Policial militar é preso suspeito de ajudar quadrilha a fazer arrastões 66

Enviado em 08/04/2012 as 18:49 – INFELIZ

 08/04/201221h35

Polícia prende 15 suspeitos de fazer arrastões em SP; 2 são PMs

DE SÃO PAULO

As polícias Civil e Militar prenderam na madrugada deste domingo 15 pessoas, incluindo dois soldados da PM, suspeitos de planejar um arrastão a um prédio na rua Pedro Pomponazzi, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo.

Treze suspeitos foram presos por volta da 1h em uma casa na rua Cora, no Ipiranga (zona sul), por policiais do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado). Segundo a polícia, o grupo sairia dali para invadir o prédio às 3h.

Na casa, foram apreendidos celulares, coletes, armas e algemas que seriam usadas para imobilizar as vítimas.

Divulgação/Polícia Civil
Armas utilizadas pela quadrilha que planejava arrastão na zona sul
Armas utilizadas pela quadrilha que planejava arrastão na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo

Os dois soldados –do 45º Batalhão (Mooca) e 12º Batalhão (Vila Mariana)– foram presos entre sexta-feira (6) e hoje. A suspeita do Deic é de que eles avisavam a quadrilha caso a polícia se aproximasse dos locais assaltados. A Corregedoria da PM ainda investiga o envolvimento de outros policiais.

Segundo o delegado Nelson Silveira Guimarães, diretor do Deic, o grupo provavelmente foi o responsável pelo arrastão a um prédio de classe média alta no Paraíso, no último dia 3.

Na ocasião, um ladrão se vestiu de carteiro para entrar no edifício e render o porteiro. Cerca de 20 moradores foram agredidos, entre eles um juiz do Tribunal de Justiça Militar e seu segurança, um sargento do Exército.

O bando preso hoje é suspeito ainda de comandar roubos contra feirantes orientais na capital paulista.

A polícia também investiga se esse mesmo grupo tem envolvimento com a morte de um PM durante um ataque a caixas eletrônicos em Santo André (ABC Paulista), em julho do ano passado.

Na ocasião, os policiais foram recebidos a tiros pelos ladrões. Um dos policiais foi atingido e morreu e outros três ficaram feridos.

Os suspeitos presos hoje não quiseram falar em depoimento à polícia. Os advogados deles não foram localizados pela reportagem.

OUTRO PM

Na quinta-feira, outro policial militar, Rafael Carlos Rebollo Ragate, 35, foi preso sob suspeita de colaborar com um grupo de assaltantes de casas na zona oeste. Entre os alvos estavam os bairros dos Jardins, Butantã e Morumbi.

As investigações apontam que ele fornecia informações privilegiadas sobre o patrulhamento da PM nos bairros para ajudar a quadrilha.

Delegado de Polícia tesoureiro do PSDB; Coronel chamando bicheiro de chefe…Dá pra acreditar 24

8/4/2012 – 08:39 – ( Nacional )

IstoÉ Cachoeira chega a Perillo

A organização criminosa montada pelo bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, revela-se aos poucos muito mais ampla do que se pensava. Após a derrocada do senador Demóstenes Torres, que foi obrigado a abandonar o DEM e corre o risco de perder o mandato por suas ligações com Cachoeira, o dilúvio de informações que constam no inquérito da Operação Monte Carlo chega ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). De acordo com a PF, pessoas ligadas diretamente a Perillo vazaram previamente a Cachoeira informações sigilosas sobre ações policiais, permitindo ao bicheiro se antecipar a operações de repressão à jogatina. Além disso, o monitoramento de Cachoeira também identificou laços estreitos com políticos e empresários e sua influência na nomeação de dezenas de pessoas para ocupar funções públicas no governo de Goiás.

Em diálogo gravado pela PF, obtido com exclusividade por ISTOÉ, Carlinhos Cachoeira pede ao ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia Wladimir Garcez, apontado pela PF como arrecadador de campanha de Perillo, informações sigilosas sobre ações do grupo tático (GT3), a unidade de elite da Polícia Civil local. Wladimir, então, promete apurar com o corregedor-geral de Segurança Pública do Estado, Aredes Correio Pires, e com “Edmundo”, que a PF identifica como o delegado Edemundo Dias Filho, também tesoureiro do PSDB de Goiás. “Vai lá no Aredes pra ver o que que tá acontecendo”, ordena Cachoeira, a quem Wladimir se refere como “chefe”. “É, tô indo aqui do Edmundo. Já tô chegando aqui. Vou ligar pro Aredes.” Horas depois, Wladimir retorna com a informação sobre uma atuação policial na região de Valparaíso, no entorno de Goiás. “Não. Tava previsto só essa ação e uma em Val. Ele vai ver, mas não tem nada previsto mais, não. Mas ele vai confirmar isso para mim agora. Só tava previsto isso… essa aí e… GT3 não tá mais previsto pra lá, não em nenhuma ação”.

Numa outra conversa, Wladimir descreve para Cachoeira um diálogo que manteve com Aredes Pires, em que o corregedor de Segurança Pública fala no “governador” ao tratar de um “processo do Edmundo”. “É o seguinte: eu tava com o Aredes aqui, agora, ficamos um tempão. Ele tá tentando pegar os locais pra gente na inteligência agora”, disse Wladimir Garcez. “Aí eu perguntei pra ele o negócio da… o Edmundo. O Edmundo não tá preocupado com isso, não? Ele falou: ‘Não, tá nem um pouco preocupado’. O governador disse que ia resolver para ele. Tá confiando no governador.”

Cachoeira pede então ao ex-vereador que determine a Edemundo Dias Filho a transferência de responsabilidade sobre as operações de repressão ao jogo do GT3 para a Força Nacional. “Liga no celular do Edmundo, rapaz. Vai lá na casa dele”, manda Cachoeira. Em seguida, Cachoeira fala com o próprio corregedor sobre as ações da polícia no combate ao jogo ilegal. Falando como quem tivesse prestando contas, Aredes tenta tranquilizar o contraventor. “Eu tenho que conversar com o pessoal da inteligência de lá. Lá tem um grupo grande que tava fazendo o serviço. Mas num tá previsto pra esse final de semana, não tá”. O chefe da Polícia Civil e tesoureiro tucano negam qualquer relação com o bicheiro. Na análise dos áudios, a PF indica que Cachoeira pagava regularmente aos integrantes do governo Marconi Perillo “para ter acesso a informações de interesse financeiro ou político da organização criminosa”. Além de Aredes, outro chefe da segurança em Goiás comprovadamente envolvido é o coronel Massatoshi Sérgio Katayama, o “Japão”, comandante da PM. Nos diálogos gravados pela PF, o auxiliar de Katayama, conhecido como Ananias, chamava Cachoeira de “chefe”, a exemplo de Wladimir. O empresário do jogo também exercia influência sobre a Secretaria de Indústria de Comércio, onde trabalhariam seis parentes de Cachoeira e do ex-presidente da Câmara Municipal. O presidente do Detran goiano, Edivaldo Cardoso, também é citado no inquérito da operação.

Cachoeira pede então ao ex-vereador que determine a Edemundo Dias Filho a transferência de responsabilidade sobre as operações de repressão ao jogo do GT3 para a Força Nacional. “Liga no celular do Edmundo, rapaz. Vai lá na casa dele”, manda Cachoeira. Em seguida, Cachoeira fala com o próprio corregedor sobre as ações da polícia no combate ao jogo ilegal. Falando como quem tivesse prestando contas, Aredes tenta tranquilizar o contraventor. “Eu tenho que conversar com o pessoal da inteligência de lá. Lá tem um grupo grande que tava fazendo o serviço. Mas num tá previsto pra esse final de semana, não tá”. O chefe da Polícia Civil e tesoureiro tucano negam qualquer relação com o bicheiro. Na análise dos áudios, a PF indica que Cachoeira pagava regularmente aos integrantes do governo Marconi Perillo “para ter acesso a informações de interesse financeiro ou político da organização criminosa”. Além de Aredes, outro chefe da segurança em Goiás comprovadamente envolvido é o coronel Massatoshi Sérgio Katayama, o “Japão”, comandante da PM. Nos diálogos gravados pela PF, o auxiliar de Katayama, conhecido como Ananias, chamava Cachoeira de “chefe”, a exemplo de Wladimir. O empresário do jogo também exercia influência sobre a Secretaria de Indústria de Comércio, onde trabalhariam seis parentes de Cachoeira e do ex-presidente da Câmara Municipal. O presidente do Detran goiano, Edivaldo Cardoso, também é citado no inquérito da operação.

 

Ovo de chocolate, coelho, viagem. Afinal, o que é mesmo a Páscoa…( Hora de perdoar. Por que não?…Aproveite a Páscoa e esqueça mágoas. Xô , ressentimento! ) 37

Semana Santa

Fernando Santis
“Páscoa é a festa da família. É quando se comemora a passagem da escravidão para a liberdade pelos judeus ou a ressureição de Jesus para os cristãos. É tempo de reflexão, tempo de volta para Deus. A Semana Santa é para buscar Deus e não um pretexto para o turismo ou para se empanturrar de bacalhau e ovo de Páscoa”.
A explicação é do padre José Paulo, da Catedral de Santos, para quem o mundo contemporâneo se apropriou de uma das celebrações mais importantes do cristianismo e do judaísmo com seus ideais de consumo. Semelhante ao que aconteceu com o Natal, que se transformou em festa do Papai Noel.
Para o psicólogo e doutor em Ciências da Religião, Waldemar Magaldi, a fé é fundamental para ajudar no processo de ressignificação da vida, na busca do equilíbrio. O homem contemporâneo está confuso. É empurrado pelo mercado a entrar num espiral entre trabalho e consumo e esquece dos valores fundamentais como a família e preservação da individualidade.

Créditos: Davi Ribeiro
As celebrações do Calvário de Cristo, como a realizada em Santos pela Igreja de Nossa Senhora Aparecida, integram os rituais da Semana Santa
“Por causa da busca de dinheiro e para manter o status – como comer bacalhau na Páscoa acompanhado de um bom vinho –, a tradição foi praticamente erradicada do dia-a-dia e sobrou um vazio em seu lugar”, comenta Magaldi. Isso explica a depressão que tomou conta das famílias.
Ao pai, o provedor, ficou a sobrecarga. À mãe, a quem cabia a função de “cuidadora”, sobrou a tarefa de dividir a função de provedora. Assim, os filhos se perderam no trajeto. Sua educação foi “terceirizada”, segundo o psicólogo.
A partir deste ponto de vista, o trabalho é o escravizador, o faraó, e a Pessach (liberação, leia matéria abaixo) se daria somente com uma mudança na compreensão da mensagem da Páscoa, da transformação das relações sociais e familiares. E a paciência é muito importante neste processo de transformação, que exige tempo e dedicação. Há o tempo de colher. Mas, antes, tem o de adubar e plantar. A sociedade do imediato é um desvio, segundo o analista.
Para o também mestre em Ciências da Religião e pastor presbiteriano, Darly Gomes Silveira Filho, a ressurreição de Cristo veio para perdoar a humanidade pelo erro de Adão e Eva, que comeram o fruto proibido no Jardim do Éden. “Foi aí que o pecado entrou em nossas vidas”.
Para ele, crer em Cristo seria o suficiente para que todos os erros sejam perdoados. Darly acredita que o mercantilismo, a Páscoa vista somente como uma oportunidade para viajar e comer ovos de chocolate são distorções propostas pelo Diabo. Mas, adverte que é a sociedade quem aceita ou não os palpites malignos. “A alternativa é voltar para Deus. Esta é a função da Páscoa, voltar para Deus. Somos escravos do pecado”, afirma o pastor.
O frei Claudemir Vialli, da Basílica de Santo Antonio do Embaré, compara o Pessach judaico com a Paixão de Cristo: “Em ambos os casos, se fez uma ressurreição e uma passagem: os judeus escravizados no Egito renascem quando saem da escravidão. Os cristãos têm sua passagem quando são libertos pela atitude de Cristo, entregar-se à morte pela redenção dos pecados da humanidade. A morte é uma passagem. É a volta para Deus”.
O frei acredita que o pensamento contemporâneo, imediatista, é o que gera pessoas individualistas e consumistas. Para ele, a mensagem evangélica tem de ser humanizada. “Evangelizar é humanizar. A Páscoa é a celebração que pretende fazer um ser humano melhor. A pregação deve ser baseada no amor ao próximo”.