João Alkimin: O QUE ESPERO DE 2013 60

O QUE ESPERO DE 2013

Espero principalmente justiça para que …

Que o Delegado Conde Guerra seja reintegrado e se faça justiça ao mesmo, que pare de sofrer e possa voltar e certamente voltará a exercer a profissão que ama, pois ninguém é Delegado por salário.

Que o Delegado Frederico também seja reintegrado e continue tirando juízes bêbados das ruas.

Que o Delegado Bibiano, que foi absolvido por inexistência do fato, seja reintegrado.

Que o Delegado Carlos, que foi demitido antes de ser denunciado, seja reintegrado.

Que o Investigador Niltinho, que se suicidou por não aguentar as pressões, descanse em paz.

Que o Investigador Ernesto, que também se suicidou por vergonha, por aos 30 anos de polícia ser demitido, também descanse em paz.

Que o Investigador Adalberto Jarro Bueno, que depois de reintegrado teve um infarto e morreu, também descanse em paz e que sua família encontre a paz.

Que o Secretário de Segurança Pública, Grella, trate a polícia civil com a dignidade e respeito que a mesma merece. E que se lembre que Secretários passam … E a Instituição permanece.

Que o Delegado Geral Doutor Blazek, seja realmente um Delegado Geral e leia na Constituição que : “A Polícia Civil dos Estados será dirigida por um Delegado de Polícia de carreira”. É sempre bom reler esse trecho.

Que o Governador Geraldo José Rodrigues Alckimin Filho, tenha sensibilidade, respeito e dignidade e pague um salário justo e decente as policias, para que seus integrantes possam no mínimo sobreviver com dignidade.

Que parem as perseguições contra os integrantes da Polícia Civil e que foram encetadas pelo ex Secretário Ferreira Pinto.

Que alguns departamentos inoperantes ou inatuantes sejam extintos.

Que não existam tantos charutos e vinhos para ficarem saboreando com o ex Secretário Ferreira Pinto e, aproveitando o momento para falar mal de desafetos, criando com isso uma situação insustentável e usando do momento para emprenhar pela orelha a quem bebia em sua companhia, acreditando que com isso se perpetuaria no poder.

Que aqueles que torturaram a Escrivã de Polícia sejam punidos, inclusive o ex Secretário que segundo informações não só sabia do fato, como viu a fita.

Que a Corregedoria da Polícia Civil, volte para o seu local natural, ou seja, para a Polícia Civil. Ou se não for possível, que também a Corregedoria da Polícia Militar vá para o Gabinete do Secretário.

Que o Poder Judiciário defina com rapidez a sorte daqueles que estão inclusive, a mais de um ano presos no presídio da polícia Civil com base em um decreto de prisão preventiva.

Que as famílias dos policiais que morreram encontrem paz.

Que as famílias dos policiais que estão presos possam reencontrar seus entes queridos.

Que daqui a pouco mais de um ano tenhamos um Governador que realmente governe o Estado de São Paulo. Com respeito não só a população como um todo, mas especialmente não tenha ódio da Polícia Civil.

Que aqueles chamados da “banda podre” em que por sinal a Revista Veja deu-me o título de “porta voz”, provem que foram vítimas de uma ignominiosa perseguição.

Que aqueles que deflagraram essa perseguição paguem nas barras dos Tribunais.

No mais, desejo a todos um feliz 2013 com muita paz, muita saúde e se possível um pouco de dinheiro.

Termina um ano em que amigos nos abandonaram, amigos ficaram pelo caminho, brigamos com alguns e nos reconciliamos. Espero para 2013 uma Polícia Civil unida e coesa em prol do bem comum, não só defesa da sociedade, como seu engrandecimento e fortalecimento.

Á você Delegado Conde Guerra, desejo e tenho certeza que será reintegrado e receberá todos os atrasados, inclusive para que sua família não sofra como sofreu com a invasão de sua casa.

Espero que o Flit Paralisante e o Vejo São José continuem crescendo cada vez mais, pois, se nesses anos o acesso foi uma coisa absurda, em 2013 será muito mais.

De minha parte, continuarei escrevendo aqui e no Vejo enquanto me for permitido. E continuarei também com nosso programa de rádio apesar dos ataques cibernéticos, enquanto existir o que falar e a quem mereça ser defendido.

Um feliz 2013 a todos, meus respeitos e um grande abraço.

Obrigado a todos que leram o que escrevi em 2012.

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João Alkimin

João Alkimin é radialista – http://www.showtimeradio.com.br/

Antonio Ferreira Pinto foi o melhor secretário de Segurança Pública que São Paulo já teve 141

28/12/2012-06h30

Crime organizado partiu para o ‘tudo ou nada’, diz Telhada

FREDERICO VASCONCELOS DE SÃO PAULO

O coronel reformado da PM Paulo Telhada, 51, eleito vereador pelo PSDB com a quinta maior votação de São Paulo, teme que a facção criminosa PCC vire uma espécie de Farc, grupo guerrilheiro terrorista que atua na Colômbia.

Em 2009, ele foi nomeado comandante da Rota (grupamento de ações ostensivas da Polícia Militar) pelo ex-secretário Antonio Ferreira Pinto.

Para ele, a troca de comando na Secretaria da Segurança Pública –Fernando Grella Vieira assumiu em novembro– “vai prejudicar muito” o combate ao crime organizado.

Folha – Como o sr. avalia a votação que recebeu?

Paulo Telhada – Uma grande e grata surpresa. Nunca havia me candidatado. Havia me preparado para 50 mil votos. Quando recebi 89 mil, fiquei apavorado… Aumenta muito a responsabilidade.

Qual é o perfil do seu eleitor?

Muitas pessoas idosas me ligaram. Jovens que também me acompanham prometeram o seu primeiro voto.

Qual foi a influência da corporação militar na votação?

Foi 90%. As pessoas votaram em mim não porque sou o Telhada, mas porque sou o coronel Telhada, que estava comandando a Rota.

Como será sua atuação na Câmara Municipal, uma vez que a segurança pública é competência do governo estadual?

Pretendo trabalhar com a Guarda Civil Metropolitana, procurar a melhoria salarial, aumentar o efetivo.

Eduardo Knapp/Folhapress
Paulo Telhada, eleito vereador pelo PSDB, tem 36 mortes no currículo e diz sofrer ameaças contantes
Paulo Telhada, eleito vereador pelo PSDB, tem 36 mortes no currículo e diz sofrer ameaças contantes

Como viu a mudança no comando da Segurança Pública?

Com tristeza. Antonio Ferreira Pinto foi o melhor secretário de Segurança Pública que São Paulo já teve. Antes de eu assumir a Rota, em 2009, qual era o combate ao crime organizado? A saída dele vai prejudicar muito o combate ao crime organizado.

A polícia está perdendo a guerra contra o crime?

A polícia nunca perde a guerra contra o crime. O crime joga sujo e a polícia é obrigada a jogar dentro da lei.

Como o sr. avalia os assassinatos de PMs e pessoas comuns?

Entendo a morte de mais de cem policiais como uma retaliação do crime organizado. Os líderes, quem não estava preso, morreram trocando tiros com a polícia.

Como o sr. analisa o agravamento da crise da segurança?

Em três anos, o crime organizado foi praticamente desestruturado. [Eles] Partiram para o tudo ou nada. Começaram a atacar PMs de folga, aposentados. O bandido é covarde. Não ataca o policial na viatura. Tenho medo que o PCC vire um partido político, uma Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia].

A população aprova a Rota?

A população adora a PM, adora a Rota. É unanimidade.

Qual a diferença entre a Rota de Maluf e a Rota de Alckmin?

Não existe Rota de Maluf. Como é um cara muito esperto, prega que a Rota é criação dele. Não é verdade. A Rota é muito mais minha, que fui comandante da Rota, ele não.

Ferreira Pinto disse que a Rota de Maluf era mais sangrenta…

Eu vejo a polícia [hoje] muito mais preparada. A Rota da época do Maluf vivia noutro mundo. Muita coisa mudou.

Como o sr. avalia o episódio que levou o repórter André Caramante, da Folha, a deixar o país, sob ameaças? A integridade física dele o preocupa?

Não, não. Ele é responsável pelo que faz. Eu é que sou ameaçado de morte todo dia.

Fui criticado em todos os jornais, na internet: “Repórter ameaçado pelo coronel”. É uma grande mentira. Eu sou [chamado de] nazista, fascista. Estou sofrendo um patrulhamento ideológico terrível. Falam aí que tenho 36 mortes, quero saber onde arrumaram esse número. É mentira.

E o sr. tem quantas mortes?

Não sei, eu nunca contei. Não faço essa conta. Aconteceu, estou vivo, graças a Deus. Eu, que passei a vida combatendo o crime, sou chamado de criminoso. Estou respondendo inquérito policial.

Sete juízes foram aposentados pelo CNJ em 2012 por suspeita de fraudes – Aposentadoria é punição máxima 39

Enviado em 28/12/2012 as 7:27 – ESCRILUDIDA

Sete juízes foram aposentados pelo CNJ em 2012 por suspeita de fraudes Aposentadoria é punição máxima; outros 4 foram removidos ou censurados.

Atualmente, há 26 processos abertos no CNJ para investigar magistrados.

Mariana Oliveira Do G1, em Brasília

Durante o ano de 2012, sete juízes suspeitos de irregularidades como venda de sentenças e favorecimento indevido foram aposentados compulsoriamente após processos abertos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), segundo balanço obtido pelo G1. A aposentadoria compulsória, quando o juiz perde o cargo e continua recebendo uma parte de seu salário, é a punição máxima permitida para magistrados na esfera administrativa. Caso haja processo judicial, o juiz pode ser exonerado e perder o cargo ou ter a aposentadoria cassada. O ideal seria que fosse zero [o número de magistrados envolvidos com irregularidades], mas para isso teríamos que ter anjos no lugar de juízes. Juiz é ser humano, e o ser humano sempre vai errar” Nelson Calandra, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) Outros dois juízes foram punidos em 2012 pelo plenário do CNJ com remoção compulsória (quando o juiz é transferido para outro local) e dois com censura. Além desses 11 punidos, outros seis magistrados foram afastados preventivamente de suas funções em 2012 em razão da abertura de investigações após suspeitas de irregularidades – dois do Rio Grande do Norte, dois de Tocantins, um do Piauí e um do Ceará. Atualmente, há 26 processos administrativos (PADs) abertos na Corregedoria do CNJ para investigar juízes, num universo de pouco mais de 20 mil juízes no país – segundo dados da publicação “Justiça em Números”. Ao todo, entraram no conselho 7.797 processos, relacionados a pedidos de providências, de sindicâncias, representações, entre outros. Para o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, o número de magistrados aposentados compulsoriamente é baixo considerando a quantidade de juízes no Brasil. “[A quantidade ] é infinitamente pequena considerando o tamanho do Brasil, com mais de 20 milhões de casos julgados durante o ano. Não há número expressivo de magistrados com conduta irregular, até porque a magistratura não é concebida nem engendrada para dar errado. O concurso é dificílimo, se exige de um juiz mais do que ficha limpa, coração para magistratura. É muito raro termos caso de corrupção envolvendo magistrados”, disse Calandra. Para ele, a pena de aposentadoria compulsória não é “branda”. “Para nós, juízes, a expulsão da carreira por aposentadoria compulsória é uma etapa de outro processo, o judicial por perda do cargo e cassação da aposentadoria. Eu acho que isso é extremamente degradante, pena violentíssima.” Segundo o presidente da AMB, é difícil atingir o “ideal” de “zero” magistrados envolvidos com irregularidades. “O ideal seria que fosse zero, mas para isso teríamos que ter anjos no lugar de juízes. Juiz é ser humano, e o ser humano sempre vai errar.” Nelson Calandra destacou que o CNJ tem feito um bom papel, além da atuação das corregedorias, e tem mostrado que “não há caixa preta” no Judiciário. saiba mais • 71% das ações que tramitaram em 2011 não foram julgadas, aponta CNJ Casos concretos Entre os casos de aposentadoria compulsória está o de uma desembargadora do Tribunal de Justiça de Tocantins, suspeita de integrar um esquema de venda de sentenças judiciais e de se aproveitar de pagamentos de precatórios (dívidas públicas resultantes de processos judiciais). Outro desembargador, Edgard Antônio Lippmann Júnior, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), também foi acusado de integrar um esquema de venda de sentenças em 2003. Segundo o CNJ, ele vendeu uma liminar que possibilitou a reabertura de uma casa de bingo no Paraná em troca de vantagens financeiras.

Em nota divulgada à época, o desembargador argumentou que as acusações foram baseadas em delações premiadas e boatos e que a movimentação financeira considerada irregular ocorreu devido a negociações imobiliárias. No Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o desembargador Roberto Wider foi aposentado após ser acusado de favorecer um lobista. Entre as irregularidades estavam a nomeação para cartórios, sem concurso, de advogados que atuavam em escritório do lobista, além de ter oferecido suposta blindagem a candidatos em eleições. Wider negou todas as acusações.

No Amazonas, uma juíza de Coari foi transferida de sua vara após ser acusada de favorecer um ex-prefeito da cidade. Segundo o processo, a magistrada Ana Paula Medeiros Braga foi flagrada em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal e autorizadas pela Justiça na Operação Vorax, em 2008, pedindo favores como emprego para o namorado, passagens aéreas e até um camarote para o carnaval do Rio de Janeiro, em troca de decisões judiciais favoráveis. Na defesa apresentada, a magistrada negou que tenha pedido privilégios e afirmou que as gravações indicavam apenas que ela mantinha uma relação social com as autoridades locais.

http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/12/sete-juizes-foram-aposentados-pelo-cnj-em-2012-por-suspeita-de-fraudes.html

Começa a Operação Verão – Quase 3 mil policiais reforçam segurança da Baixada Santista e Litoral Norte a partir desta sexta-feira 43

operaçãoveraõOperação Verão

Quase 3 mil policiais reforçam segurança a partir desta sexta-feira

De A Tribuna On-line

A partir de sexta-feira, quase 3 mil policiais reforçarão a segurança nas ruas e delegacias da Baixada Santista e Litoral Norte, quando tem início a Operação Verão 2012/2013. Lançada oficialmente pelo governador Geraldo Alckmin, na semana passada, o esquema especial de policiamento segue em vigor até o dia 13 de fevereiro.
Ao todo, 2.748 policiais serão deslocados de seus batalhões pela Secretaria de Segurança Pública para reforçar as polícias Militar, Civil, Técnico-Científica dos 15 municípios onde a Operação Verão será implementada — neste número estão inclusos os policiais rodoviários e os homens que atuarão nos comando especializados, entre eles, Bombeiros, Choque e Corregedoria.
Além disso, 415 guardas-vidas temporários atuarão nas cidades do Litoral Paulista até o dia 31 de março. Cinco helicópteros Águia também estarão à disposição da PM, assim como 64 motocicletas e 84 carros equipados com tablets com acesso ao banco de dados.
Apesar de as praias serem o foco principal do policiamento, o Comando de Policiamento do Interior-6 (CPI-6) afirma que as vias que dão acesso à orla, bairros e comércios também fazem parte do esquema de segurança montado pela PM, que realizará, além do policiamento, operações de fiscalização, como blitz, para inibir a ação de criminosos.
Dicas Apesar do reforço no policiamento, o tenente Elisiário Neto explica que é importante que a população fique atenta às dicas de segurança da Polícia Militar. “Cumprir algumas normas pode evitar ocorrências. Ficar de olho nas crianças e não carregar todos os documentos na carteira, assim como evitar objetos de valores estão entre as recomendações. Mas, caso o cidadão se sinta ameaçado ou tenha dúvidas, deve acionar a PM pelo 190. Nunca deve arriscar-se ou mesmo reagir a um assalto, por exemplo”.
Por mês, de acordo com ele, o centro de atendimento recebe entre 100 mil e 140 mil ligações de cinco municípios da Baixada, número que chega a dobrar no verão.
Polícia Civil Diferente do que aconteceu no ano passado, quando a Polícia Civil não contou com reforços, a Operação Verão deste ano contará com 475 policiais civis para auxiliar os trabalhos nas delegacias da região.
De acordo com o delegado Waldomiro Bueno, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-6), entre os policiais que serão deslocados, estão 17 investigadores, 16 escrivães e 10 delegados. Eles atuarão nas cidades de Bertioga, Guarujá, Praia Grande, São Vicente, Itanhaém e Peruíbe, municípios que, segundo ele, mais sofrem com o aumento de pessoas durante a temporada. “Os plantões também serão reforçados com a suspensão de férias e licenças-prêmio no período”, afirma.
O efetivo também vai contar com oito bicicletas e duas viaturas do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), que serão utilizadas em conjunto com o Grupo de Operações Especiais (GOE).
Neste ano, de acordo com o diretor do Deinter-6, o policiamento será reforçado nos congestionamentos. A razão é o aumento de incidentes registrados em locais de muito trânsito. “Agiremos para coibir a ação de criminosos nesses locais”. Bueno diz que, aos finais de semana, homens do Deic e Denarc já reforçam esses pontos e o procedimento deve continuar durante a temporada.
Praias As praias de Santos também são alvo de fiscalização. Elas são vigiadas por 43 câmeras de vigilância, acompanhadas 24 horas por dia pelo Sistema Integrado de Monitoramento (SIM).

Comandante quer saber o que a população pensa da PM; para isso será aberta licitação para uma empresa realizar uma pesquisa inédita de opinião 62

 Levantamento inédito deve ocorrer ainda no primeiro trimestre de 2013.

Coronel Benedito Meira completou um mês à frente da corporação em SP.

Kleber Tomaz Do G1 São Paulo

 Um mês após ser anunciado pelo governo de São Paulo como o novo comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Benedito Roberto Meira afirmou que dará seguimento a um projeto de seus antecessores para saber o que a população pensa sobre a corporação. Para isso, deve ser aberta licitação para uma empresa realizar uma pesquisa inédita de opinião em todo o estado até o primeiro trimestre de 2013. “Será importante e é necessário saber o que a população pensa, o que imagina e o que quer da PM”, afirmou o coronel Benedito Meira em entrevista ao G1 na quarta-feira (26) na capital paulista. “A partir do resultado dessa pesquisa, o comando poderá traçar novas maneiras de agir, ações e futuros investimentos”. O chefe da corporação, que assumiu o posto de comandante no lugar de Roberval França, em meio a uma onda de violência com recordes de assassinatos, quer combater, por exemplo, a truculência nas abordagens e revistas feitas por seus subordinados. “Às vezes escuto que a PM age com truculência e violência. Isso tem de mudar. No meu comando, as abordagens vão aumentar, mas elas deverão ser feitas com critérios, e com educação”, disse Meira. “Tenho informações de pessoas que reclamam da forma como são tratadas pela polícia”. saiba mais Ação em Paraisópolis faz um mês e SP registra queda em mortes de PMs Chefes das polícias de SP tomam posse e Alckmin anuncia reforços O Ministério Público apura a suspeita de que parte dos homicídios cometidos neste ano tenha sido resultado de ‘guerra’ entre criminosos e policiais militares. No início deste mês, a PM informou que a sua Corregedoria abriu cerca de 350 inquéritos para apurar a participação de policiais em assassinatos. Vinte e um agentes chegaram a ser presos em flagrante por esse tipo de crime. Os  dados mais recentes indicam ainda que 324 agentes foram demitidos em 2012 por causa de irregularidades. Para o coronel, a onda de violência pode ter influenciado negativamente na visão que a população estaria tendo da PM. “Uma conduta ilegal de um policial não representa a maioria dos policiais, mas a mudança de postura é fundamental para a imagem da instituição”. De acordo com o comandante da PM, os policiais passarão por atualizações sobre qual o procedimento correto numa abordagem. “O PM tem de saber o papel dele nesse momento, mas o cidadão também precisa saber onde vão seus deveres”, disse Meira. “O procedimento da PM de abordar suspeitos será mantido, o que tem de mudar é o tratamento.” Segundo Meira, saber o que o cidadão pensa da PM é necessário. “Nos anos 90, eu era comandante de uma companhia de Bauru. Uma pesquisa de opinião naquela região apontou, por exemplo, a necessidade da implantação de uma base comunitária num bairro. Ou seja, a pesquisa ajudou a descobrirmos essa necessidade”, comentou o comandante

Esquema de gravações telefônicas clandestinas montado pela PM vem grampeando sistematicamente os telefones de Alkimin 26

Os selvagens e o jornalismo
Houve época em que as ameaças aos jornalistas vinham de regiões longínquas, com conflitos de terras, guerras entre grupos econômicos, coronelismo em pleno funcionamento, e atingiam especialmente profissionais de pequenos veículos, sem condições (ou vontade) de dar-lhes cobertura. O Brasil está mudando para pior: agora, as ameaças aos jornalistas são feitas, impunemente, nos Estados mais desenvolvidos, e atingem profissionais de veículos da maior importância. Houve pressões diversas que levaram o jornalista Fábio Pannunzio, da Rede Bandeirantes, a desistir de seu blog, e o jornalista André Caramante, da Folha de S.Paulo, a precisar se esconder, sob risco de vida.
E as pressões chegam ao rico Paraná – mais do que ao Paraná, à capital, Curitiba. O jornalista Mauri König, 46 anos, 22 de profissão, trabalha na Gazeta do Povo, um jornal grande, e é diretor de uma grande entidade, a Abraji, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Vem recebendo ameaças de morte, extensivas à sua família. Foi obrigado a esconder-se, sob proteção de escolta particular. Há quem diga que deixou o país temporariamente, para proteger-se até o caso ser esclarecido. Pior: tudo indica que König esteja sendo ameaçado por quem teria a missão de protegê-lo, policiais.
Aparentemente, os problemas de König começaram quando fez reportagens, em maio último, sobre uso irregular de carros da Polícia por delegados. Carro público era utilizado para fins particulares – até mesmo para visitas a bordéis. A série chamava-se “Polícia fora da lei”.
Num dos telefonemas dados a König, um anônimo afirmou ser policial militar e disse que ouviu de colegas que cinco PMs do Rio tinham ido a Curitiba para metralhá-lo. O Gaeco, Grupo de Ação contra o Crime Organizado, do Ministério Público, abriu investigação sobre o caso. Agora é esperar que os criminosos sejam identificados e presos, para que König possa voltar a trabalhar – e para que o público volte a ter as informações que merece e pelas quais paga.
Risco permanente
Em São José dos Campos, SP, o radialista João Alkimin, que move campanha para banir da cidade as máquinas caça-níqueis (que ele vê, que todos veem, mas que muitas vezes os policiais têm dificuldade de ver) já sofreu dois atentados a bala. No último, a ação foi filmada por câmeras de segurança na rua. Mas a Polícia não consegue agir porque, apesar da gravação, alega falta de informações.
E a coisa não para nos atentados: há fortes indícios de que o esquema de gravações telefônicas clandestinas montado pela PM em Presidente Prudente, SP, vem grampeando sistematicamente os telefones de Alkimin. Foi ele que pediu a abertura de inquérito sobre a grampolândia, apresentando nomes de desembargadores, jornalistas e policiais que também estariam tendo seu sigilo telefônico violado de maneira ilegal. A investigação está sendo iniciada.
Alkimin tem um azar na vida: é primo do governador paulista Geraldo Alckmin, do PSDB, e ambos não se bicam. Mas qual o problema? A imprensa em geral, sempre que toca no tema, passa rapidamente pela questão dos atentados e do funcionamento dos caça-níqueis e prefere se concentrar em profundas pesquisas para tentar demonstrar que o governador e o radialista não são primos. São – e se não fossem, isso modificaria em alguma coisa a reportagem que não é feita?

Por Carlos Brickmann em 24/12/2012 na edição 726