No episódio 63 do Papo Íntimo, Sandra Chayo recebe Daniel Bialski, um dos mais respeitados advogados criminalistas do Brasil e uma liderança ativa dentro e fora da comunidade judaica.
Nascido em São Paulo, Daniel é mestre em Processo Penal pela PUC-SP e atua há mais de 30 anos nos principais tribunais do país, incluindo o STF e o STJ.
É sócio do Bialski Advogados Associados, escritório fundado por seu pai, Dr. Hélio Bialski, com quem dividiu valores profundos como ética, humanidade e amor pela justiça. Sua trajetória vai muito além do Direito. Daniel é uma figura de referência na comunidade judaica brasileira: foi presidente da Sinagoga Beth-El, da Hebraica-SP, vice-presidente da CONIB e conselheiro de instituições como Unibes, CIAM, Hospital Albert Einstein e Museu Judaico de São Paulo.
Após os ataques de 7 de outubro de 2023, Daniel liderou missões a Israel com representantes dos Três Poderes e da imprensa brasileira, fortalecendo ações contra o antissemitismo, o terrorismo e o racismo.
Seu compromisso social e comunitário se estende ainda à construção de pontes entre diferentes correntes judaicas e à defesa do diálogo como ferramenta de transformação.
Pai de três filhos, Daniel tem na família sua maior fonte de amor, propósito e presença. A perda do pai reforçou sua missão de honrar o legado de Dr. Hélio com dignidade, sensibilidade e força.
Ouça o episódio completo e se inspire com a trajetória e a humanidade de Daniel Bialski.
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Apresentação: Sandra Chayo Convidado: Daniel Bialski
16 de dez. de 2025Tenho percorrido delegacias, batalhões e o sistema prisional e o que vejo é um sentimento claro: o governador Tarcísio está perdendo a base que o elegeu. Policiais militares, civis e penais que fizeram campanha em 2022 estão decepcionados com promessas que não saíram do papel. São Paulo, o estado mais rico do país, paga alguns dos piores salários da segurança pública, vetou projetos importantes, empurrou soluções para a gaveta e abandonou compromissos como moradia, valorização profissional e condições dignas de trabalho. O resultado é desânimo, revolta e a sensação de descaso. Esses profissionais estão na linha de frente, são o rosto do Estado todos os dias, e hoje falam de um governo que prometeu muito e entregou quase nada.
O problema central não é o subsídio em si, mas o jeito como o governo Tarcísio arquitetou e executou o modelo: como armadilha fiscal e política, não como instrumento de valorização.
O regime de subsídio (parcela única) nasce no direito brasileiro com a Emenda Constitucional 19/1998, que ampliou o art. 39 da Constituição para prever que certas carreiras de Estado – como magistrados, membros do Ministério Público, ministros, parlamentares e, depois, policiais – passariam a ser remunerados por uma única parcela fixa, vedado o acréscimo de gratificações e adicionais permanentes; a ideia original era moralizar e dar transparência às remunerações, evitando “penduricalhos” e distorções entre carreiras similares. Mas na prática o modelo foi politicamente distorcido : em carreiras fortes, serviu para consolidar padrões remuneratórios elevados; em carreiras fracas ou consideradas destinadas aos fracassados tem sido usado para extinguir direitos individualmente adquiridos e facilitar o arrocho salarial ao longo do tempo.
Umraio-X da anatomia do poder estadual
Teoricamente, o subsídio poderia ser algo positivo:
Simplifica a estrutura de vencimentos.
Pode reduzir penduricalhos e manobras.
Permite, se bem desenhado, reduzir a diferença entre quem está começando e quem está no topo.
O que torna o modelo perverso não é a existência do subsídio, mas:
Tabela pensada para “nivelar por baixo”;
Criação de vantagens pessoais (tipo VPS) para congelar quem já acumulou direitos;
Ausência de paridade/integralidade para os mais novos, transformando o subsídio em armadilha previdenciária, não em proteção ao servidor.
Por que começou pela Polícia Penal
Escolher a Polícia Penal como “projeto piloto” não foi ao acaso, e sim desenho diabólico :
Polícia desarmada não é polícia !
Carreira com pouco reconhecimento social, recém-criada constitucionalmente , são guardas de presos , com má reputação de corruptos e violentos , pouca visibilidade do difícil trabalho diuturno e praticamente sem nenhum lobby de alto nível. Um caso que comprova que alterar o nome não muda a essência da coisa. Nada tem de identitário!
Servidores dispersos pelo Estado , sem comunicação , com dificuldade de mobilização e pressão política. Sem líderes da própria carreira , sujeitos , ainda, a coronéis da PM bajuladores do governo de plantão. E a Juízes e Promotores corregedores que, literalmente, cagam e andam para o efetivo cumprimento da Lei de Execução Penal .
Atualmente , que só conhecem prisões por videoconferência.
Facilidade de vender para a opinião pública a narrativa de “modernização do sistema prisional”.
Assim, o governo testou todo o pacote completo: subsídio, extinção de adicionais, criação de VPS e congelamento dos ganhos dos mais antigos e dos aposentados – sem enfrentar consequências proporcionais.
Um alerta: quem fala em modernização trata aposentados e pessoas idosas como sucatas .
Uma vez consolidado o modelo, Tarcísio de Freitas , caso seja reeleito , tentará replicar a lógica em outras carreiras muito frágeis : como a Polícia Civil e a sua Superintendência de polícia técnico-científica. São todos policiais civis !
O objetivo real: arrocho diabolicamente maquinado por militares e membros da PGE
Se o objetivo fosse valorização, o governo teria:
Fixado o subsídio tomando como base o maior vencimento real da classe, protegendo quem tem mais tempo de casa.
Reduzido os degraus entre início e topo, como se fez na magistratura.
Vinculado reajustes anuais aos índices objetivos, garantindo recomposição automática.
O que se vê é o contrário:
Subsídio calculado para gerar saldo positivo no orçamento impondo o fim de ganhos reais individualizados ; não é para corrigir distorções históricas.
Vantagens pessoais artificialmente criadas ( VPS ) para congelar direitos adquiridos e ir comendo esses valores com os ilusórios reajustes futuros.
Foco em carreiras com pouca força política (Polícia Penal, e agora a base operacional da Polícia Civil), preservando segmentos mais organizados e próximos do poder.
Digo base operacional da Polícia Civil pelo contingente expressivo de ativos e aposentados.
A carreira de delegado de polícia não tem nenhum prestígio social , político e jurídico.
Um agente penitenciário diretor de penitenciária se tornou mais importante para o atual governo do que um delegado DIRETOR DE DEPARTAMENTO. Não me perguntem o motivo , pois os processos judiciais são quase certos …Aliás, da parte dos diretores de penitenciárias.
O recado para as carreiras “menores”
A mensagem implícita é clara:
Subsídio não para somar, mas para substituir e, com o tempo, reduzir.
Carreiras sem peso político servem de laboratório para arrocho, enquanto as de prestígio ( PM , PGE , Defensoria , Fiscais da Fazenda ) mantêm mecanismos próprios de proteção.
Quem vive exclusivamente do salário e não tem “atalhos” (bico, esquema, cargo de confiança ) é justamente quem mais apanha.
Em linguagem simples: o subsídio poderia ser um instrumento de justiça e valorização na Polícia Civil, mas, do jeito que o governo Tarcísio – um jeito pederasta de ser – vem desenhando, vira um mecanismo sofisticado de divisão interna ( a estrutural e cultural FELONIA ) procrastinação da reestruturação e de desvalorização contínua dos vencimentos das carreiras com menor poder de influência .
Jeito pederasta de ser , na melhor definição do Flit , começando a “enfiar no cu” da Polícia Penal e mirando, em seguida, o rabo da Polícia Civil …
O resto vem depois , menos para a PM, PGE, Defensoria e a corrupta Fazenda .
Tarcísio – não se deixem enganar – além de querer comer o teu cu quer que você se depile!
Mas nunca foi político desde a sua candidatura a governador por SP.
E tenho convicção de que ele entendeu esse nosso sistema ditatorial.
E está trabalhando nos bastidores da política dentro do necessário à sua subsistência.
Ele não é e nunca será traidor.
Não adiantou ele tentar fazer esse jogo de rapoza com os seus inimigos.
Eles perceberem que durante os seus lentos aplausos a sua expressão facial transmitia toda a verdade do seu coração.
Tarcísio foi, é e ainda será um dos maiores instrumentos de Jair Bolsonaro e do conservadorismo como um todo.
E vai nos elevar sobremaneira entre as melhores posições salariais (inicial e final) nos comparativos entre todas as PCs de todas unidades federativas do Brasil.
Contudo, não creio que contarrmos com os nossos representantes na mesa de construção do projeto e com nossos representantes nos cargos de gestão da secretaria e de nossos instituição, para uma simples adequação dos subsídios voltada a nós beneficiar em todos os sentidos.
Digo isso.
Uma simples adequação e só, já seria o suficiente.
Tarcísio será candidato á reeleição por SP.
E sua função hoje, a meu ver, é trazer a maior fatia do centrão possível, para a direita.
Alguém precisa fazer isso para apaziguar e salvar o Brasil.”
Autor : delegado de polícia André de tal, indicado – por ex-meganha “boina azul ” ainda mais bajulador – para se candidatar a futuro diretor da ADPESP, inclusive!
Comentários do Flit:
O texto acima demostra toda a paixão confessada por um delegado encantado com “o flanelinha do bolsonarismo” , escrevendo como quem redige bilhete para fã-clube de “dupla sertaneja “ política.
A rasgação de seda é tão absurda e desproporcional quanto o abismo entre a gramática que ele domina e o cargo que ocupa.
Quando o delegado – com puxa-saquismo obsceno – proclama que Tarcísio “foi, é e ainda será um dos maiores instrumentos de Jair Bolsonaro”, abdica do raciocínio crítico e se assume oficialmente como mais um desequilibrado membro de seita .
Aliás, certamente Tarcísio não iria querer alguém tão bajulador e ignorante na sua camarilha.
A crença messiânica de que esse “instrumento” vai “elevar sobremaneira”salários dos policiais civis e “salvar o Brasil” transforma um debate institucional complexo em promessa de pastor eletrônico para plateia de famintos com diploma de doutor.
Definir o mesmo sistema que o abriga como “ditatorial” e, na linha seguinte, celebrá‑lo como tábua de salvação mostra que o delegado não distingue autoritarismo de conveniência salarial. Ao atribuir ao governador a missão de “trazer a maior fatia do centrão possível, para a direita”, ele escancara que não entende o centrão como máquina fisiológica, mas como cruzada ideológica redentora.
Ele além do analfabetismo político é simpatizante de organização criminosa.
Sem esquecer da ignorância linguística do delegado , vez que a prosa é um boletim de ocorrência contra a língua portuguesa: “contarrmos”, “nossos instituição”, “rapoza”, concordâncias quebradas e vírgulas suicidas.
Se a inteligência do homenageado está “ao ápice”, a sintaxe do autor estacionou no pré‑vestibular; e a fraseologia mística sobre “verdade do seu coração” faria corar até redator de cartão de associação cultural cristã pedindo PIX de Natal.
Em vez de defender projeto institucional sério, o texto reduz a Polícia Civil a claque ansiosa por selfie, palmas lentas e reajuste pingado concedido pelo “líder máximo”.
Um dirigente da Polícia Civil que deveria argumentar tecnicamente com o governo ajoelha no altar do bolsonarismo paulista, confundindo fórum de uma ex-carreira jurídica com culto dominical ao “mito” e ao seu herdeiro tecnocrata.
Esse delegado não é autoridade estatal ; é um membro de seita formada por ignorantes aguardando subsídios polpudos …
Sem merecimento!
Doutor André de tal, não sou Machado de Assis , erro muito por escrever muito ; verdadeiramente perdoaria a sua “rapoza” ( com Z ) …
Mas a sua defesa desse “ZORRO” corrupto, cínico e debochador da Polícia Civil: É INTOLERÁVEL!
Esse sujeito , de baixa estatura , resolveu aparentar grandeza ao defender a moralidade política misturada a supostos princípios de honra parental ( honrar pai e mãe ) chamando, em linha torta, as filhas de Silvio Santos de prostitutas.
Prostituto, porém, talvez seja ele: vendendo sua presença em palcos mambembes a prefeituras miseráveis de fim de mundo e a governadores do “Centrão” por dinheiro de emenda parlamentar; como se fosse patrimônio cultural da humanidade, quando mal passaria num festival de calouros de bairro.
O homem que vive apontando o dedo para a honra alheia faz fila para lamber sola de político em troca de contrato público : esse é o verdadeiro programa.
O michê “oficial” beira os 500 mil reais, valor que só pode ser levado a sério por gabinete de vereador com assessor especializado em nota fria.
Nenhum produtor de evento realmente exposto ao risco do próprio bolso pagaria o equivalente a 100 mil dólares para ouvir grito estridente de um consumidor de cachaça embalado em clichê sertanejo de 1993.
Em mercado minimamente racional, esse show seria negociado a preço de rodízio de pizza – bebida não inclusa – e olhe lá!
O milagre da multiplicação do cachê só acontece quando o pagador é o contribuinte, e o fiscal da conta está ocupado tirando selfie no camarim no aguardo do “repasse”.
Enquanto isso, o “guardião da memória da família Abravanel ” discursa como se fosse um expoente da honra nacional, mas atua como atravessador de verbas públicas em forma de sertanejo brega e desafinado.
A moral que ele cobra dos outros não resiste a três cliques no Google , nem a meia dúzia de perguntas objetivas de um Delegado de Polícia sobre quem contratou, quanto pagou e o que, de fato, foi entregue.
Quem chama herdeira de empresário de “prostituta” por divergência política, fazendo pose anjo da moralidade administrativa , mas sobe ao palco irrigado a dinheiro de emenda, é só isso: um moralista de bordel público, pago por fora e desafinado por dentro.
O Flit Paralisante é obrigado a fazer graça dessa triste figura de nome Mirosmar, aliás um nome exótico misturando o Miro com o Osmar !
O homem apenas só ressaltou a sua pequenez e soberba, pois de forma obliqua chamou as filhas do Silvio Santos de prostitutas e que sua aparição em especial de Natal deveria ser cancelada…Ele não precisa!
Quem não precisa do Zezé é o SBT.
Mas, sim, cometeu eventual crime contra a honra dos sucessores do fundador do SBT.
De fato, um cantor medíocre , um compositor ainda mais medíocre por beirar ao analfabetismo ; que só chegou ao sucesso por conta do carisma do irmão mais novo.
O Luciano ; que não suportou mais conviver com esse diminuto narcisista.
Mirosmar , sem ironia , verdadeiramente, a única coisa que tu fizeste de bom na tua vida é a Vanessa …
Certamente uma composição muito mais da mãe do que tua!
Vai se educar e deixa de usar salto alto , bolsonarista de puteiro!
Não haverá defesa do serviço público – nem da Polícia Civil – enquanto se esperar por salvadores de cima: a única saída é a base se reconhecer como força decisiva, reorganizar‑se, aprender com as sabotagens e recusar, de uma vez por todas, entregar sua consciência de classe nas mãos de meia dúzia de dirigentes
Em resposta ao leitor OFICIAL ESCRITIRA sobre unidade , participação e a greve de 2008
O comentário do leitor acerta no ponto central – sem unidade de base, qualquer governo desmonta o serviço público –, mas erra justamente onde idealiza o papel dos delegados e da ADPESP na história recente da Polícia Civil.
A greve de 2008 mostra o contrário do que ele descreve: o movimento nasceu de baixo para cima, de grupos orgânicos, principalmente no interior, irradiando‑se para a capital sem comando inicial das entidades tradicionais e muito menos da associação de delegados.
Foram policiais jovens, com disposição para confronto político real, que articularam paralisações, assembleias e atos até o confronto em frente ao Palácio dos Bandeirantes; quando a ADPESP entrou em cena, a greve já tinha vida própria.
Nesse processo, três figuras ganharam protagonismo: João Rebouças, presidente do sindicato dos investigadores, que virou rosto sindical do movimento, explicando a greve à imprensa e responsabilizando o governo pela escalada; Marilda, liderança emergente, de origem humilde nas áreas de saúde e educação, que costurou grupos, aproximou interior e capital e deu capilaridade à mobilização entre os operacionais; e o deputado Major Olímpio, que assumiu o papel de porta‑voz político da revolta na Alesp, blindando e amplificando uma luta que o governo tentava reduzir a “motim corporativo”.
A ADPESP, sob Sérgio Roque, incialmente , fez o oposto do mito: resistiu à greve, tentou contê‑la e só se reposicionou quando percebeu que seria atropelada pela realidade, comportando‑se como quem “inaugura obra alheia” ao sentar-se à mesa de negociação e falar em nome de um movimento que não organizou.
Todos os Sindicatos de Policiais foram fundamentais nas tratativas com os Tribunais e buscando o apoio de entidades como CUT , CGT , entre outros.
Não esquecendo das associações das Praças da Polícia Militar.
O FLIT E A CENSURA JUDICIAL
No auge da greve um Juiz do DIPO , mal-intencionado , acatando representação de um corrupto delegado do DEIC , ordenou ao Google que o FLIT PARALISANTE fosse extinto ( deletado , excluído ) , dado que era “anônimo” , incitava a greve a atos de insubordinação e de violência contra autoridades do Estado.
Para quem não acompanhou , o FLIT – como não havia redes sociais ou serviços de mensagens em massa – se tornou a fonte de informação em tempo real, especialmente dos operacionais – empregando-se os comentários que foram franqueados sem nenhum mecanismo de filtragem ou de bloqueio .
A RETALIAÇÃO DA ADPESP E O GRUPO DELPOL-PC
Destacando a importância de um grupo denominado DELPOL -PC ( Dr. Décio ) , formado pelos excluídos da ADPESP , em abril de 2007 , pelo seu presidente e seus luminares diretores, incomodados que estavam com os assuntos do “FORUM da ADPESP” , uma forma de chat em que os delegados , especialmente do interior , passaram a se conhecer e trocar ideais .
Desde o FÓRUM , criado pelo próprio Roque – éramos o mais subversivo e extinguiram o espaço , principalmente , pelo que estávamos escrevendo preparando um movimento grevista.
Certamente , não foi iniciativa do Roque , estava sendo muito pressionado por um delegado corrupto que foi Diretor da Corregepol – lembra corrida de Fórmula 1 – que até confirmou em depoimento em PAD que ele e outros queriam a nossa expulsão da entidade .
O presidente negou: ” pegaria mal” !
A gota d’agua foi uma postagem chamada ESTAMOS TODOS CORRUPTOS!
Retomando ao Flit como papel de mensageiro durante a greve , alguns comentários posteriormente foram retirados por natureza meramente ofensiva.
Mas respondemos a muitas sindicâncias e processos : civis, criminais e administrativos.
É nesse cenário que o “sacrifício” de Domingos Paulo Neto deve ser lido.
Quando Roque – o presidente da ADPESP inicialmente contrário à greve – foi afastado do DIPOL em pleno movimento , Domingos entregou o cargo “em solidariedade”, gesto que foi vendido como ato de coragem classista e que, politicamente, o impulsionou até o cargo de Delegado Geral anos depois.
O leitor vê aí um exemplo de consciência de poder; a cronologia e as investigações sobre contratos e licitações do DIPOL sugerem algo mais prosaico: uma conversão oportunista ao estilo estrada de Damasco, em que o protagonista sai do centro do problema no momento certo, preserva a própria biografia e deixa subordinados e pares arderem na fogueira disciplinar enquanto volta, por cima, como chefe máximo da instituição.
O resultado concreto da greve, para a massa da categoria, não foi liderança iluminada, mas um aprofundamento da distância entre delegados e demais carreiras.
Se durante a greve a ação foi de contenção, após a greve a estratégia foi de esvaziamento
A própria trajetória posterior da ADPESP mostra como a unidade foi sendo sabotada por dentro.
Depois da greve, a mesma Marilda que surgira da base foi eleita presidenta da entidade em 2010, com votos decisivos do interior, derrotando André Dahmer e outros nomes ligados aos “donos da Polícia Civil”.
O voto presencial, nas sedes das Delegacias Seccionais, era o grande momento de rever os colegas, de demonstrar unidade de classe e consciência do próprio poder. Era dia de festa, de congregação, de ver ativos e aposentados lado a lado. Nenhum faltava: além do dever de participação, era a confraternização de dezembro com os pares antigos.
Foi exatamente isso que determinados delegados, no comando da ADPESP, trataram de matar: a união e a participação de verdade, substituídos por um modelo que afastou a base da urna e se aproximou da cúpula do controle silencioso da entidade.
No diagnóstico sobre o governo atual, o leitor volta a acertar: há uma clara sequência de ataques – Sabesp, professores, policiais penais, pesquisadores científicos, e agora Polícia Civil –, todos embalados em discursos de “modernização”, “subsídio” e “reestruturação”.
Na Polícia Penal, o subsídio com VPS congelou a vida de quem tinha mais tempo de carreira; nos pesquisadores, o mesmo modelo surge para cortar quinquênios e variáveis; na Polícia Civil, tenta‑se emplacar pacote análogo, começando de novo pelos segmentos mais frágeis política e sindicalmente.
É a mesma lógica que você, leitor, identificou na enfermagem: categoria exaurida, com jornadas múltiplas, baixa discussão política e pouca participação em entidades, vira laboratório preferencial para reformas que, depois, se expandem para o resto do serviço público.
Onde a análise do comentário precisa ser corrigida é na idealização de que “os delegados são mais conscientes do poder que têm e são mais unidos e participativos”.
O que existe, em geral, é mais capital social, mais acesso à mídia e ao Legislativo , mais tempo e recursos para atuar em associações, além de menor risco disciplinar para quem está em cargos comissionados.
Isso produz a aparência de liderança esclarecida, quando muitas vezes se trata apenas de uma minoria bem-posicionada, oportunista , governista , cuidando dos próprios interesses e aceitando, como moeda de troca, pacotes que sacrificam base operacional , os intermediários das carreiras e futuros ingressantes.
A prova está na história: quando a base se mexeu de verdade, em 2008, não foi porque delegados eram mais conscientes; foi porque investigadores, escrivães e demais policiais decidiram, apesar das cúpulas, enfrentar governo e DGP.
Por isso, a resposta honesta ao comentário é esta: sim, sem unidade não há salvação para servidor público, seja sob governo de esquerda ou de direita; sim, a desunião dos policiais civis ajuda o governo a aplicar o mesmo roteiro de desmonte que já devastou outras carreiras.
Mas não há saída enquanto se continuar esperando que a ADPESP ou qualquer cúpula “tome a dianteira”.
As poucas vezes em que algo avançou foi quando a base – inclusive delegados de origem mais humilde, como Marilda – tomou a dianteira contra a inércia das próprias entidades e recusou o papel de plateia.
Quem ainda acredita em “delegado mais consciente” como solução está, no fundo, repetindo a ilusão que sustentou a carreira até aqui: a esperança de que meia dúzia pense por todos, enquanto a maioria trabalha, sofre e, no fim, paga a conta.
Aliás, a Marilda ganhou duas vezes as eleições da ADPESP e , apesar de todas as dificuldades , obteve conquistas para os Delegados e , indiretamente , para as demais carreiras .
Ela era do Interior!
Sendo redundante : necessário ressaltar que , em razão de ser uma líder nata , de origem de carreiras humildades na suade e educação , Marilda – uma 3ª classe – do Interior – foi eleita a primeira presidenta da ADPESP , em 2010 , justamente competindo com SÉRGIO ROQUE , apoiado por DOMINGOS PAULO NETO.
Com a força dos votos do interior quando eram presenciais .
E foi reeleita em 2012 , salvo engano , competindo diretamente com o próprio assistente do Dr. Domingos Paulo Neto: André Dahmer , que já estava a caminho da demissão a bem do serviço público.
E foram os votos do interior que a reelegeram , pois na Capital o concorrente – e sua chapa – era imbatível .
O sucessor da Marilda – como principal ato de gestão – sob a alegação de simplificação , facilidade para os delegados e economia de recursos – acabou com a eleição presencial nas Seccionais do Interior ; desativou a eletrônica ( que aparentemente não chegou a ser empregada ) ; restando apenas a opção que raros utilizavam : o voto pelo correio.
Mantendo apenas a presencial na sede da ADPESP.
Os Delegados dos Departamentos da Capital votam sob duas fiscalizações: os fiscais das chapas e os fiscais dos seus superiores.
Assim , a entidade hoje não passa de um “bom-prato” no almoço e boteco de fim de tarde feliz para delegados da Capital .
Virou motivo der escárnio !
Deveria alterar o nome para: Associação dos Delegados de Polícia Paulistanos.
O comentário do leitor acerta no ponto central, mas erra em relação à consciência de classe e união dos delegados da ADPESP.
Não esperem muito dessa entidade…Ou melhor: não esperem nada!
Nem eles mesmos podem esperar algo de bom.
Reiterando para fixação : a greve de 2008 (a mesma citada pelo leitor como de 2009 ) mostra exatamente o contrário do que ele descreve: o movimento nasceu de baixo para cima, de grupos organizados por delegados expulsos da ADPESP em maio de 2007 , criando-se o Grupo DEOLPOL-PC ( o original ).
Ainda durante a greve , desliguei-me do Grupo , pois foi tomado por “espiões” e por gente que só domina a lei deMurici: eu cuido de mim cada um cuida de si!
Sabotadores e desagregadores!
A questão que fica é: como reconstruir a unidade de base hoje, sem repetir os erros do passado?
A Polícia Penal de São Paulo passou por uma “modernização” que se tornou um pesadelo para quem mais se dedicou à carreira. E esso pode ser nosso futuro com a nova Lei Orgânica!
O governo implementou o sistema de subsídio prometendo “simplificação” e “valorização”. Na prática, criaram um modelo que enquadrou servidores pelo valor salarial total, não pelo tempo de carreira, criou a “Vantagem Pessoal de Subsídio” (VPS) para mascarar perdas e penalizar quem mais acumulou direitos e experiência.
O enquadramento partiu da soma da remuneração total de cada servidor (salário-base, gratificações e direitos). Com base nesse valor, cada um foi alocado em uma das novas Classes (divididas em categorias de A a C). A grande armadilha foi a criação da VPS: em vez de promover o servidor para a Classe superior, quando seu salário ultrapassava o teto desta, ele era mantido na mesma classe, e a diferença se tornava uma VPS que é corroída pelos futuros aumentos, congelando o salário.
Resultado devastador Servidores com mais de 20 anos de Polícia Penal ficarão estagnados, sem perspectiva de crescimento. Os futuros aumentos são absorvidos pela VPS até ela zerar completamente. O governo anuncia reajustes com percentuais que não chegam efetivamente ao bolso do servidor, criando aumentos “ilusórios”. Paradoxalmente, quem mais lutou por seus direitos foi o mais prejudicado pelo próprio sucesso em conquistá-los.
Há servidores em final de carreira que não receberão aumento nominal por anos. Muitos acumularam VPS que está sendo consumida a cada reajuste concedido. Profissionais experientes, em termos reais, estão ganhando menos que novatos que ingressaram recentemente na carreira.
A mecânica da transição: como a valorização se transforma em armadilha
O processo de transição para o subsídio, como visto no caso da Polícia Penal, segue uma lógica aparentemente simples, mas com consequências profundas:
1. Cálculo da Remuneração Atual: O ponto de partida é a soma de todos os componentes do salário do servidor: o vencimento-base, adicionais por tempo de serviço (quinquênios e sexta-parte), gratificações incorporadas por funções de chefia ou direção, e outros direitos adquiridos, muitas vezes por meio de longas batalhas judiciais.
2. Enquadramento por Faixa Salarial: O governo estabelece novas categorias (A-C) dentro das atuais classes, cada uma com um teto remuneratório definido. O servidor é então alocado na categoria correspondente ao seu salário bruto total, com base na sua classe originária. Quem ganha menos, fica nas categorias iniciais; quem ganha mais, vai para as categorias finais.
3. A Criação da “Vantagem Pessoal de Subsídio” (VPS): O Ponto Crítico: Aqui reside o cerne do problema. O que acontece com um Perito Criminal em final de carreira, com décadas de serviço, múltiplos quinquênios, sexta-parte e talvez gratificações de chefia incorporadas, cuja remuneração total ultrapassa o teto da categoria mais alta, dentro da sua classe? Para não haver uma redução salarial nominal – o que é vedado pela Constituição –, o governo cria a chamada “Vantagem Pessoal de Subsídio” (VPS).
4. A VPS funciona como um “complemento” para que o servidor não perca dinheiro no momento da transição. Ao invés de subir de classe, ele é enquadrado na última categoria, recebendo o valor máximo daquela classe, e a diferença que excede esse teto é paga como VPS. À primeira vista, parece uma solução justa. Na prática, é o início de uma estagnação programada. A VPS não é um direito permanente; ela é uma verba temporária, destinada a ser “corroída” ou “absorvida” por todos os futuros reajustes concedidos.
E a Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica?
A nova Lei Orgânica pode trazer o mesmo modelo para nossa categoria. Os sinais são claros: há um discurso de “modernização” e “simplificação”, promessas de “valorização” sem detalhes técnicos e pressão para aprovação rápida sem debate amplo com a categoria.
Precisamos de mobilização imediata contra qualquer modelo que prejudique direitos adquiridos, transparência total sobre os critérios de enquadramento, garantias constitucionais de irredutibilidade salarial real e análise técnica independente de qualquer proposta apresentada.
A experiência da Polícia Penal é nosso alerta. Não podemos deixar que décadas de luta por direitos sejam destruídas por um sistema que beneficia apenas o governo, reduzindo gastos às custas da carreira policial. Nossa força está na união e na informação. Quanto mais policiais souberem dessa realidade, mais forte será nossa resistência.
Compartilhe este post para que todos entendam o que está acontecendo e o que pode acontecer com nossa carreira. A luta por um plano justo e que valorize a Polícia continua!
No Brasil, onde até a barbárie virou protocolo governamental, não surpreende que uma madrugada no Itaim Bibi e uma tarde de praia em Ilhabela produzam dois craques da mesma seleção: a do colapso ético armado.
Será metanol ou diazepan?
De um lado, Evandro Pedro de Mello, escrivão da Polícia Civil, 50 anos – deixou de ser rapaz faz bom tempo – transformando rua nobre em banheiro a céu aberto.
Está certo que aquele lugar em certas esquinas de bares é um esgoto ; assim vomitar e mijar na calçada em porta de prédio de luxo nem seria penalizável, poderia ser estado de necessidade.
Entretanto , comemorando sabe-se lá qual desgraça com tiro para o alto, como se estivesse levantando taça em final de campeonato, é o fim da picada!
E da carreira dele, salvo um bom laudo psiquiátrico .
Do outro, Leonardo Athila Rodrigues Borghi, tenente da PM de 32 anos, de sunga na Praia do Sino, agredindo uma moça que estava fumando um cigarrinho de maconha. Não bastou dar uns empurrões na moça de 40 anos , ainda amassou o baseado da banhista e disparou em direção aos pés da vítima!
Não parou por aí, escondeu a arma e aguardou tranquilo a chegada da Rádio Patrulha.
E qual o que , ao receber ordem de prisão partiu para cima dos próprios colegas de farda , prometendo “muito derramamento de sangue” como se fosse técnico incendiando torcida organizada.
E na frende do Delegado que buscava conter os ânimos , pois autoridade praiana não gosta de perder tempo relações mal resolvidas…
O tenente cuspiu na cara do Sargento…
Conclusão: tudo indica que o Oficial do Barro Branco estava cheiradão , mas foi implicar com uma maconheira …
A tiragem de lá já me passou que na verdade seria uma mulher muito harmoniosa …
E o tenente parece o Capitão Gay.
O derby é simples: de um lado, a deselegância bêbada do Itaim, carro branco, prédio de luxo, mijada na calçada e tiro para o alto; do outro, o surto de testosterona em Ilhabela, arma na areia, maconha alheia transformada em questão de honra, agressões, disparo e ameaça generalizada.
Ambos confiando na velha mística da farda e do distintivo : aquela sensação de que, no fim, tudo não passará de “excesso isolado”, “noite ruim” ou “momento de embriaguez”, como se álcool fosse licença poética para crime armado em via pública.
A graça macabra é que esse jogo não é amistoso, é campeonato oficial.
Evandro não urina na calçada por distração; faz isso porque aprendeu que o espaço público é, em última instância, extensão de seu domínio funcional, um puxadinho moral do cartório onde lavra flagrantes alheios.
Quando saca a arma para responder ao porteiro, não está “alterado”: está exercendo, até o osso, a pedagogia institucional que sempre ensinou que quem porta pistola e distintivo fala mais alto do que qualquer morador, qualquer regra, qualquer lei de trânsito ou pudor mínimo.
Leonardo, por sua vez, não é um erro estatístico de início de verão em Ilhabela. Ele é o resultado lógico de uma formação que confunde autoridade com humilhação, uso de arma com afirmação de identidade, e controle emocional com fraqueza.
A sequência é didática: vê a mulher fumando maconha, transforma cigarro em afronta pessoal, agride, dispara em direção aos pés da vítima, enfrenta os colegas, dá cabeçada em sargento, cospe em policial e promete voltar para “resolver” tudo no sangue.
Isso não nasce numa tarde aleatória; é o produto de anos de convívio com a ideia de que, para certos fardados, a lei é sempre um pouco mais elástica.
“Quem é mais palmeirense?”
É só a metáfora espirituosa – sobre embriaguez de arrogância – para fugir da pergunta central: isto é estupidez ocasional ou sintoma de doença institucional crônica?
Nos dois casos, a narrativa oficial já vem pronta: estavam alcoolizados, “fora de serviço”, “no âmbito da vida privada”, como se a bala para o alto, o disparo na areia, o uso da arma e a simbologia do cargo ficassem convenientemente desligados junto com o ponto eletrônico.
O que se chama de “momento de embriaguez” é, na verdade, o colapso público de um tipo de personagem que as corporações vêm produzindo, protegendo e promovendo: o sujeito que só é valente quando tem metal na cintura e respaldo corporativo nas costas.
No apito final, não há heróis, só um placar constrangedor: dois agentes que deveriam representar o Estado urinando – literal e metaforicamente – na calçada e na areia da legalidade que juraram defender.
A “Libertadores da Vergonha” não é o torneio de quem bebeu mais ou quem surta melhor em público, mas o campeonato silencioso em que as polícias disputam quem consegue naturalizar mais o absurdo, transformar crime em “desvio” e doença institucional em folclore.
E, enquanto a arquibancada social continuar aceitando que tudo isso é apenas “noite ruim de dois palmeirenses” e não sintoma de uma cultura podre, o derby da estupidez seguirá em campo, sempre com casa cheia e impunidade ( quase ) garantida no vestiário.
Mais Palmeirense ?
Entendam: alguém derrotado pela própria arrogância ao cantar vitória antes do apito final.