A liberdade de imprensa ainda incomoda até membros do Poder Judiciário 34

 Juízes censuram e afrontam Constituição

27 Jan 2013

Nos últimos cinco anos, foram 57 casos, segundo ANJ; fórum reunirá especialistas para discutir a questão

Carolina Brígido

Apesar de a Constituição garantir o direito à livre expressão e ter abolido a censura, casos de restrições à imprensa têm ocorrido com o aval de setores do Judiciário. Levantamento da Associação Nacional de Jornais (ANJ) mostra que, em 2012, onze decisões judiciais determinaram censura à imprensa. Outros 14 casos foram registrados em 2011; 16, em 2010; dez, em 2009; e seis, em 2008.

Atento à questão, o ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto criou, em novembro do ano passado, o Fórum Nacional do Poder Judiciário e Liberdade de Imprensa no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que também presidia na ocasião. Apesar de não ter poderes para impedir a censura judicial, o grupo vai monitorar casos e discutir o assunto. Ainda não há data prevista para o início das atividades do fórum. Mas sabe-se que a ANJ terá assento. O diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, considera absurdo um juiz determinar censura prévia à imprensa:

– A censura judicial acontece em flagrante desrespeito à Constituição. Infelizmente, é um fato que vem ocorrendo com uma frequência preocupante, em geral, por parte de juízes de primeira instância, indo contra a própria decisão do STF (que revogou a Lei de Imprensa em 2009). Naquele caso, ficou muito claro que não cabe absolutamente, da parte de quem quer que seja, censura prévia. A gente espera que os juízes de instâncias inferiores passem a entender a importância da decisão do Supremo. É um absurdo que isso aconteça porque a Constituição é muito clara – protesta Pedreira.

Para ele, iniciativas como o fórum contribuem para mudar a mentalidade dos juízes. Pedreira ressalta que o evento não terá o poder de mudar as decisões judiciais, mas que a discussão do tema pode esclarecer a magistratura:

– Qualquer iniciativa que vise divulgar os princípios da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão, nos termos da nossa Constituição, é muito bem-vinda. Não basta uma decisão do Supremo para as coisas acontecerem de forma efetiva. Um debate desse tema no Judiciário é bastante positivo. A gente não imagina que o CNJ vá determinar as sentenças dos juízes porque não há esse poder: os juízes têm sua autonomia. O que a gente espera é um debate de alto nível, em que se possa deixar clara essa questão dentro do Judiciário – afirma.

Para Ayres Britto, problema tende a diminuir

Ayres Britto acredita que esse tipo de decisão judicial se tornará raro com o tempo:

– Isso tende a diminuir consideravelmente, na medida em que a decisão do Supremo e a própria compreensão do texto constitucional se tornem mais conhecidas. Isso é um problema cultural. A liberdade de imprensa ainda incomoda e há setores do Poder Judiciário, felizmente minoritários, refratários à plenitude com que a Constituição aquinhoou a liberdade de imprensa para o mais desembaraçado trânsito das informações, das ideias e das expressões artística, científica, intelectual e comunicacional – explica.

O ex-presidente do STF também frisa que o fórum não poderá reprimir juízes:

– O fórum não é de monitoramento das decisões judiciais porque nenhum juiz pode ser patrulhado. É um fórum de acompanhamento de decisões para ver até que ponto elas são compatíveis com o espírito da decisão do STF. A intenção é fazer congressos, seminários e estimular a discussão do tema nas escolas de magistrados.

Ayres Britto aprovou a criação do fórum em 13 de novembro, na última semana antes de se aposentar como ministro do STF. Ele presidia a Corte e o CNJ. O fórum vai organizar um banco de dados que permitirá identificar casos em que jornalistas são punidos pela Justiça. Será presidido por um conselheiro do CNJ e integrado por dois conselheiros e um juiz auxiliar do CNJ, um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), um representante da ANJ, um da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), um da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e dois magistrados, sendo um estadual e um federal.

 O GLOBO

Na PM parece nem haver regras em respeito a vida e segurança dos seus soldados…( Quem tem que correr atrás de suspeito são as ondas do rádio ) 39

27/01/2013-05h23

PM morre após capotar carro durante perseguição na Grande SP

MARTHA ALVES DE SÃO PAULO

Um sargento da Força Tática da Polícia Militar morreu em um acidente durante perseguição policial a suspeitos, no Jardim Cumbica, em Guarulhos, Grande São Paulo, por volta das 3h deste domingo. Outros dois policiais e um suspeito ficaram feridos.

Os militares suspeitaram de dois jovens em uma moto e deram ordem de parar. Eles não obedeceram e teve início uma perseguição que terminou em acidente na rua Sena Madureira.

Um PM perdeu o controle da direção ao passar por um declive na rua, capotou o carro e bateu contra um poste. Um dos jovens que estava na moto caiu.

Os policiais e o suspeito foram levados pelo resgate dos bombeiros ao hospital Pimentas Bonsucesso, onde o sargento morreu.

Segundo a PM, os dois suspeitos fugiram porque o motociclista é adolescente e não tem carteira de habilitação. Os dois foram levados ao 4º Distrito Policial de Guarulhos.

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A “filosofia” de terceiro mundo da PM continua mandando que viaturas saiam em desabalada carreira atrás de quaisquer “suspeitos”.

É caçada ?

Quando chegam a distância de tiro: é a bala que sai atrás do fujão!

E ainda somos obrigados a ler e ouvir que o órgão e compromissado com a vida e com os direitos humanos…

De quem?