FOLHA DE SÃO PAULO – OPINIÃO
São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010
RICARDO MELO
Dormindo com o inimigo
SÃO PAULO – Para quem acompanha as manchetes, a notícia de que a violência voltou a crescer em São Paulo não foi exatamente um raio em céu azul. Tudo indica que as medidas de combate à criminalidade adotadas no Estado nos últimos anos atingiram seu limite de eficácia. Sempre é fácil culpar a crise econômica, como faz o governo Serra. Difícil é convencer. Uma olhada na série histórica mostra que, mesmo com desemprego maior, foi possível no passado exibir avanços no combate à violência.
As razões para a inversão na curva de homicídios e a disparada de roubos e latrocínios parecem bem mais domésticas. Uma pista: reportagem de André Caramante publicada no último dia 24 informou que cerca de um quarto dos delegados da polícia civil paulista é alvo de algum tipo de processo.
Trocando em miúdos, tem-se que 800 funcionários dos mais diferentes escalões de comando, teoricamente encarregados de zelar pelo cumprimento da lei, enfrentam problemas variados com a Corregedoria. A lista de acusações é ampla. Vai de pequenos delitos a negócios milionários com traficantes e a cúpula do banditismo.
Casos de corrupção policial certamente nunca foram exclusivos da corporação paulista. O que impressiona é a espessura da sujeira. Quando tantos chefes policiais integram o rol de cidadãos suspeitos, chega a parecer um milagre que ao longo dos anos precedentes a criminalidade tenha recuado. Seja como for, mais cedo ou mais tarde o problema teria que aparecer nas estatísticas. Apareceu agora.
O atual secretário da Segurança se diz comprometido a colocar o dedo na ferida. Trabalho nada pequeno, nem tanto pela quantidade. Mais grave é que entre os 800 sob suspeita estão vários cardeais da corporação, gente que dificilmente entrega o distintivo sem antes fazer muito barulho. Mas, sem dúvida, o azul ou vermelho das futuras estatísticas dependerá sobretudo do resultado desta queda de braço.
É verdade a criminalidade está aumentando significativamente, no entanto quem deveria fazer este quadro mudar, quer mudar o nome da polícia, que com isso não mudará com certeza esse quadro, ou seja, troca-se as coleiras mas os cachorros são os mesmos, bricadeira hein……., por que não mudar a forma de trabalhar por exemplo, nos casos das escoltas de presos, que para quem não sabem a polícia agora só faz escolta de preso, viaturas empenhadas em escoltas de presos em todo estado, isso mesmo até as viaturas do interior de SP, se deslocam de varias cidades do interior do estado para escoltarem presos para SP, viaturas dos batalhões da capital e região metropolitana, deixam o serviço de patrulhamento para escoltarem presos para toda região de SP,inclusive viaturas do policiamento comunitario, transito, canil, etc, poupando apenas as viaturas do policiamento escolar, por enquanto, quem sabe quando as demais estiverem empenhadas, com certeza chegará a vez das viaturas escolares.
Isso sim tem que mudar rapidamente, pois o aumento da criminalidade está ocorrendo por que diminuiu o numero de viaturas no patrulhamento, pois a escolta de preso alem de desviar a função da polícia, está acabando com as viaturas na questão mecanica, alem de do aumento de consumo de combustivel.
Por isso, deveriam se preocuparem com tal situação que é mais importante do que a mudança do nome que apenas um detalhe e não uma solução, que todos aclamam.
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Colega marcia Vitória, com o maximo respeito, tenho que discordar de sua opinião, poís, se não quer fazer escolta de preso em hospital, que então não atire em ninguém, e se for o caso que faça eficacia.Não acho nenhum pouco justo a PM. balear um bandido e a Policia Civil que tinha que fazer as escoltas. Novamente fazendo uso dos ditos populares, “Quem pariu Mateus, Que o embale”, hoje os colegas da Policia Militar sabem como é dificultoso o encargo de vigilância de presos, fardo que a PC. por pelo menos 20 anos arcou. A solução é usar o poderio e prestígio da sua corporação e exigirem que tal mistér seja executado por quem caberia a função, já que são presos da Justiça, logo, a obrigação é da Secretária da Administração Penitenciária, salvo engano. Mas enquanto isso não acontece, cada um que escolte o preso que venha a ferir, ou seja, se a PC. que baleou, ela que cuide de sua obrigação, se foi a PM. idem, carregue a pesada cruz. Meus respeitos, desejo boa sorte e proteção divina, poís, nós todos precisamos.
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O engraçado é que durante todos esses quase vinte anos que as escoltas foram feitas pela PC a reclamação era a mesma. Existe na SAP o cargo de agente de escolta, mas além deles sempre vão duas ou tres vtrs da PM. Por que o policiamento ostensivo é função da PM. Função constitucional diga-se passagem.
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