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Alunos da USP farão ‘semana do baseado’

Universitários promovem atividades para debater a proibição do uso de drogas no câmpus; programação do evento inclui noite do ‘fumo lícito’

12 de abril de 2012 | 22h 37
Camilla Haddad – O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – Alunos da Universidade de São Paulo (USP) promoverão, entre segunda e sexta-feira, a Semana de Barba, Bigode e Baseado. Serão cinco dias de atividades para discutir a proibição do uso de drogas ilícitas no câmpus do Butantã, na zona oeste da capital. Está prevista uma noite do fumo, que, “para efeitos jurídicos”, terá “apenas orégano, substância lícita”. O convite para o evento é feito pelo Facebook.

 

Cartazes convocam para evento na FFLCH - Daniel Teixeira/AE
Daniel Teixeira/AE
Cartazes convocam para evento na FFLCH

“A semana terá um caráter lúdico e libertário”, disse Caio Andreucci, estudante do 3.º ano de Ciências Sociais e um dos organizadores. Ele contou que a ideia surgiu na Frente Uspiana de Mobilização Antiproibicionista (Fuma). O grupo foi fundado no fim do ano passado, em meio aos protestos surgidos após a Polícia Militar flagrar três estudantes com maconha na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), que acabaram com a invasão da Reitoria.

Segundo Andreucci, a maioria dos participantes é da FFLCH, mas devem marcar presença também alunos do Direito. “A gente vai discutir a moralidade na questão das drogas com ironia e piada”, prometeu.

Na segunda-feira, dia 16, serão apresentados documentários sobre drogas e mulheres que vivem no mundo do tráfico. As sessões serão exibidas no Espaço Verde, um sala da FFLCH, a partir das 20 horas. No dia seguinte, será a vez do fumo lícito, como definiu o regulamento do evento. Na mesma página na internet, os estudantes postaram que “droga não é demônio” e o que estará em pauta é a “autonomia sobre o próprio corpo e a liberdade de escolha”. Professores da USP estão entre palestrantes anunciados no Facebook.

Apesar das frases, Caio lembrou que não serão fornecidas drogas no local. “É uma questão que não podemos controlar, mas não vamos incitar.”

Arrecadação. No último dia de discussões, previsto para a próxima sexta-feira, será realizada uma cervejada na faculdade. O dinheiro arrecadado com a venda de bebidas será revertido para a Marcha da Maconha, movimento que defende a legalização da droga no Brasil.

A Assessoria de Imprensa da Reitoria da USP informou que não vai se manifestar sobre o evento. No mês passado, o coronel da reserva Luiz de Castro Junior assumiu a Guarda Universitária da USP. Ele não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto.

 

Oficiais da PM pagavam R$ 100 mil por promoção 12

Nacional
Cachoeira promovia “farra dos coronéis” em Goiás, apontam escutas da PF
12/04/2012 – 22h41

UOL

Novos documentos da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostram que o excesso de promoções a coronel na Polícia Militar de Goiás teria relação com a influência do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro sob a acusação de explorar jogos ilegais.

A prática está sendo chamada de “farra dos coronéis” e teria ocorrido entre o fim de 2008 e 2010. As escutas mostram conversas entre Lenine Araújo de Souza, que seria um dos homens de confiança do bicheiro, e o coronel Carlos Antônio Elias, ex-comandante geral da PM goiana.

Por lei, Goiás deveria ter 28 coronéis, mas atualmente conta com 32 homens na ativa, número que já chegou a 38. Testemunhas relataram ao Ministério Público que a diminuição se deu pela grande pressão que os homens têm sofrido, e acabam pedindo aposentadoria.

Com as recomendações feitas por Cachoeira, surgiu uma figura militar atípica: um coronel, que possui patente, mas não comanda um batalhão, e só ficaria nos corredores. O Ministério Público de Goiás começou a investigar na quarta-feira (11) a informação destes oficiais que teriam sido beneficiados por um suposto tráfico de influência.

O diálogo foi gravado no fim de 2010 e mostra Souza dizendo que as promoções teriam de acontecer antes de o novo governo assumir –Marconi Perillo (PSDB) havia sido eleito para suceder o governador Alcides Rodrigues (PP). Elias concorda: “Se não, passa da hora”. E continua: “Me ajuda daí, que eu vou fazendo força daqui também”. A conversa teria surgido a mando de Cachoeira.

De acordo com o MP, duas testemunhas ouvidas nesta quarta-feira fazem parte do grupo dos “coronéis de corredor”. Eles contaram aos promotores que perderam os cargos para que outros assumissem.

“A partir do momento que eu estou sendo afastado, a minha vaga fica disponível para que outro seja promovido em meu lugar”, explicou o coronel Israel Becker.

O ex-comandante Carlos Antônio Elias disse que não há nada de errado com as nomeações, e que não vai mais comentar o caso.

Outras denúncias

O deputado estadual Junio Alves de Araújo (PRB), conhecido como Major Araújo, afirmou ao promotor de Justiça Fernando Krebs que Cachoeira teria influência na PM goiana e que cobrou propina para a promoção de coronéis. “No meu gabinete oficiais disseram ter pago até R$ 100 mil”, diz Araújo.

A polícia, de acordo com o parlamentar, teria até mesmo uma tabela com valores para as promoções. A assessoria de imprensa da PM afirma que a preocupação da corporação com as irregularidades é antiga, e que todos os casos vão ser investigados.