Dois anjos em sua vida – Com a ajuda da internet, jovem reencontra bombeiros 20 anos após acidente 16

Com a ajuda da internet, jovem reencontra bombeiros 20 anos após acidente

Santista teve corpo queimado com óleo quente e sonhava em agradecer pessoalmente aos “anjos” que lhe salvaram

CAROLINA IGLESIAS
MATHEUS MÜLLER
A TRIBUNA DE SANTOS
05/07/2017 – 18:01 – Atualizado em 05/07/2017 – 18:19
Isabela permaneceu internada por três meses
após acidente (Foto: Arquivo Pessoal)

O poder da internet possibilitou que uma santista de 21 anos reencontrasse nesta quarta-feira (5) dois anjos em sua vida. Filha de ambulantes, Isabela Quevedo sofreu um acidente quando tinha pouco mais de 2 anos. A jovem brincava no carrinho de pastel dos pais, na Avenida dos Bancários, na Ponta da Praia, em Santos, quando, durante a troca do óleo do tacho, acabou sofrendo queimaduras em diversas partes do corpo. Dois bombeiros, que estavam em um orelhão, em frente ao carrinho, viram o momento em que tudo aconteceu e prontamente a socorreram. Hoje, a jovem que ficou três meses internada teve a chance de poder agradecer pessoalmente aos heróis que salvaram a sua vida.

A ideia de reencontrar os dois bombeiros surgiu após uma visita da jovem à casa de uma prima, em Santos. A santista, que há pouco mais de um ano reside em Campo Grande (MS), conta que sempre pensou em procurá-los, mas nunca imaginou que pudesse encontrá-los tão facilmente. Por isso, nunca havia enxergado na internet a possibilidade de contar sua história.

“Eu era muito pequena quando tudo aconteceu e não me lembro de nada. Meus pais falam que ficaram desesperados. A gente morava na Avenida dos Bancários e, naquele dia, eu entrei embaixo do carrinho. Só que, durante a troca do óleo, o recipiente se rompeu e abriu um buraco, que fez com o que o óleo caísse em mim. Desesperada, minha mãe tirou minha camiseta e também acabou se queimando. Por sorte, esses dois anjos estavam ali e puderam me salvar”.

Segundo Isabela, como o carrinho de pastel ficava em frente ao imóvel onde seus pais residiam, os bombeiros a levaram para o apartamento, onde lhe garantiram os primeiros socorros. “Eles me enrolaram em um lençol e me colocaram debaixo d’água. De lá, me encaminharam à Santa Casa, onde fiquei internada por três meses”.

Na ocasião, os pais da jovem se desencontraram dos bombeiros e acabaram não conseguindo agradecer por terem socorrido a garota. Somente nesta terça-feira (4), após vir a Santos para visitar uma prima, a jovem decidiu compartilhar na internet sua história. Ela só não esperava que com a repercussão do caso pudesse, pessoalmente, reencontrar os dois bombeiros.

“Eu sempre quis poder dizer obrigado aos dois e agora pude realizar esse sonho. Eles salvaram a minha vida e por isso sou muito grata a eles. Sempre disse aos meus pais que eles não deveriam se sentir culpados pelo que aconteceu comigo, foi uma fatalidade”, comenta a jovem que, mesmo sendo vaidosa, nunca se importou com as cicatrizes deixadas pelo acidente. “Eu nunca me importei com as cicatrizes que carrego até hoje, mas quem me salvou, carrego comigo todos os dias, desde que entendi o que houve”.

Rodrigo Carlos Francisco (à esq), Isabela Quevedo e George Gaiato, durante o reencontro nesta tarde

Dever cumprido

Os dois bombeiros que estavam no orelhão eram Rodrigo Carlos Francisco, hoje aposentado, e George de Oliveira Gaiato, que ainda está na ativa e atua no Posto 1, em Santos. Apesar de fazer 20 anos da ocorrência, ambos guardam o momento na memória e relembram de toda a ação.

“Estávamos em deslocamento, quando recebemos um chamado via rádio para fazer um atendimento por telefone para a central e parei para ligar. Nisso, do outro lado da rua vi a mãe desesperada com a menina queimada no colo. Corremos, pegamos a criança, entramos no apartamento para dar um banho e hidratá-la. Também a colocamos em um lençol molhado para depois levá-la ao Hospital Santa Casa”, diz Gaiato.

O parceiro de Gaiato, Francisco lembra de ter corrido pela casa a procura de um lenço de algodão, no qual a menina foi enrolada, enquanto o companheiro estava com Isabela debaixo do chuveiro.

“Jamais esquecemos disso. Ficamos felizes pelo reconhecimento. Estamos preparados para a ocorrência, mas o reconhecimento é algo diferente”, comenta emocionado.

Gaiato explica que ocorrência envolvendo criança é sempre diferente e essa em especial o marcou mais pelo momento que vivia. “Tenho três filhos e na época uma tinha a idade dela (Isabela)”, conta.

Exploração de jogos de azar é alvo de operação na capital e Grande São Paulo 31

Operação Jericó conta com atuação de 35 promotores de Justiça

O Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em parceria com a secretaria da Segurança Pública, por meio das corregedorias das polícias Militar e Civil, deflagrou, nesta quarta-feira (5/7), a primeira fase da Operação Jericó, que identificou o funcionamento de uma organização criminosa que atuava na Capital e Grande São Paulo, explorando casas de jogos ilegais.

 

De acordo com as investigações, feitas nos últimos dez meses, os membros da organização criminosa possuíam um estruturado e engenhoso sistema de cooptação de policiais civis e militares e, ainda, servidores públicos para obter informações e impedir que seus bingos e locais de jogos ilegais fossem fechadas.

 

Para operacionalizar esta etapa, 35 promotores de Justiça, trezentos policiais civis e militares, com apoio de mais de uma centena de viaturas, cumpriram cerca de 100 mandados de busca e apreensão e 22 mandatos de prisão temporária. Foram presos oito policiais militares, quatro policiais civis, entre eles um já da reserva, e outras dez pessoas, além da apreensão de 652 máquinas de jogos, 31 celulares, 181 CPU’s.  e uma quantidade em dinheiro ainda não contabilizada.

 

A operação, iniciada durante a madrugada, aconteceu nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Peruíbe, Oriente, praia Grande, Ribeirão Pires, Santa Cruz do Rio Pardo, Santo André, Ferraz de Vasconcelos, São Caetano do Sul e Itanhaém.

 

De acordo com o Subprocurador-Geral de Justiça de Políticas Criminais, Mário Sarrubbo, “o trabalho integrado do Gaeco e da polícia, por meio das corregedorias, propicia uma investigação com melhores resultados e, consequentemente, uma ação pena embasada em elementos mais sólidos”.

 

A operação ainda conta com a participação da Polícia Técnica, Corpo de Bombeiros e Secretarias Municipais de Segurança Pública da Capital e Região Metropolitana.

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Poder Judiciário e MP despiram um santo para cobrir outro – CDP de São Vicente interditado superlotará de presos Delegacias da região 8

Com CDP de São Vicente superlotado, cadeias anexas devem lotar

Alerta é do Sindicato dos Policiais Civis, após decisão que impede unidade prisional vicentina de receber detentos

EDUARDO BRANDÃO
05/07/2017 – 13:41 – Atualizado em 05/07/2017 – 13:41
Um novo presídio feminino está em construção no Rio Branco, em São Vicente (Foto: Carlos Nogueira/AT)

A TRIBUNA DE SANTOS

A liminar (decisão provisória) que proibiu a inclusão de suspeitos ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente deve sobrecarregar as cadeias anexas às delegacias da região. O alerta é do Sindicato dos Policiais Civis de Santos e Região (Sinpolsan). A entidade cita ainda prejuízos no trabalho de investigação criminal caso seja necessário o translado de presidiários para abrigos em outras regiões do Estado.

Devido à superlotação de até duas vezes a sua capacidade, a unidade prisional vicentina não pode mais receber presidiários. A medida atende a uma decisão tomada na semana passada pelo juiz da Vara da Fazenda Pública de São Vicente, Fabio Francisco Taborda. A regra é válida desde segunda-feira (3), quando o diretor do CDP de São Vicente, Daniel Canuto, e a Fazenda do Estado de São Paulo foram notificados.

Conforme a determinação, somente quando o CDP voltar ao número máximo de custodiados (cerca de 800 detentos acrescido de 30% dessa capacidade) será possível o ingresso de novos detentos no local. O Estado sustenta que vai recorrer.

Para o presidente do Sinpolsan, Marcio Pino, a decisão judicial pode gerar uma maior permanência de detentos em cadeias públicas e distritos policiais da região. E, assim, transferir a superlotação dos presídios para as celas anexas às delegacias. Isso porque os apenados vão aguardar nesses locais transitórios até obter uma vaga no sistema prisional paulista.

“Segurança Pública é uma engrenagem, quando falta uma peça, todo o conjunto é prejudicado”, disse Pino. A Tribuna apurou que as quatro unidades prisionais provisórias da região (distribuídas entre Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá) estão próximas de sua capacidade máxima.

Pino explica que uma opção para reduzir esse impacto é transferir o detento para unidades em outras regiões do Estado. A situação que já ocorre com presas, por falta de alas femininas específicas na região, deve desfalcar as equipes de investigação criminal. “Isso demonstra o cobertor curto da segurança pública. Puxa daqui, puxa dali e algum lado vai ficar descoberto”.

De acordo com o vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santos e membro do Conselho Penitenciário do Estado, Matheus Cury, a situação regional é similar nas demais localidades paulistas. “Não existe um CDP no Estado que não esteja superlotado. Alguns com mais que o dobro de sua capacidade, como é o caso de São Vicente”, crava.

Decisão reformada

Para o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo, decisões judiciais que barram o ingresso de detentos em unidades lotadas forçam o Estado a providenciar uma solução para o impasse. “É um problema crônico, cuja dificuldade não é limitada ao apenado, mas também para o servidor que trabalha nessas unidades”, afirma.

O sindicalista sustenta que a entidades já entrou diversas vezes na justiça para barrar o ingresso de detidos nas unidades superlotadas. “Tem locais que é insustentável se colocar mais preso. São celas feitas para 12 pessoas onde 50 homens ficam confinados sem as mínimas questões de higiene ou segurança”.

Grandolfo, no entanto, pondera que esses posicionamentos são reformados (revertidos) nas instâncias superiores do judiciário. “O Tribunal de Justiça (TJ-SP) tem cassado todas as liminares que tenham esse escopo”, sustenta.

Procurada pela Reportagem, a Secretaria Estadual da Administração Penitenciária não se posicionou até o fechamento dessa edição.

Justiça impede que Centro de Detenção de São Vicente receba presos

Unidade está superlotada; são 2.121 pessoas detidas, enquanto a capacidade é para 842 detentos

SANDRO THADEU
26/06/2017 – 22:40 – Atualizado em 27/06/2017 – 10:02

Conforme dados do último dia 22 da Secretaria de Estado da Administração Pública (SAP), o estabelecimento abrigava 2.121 indivíduos. Esse número é quase o triplo da capacidade prevista (842 homens).

O magistrado definiu que a pasta só poderá permitir o ingresso de novos detentos quando conseguir voltar a manter o número máximo de custodiados no estabelecimento, acrescida de 30% (1.095 presos).

Caso a ordem judicial seja desobedecida pela SAP, ela estará sujeita a multa diária de R$ 50 mil por preso que entrar na unidade acima desse limite.

Na avaliação do magistrado, os elementos citados na ação civil pública apresentada neste mês pelo promotores de Justiça André Luiz dos Santos e Rodrigo Fernandes Dacal “evidenciam a probabilidade do direito alegado, bem como perigo de dano e ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana” no CDP de São Vicente.

Conforme os representantes do Ministério Público, as celas, com capacidade para 12 homens, abrigam mais de 40. Não há colchão para todos e muitos precisam dormir amontoados no chão. A falta de espaço compromete as condições de alimentação e a higienização dos detentos, porque a água é liberada três vezes ao dia e não há tempo hábil para as pessoas tomarem banho.

Resposta

A SAP informou que não foi citada sobre a decisão até a noite de ontem. No entanto, assim que for notificada adiantou que apresentará recurso por meio da Procuradoria Geral do Estado, tendo em vista que a não permissão de entrada de presos no CDP poderá acarretar a permanência de detentos em cadeias públicas e distritos policiais da Baixada Santista.

Operação do Ministério Público em São Paulo busca prender policiais ligados a esquema com bingos 26

Polícias de SP fazem operação para prender policiais suspeitos de acobertar bingos

Operação do Ministério Público, conduzida pelas corregedorias das polícias Civil e Militar, cumpre cerca de 20 mandados de prisão contra agentes.

As corregedorias das polícias Civil e Militar de São Paulo realizam, na manhã desta quarta-feira (5), uma operação em parceria com o Ministério Público para prender policiais suspeitos de corrupção.
De acordo com as investigações, agentes recebiam propina para acobertar o funcionamento de bingos e de outras casas de jogos ilegais, que contam com máquinas caça-níqueis, na capital paulista.
Conforme apurou o Bom Dia Brasil, a operação cumpre, ao todo, 20 mandados de prisão contra policiais civis e militares. Diversas viaturas da PM deixaram a sede da Corregedoria da corporação, no Centro da cidade, por volta das 5h, para localizar os suspeitos.
Além dos mandados de prisão, as polícias cumprem mandados de buscas e apreensão nas casas de agentes investigados e em delegacias onde eles trabalham.