Funcionário público ganha portabilidade de salário em 2012 28

Enviado em 07/12/2011 as 23:24 – VALENTIM

07/12/2011 –

Reportagem do Portal IG aponta que, a partir de janeiro de 2012, os funcionários públicos poderão escolher em qual banco vão receber o salário. A chamada portabilidade de conta chega três anos depois da liberação para os funcionários de empresas privadas. Para especialistas, a medida é uma tentativa saudável do Banco Central (BC) de incentivar a concorrência entre os bancos, mas há vários obstáculos pelo caminho. Falta de informação e de interesse dos bancos, comodismo dos clientes e burocracia estão entre os entraves.

Com a portabilidade, as contas podem ser mudadas sem cobrança de tarifas ou custos adicionais. A mobilidade faz parte de um amplo pacote elaborado em 2006 pelo Banco Central (BC) para estimular a concorrência entre bancos. Além da conta-salário, as medidas incluem a portabilidade do cadastro dos clientes e mesmo de operações de crédito. Neste caso, a pessoa pode transferir um empréstimo de um banco para outro que oferecer melhores condições de pagamento.

Quem quiser receber seus vencimentos em outro banco terá de fazer um único comunicado à instituição financeira a que está vinculado hoje. A partir daí, o banco terá de transferir, sem custo e no mesmo dia, o salário do cliente para a conta informada previamente.

Em sua primeira entrevista coletiva após assumir a presidência do BC, no começo deste ano, Alexandre Tombini ressaltou os esforços da autoridade monetária para reduzir as margens de lucro dos bancos. “O BC tem um grupo que estuda medidas para atuar nesse tema. Reforçamos a portabilidade do crédito, do cadastro, da conta-salário, por exemplo. São várias medidas tomadas para facilitar o trânsito de clientes bancários entre instituições”, afirmou. “O spread caiu ao longo do tempo, mas ele continua alto. Essa é uma agenda que continua.”

Dúvidas

O problema é que experiências anteriores de portabilidade ainda não surtiram os efeitos esperados pelos especialistas. No caso da portabilidade de crédito, ainda há pouca procura pelos clientes de bancos. Segundo o BC, o volume transferido de um banco para outro ficou em R$ 325 milhões em junho, enquanto o saldo de crédito do sistema financeiro foi de R$ 1,9 trilhão. Foram 28.758 operações de portabilidade, com valor médio de R$ 11.306.

Saiba mais: Migração de crédito entre bancos emperra no País

Para Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, a migração de crédito ainda é tímida por falta de interesse dos bancos. “Para mudar, o cliente precisa ir ao gerente, que não tem interesse na mudança, pois o banco tem suas políticas de retenção de clientes. Muitas vezes, o correntista acaba sendo convencido a ficar.” Na visão de Maria Inês, o melhor caminho para mudar essa situação é mais informação. “Os bancos precisam ser mais transparentes.”

Essas negociações muitas vezes acabam resultando em tarifas menores para os clientes, o que reduz a mobilidade de contas, mas acaba se refletindo em benefícios aos correntistas. Mas os especialistas vêem essa movimentação como marginal.

“Folhas de pagamento em geral são extremamente importantes para os bancos”, diz o Ricardo Mollo, professor do Insper que já foi diretor do Itaú Unibanco. Segundo ele, as instituições financeiras usam os salários como uma maneira de reter clientes. “Um banco de varejo vive de escala e, com as folhas, pode oferecer pacotes customizados, com redução de tarifas.”

Ele não acredita em grandes mudanças na divisão de contas pelos bancos, após a liberação da migração para funcionários públicos. “Abrir conta corrente não é um trabalho fácil. É demorado e burocrático.” Além disso, lembra, há poucos bancos comerciais grandes no país, o que limita a concorrência.

Outro ponto que deve garantir clientes é a oferta de crédito consignado juntamente com o pacote da conta corrente. Segundo Mollo, o Banco do Brasil (BB) atuou fortemente nessa área, fazendo ofertas agressivas de exclusividade de folha aliada a consignado. “O BC soltou uma norma proibindo essa prática, mas apenas para os novos contratos.”

O número de cidades que possuem apenas um banco também é um fator de restrição à portabilidade. “Muitos funcionários públicos não terão para onde mudar”, diz Luis Miguel Santacreu, analista de bancos da agência classificadora de risco Austing Rating. Ele também não acredita que a medida resultará em guerra de tarifas pelos bancos. Além da concentração bancária, ele lembra que os clientes de bancos não são organizados e perdem força na hora de pleitear taxas menores.

BB

Para os especialistas, em tese o BB é a instituição que mais tem a perder com a liberação das contas. “O Banco do Brasil entrou agressivamente nos últimos anos comprando folhas de funcionários públicos em todo o país. O Estado e a Prefeitura de São Paulo, por exemplo, têm conta no BB”, diz Mollo, do Insper. Para Santacreu, o banco tentará proteger a base de clientes já conquistada, fazendo campanha para tentar mantê-la, caso sinta-se ameaçado.

O Banco do Brasil é responsável atualmente por grande parte do pagamento de salários dos servidores públicos no país. São cerca de 7 milhões de servidores públicos, que representam 12% da base de clientes pessoas físicas total do BB.

Atualmente o banco é o agente financeiro nos seguintes estados: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato grosso, Bahia, Paraíba, Rio Grande do norte, Piauí, Maranhão, Rondônia, Roraima, Acre, Tocantins e Amapá. As capitais: São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Palmas (TO), Porto Velho (RO), São Luiz (MA), Teresina (PI), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL), Macapá (AP), Boa Vista (RR) e Rio Branco (AC).

Consultados, dois dos quatro maiores bancos do país – Itaú e Santander – não comentaram o assunto.

O Banco do Brasil disse que os servidores públicos federais e militares das Forças Armadas já podem optar pelo banco onde preferem receber seu salário e afirma que se mantém na liderança da preferência desses clientes.

A instituição diz que está investindo em diversas frentes para ampliar a capacidade de atendimento aos clientes desse nicho. Foi criado um grupo de trabalho para acompanhar todo o processo de aprimoramento e qualificação do atendimento, monitoramento do mercado, proposição de soluções inovadoras e divulgação das melhores práticas.

“O BB contratou mais funcionários, está ampliando a quantidade de agências Estilo, investindo na qualificação de seus profissionais e aperfeiçoou seus canais de atendimento complementares (internet, terminais de autoatendimento, SMS), além do desenvolvimento do CRM (Customer relationship management), visando aprimorar o relacionamento bancário com os clientes”, continua. O banco diz que o início da portabilidade será um bom momento para reafirmar o compromisso de ser o “Banco do Servidor Público”.

O Bradesco se posicionou apenas sobre a folha de pagamentos dos 460 mil servidores do Rio de Janeiro, que começará a processar em janeiro. O leilão para comprar esse direito foi realizado em maio, na venda do Berj. De acordo com o Bradesco, desde o início do processo a instituição já sabia que a portabilidade seria permitida em 2012. “O Bradesco acredita que poderá manter o relacionamento com os servidores a partir de uma prestação de serviços de qualidade e produtos que ofereçam benefícios”, afirma.

STJ afasta desembargador investigado por suposta venda de decisões 2

Enviado em 07/12/2011 as 21:56 – MÁRIO

07/12/2011 – 20h17

FELIPE SELIGMAN

 DE BRASÍLIA

A Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu abrir ação penal e afastar o desembargador Francisco de Assis Betti, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), por entender que existem indícios de que ele participava de esquema de venda de decisões na época em que atuava na Justiça Federal de Minas Gerais.

A Folha ainda não localizou a defesa do desembargador para comentar a decisão.

Ele, que agora é réu, será investigado pela suposta prática de corrupção passiva, formação de quadrilha e exploração de prestígio de forma continuada.

O nome do desembargador apareceu nos desdobramentos da Operação Pasárgada, da Polícia Federal, que desbaratou em 2008 esquema montado por prefeitos e empresários mineiros para desviar recursos do FPM (Fundo de Participação de Municípios).

De acordo com a denúncia contra Betti, aceita por todos os 14 ministros do STJ que analisaram o caso nesta quarta-feira, ele é suspeito de vender sentenças, quando ainda era juiz federal. Suas decisões liberavam recursos do FPM à prefeituras de Minas Gerais que estavam com o dinheiro bloqueado por terem dívidas com o INSS.

Existem indícios, segundo a PF, de que o desembargador teria cobrado R$ 60 mil para ajudar um dos prefeitos envolvidos na Pasárgada. Além disso, o STJ concluiu que ele deve ser investigado por outras decisões suspeitas, desta vez para liberar mercadorias apreendidas pela Receita Federal.

Em relação à “exploração de prestígio”, a denúncia afirma que Francisco de Assis Betti, já desembargador, interferia em processos do TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) em favor prefeitos do Estado.

Ele foi afastado do cargo, a pedido do MPF (Ministério Público Federal), até que a ação penal contra ele seja julgada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), sem prazo para ocorrer. A denúncia contra ele foi proposta em 2008, mas somente agora, três anos depois, foi analisada pelos ministros do tribunal.

PEDIDO DE VISTA

Outra desembargadora do TRF-1, Ângela Maria Catão, também foi denunciada por suposto envolvimento no esquema, mas o relator do caso, ministro Castro Meira, entendeu que não existem indícios de sua participação, votando pela rejeição do pedido de abertura de ação penal. A análise em relação a ela, no entanto, foi interrompida por um pedido de vista do ministro Herman Benjmin.

Major é morto ao libertar vítimas de assaltantes 79

Major Sandro Moretti

Enviado em 08/12/2011 as 0:01 – COP 81

Edição do dia 07/12/2011

07/12/2011 23h54 – Atualizado em 07/12/2011 23h54

Policial morre durante negociação com bandido em São Paulo

Bandido atirou contra policiais enquanto negociava liberação de reféns. Os reféns não ficaram feridos.

 Um bandido abriu fogo contra a polícia quando negociava para entregar reféns em São Paulo nesta quarta-feira (7).

Três homens assaltaram uma loja de material de construção, numa das estradas mais movimentadas da região sul de São Paulo. A polícia foi chamada e várias viaturas cercaram o local.

Dois bandidos conseguiram fugir. O terceiro fez reféns e foi cercado pela polícia. Durante a negociação, o bandido atira nos policiais, duas vezes. É baleado em seguida, mas ainda reage. Ele cai e leva vários tiros.

Dois policiais foram feridos. Um deles, um major, estava sem colete e morreu ao chegar ao hospital. O outro policial militar foi internado e não corre risco de morrer. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o bandido chegou morto ao hospital.

“Tudo, absolutamente tudo que for pertinente a essa concorrência vai ser objeto de apuração pela Civil e pela Militar. Não podemos prever que saia exatamente conforme os padrões como a gente quer. A surpresa isso vai ser verificado dentro da investigação”, fala o tenente-coronel, Fernando Demétrio de Oliveira.

Os reféns não ficaram feridos. Ao saírem da loja, eles foram aplaudidos.

Vídeo

Geraldo Alckmin antecipou para o dia 16 de dezembro o pagamento da segunda parcela do 13º salário dos servidores públicos estaduais 18

Governo antecipa pagamento do 13º salário dos servidores para o dia 16

Medida beneficia mais de 1 milhão de servidores públicos ativos, inativos e pensionistas dos três poderes

O governador Geraldo Alckmin antecipou para o dia 16 de dezembro o pagamento da segunda parcela do 13º salário dos servidores públicos estaduais, que normalmente ocorreria no dia 20. Os servidores já receberam 50% do valor  no mês de aniversário.
“Nós estamos adiantando este pagamento, então, no dia 16 estará depositado R$ 1,6 bilhão do 13º salário de 1,077 milhão de servidores da ativa, aposentados e pensionistas”, afirmou o governador.
O valor líquido do pagamento será de R$ 1,60 bilhão. A medida beneficia 1,077 milhão de servidores públicos ativos, inativos e pensionistas dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e das Autarquias (exceto Universidades).
Da Secretaria da Fazenda

Amazonas: Magistrados são vagabundos e libertinos, mas merecedores do perdão cristão ( Atire a primeira pedra o Desembargador que também não foi vagabundo e libertino…) 4

Tribunal de Justiça do Amazonas expõe mazelas

Desembargadores criticam comportamento de magistrados de comarcas da capital e de municípios do interior do Amazonas

07 de Dezembro de 2011

ANDRÉ ALVES

   

Sessão de plenária do TJ-AM foi utilizada para relatar casos de juízes que aparecem apenas uma vez na semana para trabalhar e outros que namoram na comarca         (Márcio Silva)

 

Durante a sessão plenária do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ/AM), de ontem membros da Corte revelaram confidências sobre o comportamento de magistrados, até então não expostas ao público. Segundo o desembargador Djalma Martins da Costa, o juiz de Manacapuru, Luiz Cláudio Chaves, “namorava dentro da comarca”. Já o desembargador Wellington Araújo sustentou que muitos juízes só vão trabalhar “uma vez por semana”.

A fala dos dois desembargadores se deu durante a apreciação do processo administrativo que julgava a promoção por antiguidade – e a análise de defesa – do juiz Luiz Cláudio Chaves, que pretendia ser transferido para a 18ª Vara Cível da Capital. A promoção do magistrado foi recusada, ontem mesmo, por 15 votos a dois. Pesou contra o juiz, entre outras considerações feitas pelos desembargadores, o fato de Luiz Cláudio Chaves ter pronunciado diversos palavrões contra o desembargador Flávio Pascarelli durante Correição (ver Box). Para justificar o voto contrário à promoção, o desembargador Djalma Martins da Costa classificou o juiz Luiz Cláudio Chaves de indolente.

De acordo com ele, Chaves deixou a comarca de Manacapuru em estado de abandono, transformando-a num “pandemônio”. “Ele atrasava tudo. Não fazia nada. Namorava dentro da comarca. Era um pandemônio”, disse ele, ao votar contra a promoção. Já o desembargador Wellington Araújo, para justificar voto em favor da promoção do juiz, se valeu da passagem bíblica descrita no capítulo 8 do livro de João, que narra a tentativa de apedrejamento da “mulher adúltera” pelos fariseus. Conforme Araújo, o trabalho capenga de magistrados não é uma exclusividade de Manacapuru. O desembargador é coordenador das comarcas no interior. “Eu estive em Manacapuru, assim como estive em várias comarcas e pude constatar que as comarcas são parecidas no interior. Não tão diferente da capital, porque aqui (em Manaus), tem juiz inclusive que não vai para a Vara. Vai uma vez por semana. Todo mundo sabe disso”, afirmou o Wellington Araújo, durante a sessão pública, gravada pela reportagem.

Na avaliação dele, Luiz Cláudio Chaves não poderia ser condenado pelos erros apontados em plenário. “A estrutura de todas as comarcas do interior é deficitária”, justificou. “O juiz, se errou, se redimiu, está trabalhando”, argumentou. Após descrever a história bíblica da “mulher adúltera”, o desembargador Wellington Araújo parafraseou Jesus Cristo: “Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”. “Por isso que me reportei à situação de alguns magistrados faltarem e não frequentarem com normalidade as Varas e as comarcas”, comentou o desembargador. “Ele (Jesus Cristo) a perdoou. Disse vai, não cometa mais o crime, não cometa mais o pecado. A situação (em Manacapuru) foi resolvida. O magistrado está trabalhando. A estrutura da Vara melhorou. Não vejo como recusar o magistrado”, afirmou Araújo.

“Pimenta no K do Juqinha é refresco” : AMB quer investigação com ampla defesa para Magistrados, ou seja, precedida de convites para que o suspeito criminoso se explique e possa destruir provas 4

Inspeção no Tribunal de Justiça de SP é ‘policialesca’, diz AMB

O presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) Henrique Nelson Calandra afirmou que a inspeção realizada pela corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) no Tribunal de Justiça de São Paulo configura “uma invasão à autonomia” do tribunal, é “policialesca” e “truculenta”.

A corregedoria iniciou anteontem uma devassa nos registros do tribunal para investigar supostos pagamentos ilegais a magistrados e a eventual evolução patrimonial de desembargadores incompatível com suas rendas.

As apurações recaem sobre o período da gestão do desembargador Antonio Carlos Viana Santos, que morreu no final de janeiro deste ano.

Além de membros da corregedoria, a inspeção é feita por auditores do TCU (Tribunal de Contas da União), da Receita Federal e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda.

Ontem Calandra disse que

“a investigação do CNJ deveria ser precedida de um pedido de explicações àqueles que são os envolvidos. Esse modo policialesco de ingressar em um tribunal independente é mais um ato de violação à Constituição“.

“É uma atitude truculenta, inadequada e desrespeitosa com um tribunal que é o maior do país”, completou.

A AMB é autora de uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para restringir o poder de investigação do CNJ. O processo está na pauta de julgamento do STF.

O atual presidente do TJ, José Roberto Bedran, informou ontem, por meio de assessoria de imprensa, que a corregedoria do CNJ realizará inspeções do mesmo tipo em diversos tribunais do país e a direção da corte só se manifestará após a conclusão das apurações.

Folha.com

Dilma envia propostas de ajuste à legislação sobre drogas 1

07 de dezembro de 2011 12h56 atualizado às 15h33

 
A presidente Dilma Rousseff lançou o Plano de Enfrentamento ao uso do Crack e outras Drogas, com previsão de investimento de R$ 4 bilhões até 2014. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff lançou o Plano de Enfrentamento ao uso do Crack e outras Drogas, com previsão de investimento de R$ 4 bilhões até 2014
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Diogo Alcântara
Direto de Brasília

Nesta quarta-feira, dia em que lançou um plano de ações de combate ao crack, o Executivo envia ao Congresso Nacional um projeto de lei e uma medida provisória sobre segurança pública e processo penal específico para entorpecentes. O projeto de lei altera o código de Processo Penal e a Lei de Drogas. Pelo novo texto, estoques de drogas apreendidas seriam eliminados com mais velocidade.

A redação do texto foi conduzida pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Drogas ou bens apreendidos receberiam um certificado, que valeriam como prova, e o estoque seria eliminado em até 30 dias. No caso de narcóticos, uma amostra seria preservada para contraprova. Em caso de bens, como automóveis, por exemplo, os produtos seriam leiloados.

Segundo texto preliminar, no caso de bens leiloados, o valor arrecadado teria como destino o Fundo Nacional Antidrogas (Funad). Segundo o projeto, o documento final, a ser usado como prova no processo, no lugar de toda a apreensão, seria uma portaria com a “descrição e especificação dos objetos, bem como informações sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se encontrem”. Caso o processado não seja condenado, o dinheiro arrecadado seria devolvido ao réu.

A medida provisória prevê a criação do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas. O sistema deve suprir a ausência de um mecanismo oficial de estatística capaz de compilar e fornecer dados e informações precisas sobre a situação da segurança pública no País. Pela medida, Estados que não fornecerem dados ao sistema poderão ter suspensos os repasses de verbas federais.

Eleição em 2012 contará centenas de candidatos da Polícia Civil concorrendo a cargos de prefeito e vereadores 21

No mínimo sete de­le­ga­dos da Sec­ci­o­nal de Ame­ri­ca­na, que aten­de nove ci­da­des daquela re­gião, disputarão as elei­ções mu­ni­ci­pais do ano que vem.

Cin­co de­les tra­ba­lham em Ame­ri­ca­na, ci­da­de que tem apenas  11 de­le­ga­dos. Eles de­verão se afas­tar até o fi­nal de abril do ano que vem para se de­di­carem à cam­pa­nha;  re­tor­nando seis me­ses depois, caso não se­jam elei­tos.

O de­fi­cit na Po­lí­cia Ci­vil de Ame­ri­ca­na já foi alvo até de in­qué­ri­to do Mi­nis­té­rio Pú­bli­co Es­ta­du­al.

O de­le­ga­do Sec­ci­o­nal Pau­lo Fer­nan­do For­tu­na­to deve de­fi­nir nos pró­xi­mos dias o par­ti­do em que vai se fi­li­ar para dis­pu­tar as elei­ções para pre­fei­to em São Pe­dro, sua ci­da­de na­tal, onde foi ve­re­a­dor de 1992 a 1996.

“Apro­vei­to a opor­tu­ni­da­de por­que com­ple­to 70 anos e já sai­ria da po­lí­cia, pela apo­sen­ta­do­ria com­pul­só­ria, até maio do ano que vem”, con­si­de­rou.

Os dois as­sis­ten­tes de For­tu­na­to, José Luis Jo­ve­li (sem par­ti­do de­fi­ni­do) e Rob­son Gon­çal­ves de Oli­vei­ra – fi­li­a­do do PCdoB – de­vem dis­pu­tar ca­dei­ras na Câ­ma­ra de Ame­ri­ca­na, acom­pa­nha­dos dos de­le­ga­dos Luis Car­los Ga­za­ri­ni (PT) e Al­fre­do Luís On­das (PMDB).

Para Gon­çal­ves, a can­di­da­tu­ra é uma for­ma de bus­car mais es­pa­ço para a Po­lí­cia Ci­vil na po­lí­ti­ca.

 “A gen­te re­cla­ma que fal­tam leis para ca­sos es­pe­cí­fi­cos, mas não se em­pe­nha em mudá-las”, co­men­tou.

Ga­za­ri­ni afir­mou que co­nhe­ce as ma­ze­las e a si­tu­a­ção pro­ble­má­ti­ca da ci­da­de.

On­das afir­mou que há re­pre­sen­tan­tes po­lí­ti­cos que nada fa­zem pela po­lí­cia. “Não te­mos voz po­lí­ti­ca.”

Em Su­ma­ré, a de­le­ga­da da DDM (De­le­ga­cia de De­fe­sa da Mu­lher) San­dra Ma­ria Za­nar­di pre­ten­de se can­di­da­tar pelo PMDB. “No Le­gis­la­ti­vo pos­so au­xi­li­ar mais a po­lí­cia.”

O de­le­ga­do José Edu­ar­do Cury, de Mon­te Mor, pretende a con­cor­rer a uma vaga de ve­re­a­dor em Hor­to­lân­dia, onde já foi par­la­men­tar (de 2001 a 2004).

O di­re­tor do Dein­ter-9 in­for­mou, atra­vés da As­ses­so­ria de Im­pren­sa da SSP (Se­cre­ta­ria Es­ta­du­al de Se­gu­ran­ça Pú­bli­ca), que ain­da não re­ce­beu a co­mu­ni­ca­ção do afas­ta­men­to.

Mes­tre dis­se que, quando confirmadas as candidaturas,  se necessário,   pe­di­rá substitutos à De­le­ga­cia Ge­ral de Po­lí­cia de São Pau­lo.

Além de candidatos Delegados há inúmeros representantes de diversas carreiras policiais civis; em todas as regiões do Estado. Na Capital, inclusive.

O engajamento político-partidário é estimulado internamente buscando o fortalecimento da instituição; especialmente visando a ocupação, em 2014,  de cargos da Assembleia Legislativa e Câmara Federal.

Para garantir fundos de campanha em 2012: mais um chip no K dos Juquinhas 4

Elio Gaspari

 

A maracutaia da vez: chips nos carros

 

Em nome da modernidade, vem aí um negócio milionário para vendedores de equipamentos

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e o suplente de senador João Faustino (PSDB-RN) estão encrencados com o Ministério Público por conta de contratos milionários assinados com donatarias de inspeções veiculares. É o escândalo da vez. Mais adiante virá o dos chips.

Em 2006, a resolução 212 do Conselho Nacional de Trânsito mandou que, até meados de 2010, nenhum veículo pudesse ser licenciado sem que nele houvesse um chip.

Ele transmitiria dados para dezenas de milhares de antenas, que os remeteriam a centenas de centrais de processamento. Repetindo: nenhum veículo seria licenciado sem chip, nem em São Paulo, onde havia 4,5 milhões de carros e caminhões, nem em Uiramutã (RR), na fronteira com a Venezuela, onde existiam dois carros, um caminhão e duas motocicletas.

A traquitana custaria algo como R$ 4 bilhões. Diziam que serviria para reprimir os furtos. Lorota, pois o ladrão arranca o chip e leva o veículo ao desmanche. Diziam também que os donos de carro não pagariam nada. Quem pagaria? Todo mundo, mesmo a patuleia pedestre. Serviria, na melhor das hipóteses, para fechar grandes contratos. Na pior, para criar pedágios urbanos.

A resolução de 2006 deu em nada. Em 2008 (ano de campanha eleitoral) anunciou-se que a negociação dos contratos seria reanimada, mas o assunto saiu da agenda. No ano seguinte a resolução foi reescrita e o início da festa foi transferido para junho de 2011, tanto em São Paulo como em Roraima. Novamente deu em nada. Em julho deste ano decidiu-se que a festa dos contratos começará no dia 1º de janeiro de 2012 (ano de campanha eleitoral).

Nenhum país do mundo tem sistema semelhante, porque em país algum apareceram fornecedores de equipamentos com tanta ousadia. Ninguém quer vender antenas para Uiramutã, onde só há um serviço de emergência pediátrica. O filé está na venda de equipamentos para grandes cidades, igualzinho ao que ocorreu com as inspeções veiculares.

Governador Confúcio Moura de Rondônia faz de seu Blog pessoal instrumento de contrainformação do direito de greve dos seus eleitores: policiais militares e funcionários públicos…( Hehe!…Blog na mão de político vira instrumento de crime! ) 4

06/12/2011 – 09h13min

Escondido atrás do blog, Confúcio ameaça PMs com o Exército

Eleito graças aos servidores e policiais , que odeiam o ex-governador Cassol, mentor de Cahulla, Confúcio agora trata como inimigos aqueles que foram decisivos para sua chegada ao poder.

Da reportagem do TUDORONDONIA

Na campanha eleitoral o então candidato Confúcio Moura (PMDB) prometeu o mundo para os funcionários públicos e policiais militares. Na época, ele dizia que o Estado tinha recursos suficientes para dar aumento e o governador da época, João Cahulla, só não dava porque não queria. Cahulla, por sua vez, se defendia usando a velha desculpa da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Passada a disputa eleitoral, Confúcio passou a usar os mesmos argumentos do ex-adversário para não cumprir o que prometeu: a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Confúcio está fazendo ainda pior. Eleito graças aos votos dos servidores públicos e policiais militares, que odeiam o ex-governador Ivo Cassol, mentor de João Cahulla, Confúcio agora trata como inimigos  aqueles que foram decisivos para sua chegada ao poder.

É o que ele está fazendo com os policiais militares, a quem havia prometido 44% de reajuste salarial e hoje ameaça mandar o Exército contra a tropa, já que as pessoas noMeadas por ele para gerir o setor de segurança pública no Estado perderam o absoluto comando sobre o efetivo policial, se é que algum dia tiveram.

Escondido atrás de seu blog, o governador ameaçou a PM em greve com o uso do Exército. Disse que já falou até com a presidente Dilma Roussef sobre o assunto.

PROVIDÊNCIAS Tags: PROVIDENCIAS Postado por: Confúcio Moura | 6 dezembro , 2011 |
Desde o primeiro minuto para paralisação dos policiais militares em Rondônia, que o Governo tem se movimentado para garantir a ordem pública. Não me cabe discutir o direito de greve de policiais. Mas, a Justiça Estadual já se posicionou. Isto é importante.
Enviei expediente à Presidente Dilma Roussef comunicando as ocorrências e os contatos telefônicas com o Ministério da Justiça são diários. A Força Nacional está sendo reforçada para garantir a tranquilidade da população rondoniense, para que tenha paz, para viver e trabalhar.
O Exército, caso seja necessário e justificado, também poderá proteger o nosso povo, como bem fez recentemente no Estado do Maranhão.
Infelizmente o Estado não tem condições de atender às reivindicações pleiteadas, porque o levaria ao nível de Estado irresponsável, no aspecto fiscal e consequentemente o próprio Governo responderia por seus atos diante do Tribunal de Contas e da Justiça.
Nunca fechamos e nem fecharemos as portas para continuar negociando. E acreditando no bom senso de todos, para que retornem às atividades.

De Portugal: O governo usa a polícia para instigar a violência?

Quando, no dia da Greve Geral, sindicatos e manifestantes  dispersos informaram da presença de agentes infiltrados na concentração em  frente à Assembleia da República, a PSP e o ministro da Administração Interna  desmentiram. Perante as imagens captadas por anónimos e jornalistas de um  polícia à paisana a espancar um cidadão, a polícia informou que se tratava de um  cidadão alemão procurado pela INTERPOL. Revelou-se uma imaginativa falsidade. Se  fosse verdade seria muito grave, já que a pessoa em causa saiu em liberdade, por  ordem do tribunal, no dia seguinte.

Saltando de mentira em mentira, o assunto foi morrendo nos  jornais. Mas as imagens de vídeo e de fotografias (assim como a pesquisa das  imagens de televisão transmitidas naquele dia) começam a deixar clara uma coisa  muitíssimo mais grave: tudo aponta para a existência de agentes provocadores  naquela manifestação. Ou seja, agentes à paisana que instigaram a atos de  violência, que insultaram e provocaram os seus colegas, fazendo-se passar por  manifestantes (tudo convenientemente próximo da comunicação social), e que até  estiveram na primeira linha do derrube das barreiras de segurança. Ou seja,  que acicataram os manifestantes mais exaltados, fazendo-se passar por seus  “camaradas”, e que criaram o ambiente que justificaria, de alguma forma, uma  intervenção policial em direto nos canais de notícia, ofuscando assim a greve  geral.

A confirmarem-se todas as informações documentadas por imagens  que vão chegando à Internet (a polícia já confirmou que dois homens que aparecem  em fotografias a envolverem-se em desacatos contra os seus colegas são agentes)  isto tem de ter consequências. Como cidadão pacifico e cumpridor da lei,  quero exercer minha liberdade de manifestação, consagrada na Constituição, sem  correr o risco de me ver no meio de uma guerra campal. É essa, supostamente,  a função das forças de segurança. Se elas trabalham no terreno para causar os  distúrbios (justificando uma intervenção que ajuda a criminalizar o protesto e  ofuscar os objetivos das manifestações), elas passam a ser um factor de  insegurança e de ilegalidade.

Claro que não acredito que aqueles agentes, a confirmar-se o  que as muitas imagens que por aí circulam indiciam de forma tão esmagadora,  tenha agido por mote próprio. Por isso, quero saber quatro coisas:

1. Se está garantida uma investigação independente – é  para isto que serve a Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) – para  saber quem são aqueles homens que ora aparecem a insultar e provocar polícias  ora aparecem a ajudar a prender manifestantes?

2. Caso se confirmem as suspeitas, de onde veio a ordem  para ter agentes à paisana numa manifestação com o objetivo de criar um ambiente  violento naquilo que deveria ser uma manifestação pacifica?

3. Caso essa ordem tenha vindo da direção-geral da PSP  (seria ainda mais assustador perceber que a polícia está em autogestão), o que  pretende fazer o ministro com o seu diretor-geral? Deixar à frente das forças de  segurança pública um agitador que espalha a desordem nas manifestações?

4. Caso a ordem tenha vindo da direção-geral da PSP com o  conhecimento do ministro, o que pretende fazer o primeiro-ministro? Deixar  no seu lugar um político apostado a criar um clima de insegurança nas  manifestações e assim violar um direito constitucional?

Por mim, como cidadão, não desistirei deste tema até as  imagens que estão disponíveis serem devidamente esclarecidas e, caso se prove o  que elas indiciam, os responsáveis por este ato contra a paz social e a  liberdade sejam politicamente, disciplinarmente e criminalmente punidos. E  pelo menos nisto, junto-me ao Sindicato do Ministério Público e ao Bastonário da  Ordem dos Advogados que exigem esclarecimentos e as devidas medidas de punição  para os responsáveis.

Nada tenho contra a PSP. Nem contra a instituição, nem contra  os seus profissionais, que também são vítimas da austeridade. Considero que a  polícia, quando faz o seu trabalho, garante a nossa liberdade. Incluindo a  liberdade de manifestação, impedindo que provocadores ou idiotas se aproveitem  de protestos pacíficos para espalhar a violência. Mas quando a polícia serve  (ou é usada pelo poder político) para criar um ambiente de medo e um clima de  violência que justifique a limitação das liberdades fundamentais, não posso,  como cidadão, ficar em silêncio. Nem eu, nem todos os que acreditam e  defendem a democracia.

Do muito que está disponível, podem ver este vídeo, estas  fotos e esta notícia:

 http://5dias.net/2011/11/29/mais-dois-provocadores-infiltrados-desmascarados-casal-de-policias-a-paisana-o-de-casaco-azul-e-o-de-casaco-castanho-estao-os-dois-em-todas-as-fotos-guedes-da-silva-director-da-psp-junta-se/

Clique para acessar o 201112022951a6.pdf

Fonte: Antes pelo contrário

CNJ faz devassa na folha de pagamento de juízes de SP 23

Pubicada terça-feira, 6 de dezembro de 2011, às 10:22

Inspeção vai apurar se 17 desembargadores receberam remuneração ilegal

Força-tarefa provoca indignação no TJ-SP; grupo também vai investigar se houve enriquecimento ilícito

A corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) iniciou ontem uma devassa no Tribunal de Justiça de São Paulo para investigar supostos pagamentos ilegais a desembargadores e a eventual evolução patrimonial de magistrados incompatível com suas rendas.

A força-tarefa que iniciou a inspeção é composta por auditores do TCU (Tribunal de Contas da União), da Receita Federal e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda, além da equipe da corregedoria.

O cruzamento de informações fornecidas por esses órgãos levou o CNJ a identificar situações suspeitas.

O foco inicial da investigação do conselho é sobre a folha de pagamentos do tribunal, o maior do país, com 354 desembargadores.

Os auditores vão verificar a suspeita de que um grupo de 17 desembargadores recebeu verbas do tribunal que não foram pagas ao restante dos magistrados da corte.

A equipe quer saber se a remuneração, cujos detalhes não foram divulgados, configurou um privilégio ilegal.

A investigação do CNJ vai buscar o tipo e motivo dos pagamentos suspeitos e os responsáveis pelas liberações.

Outro objetivo da inspeção é colher dados para apurar a evolução patrimonial de magistrados. A ideia é saber se os bens declarados por eles são compatíveis com os seus rendimentos.

Nos últimos meses, a corregedoria do CNJ intensificou a verificação dos bens dos juízes, por meio de parcerias com os órgãos de fiscalização.

Como a Folha revelou no mês passado, está na mira do CNJ o patrimônio de 62 magistrados de todo o país acusados de vender sentenças e enriquecer de forma ilícita.

Também serão inspecionados pelo CNJ no Estado de São Paulo, ao longo desta semana, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região e o Tribunal de Justiça Militar.

A assessoria do TJ informou ontem que o tribunal está fornecendo toda a documentação solicitada pela equipe de investigação.

A corte foi comunicada pelo CNJ de que inspeções do mesmo tipo serão realizadas em vários tribunais do país, segundo informou a assessoria do TJ-SP.

Indignação

A devassa provocou indignação nos gabinetes da corte ontem. A inspeção pode abrir mais um capítulo na série de atritos entre a corregedora do CNJ, Eliana Calmon, e setores da magistratura, principalmente da paulista.

Em setembro, Calmon criticou a resistência dos tribunais em relação a atos de fiscalização do CNJ, e mencionou o TJ de São Paulo.

“A Paulista precisa dormir” ( Conversa do “delegado” imbecil: POLICIAL NÃO BATE POR NADA ) 40

O TEXTO ABAIXO É DE UM CORINTIANO QUE APANHOU NA PAULISTA, ONTEM

“A Paulista precisa dormir”

por Danilo Paiva Ramos

Na noite de ontem, o que mais me aterrorizou enquanto era espancado por um PM não identificado na Avenida Paulista não foi a violência dos golpes cada vez mais fortes em minha mão e barriga. “Cuzão!”, “Seu merda!”, “Filho da puta!”, “Quer ser espancado de verdade?” eram as palavras que acompanhavam as pancadas que eu ia recebendo sem ter como me defender. Mas também não foram as ameaças ou as ofensas que mais me aterrorizaram ontem. O que mais me assombrou foi perceber, enquanto era espancado, o sorriso e o olhar do policial que mostravam um prazer maior a cada bofetada. A cada pancada meu medo aumentava. E foi com espanto que vi o prazer e ódio que cresciam nos rostos dos policiais à medida que investiam contra qualquer pessoa que, naquele momento, estivesse com uma camiseta do Corinthians comemorando na calçada, pacificamente, a vitória do campeonato. Indignado, sem saber por que apanhava, perguntei o nome de meu agressor. Mais ofensas e ameaças seguiram-se enquanto ele erguia novamente sua arma contra mim. Afastando-me, perguntei por que me batia. Ele, então, respondeu: “As pessoas da Paulista precisam dormir”.

Essa talvez fosse a fala de um “camisa negra”, grupo fascista que, na Itália, perseguia os operários que faziam greve. Ou talvez a fala de um policial da ditadura que investisse contra estudantes que lutavam pela democracia. Mas estranhei muito que o motivo da violência com que acabaram com a “festa da vitória” que um grupo de pessoas fazia por volta das 23hs na calçada da Paulista fosse o sono dos edifícios de bancos e empresas. Ainda sendo coagido pelos policiais, fui conversar com o sargento que liderava o grupo. Comuniquei a ele que havia sido espancado por um de seus policiais e que queria saber a razão disso e o nome de meu agressor. Ele pediu que eu apontasse o oficial. Identifiquei-o. O 3 Sgt LUIZ disse que não conhecia o policial que continuava a espancar e a coagir as pessoas.

Memorizei a identificação do sargento Luiz e fui a uma delegacia próxima à minha casa. Quando contei ao delegado minha intenção de fazer um boletim de ocorrência, B.O., por ter sido espancado por um PM, ele alterou seu tom de voz. Falando alto e gesticulando fortemente, afirmou que um policial “não batia por nada” e perguntava repetidamente o que eu tinha feito.  “Nada, não fiz nada! Estava voltando para casa. Saí do metro Trianon-Masp, após assistir ao jogo com meus amigos, parei durante 5 minutos para ver a festa que o grupo fazia na calçada. Estava um pouco longe do grupo. Um cordão de policiais formou-se atrás de mim sem que eu percebesse. Quando virei meu corpo, já recebi os primeiros golpes. Não fiz nada”. Vítima, machucado e apavorado, tive que perguntar ao delegado se esse era o modo de tratar as vítimas em sua  delegacia. Afirmei que iria a outra D.P. fazer minha ocorrência, já que naquela não me sentia seguro. Somente, então, o delegado começou a tratar-me como vítima. Registrei a queixa, fiz exame de corpo de delito e aguardo que consigam identificar o sargento e meu agressor. Por sugestão do delegado, irei à corregedoria da polícia militar para fazer uma queixa.

Antropólogo, pesquisador da USP, venho acompanhando a violência, o prazer e a liberdade com que policiais, soldados e autoridades “competentes” restabelecem a “ordem” na Universidade, na avenida Paulista ou na Amazônia, onde realizo meu trabalho com um povo indígena. Espancar, ofender, perseguir, rir, ameaçar parecem ser modos cada vez mais rotineiros das autoridades que aplicam a coerção física do Estado em estudantes, torcedores, índios, professores, trabalhadores etc. O prazer que vi no rosto de meu agressor me aterrorizou. A dificuldade de identificar meu agressor — causada pela falta de distintivo, pela atitude do sargento que disse não conhecer seus soldados, pelo comportamento do delegado que insistiu que eu devia ter provocado ou pela dificuldade de saber de qual batalhão eram os PMs que atuavam na Paulista àquela hora — me assombra. O riso e o prazer de meu agressor iniciam-se no motivo banal da “Paulista que precisa dormir” e terminam na saciação do sadismo com que golpeava meu corpo que, naquele momento, por acaso — apenas por acaso —, era o corpo de um torcedor corintiano.