KASSAB NA MIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 19

Justiça pede bloqueio dos bens de Kassab e abertura de nova licitação para inspeção veicular em 90 dias

Débora Melo Do UOL Notícias, em São Paulo

  • O prefeito Gilberto Kassab teve os bens bloqueados pela Justiça devido a irregularidades no contrato do programa de inspeção veicular

    O prefeito Gilberto Kassab teve os bens bloqueados pela Justiça devido a irregularidades no contrato do programa de inspeção veicular

A Justiça de São Paulo determinou nesta sexta-feira (25) o bloqueio dos bens do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), do secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge Martins Sobrinho, e das empresas Controlar e CCR. A decisão, do juiz Domingos de Siqueira Frascino, da 11ª Vara da Fazenda Pública, atendeu pedido do Ministério Público, que denunciou irregularidades no programa de inspeção veicular da Prefeitura de São Paulo, desenvolvido pela empresa Controlar.

O TJ também determinou a abertura de nova licitação para o programa de inspeção veicular em um prazo de 90 dias.

O Ministério Público ajuizou na quinta-feira (24) uma ação civil pública contra Kassab e Martins Sobrinho, além da empresa Controlar. A ação pedia o afastamento do prefeito e o sequestro judicial dos bens dos envolvidos para eventual reembolso aos cofres públicos, além da suspensão do contrato.

Os promotores Roberto Antonio de Almeida Costa e Marcelo Duarte Daneluzzi apontam uma série de irregularidades que torna o contrato nulo. Eles pedem que os agentes públicos, empresas e empresários envolvidos sejam responsabilizados com base na lei de improbidade administrativa.

O ESPECIALISTA 24

25/11/2011

Comandante sob suspeita

 

O governador Geraldo Alckmin nomeou o tenente-coronel Salvador Modesto Madia para comandar a Rota.

A decisão está sendo questionada devido ao fato de Madia estar entre os réus de um processo referente ao massacre do Carandiru.

Antes de mais nada, é um escândalo que esse processo, depois de quase vinte anos, ainda não tenha terminado.

Como se sabe, a invasão do antigo presídio aconteceu no dia 2 de outubro de 1992.

Quando a tropa a que pertencia Madia entrou no térreo do estabelecimento, os detentos rebelados já tinham deposto suas armas, mas foram fuzilados. No segundo andar, mais 73 presos morreram. No total, foram 111 vítimas.

A responsabilidade do novo comandante da Rota nesse episódio, bem como a dos demais envolvidos, ainda está por ser esclarecida.

Não se pode dizer, portanto, que a nomeação contrarie a lei. Ninguém é culpado antes de ser julgado. Mas o governador cometeu um grave erro político.

A Rota tem sido sinônimo de truculência policial desde a época de Paulo Maluf, no regime militar.

Naquele tempo se costumava dizer que “bandido bom é bandido morto”. Como a polícia e a Justiça cumpriam mal seu papel, assassinar suspeitos era visto como “solução”.

Hoje vivemos numa democracia, o Carandiru foi fechado e o governo vem conseguindo baixar a taxa de homicídios em São Paulo.

Por isso mesmo poderia ter escolhido para liderar a Rota um nome acima de qualquer suspeita.