O lugar da Rota, em 2012, é na urna. 26

21/07/2012- 03h30

A Rota na urna

SÃO PAULO – Segurança pública é, historicamente, um dos principais fatores de preocupação do eleitor de São Paulo. De uns anos para cá, a sensação de que os indicadores de violência melhoravam e o Estado estava punindo os desvios das polícias se disseminou e a saúde ficou bem à frente no rol de queixas.

Eis que, às vésperas das eleições municipais, uma série de notícias ruins na área de segurança traz o tema de volta ao centro das atenções.

O retrospecto recente da gestão Geraldo Alckmin inclui confronto entre policiais militares e estudantes na USP, a reintegração de posse na área do Pinheirinho, em São José dos Campos, alta na taxa de homicídios, ocupação policial na cracolândia, os recentes confrontos entre policiais e traficantes suspeitos de integrar a facção criminosa PCC e, agora, o assassinato, por PMs, de um empresário que não parou numa blitz.

Embora os episódios tenham suas peculiaridades e se possa discutir as razões do Estado em cada um deles, na campanha eles inevitavelmente serão tratados como um pacote.

Os candidatos a prefeito buscam distância desse vespeiro, sob o argumento de que segurança não é atribuição da administração municipal.

Não é só isso. José Serra quer evitar cobranças pela atuação do secretário da Segurança, Antonio Ferreira Pinto, auxiliar seu que Alckmin manteve. Fernando Haddad tem sido tímido nas críticas, talvez para evitar ser questionado pelo fato de ter Paulo Maluf -autor dos bordões “lugar da Rota é na rua” e “bandido bom é bandido morto”- em seu palanque.

Mas tantos casos polêmicos que se sucedem e a novidade de uma estridente “chapa da bala” de candidatos a vereador, em que pontificam o ex-chefe da Rota Paulo Telhada (PSDB) e o ex-comandante da PM Álvaro Camilo, inevitavelmente levarão a velha discussão entre repressão à violência e punição de abusos da polícia para o debate eleitoral.

Queiram ou não os prefeituráveis, o lugar da Rota, em 2012, é na urna.

Eduardo Knapp/FolhapressVera Magalhães é editora do Painel. Na Folha desde 1997, já foi repórter do Painel em Brasília, editora do caderno ‘Poder’ e repórter especial.

 

Paulistano, proteja seus filhos: NÃO VOTE EM CORONEL PM…DIGA NÃO À BANCADA DO .45 108

Uma das “pérolas” de Telhada diz sem rodeios: “que chore a mãe do bandido, porque hoje o bote é certo”.

Para Rodolfo Valente, militante do movimento social Rede Dois de Outubro, Telhada publica tais frases para angariar votos das camadas mais reacionárias da sociedade. Segundo Valente, esses comentários só fazem reforçar a política de extermínio que o PSDB delibera.

“Ele é candidato pelo partido do governador, um comandante da Rota que é capitaneado pelo governador, então isso deixa mais do que claro a política de extermínio que eles operam nas periferias”, ressalta.

Sobre o ex-chefe da Rota, o Telhada, você esperava algum tipo de ameaça depois da matéria sobre as postagens dele no Facebook? 26

ANDRÉ CARAMANTE –

A gente que trabalha nessa área de segurança pública tem os seus poréns, mas isso é uma questão que o departamento jurídico da Folha de S.Paulo já está tratando. A solidariedade que eu recebi dos companheiros de profissão também foi algo muito importante. Não é uma ameaça, não é uma violência somente contra o jornalista da Folha de S.Paulo, é uma ameaça contra a imprensa livre. Nós temos leis nesse país de imprensa livre, então, isso é uma reflexão maior do que um simples fato de um ex-comandante da Rota ter dito o que ele disse. Existe uma categoria de profissionais que lutam para levar a verdade até as pessoas. Ele atinge não só a mim, mas também a todos que trabalham com a informação. Nós temos o direito de informar as pessoas.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/brasil-de-fato-as-ameacas-contra-andre-camarante.html

Ex-chefe da Rota prega a demissão do jornalista André Caramante…( Mais um projeto de pequeno tirano incivil que poderá ser democraticamente eleito para continuar atentando contra a Democracia )…Capitão do Centro de Comunicação Social da PMESP também será processado por empregar mídias sociais para atacar a honra do jornalista; a PM não lhe ensinou o significado constitucional de “dignidade humana” 25

Emerson Massera Na PM, quando o servidor não presta, é demitido. Já na Folha, quando não presta, é contratado. Há caso de mau policial que seria demitido na PM por crime grave, mas pediu exoneração e foi trabalhar na Folha. É muito estranho como esse suposto repórter, do eixo do mal do jornalismo, é um defensor ardoroso dos bandidos. Qual é o interesse desse sujeito? O que será que ele ganha com isso?

Os últimos posts avermelhados foram grafados por Capitão Emerson Massera Ribeiro, que é um dos PMs que trabalham na Sala de Imprensa da PMESP, sendo um dos homens de confiança da chefe do Centro de Comunicação Social da PMESP Coronel PM Maria Aparecida de Carvalho Yamamoto. O Jornalista é qualificado pelo comando da PM como o “Outro Lado” .

http://legislaciones.item.org.uy/index?q=node/5446

 http://es.rsf.org/brasil-um-jornalista-da-folha-de-sao-20-07-2012,43072.html

1.

 Bom dia a todos:

 Acho incrível um Jornal com a envergadura da Folha de São Paulo, manter em seu quadro de funcionários pessoas que defendem abertamente o crime, procurando tratar criminosos como suspeitos ou civis, enquanto a população sabe… a verdade das coisas.

 Na Folha de São Paulo de hoje, no caderno Cotidiano, Folha C-3, um indivíduo chamado André Caramante, notório defensor de bandidos, publicou uma matéria diretamente usando meu nome, procurando deturpar a minha postura com relação ao que penso quanto aos crimes que ocorrem em nossa São Paulo. O referido indivíduo trata bandido como “civis”, como se fossem inocentes mortos numa guerra, esquecendo-se de que esses “civis” na realidade são bandidos que atiraram contra policiais militares…

 Me chama de “chefe” quando sabe muito bem que fui Comandante da ROTA, procurando dar a entender que a ROTA seria uma repartição ou associação …

 Disse ainda que eu prego a violência no facebook: Quem prega a violência são os criminosos que teimam em infernizar a vida da população e ainda resolvem enfrentar a PM a balas no momento da prisão.

 Quanto à figura de caveira usada gostaria de lembrar que isso é uma forma de mostrar que nós não tememos a morte e o uniforme usado, Sr. Caramante, não é da ROTA (Vejo que nem isso você sabe…).

 Critica ainda o fato de eu ter ido à praia com minha esposa e ter tirado foto no local de calção, pergunto: Eu não posso ir na praia ou não posso tirar foto com minha mulher??? Da próxima vez que for a praia tirarei uma foto de terno e envio para você…

 Sinceramente, tenha dó… Em vez de ficar criticando a PM e enaltecendo os criminosos, a Folha de São Paulo deveria procurar trazer a verdade dos fatos ao povo e evitar contratar funcionários tendenciosos ou mal intencionados, que me fazem pensar: Qual será o interesse desse cidadão em defender bandidos??? O que será que tem a ganhar com isso???

 Já que o Sr, André Caramante é meu seguidor no Facebook e gosta de saber da minha vida, não posso deixar de agradecer por estar divulgando a minha campanha para vereador por São Paulo e solicito que da próxima vez também coloque o meu número: 45190.

 Outra coisa: ainda mentiu quanto informou que meu celular estava desligado. Meus dois celulares nunca estão desligados, sempre à disposição.

 Gostaria de solicitar aos amigos que enviassem e-mails de repúdio ao referido jornal, leitor@uol.com.br ou pelo telefone 3223-1644, informando do descontentamento da população, que já sofre tanto nas mãos de criminosos, ter ainda de suportar pessoas que tem um veículo de informação tão forte nas mãos, ficar defendendo e fortalecendo esses facínoras safados a continuar agir contra o povo.

 Desculpem o desabafo. Bom dia a todos.

Emerson Massera Na PM, quando o servidor não presta, é demitido. Já na Folha, quando não presta, é contratado. Há caso de mau policial que seria demitido na PM por crime grave, mas pediu exoneração e foi trabalhar na Folha.

há ± 5 horas e 25 minutos· CurtirCurtir (desfazer)

Emerson Massera É muito estranho como esse suposto repórter, do eixo do mal do jornalismo, é um defensor ardoroso dos bandidos. Qual é o interesse desse sujeito? O que será que ele ganha com isso?

há  5 horas e 9 minutos · CurtirCurtir (desfazer)

Emerson Massera Joao Carlos Diroz, ele próprio defende pseudo músicos que fazem apologia ao crime. Esqueça, porque ele não é imparcial o suficiente para fazer uma matéria do bem.

há  5 horas e 7 minutos · CurtirCurtir (desfazer)

Jornalista André Caramante é vítima de ódio do ex-chefe da ROTA 15

“André Caramante, notório defensor de bandidos”…”Na PM, quando o servidor não presta, é demitido. Já na Folha, quando não presta, é contratado”

Um jornalista da Folha de São Paulo alvo do ódio de um antigo policial militar no Facebook

Publicado el Viernes 20 de julio de 2012.

Um artigo publicado na edição de 14 de julho de 2012 nas colunas do diário Folha de São Paulo denunciava as declarações brutais e de apologia da violência publicados na conta de Facebook do ex-comandante da polícia militar de São Paulo (a chamada Rota), Adriano Lopes Lucinda Telhada, atualmente candidato a vereador nas eleições municipais de 7 e 28 do próximo mês de outubro. Desde esse dia, o autor do artigo, André Caramante, passou a ser também ele alvo das ameaças do antigo policial e de seus seguidores. Contatado pelos familiares do jornalista, Repórteres sem Fronteiras reclama a abertura de uma investigação.

“Tendo em consideração os comentários tecidos no Facebook contra André Caramante, o candidato Adriano Lopes Lucinda Telhada deverá prestar contas perante a justiça por suas declarações. As mensagens publicadas pelo ex-policial não só maculam a reputação do jornalista, como também incitam ao ódio contra ele e colocam em risco sua integridade física. Tais comportamentos, contrários ao Estado de Direito, justificariam que a justiça examinasse a elegibilidade do coronel Adriano Telhada”, considerou Repórteres sem Fronteiras.

Comandante da Rota até novembro de 2011, Adriano Lopes Telhada concorre ao cargo de vereador da prefeitura de São Paulo pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB, centro-direita). Centrando toda sua campanha na repressão daqueles que ele trata de “vagabundos” e “bandidos”, o ex-policial publicara na sua conta Facebook, no passado dia 22 de junho, a fotografia de dois jovens negros “suspeitos”, segundo ele e sem provas, de serem os responsáveis de um ataque a uma base da polícia militar. O post já foi partilhado quase mil vezes no Facebook.

Especialista da Rota, da qual por vezes critica os abusos, André Caramante não parou de receber ameaças desde seu artigo de 14 de julho. “Quem defende bandido é bandido também! Bala nesses safados!” foi uma das invetivas dirigidas contra o jornalista e visível na conta do ex-comandante, que apelida André Caramante de “notório defensor de bandidos”. Noutra mensagem colocada no Facebook, um policial militar chamado Paulo Sérgio Ivasava Guimarães atesta todo seu apoio ao seu antigo superior com essas palavras: “Esse Caramante é mais um vagabundo. Coronel, de olho nele.”

“Esse caso é ainda mais escandaloso por coincidir com a medida de censura prévia ordenada pela justiça do estado do Espírito Santo contra o jornal digital Século Diário, obrigado a retirar três reportagens e dois editoriais críticos para com um funcionário da administração judicial. Por quê censurar publicações que assumem seu papel de contra-poder e deixar passar incólumes mensagens de ódio difundidas na internet?”, se interrogou Repórteres sem Fronteiras.

http://es.rsf.org/brasil-um-jornalista-da-folha-de-sao-20-07-2012,43072.html

 

Zagallo atuará na investigação da morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino…PMs podem ser sumariamente absolvidos 18

“Bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para morrer. Lamento, todavia, que tenha sido apenas um dos rapinantes enviado para o inferno. Fica aqui o conselho para Marcos Antônio: melhore sua mira…”

SP: MP vai acompanhar investigação da morte de publicitário

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo vai acompanhar a investigação da morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, ocorrida na noite de quarta-feira durante uma abordagem da Polícia Militar (PM) no Alto Pinheiros.

A Procuradoria-Geral de Justiça designou, nesta sexta-feira, o promotor Rogério Leão Zagallo, do Tribunal do Júri do Fórum de Pinheiros, para atuar em um eventual processo criminal sobre o caso.

Também nesta sexta-feira, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, manifestou desejo de que o Ministério Público acompanhasse a investigação. “Os policiais já estão presos, já foi aberto todo o processo investigatório e vamos solicitar ao Ministério Público que acompanhe todas essas apurações, toda a orientação da secretária de Segurança Pública e do comando da PM”, afirmou.

Aquino, que tinha 39 anos, foi assassinado depois de uma tentativa de abordagem da PM. Segundo a versão dos policiais, o publicitário fugiu de uma blitz, iniciando uma perseguição. De acordo com o relato dos agentes, os disparos foram efetuados após eles visualizarem um objeto preto na mão da vítima que pensaram se tratar de uma arma. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.

A SEGURANÇA PÚBLICA ESTÁ NAS MÃOS DE UM BIPOLAR…ANTONIO FERREIRA PINTO FAZ QUALQUER COISA PARA SE MANTER NO CARGO… ( Será que ele nunca soube que faz muitos anos que não há pessoal para guarnição com 4 Pms… Hehe, 4 policiais é uma Delegacia inteirinha! ) 40

Major responsável por equipe que matou empresário será punido Oficial permitiu que equipe fosse formada apenas por cabo e soldados.

Secretário da Segurança diz que vai apurar responsabilidade dele. Do G1 SP

O secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, disse nesta sexta-feira (20) que vai punir o oficial responsável pela equipe de policiais envolvida na abordagem que resultou na morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, na noite de quarta-feira (18).

“Nós estamos punindo o major que permitiu que a guarnição fosse composta apenas por um cabo e dois soldados. Ele vai ser punido e nós vamos apreciar até onde foi a responsabilidade dele”, afirmou Ferreira Pinto. Pinto disse também que considera errada a postura do policial militar que pediu desculpas à família de Aquino.

“A questão de desculpa eu acho que ela chega até a ser ridícula, bisonha, né? A família fica até mais indignada, porque parece até uma certa insensibilidade, né?

Isso foi um erro.

Na minha avaliação foi um erro. Se eu fosse consultado, diria que a gente devia respeitar a dor e o silêncio da família”, disse o secretário.

Os parentes, porém, mostraram-se receptivos e gratos pela presença do policial.

Horas após o empresário ter sido morto, o tenente da PM Gilberto Evangelista procurou a família da vítima para prestar condolências.

A conversa foi gravada e divulgada pelos parentes.

Durante conversa com os familiares, o oficial disse que a corporação “está interessada em mudar os seus caminhos”.

A questão de desculpa eu acho que ela chega até a ser ridícula, bisonha, né? A família fica até mais indignada, porque parece até uma certa insensibilidade, né? Isso foi um erro. Na minha avaliação foi um erro, se eu fosse consultado, diria que a gente devia respeitar a dor e o silêncio da família” Antonio Ferreira Pinto, secretário de Segurança Pública “

Eu não estou aqui na minha função. Minha função não é essa. Eu que me dispus a vir aqui pessoalmente”, afirmou o tenente Evangelista.

“Eu vim aqui porque eu acho que a pessoa merece essa demonstração de que a Polícia Militar está interessada em mudar os seus caminhos, que está interessada em fazer de um jeito melhor e que isso não aconteça mais.”

Alguns dos parentes aproveitaram para desabafar e criticar a ação dos PMs.

“Era um casal jovem, planejando ter um filho. Uma vida inteira pela frente e vocês acabaram com isso”, disse uma familiar.

Ferreira Pinto concordou, porém, que os policiais que atiraram no empresário agiram de forma reprovável.

“Erraram, erraram totalmente no momento em que atiraram, quando eles tinham muito mais condições, pela desproporção numérica, de abordar o rapaz e fazer com que saísse do veículo.”

Os três PMs da Força Tática foram autuados em flagrante por homicídio doloso e levados para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte. A polícia aguarda a divulgação dos laudos da perícia para saber de quais armas saíram os disparos. Alckmin lamenta Em nota, o governador Geraldo Alckmin lamentou na quinta-feira (19) tanto a morte do empresário na capital quanto a de um jovem que foi baleado e morto por policiais em Santos, no litoral.

“Lamento, em nome do Estado, as mortes trágicas e injustificadas do publicitário Ricardo Prudente de Aquino e do estudante Bruno Vicente de Gouveia e Viana. A perda de vidas não pode ser reparada, mas nossa obrigação é apurar detalhadamente os ocorridos e punir com rigor os responsáveis”, disse Alckmin.

Maconha

A mãe do empresário afirmou durante o enterro do filho, nesta sexta (20), que a maconha que a Polícia Militar disse ter encontrado no carro dele “foi plantada”. Segundo a corporação, havia 50 gramas da droga no veículo.

“Você sabe que é plantada. Ele era um mergulhador”, afirmou Carmem, ao ser questionada se Aquino era o dono da droga. Após as críticas da família, a PM divulgou nota na qual afirma que investiga o caso. “A Polícia Militar, através de sua Corregedoria, apoia a Polícia Civil e auxilia na investigação do caso. Não corroboramos com qualquer tipo de infração ou irregularidade praticada por nosso efetivo.”

O delegado Dejair Rodrigues, da Seccional Oeste, afirmou que o inquérito irá investigar como a droga foi parar dentro do carro e se o celular entregue à família pertencia mesmo ao empresário. “Pressupõe-se que o policial militar fale a verdade, mas o inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias do crime, porque a autoria já está esclarecida”, disse.

Rodrigues informou que a polícia busca eventuais testemunhas da abordagem e do percurso percorrido pelo carro do empresário durante a perseguição policial. A Polícia Civil investigará também a suspeita de que o telefone entregue à família não pertencia ao empresário.

Sepultamento

Muito emocionada durante o enterro que foi realizado nesta manhã no Cemitério Gethsemani, no Morumbi, na Zona Sul, Carmem fez um apelo por justiça e disse que pretende mobilizar imprensa e amigos por mais segurança.

Pouco antes do sepultamento, amigos e familiares fixaram no chão do cemitério pequenas bandeirolas com mensagens escritas durante o velório.

Fincadas na terra com a ajuda de um palito, elas foram dispostas na forma de um grande coração.

As mensagens foram jogadas posteriormente sobre o caixão. Os familiares também criticaram o poder público. “Você fazendo esta justiça, você pode corrigir os vários erros administrativos existentes. Não se pode ter alguém incompetente numa administração tão alta, onde eles põem pessoas que não estão em nível da obrigação que lhes compete. Colocaram gente que não está com preparo. Vem desde lá de cima”, afirmou o pai.

Os dois soldados e um cabo da PM que participaram da tentativa de abordagem e perseguição que terminou com a morte de Aquino foram detidos.

Segundo a PM, o empresário teria fugido de uma abordagem policial.

Para Renato, que se identificou como irmão do empresário, é preciso “dar um basta” à violência.

“Chega dessa barbárie. Ele foi brutalmente assassinado. Tem que dar um basta. Não foi em vão que ele morreu. Forçar a autoridade a fazer alguma coisa, por gente competente na rua”, declarou.

A operação

De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais militares observaram que o veículo do empresário, um Ford Fiesta, trafegava em alta velocidade e começaram uma perseguição. Outros carros e motos da PM fizeram o reforço.

Ao chegar à Avenida das Corujas, no Alto de Pinheiros, Fiesta foi fechado um carro da polícia. Sem que o motorista reagisse, os PMs atiraram. Um disparo atingiu a têmpora do publicitário. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Segundo a Polícia Civil, os disparos foram dados a curta distância.

Polícia

O subcomandante geral da PM, coronel Hudson Camilli, disse nesta quinta-feira (19) que a ação dos policiais foi “tecnicamente correta”, porém sem “justificativa legal”. De acordo com ele, a fuga do empresário no momento da abordagem teria levado os policiais militares a imaginar que o motorista estava armado e portanto haveria ameaça à vida dos policiais.

“No aspecto técnico, a ação deles não pode ser criticada. A ação foi feita imaginando que haveria injusta agressão contra eles, mas o indivíduo não estava armado portanto existem reparos a serem feitos no aspecto legal. Não havia justificativa legal para a ação”, disse.

Camilli afirmou que a reação dos policiais foi baseada em aspectos subjetivos. “É um momento crítico. O cidadão desobedeceu uma ordem legal da polícia e dali para frente qualquer circunstância é muito complicada”, argumentou. “Legalmente a postura foi inadequada, não atendeu aos pressupostos legais, de forma que eles [os policiais] estão sendo presos em flagrante.”

Amigos escreveram mensagens para Aquino, empresário morto por PMs (Foto: Letícia Macedo/G1)