Afastado da PF e apoiado pelo PSOL, Protógenes nega entrada na política
William Maia
“Entrar na política seria a última coisa em que eu pensaria”.
Foi o que disse o delegado federal Protógenes Queiroz quando questionado se um suposto clamor popular em apoio à sua atuação à frente da operação Satiagraha o faria disputar um cargo público eletivo.
Ele participou, nesta segunda-feira (1º/12), de uma manifestação de apoio feita pela bancada do PSOL na Assembléia Legislativa de São Paulo.
A aproximação com o partido tem alimentado especulações sobre a entrada de Protógenes na política, mas o delegado fez questão de ressaltar que desde a deflagração da operação que levou à prisão do banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e do megainvestidor Naji Nahas, vem recebendo o apoio de diversas legendas, especialmente após seu afastamento do comando das investigações.
Ele afirmou aguardar a orientação de seus superiores para retornar às atividades na PF, apesar de dizer que se dependesse da família não voltaria a atuar como delegado.
Protógenes preferiu não comentar as declarações do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que criticou a “partidarização” de servidores públicos, e por “respeito à hierarquia” evitou confrontar o diretor-geral da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa, que disse que o delegado foi afastado do comando da Satiagraha por ter tido uma atuação próxima do partidarismo.
Ele também elogiou o trabalho de seu sucessor à frente das investigações, o delegado Ricardo Saadi, que fez um novo pedido de prisão preventiva contra Dantas.
E disse não se sentir ofendido com as declarações do ministro da Justiça, Tarso Genro, de que Saadi faria um trabalho mais “técnico” e menos “apaixonado”.
Para Protógenes, o segundo relatório da Satiagraha, entregue à Justiça na semana passada, “não só corrobora, como ratifica” seu trabalho de mais de quatro anos à frente do inquérito. Sobre o juiz federal Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, o delegado afirmou estar convicto de que ele tem todas as condições para fazer justiça no caso.
Protógenes qualificou De Sanctis, como “O juiz”.
O deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL), responsável pelo convite ao delegado, disse que Protógenes é “um herói nacional que está sendo perseguido e ‘colocado na Sibéria’ pela cúpula da Polícia Federal”.
Candidato derrotado à prefeitura de São Paulo, Ivan Valente elogiou o delegado por ter enfrentado “um poderoso da República”, em referência ao banqueiro Daniel Dantas, e por liderar a luta contra a impunidade e a corrupção.
Segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
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E SE FEZ O “BANDIDÃO NACIONAL”.
O CRIMINOSO MAIS FAMOSO DO PAÍS.
DEIXAR SEUS ENGAVETADOS PERSEGUIREM O DELEGADO E O JUIZ PEDERAL FOI PÉSSIMA ESCOLHA.
HÁ MOMENTOS QUE A BOA PRUDÊNCIA RECOMENDA DAR HONRAS AO INIMIGO.
POIS ENQUANTO ELE SE OCUPAR COM OUTROS COMBATES NOS DEIXARÁ EM PAZ .