Máfia dos caça-níqueis tenta assassinar parente de Alckmin
João Alckmin é primo-irmão do ex-governador de São Paulo. Há pouco mais de quatro meses outro atentado quase mata um advogado, polícia foi alertada e não prendeu criminosos, que atacaram novamente ontem. Polícia Federal pode entrar no caso que deverá ser acompanhado de perto pela OAB e entidades ligadas à proteção de jornalistas.
O radialista João Alckmin, que move dura campanha contra as máquinas caça-níqueis, levou dois tiros em novo atentado contra a sua vida, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, Interior de São Paulo. Um dos tiros, disparado por trás, atingiu-lhe o pescoço; outro tiro, quando se virava, atravessou-lhe o braço e a barriga, saindo do outro lado. Nenhuma das balas atingiu órgãos vitais. No momento do atentado (18h30 de ontem, 22, quinta-feira), Alckmin passeava com seu cachorro na movimentada rua Humaitá, no centro da cidade. O cachorro avançou no criminoso, provavelmente evitando um terceiro tiro. O atirador fugiu a pé, mas foi visto por muitas testemunhas, e pode ser reconhecido. João Alckmin, 55 anos, primo-irmão do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está internado na Santa Casa e se recupera bem. O caso está registrado no 1º Distrito Policial de São José dos Campos, com investigações agora a comando do delegado Paulo Pereira, do Departamento de Investigações Gerais, DIG. O Serviço Reservado da Polícia Militar já foi acionado. E a Polícia Federal, sob o comando do delegado Reinaldo Ragazzo Boarin, também deve entrar na investigação. Por tratar-se diretamente do caso Máfia Caça-Níqueis, investigado pela PF, o caso também passa pela alçada federal. João Alckmin está sob forte proteção policial no hospital onde está internado, assim como sua família. Atentado anterior foi ignorado Este é o segundo atentado em cinco meses contra João Alckmin. Em 5 de julho, o advogado Rodrigo Duenhas, confundido com ele, foi gravemente alvejado no pescoço, e até hoje se encontra em recuperação. A Polícia preferiu ignorar as evidências de atentado promovido pela máfia dos caça-níqueis e optou por investigar outros aspectos da vida da vítima. A investigação não chegou a qualquer resultado (abaixo, leia a nota divulgada na ocasião do primeiro atentado). Banda podre da Polícia Alckmin é alvo não apenas da máfia dos caça-níqueis, que lhe faz constantes ameaças e já metralhou o escritório de sua esposa, a advogada criminalista Tania Lis Tizzoni Nogueira, mas também de maus policiais – a chamada banda podre da Polícia. Já obteve, em campanha anterior, o fechamento dos desmanches clandestinos em São José dos Campos, porto seguro dos ladrões de automóveis. Em seu programa, o Showtime, na Rádio Piratininga, AM 750 kH, comandando uma rede de 50 emissoras, mantém um repórter que circula pelas cidades do Vale do Paraíba perguntando onde pode jogar nos caça-níqueis – e, embora as máquinas sejam proibidas por lei, até hoje sempre teve resposta positiva, mesmo quando a indagação é feita a policiais e guardas-civis.