Pernambuco pagará R$ 350 mil à família de jovem morto após abordagem da PM 5

RESPONSABILIDADE OBJETIVA

O estado de Pernambuco foi condenado a pagar R$ 350 mil de indenização por danos morais e materiais à família de um adolescente que morreu após abordagem de policiais militares durante o Carnaval de 2006 em Recife.

O fato teve grande repercussão local e ficou conhecido como “Caso Ponte Joaquim Cardoso”. Segundo os autos, os policiais torturaram e espancaram um grupo de jovens e os obrigaram a pular em um rio. Dois jovens morreram por afogamento, entre eles Zinael Souza, que era menor de idade.

Tanto em primeira quanto em segunda instância, Pernambuco foi responsabilizado objetivamente pela ação dos policiais. Para o Tribunal de Justiça, não restaram dúvidas acerca da responsabilidade dos policiais pela morte dos jovens.

No Superior Tribunal de Justiça, o estado não discutiu a responsabilidade, mas o valor fixado como indenização, que seria exorbitante e estaria em desacordo com os parâmetros adotados pelo STJ. Por isso, pediu a redução para R$ 100 mil

O pedido, contudo, foi negado pelo ministro Francisco Falcão devido a uma particularidade: o juízo de primeira instância definiu o valor da indenização de forma cumulativa, englobando danos materiais e morais.

“Dessa forma, ao englobar os dois tipos de dano em uma só verba, sem fazer a especificação/distinção sobre cada um deles, a hipótese é singular, no que as decisões invocadas pelo recorrente [Estado] como paradigma a tanto não se prestam, já que fazem referência somente aos danos morais, não havendo como viabilizar a caracterização da similitude necessária para o fim pleiteado”, explicou Falcão.

A ausência de similitude fática apontada pelo relator levou ao não conhecimento do recurso especial, mantendo a condenação em R$ 350 mil. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

AREsp 1.239.498

EM ANO ELEITORAL VALE TUDO – Espera-se que a Polícia Civil não seja instrumentalizada para forjar provas de que o PCC é quem comanda os sem teto e financia candidatos de esquerda com o lucro da cocaína venezuelana 24

Polícia vai investigar ligação do PCC com ocupações em São Paulo, diz jornal

Suspeitas são de que a organização criminosa usaria como fachada essas moradias irregulares para esconder drogas, armas e traficantes

PAULO PINTO / Fotos Públicas
Prédio que desabou no Largo do Paissandu era ocupado irregularmentePAULO PINTO / Fotos Públicas

A polícia vai investigar uma possível ligação entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e as ocupações de São Paulo. As suspeitas são de que a organização criminosa usaria como fachada essas moradias irregulares para esconder drogas, armas e traficantes. As informações são do jornal O Globo.

A investigação tem origem nos relatos de moradores do prédio que desabou no Largo do Paissandu na última terça-feira (1º) de que movimentos de moradia cobravam aluguel dos sem-teto. Alguns disseram que pagavam até R$ 400 por mês para o Movimento da Luta Social por Moradia (MLSM), responsável pela ocupação que pegou fogo e ruiu.

Nesta quinta-feira (3), os investigadores concluíram que o incêndio começou por causa de um curto-circuito em uma tomada usada por uma família que vivia no quinto andar.

Embora digam que o MLSM ainda não foi alvo de inquérito, policiais que apuram ações do crime organizado veem semelhanças entre a atuação deste grupo e o antigo Movimento Sem Teto de São Paulo (MSTS), que liderou a ocupação do Cine Marrocos.

Em 2016, o Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) encontrou fuzis, carabinas e drogas escondidos num poço de elevador do edifício invadido. Segundo a investigação, o MSTS servia como fachada para o PCC. A facção usava o prédio como uma espécie de quartel-general e se aproveitava dos sem-teto para manter a polícia distante.

No terceiro dia de buscas por vítimas da tragédia, os bombeiros começaram nesta quinta-feira a usar equipamentos pesados para limpar os destroços.

Oficialmente, para os bombeiros, há quatro desaparecidos que podem estar sob os escombros: Ricardo Amorim, o Tatuagem, que era resgatado no momento em que a construção veio abaixo, Selma Almeida da Silva e os dois filhos gêmeos dela.

Ao longo do dia, mais três famílias comunicaram que não conseguem falar, desde terça-feira (1º), com parentes que viviam na ocupação. Zenaide Melo Souza, de 38 anos, por exemplo, procura informações do ex-marido, o confeiteiro Francisco Lemos Dantas, de 56 anos, o Nilson. Segundo ela, Nilson não atende o celular desde o dia do desabamento.