
Unindo Forças: Retratação e Homenagem aos Peritos da Polícia Civil
Manifesto aqui, espontaneamente , uma honesta ( dos fatos ) e sincera ( do coração ) retratação dirigida aos peritos criminais que, em sua grande maioria, exercem suas funções com extremo zelo, dedicação e respeito , atuando com espírito público e tratando todos os que colaboram na busca da justiça com a devida urbanidade, sem se deixarem contaminar por visões elitistas ou separatistas de uma minoria.
Nunca foi a nossa intenção, nas postagens do Flit Paralisante, atacar coletivamente menoscabando da qualificação da carreira dos peritos criminais e da sua imprescindibilidade para a completa apuração de crimes e definição de autoria.
Especialmente , macular a imensa maioria dos ocupantes dessa nobre carreira que sempre dignificou a Polícia Civil com trabalho árduo e honesto.
Ao longo de 24 anos de atuação, trabalhei lado a lado , porta a porta , com peritos comprometidos, íntegros, leais à instituição e à missão fundamental da polícia judiciária .
Meu respeito e apreço permanecem irrevogáveis àqueles que honram o cargo público que ocupam.
As críticas veiculadas , por mais ácidas e em certos aspectos devo reconhecer inapropriadas , tiveram como objetivo provocar o debate e demonstrar irresignação , diante de posturas e discursos de algumas lideranças.
Lideranças classistas e hierárquicas que, há décadas, persistem em defender a total separação da perícia criminal da Polícia Civil — movimento que consideramos prejudicial, elitista e sem respaldo nos fatos; e descompromissado com o interesse público.
Certamente, buscar a institucionalização da Polícia Científica como um órgão autônomo é – embora anticientífico – legitimo , mas não nos termos em que foram e estão sendo postos.
A separação não vai garantir um serviço público de excelência, tampouco será garantia de imparcialidade.
Não me conformo, e jamais me conformarei, com visões que preguem a fragmentação institucional sob falsos argumentos de necessidade de total autonomia contra as “pressões” ; muito menos os arroubos de uma suposta superioridade moral e técnica dos peritos em relação às demais atividades.
A história demonstra que a integração é fundamental para o fortalecimento do trabalho policial e para o interesse público .
Registro , assim , que:
Minha crítica jamais se destinou à coletividade dos peritos, e sim a determinadas condutas isoladas, reiteradamente elitistas, segregacionistas e prepotentes, defendidas por uma fração de lideranças sindicais e administrativas.
O verdadeiro inimigo é o crime, o elitismo , a arrogância de poucos , e não a valorosa maioria de peritos que dignifica a Polícia Civil e a sociedade. A busca por mais um órgão policial (a “Polícia Científica” desvinculada da estrutura da Polícia Civil ) não contribui para a modernização e aperfeiçoamento da segurança pública, mas sim para a desagregação, o desperdício de recursos e o enfraquecimento da investigação.
Reitero, publicamente, minha estima pelos peritos que trabalham com ética e senso coletivo ; registro que a unidade entre as carreiras policiais é imprescindível para a defesa do interesse público e da atividade de polícia judiciária , missão de qual os peritos são parte vital.
A retratação que ora apresento não resulta de pressão externa, temor, ou qualquer espécie de renúncia à responsabilidade pelo debate franco, mas sim do reconhecimento necessário de que não pode haver dúvidas quanto ao apreço e respeito à maioria dos peritos criminais: profissionais sérios, retos e parceiros indispensáveis no combate à criminalidade e promoção da justiça.
Retratação que nunca fiz nem para salvar o meu cargo. E não fiz porque não seria sincera!
Que jamais se confunda crítica institucional pontual e legítima com ataque generalizado à categoria: o debate público é essencial, mas deve sempre preservar o mérito e a dignidade daqueles que cumprem seu dever.
Meu compromisso – embora há muito tempo tenha sido demitido – permanece sendo com a busca da verdade, defesa das carreiras sem voz , com a coesão institucional e com a missão constitucional da Polícia Civil, a qual todos pertencemos por laços indeléveis de história e sangue funcional.
Rcguerra






