Mensagem da promotora que supostamente fazia escuta ambiental ilegal na Corregedoria Geral 54

Meus amigos, bom dia. Saiu ontem na mídia sobre o grampo encontrado na corregedoria da polícia e do afastamento de uma assessora, que no caso sou eu! Como ninguém saiu em minha defesa, resolvi dar uma satisfação para alguns colegas que considero muito e perante os quais faço questão de reafirmar a lisura, honestidade e seriedade com que sempre em minha carreira e, também, no presente caso . Em linhas bem gerais, apresentarei minha versão: recebi informação anônima de um provável policial, no sentido de que Havia um grande esquema de corrupção em vários órgãos da polícia e que ele iria me relatar tudo, desde que eu tivesse paciência e mantivesse a informação em sigilo. Para mostrar que falaria somente a verdade, ele me passou um número de telefone e pediu para eu ligar, pois eu constataria que se tratava de uma escuta ambiental dentro da corregedoria da polícia. O informante anônimo pretendeu, com isso, valorizar as informações que ele iria passar. De posse do número, Eu queria ligar do meu próprio aparelho ou do telefone da minha mesa, lá na assessoria, mas por sugestão de um colega de lá, fui até a assessoria militar e pedi a eles que ligassem e checassem se realmente se tratava de uma escuta ambiental. O colega que me sugeriu foi junto comigo e é testemunha presencial que pedi APENAS isso. Os policiais de lá disseram que ligariam, mas que não fariam a ligação do telefone de lá, e sim de um cel sem identificação. Por tal razão, não ligaram na minha frente. Depois de uns três dias , um dos capitães me procurou e disse que provavelmente se tratava mesmo de uma escuta ambiental e pediram para eu aguardar somente mais uns dias, pois eles iriam levantar a erb para saber se tal número estava mesmo instalado na CORREGE. Eles demoraram e eu cobrei, pois queria levar os fatos ao corregedor da polícia, Dr. Domingos, o quanto antes. Outros colegas que sabiam de tudo que estava acontecendo também cobraram os policiais mais de uma vez. Quando finalmente eles fizeram o relatório com as informações, o que demorou, inexplicavelmente não o apresentaram a mim, mas sim ao Levy, coordenador do cao, que levou ao gecep e que, juntos, levaram ao Dr. Domingos. Quando fiquei sabendo disso, fiquei possessa, indignada mesmo e resolvi, pessoalmente, ir até a corregedoria da polícia civil e contar tudo ao Dr. Domingos. Ele me recebeu muitíssimo bem, me agradeceu muito, mas foi só eu sair de lá e ele ligou para nosso colega Arnaldo Hossepian, dizendo que o gabinete do PGJ tinha Investigado a corregedoria. Foi o que precisou para criarem uma mega crise institucional e me colocarem como a responsável por ter dado aos polícias da assessoria militar a determinação de investigação!! Assunto comprado com grande satisfação pelo Mágino, que já estava comigo entalado na garganta ( termo utilizado por um colega procurador que está na administração superior quando tentou me explicar a situação), por conta de algumas atuações minhas no gecep . Ele queria me representar na instância originária, e o Smanio, para me preservar, me afastou. Smanio me ofereceu um lugar no setor de recursos especiais, o que aceitei inicialmente, mas depois desisti e resolvi voltar para meu cargo. Isso aconteceu já faz um tempo, bem antes de eu sair de férias, mas já havia um zum zum na carreira e, ontem, tudo veio à tona pela imprensa. Foi isso. Meu erro : não levei a informação anônima ao De. Smanio, pedi antes à assessoria militar para que checassem APENAS a veracidade da informação para levá-la diretamente ao Dr. Domingos. Eu não levei, outros assessores que estavam acompanhando comigo o processo também não levaram. Minha grande desolação: não fui defendida publicamente pela minha instituição, mesmo tendo recebido de forma privada pedidos de sinceras desculpas pelo rumo da história. . E hoje os fatos estão sendo difundidos de forma distorcida, havendo já quem diga em rede social que o promotor afastado determinou a colocação de grampo ilegal na correge! Por isso, fiz questão absoluta de dar uma satisfação, mas apenas aos colegas que me importam de verdade. Abraços a todos.