivemos uma democracia?

São Paulo trilha o caminho claro e transparente do totalitarismo. Não me causará estranheza ou surpresa repetirmos aqui um João Goulart, quando um líder de oposição chegar ao poder.

As forças que dominam este Estado prontamente se levantarão para demonstrar os sinais explícitos das chamas que a fumaça nos mostra agora.

Rectius: SÃO PAULO TEM MAIS – MUITO MAIS – OCORRÊNCIAS DE CRIMES DO QUE É DIVULGADO 15

Sexta-feira, Abril 29, 2011
Jornal da Tarde em PDF, Sexta, 29 de Abril de 2011

SP tem mais casos de latrocínio do que é divulgado:

Era noite de terça-feira, 8 de março. O projetista Carlos Eduardo de Sousa Garcia, de 24 anos, chegava da faculdade. Seu pai notou pelas imagens das câmeras de segurança instaladas em sua casa que o filho seria assaltado no portão, na Rua Xavier da Rocha, 20, Vila Prudente, zona leste. Não teve tempo de ajudá-lo. Cadu, mesmo sem reagir, levou um tiro por fechar o portão na cara dos ladrões. Poeta promissor, ele morreu durante a madrugada no Hospital Paulistano.

O malsucedido roubo, que provocou o assassinato do estudante de Letras, poderia se tornar apenas um número nas estatísticas da violência de São Paulo. Mas, nem isso aconteceu. O crime que chocou São Paulo, não está entre os casos de latrocínio da capital divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) no último dia 15.

A estatística oficial dá conta de que no primeiro trimestre de 2011, a capital teve 22 casos de roubo que culminaram na morte do assaltado. Para o governo, uma redução de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Jornal da Tarde levantou 25 casos de latrocínio no mesmo período compreendido pela estatística da SSP, o mesmo índice registrado no primeiro trimestre de 2010 e, portanto, nenhuma redução nesse tipo de crime, que é um dos que mais assusta a população e pode acontecer no trânsito, na saída de um banco, no trabalho e até em casa.

A morte do estudante da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Nicholas Marins do Prado, de 20 anos, em 4 de março, na porta da casa de um amigo, na Rua França Pinto, Vila Mariana, zona sul, foi registrada como roubo no 36º DP (Vila Mariana). E também não foi contada como latrocínio para o governo.

“O registro como roubo não está errado. Mas, deveria haver mais cautela do delegado. Checar o estado da vítima e fazer constar do BO que houve lesão grave, mesmo que naquele momento não tenha ocorrido a morte. A omissão desse dado na natureza do documento faz com que as estatísticas não sejam fiéis à realidade”, disse o promotor Marcelo Baroni, ex-delegado do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

As mortes de Prado e Garcia foram registradas por câmeras de segurança e suas imagens, exibidas exaustivamente pela imprensa. Em nenhuma delas a polícia duvidou se tratar de assalto. Em ambos os casos, as vítimas morreram horas após serem baleadas.

Além das mortes dos dois universitários, o assassinato do comerciante José Arteiro Morais, de 43 anos, também é um fantasma estatístico. No dia 2 de março, sua pizzaria, na Cachoeirinha, zona norte, foi invadida por um homem que anunciou roubo. Morais disse que não tinha dinheiro e foi baleado no rosto.

O caso, registrado como roubo seguido de morte no 72º DP (Vila Penteado), também não figura na lista oficial de latrocínios. Não consta sequer da estatística de homicídio doloso do distrito policial.

O delegado geral, Marcos Carneiro, disse que casos que apresentem fatos novos devem ser corrigidos em sua natureza. “Agora que as divulgações de índices serão mensais, a atualização será mais dinâmica.”

O coronel José Vicente da Silva, consultor em segurança, diz que “mapear os roubos é mais importante para evitar latrocínio”. Para o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos humanos, o problema é a falta de padronização nos registros. “Compromete a credibilidade.”

No início de 2007, estatísticas da SSP já mostravam problema: eram divulgados apenas 50% dos casos de roubos a banco.

O FLIT EXPLICA: FABRICANTES DE BEBIDAS QUE CAUSAM ALCOOLATRIA FORAM HOMENAGEADOS PELA POLÍCIA MILITAR EM RAZÃO DOS MULTIPLOS BENEFÍCIOS DA CERVEJA: É ALIMENTO NO INVERNO; É REFRIGÉRIO NO VERÃO ( sem falar que é muito mais barata que maconha, cocaína e crack ) 7

Doutor Guerra, o texto que segue saiu hoje no blog Cabeça de Bacalhau e é auto-explicativo. Vale a pena ler esse material.

24/04/2011

Cervejarias são homenageadas pela Rota como “empresas amigas”. A SSP/SP não explica as razões

Ipsis litteris do artigo AS PERGUNTAS SEM RESPOSTAS, do jornalista Carlos Brickmann, que publicamos solicitando a devida venia, para que todos possam raciocinar e entender porque o mundo é assim:

“A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo montou uma assessoria de imprensa eficientíssima (“eficiência” questionável; att. Ministério Público de SP vamos apurar os valores dos contratos com os fornecedores de mão de obra de sempre, amigos da casa – observação deste Bacalhau), correta, rápida, que distribui informações abundantes e precisas, sem floreios. Vale o elogio – e vale também perguntar de novo por que, dispondo de uma estrutura informativa de alta qualidade, a Secretaria de Segurança Pública não responde a algumas perguntas que esta coluna vem formulando desde outubro do ano passado. A Rota, Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, unidade de combate da PM paulista, comemorou 40 anos entregando o título “Amigo da Rota” a um grupo de pessoas e empresas, “pelas contribuições dadas ao grupo”. Entre os homenageados, quatro cervejarias: Ambev (Brahma, Skol, Antarctica), Schincariol (Nova Schin, Devassa), Femsa (Kaiser) e Heineken.

A imprensa não perguntou por que as cervejarias receberam a homenagem “pelas contribuições dadas ao grupo”. Esta coluna perguntou e não teve resposta.

Terão doado dinheiro, talvez? Equipamentos? Tudo bem: essa contribuição estaria registrada? Onde? Na saída e na entrada?

E onde fica um eventual conflito de interesses? Uma dessas empresas já foi invadida pela Polícia. A casa de seu proprietário foi sitiada, de madrugada, e os policiais ameaçaram derrubar as portas com bombas? Mas, se uma empresa é “Amiga da Rota”, haverá clima para investir contra ela?

Pergunta nunca é inconveniente. O que pode ser inconveniente são as respostas. Mas qual seria a inconveniência de esclarecer de vez o assunto?”

Meu Carlos Brickmann, creio que o silêncio da SSP/SP diz tudo.

http://cabecadebacalhau.wordpress.com/2011/04/24/cervejarias-sao-homenageadas-pela-rota-como-empresas-amigas-a-sspsp-nao-explica-as-razoes/

As estatísticas de homicídios no Estado de SP: “apertando elas confessam” 8

Segue excelente artigo

As estatísticas de homicídios no Estado de SP: “apertando elas confessam”
(do Transparencia SP)

No começo deste ano, a segurança pública em São Paulo foi tema de escândalos, intrigas e problemas envolvendo o mais alto escalão da secretaria.
Nesta última semana, o governo paulista, baseado na divulgação das estatísticas do primeiro trimestre, foi para a contra ofensiva. Assistimos a uma enxurrada de reportagens sobre a queda dos homicídios, quando comparado com o ano anterior.

Homicídios caem 19% no Estado de SP no primeiro trimestre de 2011 (Folha de SP)
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/903241-homicidios-caem-19-no-estado-de-sp-no-1-tri-de-2011.shtml

Homicídios caem mais de 40% na cidade de SP, diz governo (Portal G1)
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/04/homicidios-caem-mais-de-40-na-cidade-de-sao-paulo-diz-governo.html

Número de homicídios em SP cai 41% no primeiro trimestre (Estado de SP)
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,numero-de-homicidios-em-sp-cai-41-no-primeiro-trimestre,706746,0.htm

Homicídios caem 41,4% na capital em 2011 (Diário de SP)
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2011/04/59040-homicidios+caem+41+4+na+capital+em+2011.html

Diante desta campanha de “marketing político”, algumas questões devem ser levantadas:
a) quais os números totais dos crimes no Estado de São Paulo? Existe realmente razão para uma análise tão positiva?
b) os números de homicídios são realmente confiáveis?
c) quais são as estatísticas em outras regiões do Estado, sobretudo no interior e litoral?

Para estas questões, sugiro o artigo abaixo postado por um especialista da área. As conclusões não são animadoras.

Segurança Pública e Administração Penitenciária: 100 dias do governo Alckmin.

(por Maximino Fernandes Filho)
Apesar da euforia demonstrada pelo governador e por autoridades da segurança pública quando da divulgação das estatísticas criminais do primeiro trimestre de 2011, os primeiros cem dias do atual governo, no que tange à segurança pública, não merecem comemoração alguma, pelo contrário, motivam preocupação, muita preocupação. Existem muitos motivos para essa preocupação, vejamos alguns:

PRIMEIRO: De acordo com as estatísticas criminais recentemente divulgadas pelo governo, os homicídios dolosos tiveram uma redução de 19% no primeiro trimestre de 2011 em relação ao mesmo período de 2010. Admitindo-se a correção dos números divulgados a queda é significativa, porém, o governo precisa esclarecer quais são os critérios que adota para a elaboração das estatísticas de homicídios dolosos. Questiona-se: 1º – ocorrências registradas como “resistência seguida de morte”, são computadas como homicídio? 2º – ocorrências registradas como encontro de cadáver e averiguação de óbito, mesmo depois da confirmação de tratar-se de homicídio são computadas como tal? 3º – ocorrências registradas como tentativa de homicídio cujas vítimas acabam morrendo em hospitais, são caracterizadas como homicídios? 4º – No caso de registros de chacinas, a contagem para efeitos estatísticos é feita pelo número de ocorrências ou pelo número de vítimas?

Não é de hoje que pairam suspeitas sobre as estatísticas criminais do governo de São Paulo. Em 2005 foi requerida a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar maquiagem de estatísticas criminais em São Paulo, porém, os deputados da base governista na Assembleia Legislativa impediram a criação da CPI.

Ainda sobre as estatísticas criminais, os crimes de homicídio culposo, lesão corporal, latrocínio (roubo seguido de morte), estupro, tráfico de entorpecentes, roubo de veículos, roubo de carga, furto e furto de veículos tiveram um crescimento no primeiro trimestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano anterior.

Portanto, mesmo que realmente tenha ocorrido uma queda dos homicídios em São Paulo no primeiro trimestre deste ano, 1.041 pessoas foram assassinadas nesse período e, além disso, houve um crescimento em quase todas as outras modalidades criminosas e a insegurança vivida nas ruas pela população aumentou o que nos permite afirmar que a segurança pública em São Paulo está muito aquém da desejada.

SEGUNDO: Aqueles que acompanham de perto a atuação dos órgãos que integram o sistema de segurança pública do estado de São Paulo sabem que existe uma “guerra” entre alguns delegados de polícia que já fizeram parte da cúpula da Polícia Civil e o Secretário da Segurança Pública. Os delegados são ligados ao ex-Secretário da Segurança e atual secretário de Logística e Transportes Saulo de Castro e ao que parece estão tentando desestabilizar o secretário da segurança. O episódio da divulgação de uma fita de vídeo do encontro do secretário Ferreira Pinto com um jornalista num shopping da capital deixa evidente que existe uma crise de relacionamento entre um grupo de delegados de polícia e o secretário da segurança pública. Essa crise, sem dúvida, é prejudicial à segurança pública e deve ser rapidamente resolvida pelo governador.

TERCEIRO: Os baixos salários pagos pelo estado aos seus profissionais de segurança pública, sem dúvida estão causando um desanimo, tanto na Polícia Civil como na Polícia Militar. O salário dos delegados de polícia de São Paulo, por exemplo, só é maior do que os dos delegados do Pará. Os baixos salários estão dando causa a uma migração de delegados paulistas para outros estados onde o salário, em alguns, é o dobro. Admitindo os míseros vencimentos de seus policiais, o governo criou um “bico legal”, denominando-o de “operação delegada”, consistente na permissão de que policiais, nas horas de folga, trabalhem fardados para prefeituras municipais, recebendo das mesmas por esse trabalho. Assim, negando-se a pagar um salário justo a seus policiais, o governo praticamente os obriga a trabalhar nas horas de folga para prefeituras, impedindo-os assim de descansar após seu turno de trabalho, o que certamente resulta num grande prejuízo na qualidade do trabalho policial prestado ao estado.

QUARTO: A corrupção na Polícia Civil e a violência da Polícia Militar continuam sendo motivo de preocupação. Sem duvida, a subordinação direta da Corregedoria da Polícia Civil ao gabinete do secretário da segurança pública, ocorrida em 2009, foi salutar e deve ser mantida, porém, o número de policiais civis demitidos em 2010, ou seja, maias de 200, sendo a maioria por corrupção, atestam que a corrupção continua alta na Polícia Civil. Quanto à violência da Polícia Militar, a execução de um homem num cemitério de Guarulhos, testemunhada e denunciada recentemente por uma destemida mulher e o grupo de extermínio denominado “Ninjas”, integrado por policiais militares e que está agindo na baixada santista evidenciam que a violência da Polícia Militar está presente e tem de ser combatida com rigor.. Reconhecendo que os casos de violência arbitrária praticada por policiais militares não estavam sendo investigados adequadamente, gerando impunidade, a Secretaria da Segurança Pública baixou Resolução determinando que todos os casos registrados como “resistência seguida de morte” sejam investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

QUINTO: Há mais de dezesseis anos no poder em São Paulo, os tucanos não mostram competência para combater um flagelo que se abate sobre os jovens paulistanos frequentadores da região conhecida como cracolândia, situada no centro da capital. Esses jovens, desde 1990, totalmente dominados pelas drogas, principalmente o crack, continuam a vagar como zumbis pelas ruas da região da Luz e agora também já estão presentes na Avenida Rio Branco. Traficantes circulam livremente entre usuários e o governo tucano fecha os olhos para essa tragédia urbana que está dizimando milhares de jovens.

SEXTO: O excesso da população carcerária no Estado de São Paulo em relação ao número de vagas também é motivo de grande preocupação. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária cerca de 165.000 pessoas estão presas nos estabelecimentos penitenciários do estado, sendo que a capacidade dos mesmos é de cerca de 98.000 vagas, ou seja, existe um déficit de 67.000 vagas no sistema. O excesso de lotação na maioria dos presídios além de tornar difícil uma convivência pacifica entre os presos criando condições propicias a rebeliões, dificulta a reintegração dos egressos à sociedade. A promessa do governo tucano feita no início de 2009, de construir 49 novas unidades prisionais, gerando 39.500 vagas no sistema prisional, como tantas outras não saiu do papel.

Este breve resumo dos primeiros cem dias do governo Alckmin, deixa claro que nada há a comemorar, só a lamentar.

O delegado Mário Sergio Gonçalves Bicalho – da região de Bauru – foi preso pela corregedoria da Polícia Civil por posse ilegal de arma e suposto desvio de videogames apreendidos…Parabéns! 8

Delegado é preso por suspeita de desviar produtos eletrônicos apreendidos em Cândido Mota

O equipamento foi encontrado na casa dele. Uma arma irregular também foi apreendida

Da Redação / TV Tem 

Um delegado de Cândido Mota foi preso pela corregedoria da Polícia Civil. O delegado Mário Sergio Gonçalves Bicalho é suspeito de desviar produtos eletrônicos apreendidos. 

Na casa dele foram encontrados videogames que seriam de uma ocorrência de contrabando. A apreensão foi em janeiro, quando um veículo carregado de aparelhos eletrônicos do Paraguai bateu na rodovia Raposo Tavares em Cândido Mota. Além dos produtos apreendidos nesta ocorrência a polícia apreendeu também uma arma que não estava regularizada. 

O delegado foi ouvido na Delegacia Seccional de Assis, pagou fiança e foi liberado. A partir desta quinta ( 28/4) , o delegado entrará em férias e depois que retornar ao trabalho, deverá ser afastado provisoriamente do cargo. 

http://tn.temmais.com/noticia/8/42802/delegado_e_preso_por_suspeito_de_desviar_produtos_eletronicos

_apreendidos_em_candido_mota.htm

PALAVRAS DA PRESIDENTA DA CARAVANA DA ETERNA ESPERANÇA ( Marilda, Tiradentes é patrono das Polícias por ordem dos “milicos”; assim o dia 21 de abril nem sequer deveria ser lembrado “por aspirantes a membros de carreira jurídica” ) 73

Polícia Civil de São Paulo não tem motivo para comemorar

Neste 21 de abril, dia em que as policias completam aniversário, a Polícia Civil do Estado de São Paulo não tem motivo para comemorar. O dia, contudo, é simbólico e merece nosso respeito. A data foi escolhida para homenagear o grande patrono das policias, o então alferes Tiradentes, símbolo de mártir durante a Inconfidência Mineira. E, passados mais de 200 anos do triste episódio, temos um novo símbolo de sofrimento: os profissionais da Policia Civil.

Por Marilda Pansonato Pinheiro

Os problemas da instituição vão desde os administrativos (estrutura precária e carência de tecnologia, dentre outros) até a falta de perspectiva na carreira. A figura do delegado, por exemplo, um dos responsáveis por garantir o Estado Democrático de Direito, está em extinção em São Paulo. Em cinco anos, o estado já perdeu 126 profissionais para carreiras e salários mais atrativos em outros estados. É como se um delegado deixasse o cargo a cada duas semanas. Sem contar os que se aposentam e os delegados que morrem depois de dedicar anos de suas vidas para a Polícia Civil.

O principal motivo se deve pelo aviltamento dos salários, que se agravou no último governo. Hoje, um delegado em começo de carreira recebe R$ 5,8 mil, isso se estiver lotado em cidades com mais de 500 mil habitantes. Em cidades menores, ganha R$4,5 mil. Já os Delegados da Polícia Federal ganham R$ 14 mil mensais. No Ministério Público – carreira tão importante quanto a de Delegado para a comunidade jurídica, o salário inicial é de R$ 19. É nítido o desprestigio e a discrepância no tratamento aqui no estado de São Paulo.

A remuneração dos delegados paulistas é menor que estados carentes como Piauí, Maranhão e Ceará. Esses profissionais também convivem com a realidade de dar suporte para 31% dos municípios do estado que não contam com delegados titulares. Como se não bastasse, ainda enfrentam uma crise de plantões do Decap e do Demacro.

O estado de SP necessita, urgentemente, de uma Política de Segurança séria e comprometida com a sociedade – principal prejudicada com a inércia dos nossos
E para um futuro bem próximo, nós da Polícia Civil, esperamos comemorar a consolidação da instituição e não a sua perda de identidade que é a vontade política de muitos ao tentar incorporá-la com a Polícia Militar.

Queremos, ainda, assoprar as próximas velas do bolo comemorando o reconhecimento da nossa carreira como Jurídica e brindar com a aprovação do nosso Projeto de Reestruturação, que está parado há uma década por falta de vontade Política.

Por fim, o dia merece reflexão e não festa.

*Marilda Personato Pinheiro é Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP).

Fonte: ADPESP.com.br

fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=152503

“Ingressar na Polícia está ao alcance de qualquer pessoa que dedique pequeno esforço durante um ou dois anos. Mas deixar a Polícia aos 70 anos, ilibadamente, depois de décadas de sacrifícios e injustiças, é privilégio de poucos” 394

Enviado em 20/04/2011 às 7:00 – TIRANOSSAURO COM 10 QUINQUENIOS

Dr. Conde Guerra, há pouco mais de um ano sou assíduo leitor deste interessante site que Vossa Sra. chama Jornal Flit Paralisante. Quase quatro anos atrás não gostava daquilo que ouvia a seu respeito e sobre aquilo que aqui o senhor escrevia.

 Falava-se que além de inimigo da classe, o colega era especialmente inimigo dos idosos.

Na metade de 2009 perdi o meu primeiro, único e maior amor da minha vida. Minha filha e netos sabem o quanto os amo; também sabem o quanto amei e fui amado pela mulher que comigo esteve desde a infância.

Casamos em 1959, ambos com 18 anos. Possivelmente completarei, semanas antes da expulsória, minhas bodas de ouro na Polícia.

Sou Delegado desde 1961, logo depois de formado pela mesma casa em que o senhor foi diplomado.

Minha filha é magistrada trabalhista e professora; meu genro foi Delegado, pediu exoneração e depois de dois anos estudando e prestando concursos ingressou na magistratura estadual.

Um caso exemplar de companheirismo. Enquanto Delegado plantonista ele se afundou em dívidas para que minha filha apenas se dedicasse aos estudos. Anos depois foi a vez dela.

 Eu e minha esposa com muito orgulho contribuímos com tudo que podíamos para suprir os momentos de maiores dificuldades financeiras dos dois. Hoje vivem confortavelmente, talvez com muito mais do que buscavam e necessitam. Um casal de magistrados, nos dias de hoje, com disciplina nos gastos, em 15 anos formam a classe de pessoas consideradas milionárias.

Afirmo a todos os que lerem estas palavras que não sei na prática o que seja recebimento de quaisquer vantagens. Oportunidades tive quase todos os dias. Nada obstante, nunca me julguei mais digno do que meus colegas, alguns amigos leais, que recebem.

Nunca trabalhei em Santos ou cidades do litoral.

Minha carreira foi toda trilhada na Capital. Desde plantonista no antigo Plantão Central a presidente de inquéritos, sindicâncias e processos administrativos conexos a crimes cometidos por políticos e membros do alto escalão das mais diversas Secretarias de Estado.

Salvei muitos funcionários vítimas de perseguição e muitos a beira da demissão por conta de algumas moedas mal tomadas.

Os tubarões sempre foram indiciados , quando não era impedido por alguma medida judicial ou providencial bonde, por mera formalidade, pois sabia que em algum ponto, por alguma autoridade acima, os autos adormeceriam até apodrecerem.

Hoje ainda é assim.

A minha falecida mulher foi uma notável pedagoga infantil dos quadros do Estado. Desiludida com a política educacional aposentou-se ainda jovem. Mas sempre se manteve intelectualmente ativa.

Aprendi a ligar o computador, com o auxílio do meu netinho, apenas para ficar olhando nossas fotos.

O computador era dela, mas em breve quero um mais moderno.

Aos poucos fui descobrindo a Internet. Até já conseguimos, dias atrás, fazer a declaração de imposto.

 Muito simples, pois todo nosso patrimônio se resume a um antigo apartamento em edifício com mais de 50 anos na av. Paulista; comprado com muito esforço.

Dizem que vale um bom dinheiro, mas nele ainda pretendo viver mais alguns anos e nele morrer. Nele estão felizes e doces lembranças.

Além do apartamento sou dono de um Gol 1000, modelo 1992.

Concluindo, pois não esperava me estender tanto, a vontade de comentar nesta postagem foi despertada pelas palavras do Delta Uno reverenciando meu contemporâneo Dr. Choji e todos aqueles que digna e produtivamente permanecem na Polícia até os 70 anos.

Como disse antes, espero o mês de dezembro ansiosamente.

 A aposentadoria compulsória para mim será motivo de grande felicidade e realização pessoal e funcional.

A dedicarei a minha inesquecível Julia, a minha filha e aos meus dois netos.

Quero lembrar que ingressar na Polícia está ao alcance de qualquer pessoa que dedique um pequeno esforço durante um ou dois anos. Mas deixar a Polícia aos 70 anos, ilibadamente, depois de décadas de sacrifícios e injustiças, é privilégio de poucos.

Dr. Roberto, o senhor ainda é relativamente jovem. Repense sobre os rumos de sua jornada. Não cometa suicídio funcional, pois embora não concorde com a maneira debochada e venenosa como aborda muitos assuntos internos, será muito triste ler o decreto de sua demissão.

E não falta quem aguarde esse dia.

Infelizmente, não posso lhe ajudar.

Se bem que o Sr. não ajuda a que lhe ajudem, quero dizer, o senhor afugenta honestos, neutros e desonestos.

Não faz muito ouvi de uma autoridade o seguinte; vou pedir arquivamento desta “porcaria” instaurada contra o Delegado do Blog, pedindo a Deus para nunca virar notícia no tal de Flit.

Um grande abraço deste velho que adormece as 22 e acorda as 4h00.

URGENTE: DESCASO NA SECCIONAL DE MOGI DAS CRUZES 161

———- Mensagem encaminhada ———-
De: pc
Data: 19 de abril de 2011 14:03
Assunto: urgente
Para: dipol@flitparalisante.com

Venhamos por meio desta comunicar a falta de bom senso e descaso do Sr.  Delegado Seccional de Policia de Mogi das Cruzes, o referido Delegado, toda semana obriga os Policiais Civis da região a realizarem rondas e blitz, para apreender motos e vistoriar veículos, conforme divulgado na imprensa local nos últimos meses, inclusive o Sr. Delegado Geral, Marcos Carneiro, informa que não serão feitos rondas e bloqueios conforme matéria publicada no site da SSP no dia 30/03/2011. (o delegado-geral de polícia, Marcos Carneiro Lima, ressaltou a missão e a importância do trabalho de investigação feito pela Polícia Civil. “A Polícia Civil tem a missão de investigar e ela tem que focar nisso. Nós já determinamos que rondas e bloqueios não serão feitos pela Polícia Civil, o que ela tem que fazer são essas operações em que, munidas de mandados emitidos por um juiz, depois de uma avaliação do Ministério Público, a Policia Civil efetivamente seja eficiente e prenda os criminosos”. http://www.ssp.sp.gov.br/noticia/lenoticia.aspx?id=23736)

O principal prejudicado por essa ação do Seccional é a população, pois dezenas de Investigadores que deveriam dar seqüência em investigações ficam amarrados ao trabalho administrativo de apreender motos, não da para entender se os próprios administradores não se entendem um fala uma coisa outra faz outra e quem paga a população e os policiais que ficam com acumulo de trabalho. Para se ter uma idéia teve ronda dia 14/04, hoje 19/04 outra, e assim vai caminhando a Policia Civil.

 

O que aconteceu com a escrivã da própria Polícia me deixa horrorizado. Mais horrorizado ainda quando imagino o que pode ser feito com um cidadão abordado na rua. E isso ocorreu em São Paulo, e não em um estado do interior, em um município distante. Foi em São Paulo, que deveria ter a melhor Polícia, porque tem a melhor renda per capita. Nesses casos, o Ministério Público tem que mostrar a que veio… 88

“Tribunal do Júri no Brasil não faz Justiça”

Paulo Sergio Rangel - Spacca - Spacca

Da forma como o Tribunal do Júri funciona no Brasil, não se faz Justiça nem quando o réu é condenado nem quando ele é absolvido pelos jurados. A opinião é do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Paulo Sérgio Rangel do Nascimento, ex-promotor de Justiça que passou 18 anos de sua carreira atuando em casos apreciados e julgados por pessoas que não se dedicaram ao estudo do Direito.

Rangel é defensor das mudanças propostas no novo Código de Processo Penal, em trâmite no Congresso, sobretudo no que se refere ao Júri. Uma delas é a fundamentação pelos jurados da decisão que condena ou absolve. “Se a Constituição diz que toda e qualquer decisão judicial deve ser fundamentada, é obvio que inclui a dos jurados”, disse em entrevista concedida à revista Consultor Jurídico, ressaltando que, absolvido ou condenado, o réu nunca sabe das razões daquele desfecho.

Pela experiência que adquiriu durante o tempo que trabalhou no Júri, Rangel observa que as decisões dos jurados são motivadas pelas mais variadas — e despropositadas — razões. “Já ouvi a justificativa de que o réu foi absolvido porque ‘coitado; ele é tão bonitinho.’ Ele é bonitinho, mas ele matou. O perigo dessa decisão é que se trabalhou com direito penal do autor. Um autor feio como eu, se sentar no banco dos réus, será condenado. O que se está levando em consideração é a aparência física do réu”, afirma. Se a justificativa para a absolvição fosse conhecida, conclui, esse resultado seria anulado. “Como não é dito, a defesa ou acusação não sabe e, portanto, não pode impugnar. Em plena democracia, há uma decisão às escuras, oculta.”

Ao se posicionar a favor de mudanças no CPP, Rangel diz que é preciso adequar o Código à Constituição. Ele critica o fato de, no Brasil, não se fazer uma reforma cuja pergunta seja: ela é boa para a sociedade? Cada corporação perde um pouco, mas quem ganha é a coletividade. “Todos vão precisar de um código garantista e adequado à Constituição, basta se sentar no banco dos réus para perceber isso. E, no Brasil, para sentar no banco dos réus basta estar vivo e ter mais de 18 anos.”

Paulo Rangel nasceu no Rio de Janeiro e se formou pela Universidade Cândido Mendes, em 1990. Pela mesma universidade se tornou mestre, em 2003. Dois anos depois, terminou o doutorado na Universidade Federal do Paraná. Ao rever sua trajetória, Rangel contou que seu primeiro emprego foi de porteiro nas Casas Pernambucanas e na IBM. “Nas Casas Pernambucanas, conheci uma pessoa que me ofereceu um emprego de vendedor da Mesbla. Fui para a empresa, que depois faliu, mas não foi por minha culpa. Nessa época, fiz concurso para a Polícia Civil.”

Ele ficou sete anos na Polícia antes de ingressar no MP, experiência que considera fundamental. “Quando cheguei ao Ministério Público, já tinha experiência para poder lidar com as questões de lá”, disse. No final de março deste ano, completou um ano que Paulo Rangel foi nomeado desembargador, tendo ingressado no TJ do Rio através do quinto constitucional do MP.

Leia a entrevista:

ConJur — No Brasil, há uma resistência em incluir na reforma do Código de Processo Penal a motivação das decisões do Tribunal do Júri. Quais são os argumentos contrários?
Paulo Rangel —
O que há, no Brasil, é uma resistência muito grande de se trabalhar com a Constituição da República. Ela diz, claramente, no artigo 93, inciso IX, que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e todas as decisões fundamentadas, sob pena de nulidade. Talvez o argumento — que não se sustenta — é de que, no Júri, não há como ter fundamentação, porque o voto é secreto. A fundamentação não passa por saber em quem o jurado votou, e sim o motivo que o levou a condenar ou absolver. O voto continua sendo secreto.

ConJur — Mas como fazer isso?
Paulo Rangel —
Da mesma maneira que é feita hoje: “Eu condeno porque a testemunha foi firme; porque o laudo de confronto balístico foi indiscutível; porque a arma que matou é a que estava na mão do réu”. Sempre há uma razão, ainda que seja a de que está condenando porque o acusado tem uma folha penal extensa. Antes da reforma da lei, em 2008, quando o juiz retirava todos os votos, era possível saber quem decidiu condenando ou absolvendo, quando havia unanimidade. O argumento de preservar o voto secreto já não se sustentava.

ConJur — E por que não se adota a obrigatoriedade de fundamentação?
Paulo Rangel —
Porque nós temos dificuldade no Brasil de cumprir a Constituição. Há muita resistência de adequar o Código de Processo Penal ao modelo constitucional de processo. É esse o motivo pelo qual a brilhante comissão presidida pelo ministro Hamilton Carvalhido [do Superior Tribunal de Justiça], que fez o anteprojeto de reforma do Código, está sofrendo ataque por parte de alguns segmentos do meio jurídico. O Código, embora não seja perfeito, é bem avançado e moderno para o processo penal brasileiro.

ConJur — O réu é condenado pelo Júri e fica sem saber o porquê.
Paulo Rangel —
Não sabe, porque os jurados não dizem. E a sociedade também fica sem saber por que o réu foi absolvido. O que resta são suposições. Já ouvi jurados dizerem que é claro que o réu, com uma folha penal como aquela do caso que julgaram, era o autor do crime. Perceba o perigo dessa decisão. Ele não levou em consideração as provas do processo, mas sim a vida passada do réu.

ConJur — Sim. Mas, no processo penal, os antecedentes não podem ser considerados para condenação do acusado naquele processo específico.
Paulo Rangel —
Não é permitido perante o juiz singular. Mas no Júri, se os jurados assim decidirem, sequer é possível saber. Também já ouvi a justificativa de que o réu foi absolvido porque “coitado; ele é tão bonitinho”. Ele é bonitinho, mas ele matou. O perigo dessa decisão é que se trabalhou com direito penal do autor. Um autor feio como eu, se sentar no banco dos réus, será condenado. O que se está levando em consideração é a aparência física do réu. Se o jurado justificasse a decisão e apresentasse esse motivo, o Júri seria anulado. Como não é dito, a defesa ou acusação não sabe e, portanto, não pode impugnar. Em plena democracia, há uma decisão às escuras, oculta.

ConJur — Há necessidade de que determinados crimes sejam julgados por leigos, que não têm o conhecimento do que é ou não válido no processo penal?
Paulo Rangel —
Essa é outra grande discussão. Os jurados estão aptos, prontos, sabem julgar? São sorteados para integrar o Júri uma professora primária, um porteiro, um médico, um matemático, um advogado, enfim, pessoas dos mais diversos matizes da sociedade. Dizem os defensores do Júri que este decide com base no sentimento popular. Os contrários observam que esse sentimento pode ser negativo, de raiva e de ódio, ou de amor, de benevolência e de tolerância, o que nada tem a ver, nem um e nem outro, com o sentimento de Justiça. É claro que como ser humano nós sempre vamos ou deveríamos dizer que perdoamos. Mas para a lei dos homens, se o réu cometeu um crime, deve pagar na medida de sua culpa.

ConJur — Colocar pessoas que não estudaram Direito é um risco?
Paulo Rangel —
Sempre é. Eu dediquei e ainda dedico a minha vida para estudar, preparando-me para julgar. Às vezes, me deparo com situações que tenho que refletir muito para chegar a uma conclusão. Imagina ser sorteado para integrar um Júri: “Hoje é dia de julgar. Vá lá e julgue”. A pessoa não sabe bem o que está acontecendo, não sabe bem como funciona, não entende porque foi chamada, simplesmente, o juiz diz que ela é obrigada a participar e que não pode se recusar, do contrário, vai pagar multa ou ser presa. Isso é arriscado. Ao se deparar com o caso, surgirão lembranças de quando a pessoa foi assaltada no ônibus; do irmão, que já foi acusado injustamente; de já ter levado um tapa de um guarda; do pai que foi assassinado; do bairro violento onde mora. Há sentimentos que afloram no Júri e que servem para duas coisas: para condenar e absolver. São sentimentos que influenciam na hora de decidir, ainda mais em um Júri que não justifica a sua decisão. Isso é perigoso.

ConJur — E por que os casos julgados pelo Júri são os chamados crimes dolosos contra a vida?
Paulo Rangel —
Porque são crimes que, em tese, qualquer um de nós pode cometer. Qualquer um de nós tem capacidade de compreender porque foi cometido. Qualquer um de nós pode matar. A pessoa pode dizer: “Não, eu não. Deus me livre tirar a vida de alguém”. Se ao chegar em casa e se deparar com o filho sendo agredido por um facínora, a pessoa vai matar o agressor se ela estiver com uma arma. Certamente, alegará que foi em legítima defesa. Mas quem vai dizer se, de fato, foi é o Júri. Ela vai ser acusada e sentará no banco dos réus. Ninguém vai convencer o outro a roubar um banco, a estuprar, a falsificar moeda. Isso são crimes em que a pessoa já está com a personalidade formada. Também não vai convencer a matar. Mas um dia ela pode ter de matar para se defender. A grande discussão sobre a manutenção do Júri passa por essas análises acerca da necessidade ou não de deixarmos o colegiado, que não é preparado para isso, decidir a vida do outro.

ConJur — Houve um caso em uma cidadezinha do interior de Minas Gerais em que um homem, que estava em um bar, foi para casa, pegou o revólver, voltou e matou outro. Ele foi absolvido por unanimidade. A justificativa de um dos jurados era de que o assassino tinha sido humilhado durante toda a vida pelo homem que foi morto. O Júri pode funcionar adequadamente mesmo com essas distorções?
Paulo Rangel —
Depois de passar 18 anos fazendo Júri, eu diria que depende do que se quer para a sociedade. Se quiser impunidade, ele funciona adequadamente. Se quiser Justiça, não. Um exemplo é o das milícias. Como moradores de Campo Grande [bairro da cidade do Rio de Janeiro], em um Júri local, vão julgar um homicídio praticado por milicianos que atuam na região? Ele não vão conseguir, porque os jurados serão ameaçados e mortos. A solução que o Tribunal do Rio encontrou foi acabar com o Júri de Campo Grande e transferi-lo para a capital [pela divisão do TJ-RJ, as chamadas varas da capital são as que ficam no fórum central do Rio]. Essa medida foi adotada, exatamente, para que os jurados que vão julgar o homicídio praticado pela milícia de Campo Grande seja morador de outra região e evite essa influência negativa dos milicianos sobre as pessoas que integram o Júri.

ConJur — Muita gente também é condenada pelo Júri.
Paulo Rangel —
Sim. Há o caso recente do casal Nardoni, de São Paulo, em que eles foram condenados. Mas se eles não fossem condenados, seria melhor fechar as portas. Aquele é um Júri em que o promotor [Francisco Cembranelli] — brilhante por sinal — já vai com um placar de 6 a 0, em uma partida que vai até 10. No meio do Júri, ele faz outros 4 gols. Há pressão popular e prova técnica feita com muita acuidade. Mas, se retirarmos a repercussão e analisarmos outros casos que são julgados diariamente, vamos perceber que nem sempre o resultado é a condenação.

ConJur — Por quê?
Paulo Rangel —
Por vários motivos. Primeiro, o despreparo das pessoas que vão para julgar. Segundo, o descompromisso social dessas pessoas. Elas foram obrigadas a se apresentar no Fórum. Eu não posso confundir a paixão que o promotor ou o advogado possa ter pelo Júri com a realidade do Júri. Uma coisa é gostar de colocar a roupa específica, de encenar, de fazer os discursos empolados. A outra é questionar se isso funciona como instrumento de Justiça. Se analisarmos os resultados que são obtidos, sejam eles condenatórios ou absolutórios, vamos observar que o Júri não funciona para um país como o nosso, de modernidade tardia, que ainda tem que avançar muito em determinadas políticas públicas. É por isso que fico muito feliz com a reforma que está sendo proposta. O Júri vai ter que discutir, na sala secreta, o porquê de estar condenando ou absolvendo.

ConJur — Hoje, cada um decide separado, não podem sequer se comunicar.
Paulo Rangel —
A incomunicabilidade é a regra no Júri. Com a reforma do processo penal, uma vez aprovada, haverá comunicabilidade. O projeto já sofreu bastante alteração, mas me parece que, se for mantida a comunicabilidade, já será um avanço. Eu também acredito que o número de sete jurados é insuficiente. De 1822 até 1938 eram 12 jurados. Durante o governo ditatorial de Vargas, em 1938, foi baixado decreto diminuindo de 12 para sete. Isso tem uma razão de ser: política. Doze é um número par, é mais difícil de obter a condenação porque é preciso uma diferença de dois votos, 7 a 5 no caso. Em um número ímpar, é preciso apenas a diferença de um voto, 4 a 3. É mais fácil obter a condenação. No Júri ,de 1822 até 1938, os jurados se comunicavam entre si. Esse mesmo governo ditatorial acaba com a comunicabilidade e torna o Júri incomunicável com a justificava jurídica falaciosa de que é preciso manter a imparcialidade do Júri. O que tem de manter é a independência dos jurados, eles não podem ser coagidos. O Júri é o instrumento de democracia. Já vivemos duas ditaduras, e hoje estamos em uma democracia plena. Está na hora do Júri voltar a ser o que era. Não adianta viver em uma democracia se ainda há pessoas que têm um espírito ditatorial, punitivo.

ConJur — Mas a sociedade ainda tem esse espírito.
Paulo Rangel —
A sociedade é punitiva. Se for feita uma enquete nacional sobre pena de morte, ela será aprovada. E quem vai para a cadeira elétrica são os pobres, os negros, as prostitutas. Não os do crime de colarinho branco. Por isso que, quando se fala de pena de morte, é preciso pensar na maioria da população que vai sentar naquela cadeira. Essa medida está fora de cogitação. E digo mais: a pena de morte está fora de cogitação também para os crimes de colarinho branco. Não interessa se o acusado roubou não sei quantos bilhões de reais dos cofres públicos. Pena de morte não, seja para o rico ou para o pobre. Isso é respeitar as diferenças em um país como o nosso.

ConJur — O senhor comentou o caso Nardoni. Quando há comoção da sociedade e, principalmente, muita repercussão na imprensa, o MP sempre entra com vantagem no Júri?
Paulo Rangel —
Não há dúvida. Quando a imprensa está em cima, o promotor já tem a vantagem que é a comoção social. O que ele vai precisar fazer é levar as provas para o processo para justificar a decisão que já foi dada, socialmente, pela imprensa: a condenação. Eu mesmo já fiz júris em que fui com 6 a 0. Eu só precisava mostrar as provas levadas ao processo que justificavam a decisão que já havia sido dada. As pessoas estavam aguardando aquele dia. E há um problema nisso. Para a imprensa, não interessa o fato velho. Mas para o processo essa pressão é ruim, porque, de certa forma, coage o juiz e o promotor e limita o trabalho do defensor. Sem tolher a liberdade da imprensa, é preciso encontrar um meio termo para que haja a divulgação — e não há democracia sem a imprensa livre— sem gerar prejuízos ao réu. É difícil achar esse meio termo.

ConJur — O senhor comentou sobre a resistência dos operadores de Direito para adequar o processo penal à Constituição. Isso me fez lembrar o vídeo que circulou no YouTube, da escrivã da Polícia Civil de São Paulo que, investigada pela Corregedoria por corrupção, foi despida à força na frente de delegados. O Ministério Público opinou pelo arquivamento do inquérito que apurava abuso de autoridade e o juiz arquivou. Há, no MP, uma visão geral de que o fim justifica os meios?
Paulo Rangel —
Não. É claro que muitos promotores querem os fins, mas sabem que se os meios utilizados não forem adequados, pertinentes e proporcionais, a consequência será a declaração de nulidade do ato. O que aconteceu com a escrivã da própria Polícia me deixa horrorizado. Mais horrorizado ainda quando imagino o que pode ser feito com um cidadão abordado na rua. E isso ocorreu em São Paulo, e não em um estado do interior, em um município distante. Foi em São Paulo, que deveria ter a melhor Polícia, porque tem a melhor renda per capita. Nesses casos, o Ministério Público tem que mostrar a que veio.

ConJur — Outra questão em relação ao MP diz respeito a acusações que chamam muito a atenção da opinião pública, e anos depois os acusados são absolvidos pelo Judiciário. O senhor acha que o promotor deve responder quando a ação proposta por ele é totalmente descabida?
Paulo Rangel —
Acho que não. Se há dolo, maldade, má-fé, o promotor responde administrativamente. Quando dois ou três promotores forem condenados pelo insucesso da sua ação, os outros não vão mais querer trabalhar. Às vezes, o resultado independe da vontade do promotor. Pode haver dificuldades em levar provas ao processo, em ouvir testemunhas, porque elas não vão depor, ou da perícia técnica que não está dotada de instrumentos necessários e adequados para elaboração do ato pericial. Uma das coisas que ainda mantém o Ministério Público de pé — e deve continuar assim — é a independência funcional e a inamovibilidade. É a certeza de que, custe o que custar, inclusive a própria vida, enquanto o promotor estiver agindo dentro da lei, ele não será removido nem coagido por ninguém a fazer algo que não seja o correto.

ConJur — O senhor já se deparou com alguma situação de tentativa de coação?
Paulo Rangel —
Certa feita, como promotor de Justiça em uma comarca, descobri que o prefeito atrelou o salário dele à arrecadação municipal. Ele ganhava 1% da arrecadação e mais dois terços de representação; o salário dele era de R$ 50 mil. Entrei com Ação Civil Pública e consegui a diminuição do salário dele. Arrumei um grande inimigo, houve uma pressão política tremenda. Ele dizia que ia me tirar de lá. Mas eu tinha inamovibilidade. Se eu pudesse ser removido, a sociedade ia perder. Mas, é claro que os membros do Ministério Público têm e devem ter responsabilidade para saber que não devem agir por impulso, por injunções políticas, nem imbuídos de qualquer outro espírito que não seja o de fazer justiça. Exatamente para impedir que haja uma ação ministerial em desacordo com aquilo que a sociedade busca na figura do Ministério Público.

ConJur — O senhor disse em uma palestra que, em matéria penal, os promotores ainda têm uma visão xiita do processo. Existe alguma orientação de promover ações penais para buscar punições?
Paulo Rangel —
Não. Isso vem da própria história da instituição e da origem de seus membros. Teríamos que fazer um estudo sociológico de quais classes sociais vêm os membros do Ministério Público, que tipo de ensino e de preparo técnico possuem e, por fim, entender que a visão não é do MP, é da sociedade a qual o Ministério Público faz parte e representa. As pessoas têm prazer com o mórbido, com o sofrimento alheio. A sociedade é punitiva, é xiita, desde que não seja com ela. Se fizermos uma pesquisa e perguntar para as pessoas: “Vocês querem uma Polícia honesta, limpa e correta, um Ministério Público forte e independente, e um Judiciário implacável?”. As pessoas vão responder: “Sim. Desde que não seja para me processar”.

ConJur — A tendência é querer todo rigor para punir os outros?
Paulo Rangel —
Sim. Um exemplo claro, conhecido de todos nós, é o caso lamentável do filho da atriz Cissa Guimarães. O rapaz atropelou, matou o filho dela e fugiu. O pai dele, homem de classe média, foi corromper o policial. Se tivermos Polícia, Ministério Público e Judiciário implacáveis será o caos na sociedade, que não quer e nem está preparada para isso. A sociedade quer aquele guarda que aceita o dinheiro. A sociedade é hipócrita, porque quer um Ministério Público forte e implacável contra os outros, não contra ela. Tanto que quando o Ministério Público sobe o escalão, no sentido de perseguir e de punir crimes de colarinho branco, há um massacre para cima do órgão. Eu divido o MP antes e pós-Constituição. Este último ainda é muito novo e não aprendeu a trabalhar com todas as prerrogativas que tem. Com o tempo, seus membros vão estudando, refletindo, em busca de informações de outras disciplinas que nos ajudam a enxergar o Direito em uma dimensão maior. Mas isso exige a disposição de olhar além daquilo que até então se está olhando. Esse é um desafio não só do Ministério Público, mas de todas as classes jurídicas.

ConJur — O senhor pode contar um pouco da sua experiência no Júri? Histórias que tenham marcado esses 18 anos de atuação no Tribunal do Júri.
Paulo Rangel —
Tenho muitas. Certa feita, fiz um Júri em uma cidade do interior. Eu pensei que fosse entrar em uma partida que, de 10, já estava com o placar de 8 a 0. No caso, o marido deu três tiros pelas costas da esposa e a deixou paraplégica. Ele fugiu e, depois, foi preso. No dia do julgamento, resolvi ouvir a mãe da vítima, sogra do acusado. Pela sua própria natureza jurídica de sogra, já era o terror. Como a filha ficou paraplégica, a mãe que passou a fazer todos afazeres dela. Seria importante esse depoimento. Levei a vítima, que estava na cadeira de rodas, ao plenário. Só isso já causou impacto. Quando a sogra, uma senhora muito rude, de poucas luzes, sentou na cadeira para prestar depoimento, ela perguntou ao juiz se podia falar a verdade. Sim, ela não tinha o compromisso de dizer a verdade, mas era a verdade que todos queríamos para colaborar com a Justiça. Na hora, pensei que já estava com 9 x 0; com aquele depoimento, fecharia com todos os gols. Foi aí que ela surpreendeu: “Esse homem é um santo doutor. Vive do trabalho para casa e de casa para o trabalho. Minha filha que é uma vagabunda, não presta, não vale nada. É uma prostituta”. A mulher contou que a filha estava na cama com outro homem quando o genro a flagrou e, descontrolado, atirou contra a mulher. “Se a minha filha não fosse uma vagabunda, isso não tinha acontecido”, disse a mãe da vítima. Eu comecei a escorregar da cadeira onde estava sentado para debaixo da mesa.

ConJur — O senhor ainda tentou argumentar?
Paulo Rangel —
Tentei. Falei que era um absurdo atirar pelas costas. Enfim, eram quatro mulheres e três homens no Júri. Já via os homens olhando torto. No final, o defensor disse que me admirava, que eu era um homem que falava seis idiomas, com mestrado, doutorado, um monte de livro publicado, começou até a inventar. E arrematou: “Se fosse com o doutor Paulo Rangel seria diferente. Ele chegaria em casa e, ao flagrar a esposa nessa situação que a mãe descreveu aos senhores jurados, diria ‘Cavaleiro, por gentileza, o senhor queira colocar essa roupa e se retirar da minha casa. Minha esposa, vá se vestir, pois precisamos discutir a nossa relação’”. Os jurados riram muito. Conclusão: perdi de 7 a 0. Em outro Júri, um homem conseguiu ser absolvido depois de matar o irmão de sua amante, que tinha relação sexual com a própria irmã e ficou com ciúmes do homem com quem a irmã passou a ser relacionar. O homem que matou o rapaz foi absolvido, porque era espécie de coronel da cidade e influenciou os jurados ao ameaçar todo mundo. No final, esse continuou vivendo com a amante e com a esposa. São dois Júris que eu guardo na lembrança como duas situações esdrúxulas.

O GOVERNO PAULISTA URDE SÓRDIDA ESTRATÉGIA PARA EXTINGUIR A POLÍCIA CIVIL 103

Os problemas da Polícia Civil

OPINIÃO
Terça, 16 de Abril de 2011, 00h00 – O Estado de São Paulo

Embora as mudanças administrativas e os investimentos em informática realizados nos últimos anos pelo governo estadual nas Polícias Militar e Civil de São Paulo tenham produzido resultados positivos, traduzidos no declínio de índices de criminalidade, a área de segurança pública continua apresentando problemas. Os mais graves estão no âmbito da Polícia Civil.

Como a remuneração dos delegados paulistas é a terceira mais baixa do País, atrás apenas do Pará e de Minas Gerais, a corporação vem sofrendo debandada de profissionais, que preferem prestar concursos públicos em outros Estados. Dos 180 delegados que ingressaram na carreira em São Paulo, em 2009, 34 já foram embora – o que equivale a 1 entre cada 5. E os que ficaram planejam deflagrar uma greve este semestre – a última ocorreu em 2008 e culminou em enfrentamento, com troca de tiros, entre policiais civis e militares nas cercanias do Palácio dos Bandeirantes.

O aviltamento dos salários da Polícia Civil é um problema antigo, mas que se agravou no último governo. Hoje, um delegado em começo de carreira recebe R$ 4,5 mil, se estiver lotado em cidades com menos de 500 mil habitantes, e R$ 5,8 mil, se trabalhar em cidades com população maior. Para os delegados do mesmo nível hierárquico, a Polícia Federal paga R$ 14 mil mensais. “Quando entrei na polícia, em 1993, ganhava 21 salários mínimos. Hoje, ganho pouco mais de 14 salários”, diz o presidente do Sindicato dos Delegados de São Paulo, George Melão.

Além de problemas administrativos, a debandada de delegados paulistas acarreta prejuízos financeiros para o governo estadual. Quando um candidato a delegado é aprovado em concurso público, antes de assumir um posto ele passa por um curso de um ano na Academia de Polícia. Com as despesas do processo de recrutamento e do período de treinamento, o governo paulista gasta, em média, cerca de R$ 100 mil por delegado. E, como com esse treinamento os delegados novatos adquirem o preparo necessário para disputar concursos nos Estados que pagam salários mais altos, o governo paulista sofre duplo prejuízo. Fica sem os serviços dos profissionais que forma e ainda custeia a formação dos delegados dos demais Estados.

Também relacionado ao aviltamento dos vencimentos, outro grave problema enfrentado pela Polícia Civil é a corrupção. Somente no ano passado, foram demitidos 219 policiais – cerca de três vezes mais do que o número de demissões do ano anterior. Na lista, estão delegados, investigadores e escrivães envolvidos nas mais variadas irregularidades – de manipulação de boletins de ocorrência a fraudes em lacração de veículos, além de cobrança de propina e envolvimento com o crime organizado. Atualmente, cerca de 900 policiais estão sendo investigados pela Corregedoria da Polícia Civil.

Para a cúpula da Secretaria da Segurança Pública, o aumento do número de policiais expulsos da corporação, entre 2009 e 2010, seria resultante não do aumento da corrupção na Polícia Civil, mas das mudanças realizadas na Corregedoria, que adotou um modelo de investigação semelhante ao do Ministério Público e do Judiciário e passou a ser subordinada diretamente ao gabinete do secretário Antonio Ferreira Pinto (antes, ela era de responsabilidade do delegado-geral).

Os líderes sindicais da categoria reconhecem que essas mudanças tornaram a Corregedoria mais eficiente e rigorosa, mas alegam que a maioria das sindicâncias por ela abertas nos últimos meses decorreu de pequenas infrações administrativas. Segundo eles, o aumento do número de exonerados e de investigados seria uma estratégia da Secretaria da Segurança para enfraquecer politicamente a Polícia Civil, facilitando sua integração com a Polícia Militar – um projeto que estaria sendo elaborado com cautela e discrição pelo governador Geraldo Alckmin, para evitar resistências corporativas.

Os problemas da Polícia Civil dão a dimensão dos desafios que o governo estadual tem de enfrentar para aumentar a eficiência da segurança pública.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110416/not_imp706968,0.php