A volta de quem não foi: O RETORNO DA REPÚBLICA DOS MARAJÁS DO JUDICIÁRIO 19

Levantamento aponta 512 supersalários no Judiciário

Estudo de funcionários mostra que há remunerações de até R$ 32 mil por mês. Os servidores valem-se de exceções à regra para obterem vencimentos que ultrapassam o teto do funcionalismo, hoje em R$ 26.723

por Eduardo Militão
23/09/2011 08:00
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Além dos magistrados, levantamento mostra que existem 512 servidores no Judiciário, em tribunais como o STJ, que ganham acima do teto constitucional

Parte dos servidores do Judiciário engrossa o corpo de políticos, autoridades e funcionários públicos que ganham mais que o teto constitucional, hoje fixado em R$ 26.723,13. Estudos elaborados exatamente por funcionários públicos da Justiça e do Ministério Público encontraram 512 servidores ganhando mais que o subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Os servidores fazem parte do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos tribunais regionais federais da 2ª, 3ª e 4ª Região.

No tribunal de Justiça do DF, por exemplo, um analista judiciário ganhou R$ 32.612 em dezembro passado, já descontados os valores referentes a 13º, férias e auxílios. Outros cinco funcionários ganharam cerca de R$ 31 mil naquele mês. Ao contrário do que aconteceu com a auditoria do Tribunal de Contas da União sobre os supersalários do Senado, ao qual o Congresso em Foco teve acesso, desta vez não constam das informações os nomes dos servidores que ganham acima do teto constitucional. No STJ, onde magistrados também ganham acima do teto baseados em normas do Conselho Nacional de Justiça, um assessor chefe ganhou R$ 28.666, em dezembro. Outros quatros assessores receberam mais que o teto, dois deles R$ 28.396, segundo levantamentos da Comissão Pró-Subsídio (CPS) analisados pelo Congresso em Foco. (veja exemplos na lista abaixo)

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário e do Ministério Público da União (Fenajufe) não comenta os dados da comissão, por não considerá-los oficiais. A fonte usada pela CPS foram os portais da transparência dos tribunais. Apesar disso, a Feanjufe admite que existem servidores do Judiciário ganhando acima do teto, “menos de 0,5%” dos 120 mil funcionários da categoria, o significa até 600 servidores com renda superior a R$ 26.723.

Os dados da CPS foram apresentados em audiência pública na Câmara no mês passado, na Comissão de Finanças e Tributação, que analisa o projeto de lei 6613/09, que aumenta os salários dos funcionários do Judiciário da União. Na quarta-feira (21), o ministro do Supremo Gilmar Mendes criticou os supersalários do Legislativo e lembrou que os colaboradores do Judiciário precisam de aumento para equipararem seus rendimentos aos colegas dos outros Poderes.

Mendes, que recebe jetons do Tribunal Superior Eleitoral quando participa das sessões, se reuniu com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que ganha pelo menos R$ 62 mil por mês. “Se são tantos os servidores (do Legislativo) que estão ultrapassando o teto (do funcionalismo), há algo de errado nesse contexto”, disse Mendes, de acordo com a Agência Estado. O ministro defendeu que o governo federal, os congressistas e o STF retomem o diálogo para fazer a “equalização salarial” entre as carreiras dos três poderes.

Salários defasados

Para o sindicato da categoria, essa distorção, que atinge 0,5% do total, acaba prejudicando a luta por melhorias salariais. O coordenador da Fenajufe e do Sindicato dos Servidores do Judiciário do MP no Distrito Federal, Cledo Vieira, disse ao Congresso em Foco que 99,5% da categoria está com salários defasados há cinco anos. A afirmação confere com as teses dos representantes da CPS. Um dos coordenadores da comissão, o servidor Rodrigo Walladares, defende que haja um aumento por subsídio para resolver o problema da categoria, ideia para a qual os sindicatos não demonstram entusiasmo. Hoje, o pagamento dos funcionários é formado pelo vencimento básico e uma série de “penduricalhos”.

Cledo Veira destacou que os tribunais pagam supersalários a uma minoria no Judiciário por causa de decisões judiciais. “Por força de decisão judicial é que se permite que aquele servidor receba acima do teto. No caso do Judiciário, menos de 0,5% dos quase 120 mil servidores podem estar nessa situação. Pois a regra é o teto”, disse o coordenador da Fenajufe em mensagem ao site.

Uma outra causa para os megassalários pode ser as funções de chefia em número acima do normal. Levantamento da CPS mostra que, dos 88 mil funcionários na ativa, 64 mil têm cargos em comissão. O valor representa 73% do pessoal em atividade. Na quarta-feira, Gilmar Mendes reconheceu o excesso de cargos comissionados nos tribunais, segundo a Folha.com. Outra causa podem ser as incorporações de funções comissionadas. No ano passado, elas somaram R$ 406 milhões apenas no orçamento de pessoal da Justiça Federal, segundo o Siafi (sistema que registra gastos do governo). O valor representou 8% dos R$  5,2 bilhões usados para pagar funcionários ativos e aposentados.

Tanto os cargos em comissão como as incorporações entram no cálculo do teto. Entretanto, o Congresso em Foco já localizou magistrados, como em Minas Gerais, que obtiveram decisões judiciais para excluir parte dessas verbas do abatimento por estourarem os R$ 26.723.

Os sindicatos não aprovam o pagamento de supersalários. “Procuramos um salário digno e compatível com a responsabilidade e com as atribuições de todos os servidores”, afirmou Vieira.

Exemplos do grupo de servidores com supersalários

Tribunal Cargo Remuneração paradigma Vantagens pessoais Cargo em comissão Auxílios Salário Bruto Salário Bruto  (sem auxílios) Acima do teto
TJDF Analista Judiciário SC15 (C15) 11.017,78 14.865,61 6.729,14 670,00 33.282,53 32.612,53 5.889,40
TRF-3 Diretor Secretaria 11.087,37 10.888,38 6.729,14 910,00 29.614,89 28.704,89 1.981,76
STJ Assessor / chefe / CJ-3 11.191,73 10.745,39 6.729,14 670,00 29.336,26 28.666,26 1.943,13
STJ Assessor / chefe / CJ-3 11.017,79 10.649,04 6.729,14 670,00 29.065,97 28.395,97 1.672,84
STJ Assessor / chefe / CJ-3 11.017,79 10.649,04 6.729,14 670,00 29.065,97 28.395,97 1.672,84
TRF-2 CJ-3 10.495,98 10.900,55 6.729,14 630,00 28.755,67 28.125,67 1.402,54
TRF-4 Assessor 11.017,79 10.340,13 6.729,14 630,00 28.717,06 28.087,06 1.363,93
TRF-4 Assessor 10.565,56 10.522,07 6.729,14 630,00 28.446,77 27.816,77 1.093,64
STJ Secretário / CJ-3 11.156,93 9.309,02 6.729,14 670,00 27.865,09 27.195,09 471,96
STJ Assessor / chefe / CJ-3 10.495,99 9.592,54 6.729,14 670,00 27.487,67 26.817,67 94,54
TRF-3 Assessor 11.087,36 8.962,54 6.729,14 630,00 27.409,04 26.779,04 55,91

Fonte: Levantamentos da Comissão Pró-subsídio (CPS), com base nos portais da transparência dos tribunais coletados em dezembro de 2010 (exceção: TRF-3 em maio de 2011), descontados os valores de férias, 13º salários e auxílios

O Tribunal de Justiça do DF disse que nenhum magistrado ou servidor recebe acima do teto. A assessoria do órgão afirmou que as tabelas em seu site não mostram o abate-teto feito em cada salário. Leia a resposta.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no Rio Grande do Sul, informou que os dois funcionários passam do teto porque recebem abono de permanência, um bônus para quem tem direito a se aposentar, mas prefere continuar no trabalho. Uma resolução do CNJ considerou que esse benefício, que é permanente até o funcionário completar 70 anos de idade, não deve compor o cálculo do teto. Leia a resposta.

A reportagem procurou por telefone e correio eletrônico a assessoria do presidente do Supremo e do CNJ, Cézar Peluso, mas não teve nenhum esclarecimento sobre a existência de supersalários para os servidores. Os outros tribunais citados não prestaram informações até o fechamento desta reportagem.

Tudo sobre supersalários

MagistradosEstados_AcimaTeto

ROQUE BARBIERE DENUNCIA A EXISTÊNCIA DE UNS 30 LADRÕES NA ASSEMBLEIA PAULISTA…SÓ 30%!…Hehe, 30% é só a taxa corrupção 15

Enviado em 23/09/2011 as 12:46 – MANÉ

30% dos deputados paulistas vendem emendas, acusa deputado
Segundo Roque Barbiere, um belo grupo de colegas “vive e sobrevive e enriquece” negociando emendas na Assembleia Legislativa

AE | 23/09/2011 10:41

Texto:

Denúncia do deputado Roque Barbiere (PTB) sobre maracutaia na Assembleia Legislativa de São Paulo é alvo de investigação do Ministério Público Estadual. Segundo Barbiere, “tem bastante” parlamentar ganhando dinheiro por meio da venda de emendas e fazendo lobby de empreiteiras junto a administrações municipais. “Não é a maioria, mas tem um belo de um grupo que vive e sobrevive e enriquece fazendo isso”, afirma.

Procuradoria foi alertada sobre denúncia de Barbiere

Ele estima que entre 25% e 30% dos deputados adotam essa rotina. A Assembleia paulista abriga 94 parlamentares. É o maior Legislativo estadual do País. Pelas contas de Barbiere, cerca de 30 pares seus se enquadram no esquema de tráfico de emendas.

O petebista, pelos amigos e eleitores chamado Roquinho, não cita nomes. Sua explicação. “Poderia (citar), mas não vou ser dedo-duro e não vou citar.” Dá uma pista. “Mas existe, existe do meu lado, existe vizinho, vejo acontecer. Falo para eles inclusive para parar.”

A reportagem procurou Barbieri e seus assessores nos últimos dias. Foram deixados recados no gabinete, no escritório político e no celular do deputado. Ninguém respondeu.

As revelações de Barbiere foram gravadas em áudio e vídeo. Ele as fez ao programa Questão de Opinião, em um canal de internet, conduzido pelo professor e entrevistador Arthur Leandro Lopes. São 40 minutos de depoimento, concedido em 10 de agosto no sítio do deputado, em Coroados (SP), em meio a cães e gansos. O resumo do que disse o petebista foi publicado no jornal Folha da Região, de Araçatuba, na coluna assinada por Arthur.

Barbiere cumpre o sexto mandato consecutivo de parlamentar estadual, está na política há 29 anos. Integra a base aliada do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e está no partido do colega Campos Machado, um dos mais influentes aliados de Alckmin e dos governos tucanos de São Paulo. Conhece como poucos o Palácio 9 de Julho, sede do Legislativo paulista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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De quatro em quatro anos, os eleitores de São Paulo escolhem 94 deputados estaduais.

A Corregedoria da Polícia Civil apura a suspeita de participação de policiais civis em um atentado em frente ao Batalhão da Polícia Militar, na região central de São José. 18

Bandidos atiram contra carro em frente ao Batalhão da PM

            Corregedoria da Polícia Civil está apurando a suspeita de participação de policiais civis no atentado

Filipe Rodrigues
São José dos Campos

A Corregedoria da Polícia Civil apura a suspeita de participação de policiais civis em um atentado contra o autônomo J.R.D.T, de 26 anos, na tarde de ontem em frente ao Batalhão da Polícia Militar, na região central de São José.

A vítima estava em um Gol azul e foi atingida de raspão no braço após ser perseguida desde o Vista Verde, na zona leste, até a entrada do Batalhão, onde buscou socorro.

A rota de perseguição incluiu até a via Dutra. Os bandidos atiraram pelo menos seis vezes contra o carro.

Os atiradores fugiram, mas câmeras, que ficam em frente ao Batalhão, podem ter flagrado toda a ação e contribuir para identificar o carro usado pelos bandidos.
Após receber tratamento no pronto-socorro da Vila Industrial, T. foi ouvido pela Polícia Civil e deve receber uma segurança especial.

Perseguição. Em depoimento à Corregedoria, a vítima afirmou que saía de sua casa, no Vista Verde, quando viu dois homens armados correndo em sua direção.

Ele fugiu e os homens entraram em um Celta Prata para persegui-lo. A vítima entrou na Dutra sentido São Paulo e, no km 147, entrou em São José.

Neste momento, por volta das 14h30, os bandidos fizeram vários disparos contra o carro. Foram pelo menos seis tiros, sendo que um acertou a vítima e outro furou o pneu do Gol. Os outros atingiram a porta do veículo.

O homem parou o carro na porta do Batalhão e pediu ajuda aos policiais.

A Polícia Científica esteve no local e um laudo deve ser disponibilizado em 30 dias.

“Pela consulta que fizemos, a vítima não possui passagem pela polícia e o carro está com a documentação em dia. Enquanto era atendido, ele disse que não conhecia os atiradores e que foi um assalto”, diz o tenente Antero Alves Baraldo, chefe de comunicação da PM.

A avenida Benedito Matarazzo, que dá acesso ao Batalhão, foi bloqueada parcialmente gerando lentidão àqueles que deixavam a Dutra.

Investigação.Para o delegado corregedor Antonio Álvaro Sá de Toledo, ainda não é possível precisar se há participação de policiais civis, mas há indícios, que serão apurados.

“As informações estão muito esparsas. Há muitos fatos, mas faltam pontos para ligá-los. Nenhuma hipótese está sendo descartada.”

O delegado assistente da seccional de Jacareí, Talis Prado Pinto, esteve no Batalhão e acompanhou a apuração. Ele não se pronunciou e o delegado corregedor não informou se algum policial de Jacareí figura entre os suspeitos.

“Precisamos ouvir testemunhas, aguardar mais provas e esperar, principalmente, pelo laudo da perícia”, diz Toledo.

Caso não haja participação de policiais, o caso irá para a DIG (Delegacia de Investigações Gerais).

Investigador segue iternado na UTI
São José dos Campos

O investigador Jacques Soares Oliveira, 40 anos, continua internado em estado grave, na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital municipal de São José.

Vieira, que trabalha na Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Jacareí, levou dois tiros na cabeça na madrugada de sábado quando chegava em sua casa, no Jardim Imperial, zona sul de São José.

Até o momento, ainda não há pistas do atirador ou do que tenha motivado a tentativa de homicídio.

Duas cápsulas de um revólver calibre 45 foram encontradas dentro do carro da vítima, o que indica que os disparos foram feitos à queima-roupa e de dentro do veículo. Na segunda-feira, a Polícia Civil começou a colher depoimentos de parentes e amigos.

Entenda o caso

Atentado
Um homem sofreu uma tentativa de homicídio em frente ao Batalhão da Polícia Militar, na região central de São José

Apuração
O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, que investiga se teria havido a participação de policiais na tentativa de homicídio

Depoimento
Ao ser ouvida, a vítima afirmou que foi seguida desde que saiu de sua casa e acha que os bandidos tentavam roubar seu carro

Acompanhamento
O delegado assistente da Seccional de Jacareí esteve no local do crime ontem e acompanhou os depoimentos; apesar disso, a Corregedoria não informou se há suspeita de que o crime tenha ligação com algum policial de Jacareí