Confrontação ponto a ponto entre as declarações do sargento Marcus e a dinâmica real extraída do vídeo bruto com timeline : 5

Segue análise minuciosa, focada na confrontação ponto a ponto entre as declarações do sargento MARCUS AUGUSTO COSTA MENDES e a dinâmica real extraída do vídeo com timeline :

1. Obtenção e Uso da Chave

Declaração:
O sargento alega ter “achado uma chave jogada no chão” ao passar pelo escadão, deduzindo que ela abriria o portão, o que de fato teria ocorrido. Diz que a ação foi condicionada ao acaso, não a conhecimento prévio.

Vídeo/Timeline:
A gravação mostra deslocamento direcionado e utilização objetiva da chave, sem hesitação ou teste em várias possibilidades, de maneira rápida e segura dos artefatos. Não é visualizada a parada ou surpresa esperada de um “achado” ocasional.
Incongruência: O vídeo sugere que o sargento já sabia exatamente qual era o portão e qual a chave adequada—sinal de ação pré-planejada ou informação prévia, e não de achado fortuito.

2. Visualização do “Vulto” e Justificativa do Avanço Rápido

Declaração:
Afirma ter visto um “vulto” no fundo da vista assim que abriu o portão, motivo pelo qual teria iniciado a corrida pelo beco, arma em punho, em perseguição a um suspeito desconhecido.

Vídeo/Timeline:
Frame a frame, não há qualquer indivíduo claramente protegido, muito menos fuga ou suspeitas na viela no momento da abertura do portão. O avanço ocorre em linha reta, acelerada e sem pausa.
Incongruência: O vídeo não confirma a presença de suspeito em fuga nem evidencia uma perseguição visualizada de “vulto”; a ação é de incursão direta, padrão de abordagem correta, sem ocorrência aparente de ação criminosa.

3. Progressão Pelas Vielas (“diversos becos”)

Declaração:
Narra que percorreu “diversos becos” correndo atrás do suposto suspeito, em progressão tática.

Vídeo/Timeline:
A trajetória após o portão, conforme análise quadro a quadro, mostra uma visão principal, com pequenas ramificações, mas a progressão é praticamente linear — do portão ao local dos disparos. O tempo de deslocamento sugere percurso curto (35-43 metros após o portão), sem ramificações ou desvios relevantes, e não “diversos becos”.
Incongruência: O vídeo factual contradiz a narrativa de progressão longa com muitos aspectos e reforça as hipóteses de ação planejada e executoriedade rápida.

4. Encontro com Rafael Moura e Momento dos Disparos

Declaração:
Alega que “virou à direita em uma esquina” e então viu, a poucos metros, “indivíduo de vestes escuras e com uma arma de fogo preta em uma das mãos”, alegando situação de ameaça iminente e disparando enquanto buscava abrigo.

Vídeo/Timeline:
As imagens mostram que o encontro se dá quase em linha reta, sem curva pronunciada, e que Rafael está parado, imóvel, sem demonstrar comportamento agressivo; não há ação de levantar arma contra o PM—o disparo é imediatamente realizado ao surgir a vítima no campo de visão, sem verbalização prévia e a curta distância.
Incongruência: Não há ameaça direta nem postura hostil da vítima, e o próprio sargento MARCUS AUGUSTO COSTA MENDES reconhece não ter dado voz de parada.

5. Verbalização e Procedimentos

Declaração:
MARCUS AUGUSTO COSTA MENDES confessa não ter verbalizado ordem ou realizado abordagem, alegando que “tudo aconteceu muito rápido” e que apenas acordos gritos de “polícia” já após os disparos, identificando posteriormente os distintivos ao prestar socorro.

Vídeo/Timeline:
O silêncio no áudio é absoluto até o disparo; a identificação mútua (“eu sou polícia!”) surge já após a vítima estar no chão.
Convergência: Aqui, apesar do erro, há coerência entre a declaração e o registro da câmera: não houve abordagem nem comando de voz.

6. Procedimento e Ordem de Serviço

Declaração:
Afirma que não possuía ordem de serviço, estava em patrulhamento padrão, e que seu deslocamento tático tático deveriau-se à suposta presença de suspeito.

Vídeo/Timeline:
O deslocamento não guarda relação clara com perseguição a indivíduo visível à frente ou consequência de conduta suspeita identificável em vídeo. O uso da chave, o grupo progredindo em linha, sem hesitação, sugere ação consciente e não improvisada.
Incongruência: O vídeo fragiliza a justificativa de atitude reativa ao “vulto” e coloca em dúvida a ausência de planejamento.

Síntese Técnica para Fixação ao Laudo

  1. Diversos pontos da declaração do sargento Marcus destoam dos eventos objetivos registrados na body cam, especialmente quanto ao achado da chave, ao avistamento do “vulto” e ao trajeto alegadamente prolongado.
  2. O vídeo demonstra ação direcionada, sem improviso e sem a presença/persuasão de suspeitos à frente , revelando mais planejamento do que aconteceu a flagrante.
  3. A ausência de verbalização é admitida pelo sargento e ratificada na gravação.
  4. O encontro com Rafael Moura ocorre de modo frontal, a curta distância, sem postura hostil visível pela vítima, e sem que se verifique observação ou combate, como alegado.
  5. A explicação de “excesso de rapidez pela urgência” não se justifica pela realidade dos quadros do vídeo, que apontam para atropelo de protocolos de abordagem e uso precipitado da força letal.

Conclusão técnica:
O confronto entre as declarações do sargento Marcus e a linha do tempo objetiva do vídeo reforça inconsistências de ordem fática e operacional, com relatos subjetivos muitas vezes não amparados no material probatório audiovisual. O laudo pericial deve registrar essas divergências, destacando que a cadeia do evento, a porta aos disparos, denota ação planejada, omissão de identificação e ausência de ameaça concreta imediata por parte da vítima.

AVISO LEGAL

O conteúdo acima não possui valor acusatório/probatório. Trata-se de trabalho diletante, de caráter exclusivamente informativo e opinativo, desprovido dos conhecimentos técnicos e dos instrumentos de investigação próprios da polícia judiciária. Apesar do esforço constante na busca da exatidão e do compromisso com a verdade dos fatos, este material está sujeito a equívocos inerentes à limitação de meios, dados públicos e interpretação de provas visuais disponíveis.

Não há, em nenhuma hipótese, intenção de alimentar ódio específico ou institucional. Busca-se apenas contribuir para o debate público e a necessidade de defesa da honra da vítima, de seus familiares, da sociedade civil e da Polícia Civil, historicamente confrontada com versões injustificadas para execuções sumárias. Incentiva-se a análise crítica, o respeito a todas as instituições do Estado de Direito e o acolhimento de eventual retificação fundada em dados oficiais e laudos periciais.

Recomenda-se, especialmente, a consulta a fontes e oficiais para informação definitiva sobre os fatos.

Um Comentário

  1. O uso da chave com certeza demonstra que o pm estava fazendo uma incursão programada. A estória que achou a chave não convence. Até o parceiro nega os fatos. Deveria ter comunicado o comando e aguardar deliberações. Agiu por conta própria e assumiu risco. Ocorrência maligna.

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  2. Na polícia militar o pior crime é faltar com a verdade, então o Soldado que estava junto com o pm que matou a vítima , sabe que se mentir para o comando , irá preso e perderá o emprego público.

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  3. A DINÂMICA ABSOLVE O MIKE DA ROTA, TODO MUNDO PENSOU QUE ENCONTRARIA ALGO NEBULOSO, ESPANTOU FOI AÇÃO DOS POLICIAIS CIVIS PARECIAM ESTAR FAZENDO MERDA.

    TUDO DE FUZIL DESCARACTERIZADO? AINDA FALAM QUE ESTAVAM INVESTIGANDO, NUNCA VI UMA AÇÃO DESSA NA MINHA VIDA EU JURO

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    • MAS DESDE QUANDO A POLÍCIA CIVIL ANDA “CARACTERIZADO”?

      A DINÂMICA VAI CONDENAR ESSE PM ISSO SIM, O VIDEO FALA POR SI MESMO.

      SE VOCÊ NUNCA VIU NENHUMA AÇÃO DESSA VOCÊ NÃO É POLICIAL CIVIL, DEVE SER MAIS UM PM QUERENDO PASSAR PANO PRO SARGENTO DA ROTA, MAS FELIZMENTE OS FATOS VIERAM À TONA.

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  4. a dinâmica absolve o mike da ROTA? desenvolve esse raciocínio, porque ficou parecendo que você só passou um pano aleatório pro sgt PM.

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