Na arquitetura do poder, onde a lei deveria ser pedra angular, constatamos a transformação da Justiça Militar em palco de tragicomédias mafiosamente corporativistas. O caso do coronel Luiz Flaviano Furtado – figura central de um esquema que embaralhou crimes, caça-níqueis e fardas – revela mais do que falhas pontuais: desnuda um sistema que coreografa punições como números de cabaré, onde a gravidade dos crimes dissolve-se como fumaça de tabaco barato.
Dinâmica da Organização e Papel de Furtado
A Operação Cabaré, deflagrada em janeiro de 2018 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pela Corregedoria da PM, desarticulou uma organização criminosa que operava há pelo menos cinco anos .
Furtado foi identificado como um dos líderes do esquema, utilizando sua autoridade para cooptar outros oficiais e praças.
Segundo o Ministério Público, ele atuou como intermediário entre donos de cassinos e policiais, negociando pagamentos para evitar fiscalizações e apreensões.
Em uma ligação telefônica interceptada, o coronel foi ouvido instruindo um subordinado a “deixar o negócio correr solto” em troca de vantagens financeiras.
Durante as buscas realizadas em 15 de janeiro de 2018, foram encontradas 1.054 máquinas caça-níqueis, das quais 15 foram apreendidas e as demais destruídas .
Na residência de Furtado, além de uma pistola Taurus .40 sem registro, os agentes localizaram US$ 30 mil (aproximadamente R$ 100 mil na época), numerario suspeito de ser fruto de lavagem de dinheiro das propinas recebidas dos casinos.
A soma dos prejuízos causados à quadrilha foi estimada em R$ 20 milhões, considerando o valor médio de R$ 25 mil por máquina e os lucros mensais dos estabelecimentos.
As primeiras investigações sobre Furtado ocorreram em 2013, quando denúncias anônimas apontaram sua participação em esquemas de corrupção também envolvendo outros policiais de baixa e alta patente.
Testemunhas protegidas disseram que o coronel atuava como “garantidor” de cassinos, assegurando que as operações não fossem perturbadas por ações policiais legítimas .
Em troca, recebia propinas que variavam conforme o volume de lucros dos estabelecimentos.
Lucros estimados em R$ 200 a R$ 250 milhões, no período de 2013 a 2018.
A Operação Cabaré não foi batizada por acaso.
Seus desdobramentos teatralizaram a essência do que se tornou a Justiça Castrense paulista: uma casa noturna onde regras se flexionam ao sabor dos cafetas , prostitutas e a clientela (neste caso, a sociedade) que paga caro para viver ilusões de legalidade e segurança.
O coronel Furtado, como D.J. de Funk proibidão , regia não apenas máquinas de apostas, mas um mecanismo perfeito de conversão de autoridade em moeda corrente.
Naquele janeiro de 2018, quando os folhetins escancarando a operação anunciavam o fechamento do “cassino PM”, o espetáculo parecia prometer moralização.
Parecia!
Apreensões de máquinas (1.054 unidades, sendo 15 preservadas como prova), dólares escondidos entre roupas íntimas (US$ 30 mil na residência do coronel), armas não registradas – todos os elementos para um dramalhão policial de final feliz.
Absurdidades Processuais
Enquanto os cidadãos marginalizados são apanhados pela PM e levados a prisão por furto de pães, o coronel-desembargador de si mesmo dançava bolero com a legislação.
Sua primeira audiência de custódia foi exercício de prestidigitação jurídica: preso em flagrante por porte ilegal (art. 14 do Estatuto do Desarmamento), escorregou das mãos da Justiça como água entre dedos.
O Tribunal de Justiça Militar (TJM-SP), em movimento coreografado, aceitou a tese defensiva de que “uma única ligação telefônica” não sustentaria acusação de crime organizado.
Nem mesmo uma pequena prevaricação !
A sentença final – nove dias de permanência disciplinar por lingujar impróprio – equivaleria, em termos de proporcionalidade, a multar em R$ 10,00 quem roubou milhões.
Mantiveram-lhe a aposentadoria dourada (R$ 36.100,00 ) e a patente, como honrarias.
E mesa cativa no clube dos oficiais!
Enquanto isso, um soldado raso por uma infração disciplinar sem a menor relevância pode sofrer pena de 30 dias de prisão.
A mensagem é clara: no cabaré da Justiça Militar, os estrelados donos espetáculo têm todas as regalias artísticas.
O Coro dos Inconformados
Enquanto o coronel recebia tapinhas nas costas por “bom comportamento”, seus subordinados diretos no esquema enfrentavam destinos diversos.
Com a devida vênia: Sifu!
Já os donos de cassinos, civis sem farda-protetora, foram apodrecer em celas comuns.
Até a arma apreendida ganhou tratamento VIP: registrado posteriormente como “bem público ( não seria posse ilegal de armamento registro em concurso com peculato ? ) enquanto adolescentes periféricos são encarcerados por portar estilingues.
A plateia deste teatro absurdo, porcamente representada pelo Ministério Público Militar ( que nunca recorre ) , berrava nos corredores contra a “injustiça tremenda”, mas suas vozes perdiam-se na acústica projetada para abafar gemidos reveladores da descarada cupidez.
O Encenador que Virou Plateia
Sete anos após o auge do escândalo, Furtado , retornando aos pasquins policiais, tornou-se ator de sua própria farsa.
Enquanto escrevo estas linhas (23/02/2025), o coronel bem aposentado deve estar feliz e tranquilo contando estórias de integridade , patriotismo e amor pela justiça patronal ( a que lhe deu indulgências ) a netos e bisnetos.
Servir e enriquecer!
Seu caso, longe de ser aberração, revela padrão: a grande maioria de processos por corrupção na PM-SP não dão em nada; quando muito resultam em penas administrativas leves.
Só é punido por corrupção quem não sabe fazer direito e ainda não divide!
Verdadeiramente, lá na Comarquinha mais cara do mundo até estupro no banco traseiro de viatura vira crime impossível e a vítima é tratada como vagabunda do PCC!
A integridade é tamanha que Juiz auditor se dá ao direito de debochadamente se refestelar em banquetes com advogados de réus.
Absolvição certa !
Assim, a verdadeira operação Cabaré continua em cartaz.
Enquanto isso, nas periferias, o verdadeiro jogo de vida ou morte segue legal ; sem proteção e violência redobrada das fardas.
O espetáculo deve continuar, mas a plateia já sabe: enquanto a Justiça Militar for feita de cabaré, a segurança pública será um tango paraguaio mal ensaiado.
A ordem em um interior é liberar a pm mais rápido possível do plantão inclusive fazendo flagrante por videoconferência de outras seccionais. Lógico que Escrivão não está feliz, documentar fatos que ocorreram mais de 100 km da sua unidade.
Não vai causar estranheza, se começarem as preensões de caça niqueis e similares, mas naquela condição, só 10 por mes! kkkk flagrantes em biqueiras (inadiplentes) o memso em postos de combustiveis, mas ai já é mais dificl porque tem outro departamento “correndo” junto… e assim vai!!!
D$$C ops DPPC IMAGINA ESSE departamento e o mais honesto de SP, lá temos a Fazendaria que cobram os nossos impostos devidos, a saúde que não deixa produtos vencidos serem vendidos consumidor que luta por nós e a crimes contra adm que prende licitadores corruptos
Lá eu garanto que todos estão vivendo de salário e. Pode denunciar no gaeco que se pegarem todos mais
E o preço da cadeira lá… Consignado a perder de vista. O que não faltam são interessados em poder trabalhar lá. Todos policiais muitos experientes. Nunca vejo uma reportagem pegar ninguém de lá. Intere$$ante. Deve ser o Departamento mais honesto da PC.
O Orlando Morando acabou de declarar na CBN que a agora Polícia Metropolitana, antiga GCM, da capital terá academia própria e suas atividades ampliadas, inclusive busca e apreensão em residência. Dr, pode opinar sobre isso, por favor?
Se o Poder Judiciário autorizar não há como contestar. Mas eu duvido, salvo questões diretamente relacionadas aos bens e questões administrativas municipais. Exemplo: peculato praticado por servidor pé -de -chinelo!
Obrigado pela resposta, dr. Mas o que pareceu é que essa “polícia” será uma Polícia mesmo. Busca e apreensão naquela base do “fundada suspeita de traficância de entorpecentes, procedemos ao acesso da residência, concedido pelo suspeito, e logramos êxito ao localizar petrechos etc”. Resta ver se o delegado vai abraçar.
Marcus , procedimento padrão de quem não tem competência para a prevenção e tesão imenso de abrir a “goma gelosa” de pobre , roubar televisão e os trocados que encontrar.
Me pergunte quantas vezes em quase 24 anos como delegado eu ingressei na casa de alguém por suspeita de tráfico?
A ordem em um interior é liberar a pm mais rápido possível do plantão inclusive fazendo flagrante por videoconferência de outras seccionais. Lógico que Escrivão não está feliz, documentar fatos que ocorreram mais de 100 km da sua unidade.
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Não vai causar estranheza, se começarem as preensões de caça niqueis e similares, mas naquela condição, só 10 por mes! kkkk flagrantes em biqueiras (inadiplentes) o memso em postos de combustiveis, mas ai já é mais dificl porque tem outro departamento “correndo” junto… e assim vai!!!
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D$$C ops DPPC IMAGINA ESSE departamento e o mais honesto de SP, lá temos a Fazendaria que cobram os nossos impostos devidos, a saúde que não deixa produtos vencidos serem vendidos consumidor que luta por nós e a crimes contra adm que prende licitadores corruptos
Lá eu garanto que todos estão vivendo de salário e. Pode denunciar no gaeco que se pegarem todos mais
todos nenhum está com patrimônio incompatível
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E o preço da cadeira lá… Consignado a perder de vista. O que não faltam são interessados em poder trabalhar lá. Todos policiais muitos experientes. Nunca vejo uma reportagem pegar ninguém de lá. Intere$$ante. Deve ser o Departamento mais honesto da PC.
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O Orlando Morando acabou de declarar na CBN que a agora Polícia Metropolitana, antiga GCM, da capital terá academia própria e suas atividades ampliadas, inclusive busca e apreensão em residência. Dr, pode opinar sobre isso, por favor?
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Se o Poder Judiciário autorizar não há como contestar. Mas eu duvido, salvo questões diretamente relacionadas aos bens e questões administrativas municipais. Exemplo: peculato praticado por servidor pé -de -chinelo!
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Obrigado pela resposta, dr. Mas o que pareceu é que essa “polícia” será uma Polícia mesmo. Busca e apreensão naquela base do “fundada suspeita de traficância de entorpecentes, procedemos ao acesso da residência, concedido pelo suspeito, e logramos êxito ao localizar petrechos etc”. Resta ver se o delegado vai abraçar.
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Marcus , procedimento padrão de quem não tem competência para a prevenção e tesão imenso de abrir a “goma gelosa” de pobre , roubar televisão e os trocados que encontrar.
Me pergunte quantas vezes em quase 24 anos como delegado eu ingressei na casa de alguém por suspeita de tráfico?
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A biqueira vai ter que repassar o custo para o consumidor final ou batizar a embalagem…
Mas é tão fácil enganar o povo! E basta uma geração, só uma geração pra repetir tudo que os avós vivenciaram e os pais não quiseram para si.
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