Polícia Federal briga para ter garantias iguais às dos magistrados 17

PF briga para ter garantias iguais às dos juízes

Agência Estado

Os delegados da Polícia Federal (PF) se mobilizam para alcançar, por meio de emendas à Constituição, garantias concedidas aos magistrados. Eles querem vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos, sob argumento central de que são carreira jurídica na estrutura do Estado e que, sem isso, ficam enfraquecidos no combate à corrupção e ao crime organizado.

“É comum a interferência de outros poderes e mesmo da máquina governamental nos procedimentos conduzidos por delegados federais”, denuncia Amaury Portugal, presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo.

A estratégia dos delegados abrange intenso corpo a corpo em 2012 na Câmara e no Senado, onde já tramitam propostas para alterações do texto constitucional pertinentes às suas funções.Eles querem o apoio do próprio governo. Na noite de 16 de dezembro, durante jantar da categoria em São Paulo, o ministro José Eduardo Martins Cardozo (Justiça) foi homenageado com o troféu Mérito da Polícia Federal e ouviu reiterados apelos dos delegados. O ministro, ao qual a PF é subordinada, enalteceu a classe e se disse sensível à causa.

Portugal afirma que as garantias pleiteadas poderão evitar perseguições políticas no curso de inquéritos sensíveis, que envolvam aliados da administração. “São comuns remoções, instauração de procedimentos disciplinares e críticas públicas à atuação da PF. A medida administrativa retira o poder do delegado de continuar presidindo o inquérito ou investigação.”

“A independência funcional é fundamental para o combate aos desvios de recursos do Tesouro”, acredita. “As operações da PF envolvem não raramente altas autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário. O delegado deve ficar livre de pressões.”

Se conquistarem a vitaliciedade, os delegados da PF só poderão perder o cargo mediante sentença judicial transitada em julgado. A inamovibilidade estará assegurada, salvo por motivo de interesse público justificado. “É hora de as instituições se unirem para o bem comum e transformarem nosso País em um Brasil limpo”, prega Portugal.

Pressão

Uma PEC, do senador Humberto Costa (PT-PE), modifica o artigo 144 e determina que o diretor-geral tenha a designação de delegado-geral da PF, escolhido entre os de classe especial da instituição, com mais de 35 anos de idade. Para os delegados, isso evitaria que o comando fique nas mãos de quadros estranhos à PF, como ocorreu no regime militar – coronéis e generais de Exército assumiram o posto.

Os policiais indicam outras consequências se suas aspirações forem acatadas: ficam livres do controle externo do Ministério Público e, como carreira jurídica, seu subsídio deve obedecer a porcentuais que o elevam a cerca de 95% dos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

“Essas PECs vêm sendo objeto de permanente pressão”, diz Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, da Associação dos Delegados da PF, em Brasília. “O argumento que o governo sempre utiliza é o receio de aumento de custos e despesas com efeito cascata. Estamos apresentando propostas que não trazem impacto orçamentário e financeiro. O discurso do governo é vazio. Não queremos transformar a PF em um segundo Ministério Público.”

“Tudo isso esconde uma discussão maior”, ressalta. “Que Polícia Federal o Brasil quer? Por que a PF tem que atravessar todas essas dificuldades? Por que deve ser tímida, subjugada?” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

enquanto isso na sala de justiça ……

Em meio à crise, Tribunal de Justiça paga R$ 2,18 milhões a servidores 8

estadao.com.br, Atualizado: 4/1/2012

Em meio à mais grave crise do Judiciário e à polêmica sobre pagamentos privilegiados a magistrados, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Ricardo Sartori, abriu os cofres da corte e autorizou o pagamento de R$ 2,18 milhões para atender a solicitações de servidores.

Sartori autorizou o processamento de folha suplementar, com o aproveitamento do saldo remanescente do exercício de 2011, para pagamento de indenizações.

Segundo a assessoria do desembargador, os recursos serão destinados ‘tão somente aos servidores por motivo de saúde’ – aqueles que protocolaram pedido para liberação do dinheiro em dezembro passado, no limite de R$ 8 mil, poderão receber já na primeira quinzena de janeiro.

Serão beneficiados servidores que, em férias, não descansaram e permaneceram em suas funções. O dinheiro poderá ser usado também por familiar do funcionário que esteja com problema de saúde. O TJ esclareceu que o desembolso cobrirá despesas de indenização de dez dias de férias ou o equivalente em licença-prêmio, ‘respeitada a ordem cronológica de protocolo’.

‘Os servidores que protocolaram os pedidos de problemas de saúde durante dezembro de 2011, e esses pedidos foram analisados positivamente, no valor de até R$ 8 mil, e também os que fizerem jus às indenizações deverão receber em folha suplementar com crédito na primeira quinzena de janeiro’, diz nota do TJ.

‘Temos que nos voltar para os funcionários, que não têm incentivo, estão relegados a uma situação muito difícil’, disse Sartori no discurso de posse, segunda feira. ‘O Judiciário está perdendo os funcionários, há um êxodo de proporções alarmantes. Precisamos reverter isso, fazer uma reengenharia de pessoal e procurar pagar parte dos atrasados.

Polícia Civil trabalha sem colete na Operação Veraneio 8

Os agentes que atuam na Operação Veraneio, no Balneário Rincão, em Içara, estão sem coletes balísticos. A denúncia foi feita pelo policial civil, Arilson Nazário, um dos líderes do Movimento Unificado da corporação na região.

O agente que atua em Siderópolis, Gustavo Bonsembiante, conta que teve que trazer o acessório da delegacia do município e que está com o prazo de validade vencido desde 2002.

“Obrigados a participar da operação, mediante convocação, os policiais tiveram que levar coletes balísticos vencidos emprestados da Divisão de Investigação Criminal de Criciúma (DIC). Não bastasse o descaso salarial, os policiais civis ainda sofrem também com o descaso acerca do plano de saúde ainda indefinido, com a não nomeação dos mais de 600 aprovados no concurso de 2010 e alguns de 2008, e com a não promoção do segundo semestre de 2011. Além da falta de efetivo e de coletes balísticos sem condições de uso. Como prover a segurança dos cidadãos se o Governo não nos proporciona dignidade para tal?”, indaga Nazário.

Polícia Civil do Ceará resolve parar 100% as atividades 13

Nordeste // greve

Publicado em 03.01.2012, às 22h12

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Devido à greve, lojas e órgãos públicos fecharam as portas mais cedo
Foto: Leonardo Heffer/NE10/Ceará

Leonardo HefferDo NE10/Ceará

Depois da paralisação da Polícia Militar do Ceará, agora é a vez da Polícia Civil no Estado cruzar os braços e também suspender 100% das atividades. A categoria deliberou em assembleia na noite desta terça-feira (3) que vai parar até que o governador Cid Gomes (PSB) atenda as reivindicações.
“Paramos por cinco meses seguidos e não conseguimos muitos avanços. A Polícia Militar parou por cinco dias e rapidamente estão tratando de atender as reivindicações. Por isso a categoria vai parar 100%”, informou a assessoria do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpoci).
Depois da assembleia, os policiais civis, além de inspetores e escrivães, foram convocados para comparecer em frente à sede da Superintendência da Polícia Civil, no Centro de Fortaleza, para permanecer acampados no local. De acordo com a assessoria do Sinpoci, a direção do sindicato deverá ir de delegacia em delegacia durante a noite desta terça-feira para chamar os policiais para o acampamento e a paralisação acontecerá ao longo da madrugada.
Entre as reivindicações, os policiais civis pedem reajuste salarial de 60% do subsídio do delegado (o que representa um aumento de R$ 2 mil para R$ 4 mil, em média, segundo o Sinpoci), aumento no número de efetivo (ainda segundo o sindicato, são 1.800 policiais civis para todo o Estado, e que as 760 vagas do concurso para inspetor de 1ª classe não seriam suficientes para suprir a demanda). Além disso, a categoria pede que o governo passe a dar promoções para policiais que não possuem ensino superior, já que o sinpoci diz que promoções para a categoria são concedidas apenas para policiais com nível superior completo.
A paralisação da Polícia Civil começou ainda durante as negociações entre os líderes do movimento grevista da PM e o governo do Estado. O NE10/Ceará entrou em contato, às 22h10 com a diretoria da Aspramece, mas os representantes dos policiais militares ainda estavam em reunião com o governo para definir se a categoria encerra a greve ou não.