Estranho o publicado entre outros pelo próprio jornal Flit Paralisante mostrando as faixas de apoio ao novo Delegado Diretor do DEINTER VI, demonstrando a felicidade de alguns políticos com a troca de Diretor.
Em primeiro lugar afirmo que é estranho pois políticos não devem ficar alegres ou tristes com nomeações, pois isso faz parte da rotina da Polícia Civil, tendo em vista que o Delegado de Polícia não tem a inamovibilidade. Santos não teria nenhum deputado que também pudesse se regozijar, porque somente o deputado Capez. ? A mim isso preocupa, pois sou velho e de uma época que a Polícia tinha donos e posso inclusive citar alguns, por exemplo, o ex-deputado Ary Kara José conhecido inclusive por Governador do Vale e isso foi dito pelo então secretário Michel Temer em uma solenidade em que eu me encontrava presente, depois o deputado Campos Machado que exerceu influência durante muitos anos na segurança pública.
Portanto, a faixa do deputado Capez inclusive em um prédio da secretaria da segurança causa mal estar, polícia e política nunca deveriam andar juntas, mas infelizmente não é o que ocorre. Política serve para demitir Policiais, haja vista o caso emblemático do Dr. Conde Guerra, segundo alguns quando cito o Delegado Conde Guerra o texto perde confiabilidade, mas tenho certeza que é uma minoria que acha isso e isso a mim não afeta. Mas continuando, política serve para promover Delegados, para derrubar Delegados, para dar-lhes Diretorias, Seccionais, titularidade de distritos importantes. Isso é correto? Isso é justo? Isso é moral?
Obviamente a resposta é não, pois não existe almoço grátis. Se alguém recebe um favor com certeza mais dia menos dia terá que pagá-lo e quantos terão a coragem de fazer como o Ministro Celso de Mello que quando recebeu um pedido de quem o havia indicado, para o cargo de Ministro, responde: ” NÃO SE PAGA FAVOR COM A TOGA”. Portanto, volto a repetir essa ingerência espúria causa mal estar e desconfiança.
Basta ver o ocorrido com o delegado João Roque de Mogi das Cruzes, ou com o Delegado Massilon, quero deixar claro aqui que não faço a defesa de nenhum dos dois, pois nãos os conheço, mas sim a maneira deselegante com que foram tratados e volto a dizer hoje foi com esses e com muitos outros que não vieram a público, amanha com quem será. Entendo, que isso ocorre na Polícia Civil há muitos anos, basta lembrar o caso do Dr. Abrahão José Kfoury que ao deixar a delegacia geral teve a palavra de seus pares que ninguém assumiria aquela cadeira e nem havia ainda saído do prédio quando outro Delegado assumiu o posto, portanto um dos motivos que leva a Polícia Civil a se encontrar no estado que se encontra é a vaidade de alguns, a covardia de outros e a desunião de uma maioria.
A Polícia Civil e me perdoe o Dr. Blazeck esta se tornando midiática, pois embora não seja nenhum especialista em segurança pública, burro também não sou. A última operação da Polícia Civil iniciando-se as 5:15 da tarde com um jornalista anunciando a operação e o local desde as cinco
estava fadada desde o início ao fracasso. Sempre ouvi de policias experientes, e me refiro a operacionais, que quando se quer prender marginais se faz na madrugada e se for o caso depois se chama a imprensa para mostrar o resultado de uma operação bem sucedida.
Mas se esses forem os rumos tomados pela Polícia Civil visando apenas o impacto junto a imprensa já estou preocupado, assim como me preocupa volto a afirmar a relação umbilical entre Polícia e Política. Inúmeros policiais estão insatisfeitos, ganham um salário de fome e a Assembleia Legislativa estava se preparando para trocar todos seus automóveis ao custo de alguns milhões de reais e saliente-se que alguns não tinham sequer duzentos quilômetros rodados. Por derradeiro, gostaria de saber como se sentem os deputados com base eleitoral em Santos, Mogi das Cruzes e Carapicuíba, pois não vi nenhum deles afixar faixas elogiando as trocas.
Espero que os atuais Diretores e Seccionais de Polícia que assumiram agora os cargos, deem combate real e efetivo a criminalidade a começar por máquinas caça níqueis para que não se repita aquele triste dia em que inúmeros maquineiros se reuniram na churrascaria Angélica Grill para festejar a eleição de um amigo, pois até que seja mudado exploração de máquina caça níquel é crime e tolerância é prevaricação.
João Alkimin
João Alkimin é radialista – http://www.showtimeradio.com.br/






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