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Enviado em 19/03/2011 às 6:09 – KREMENSOV
Espionagem: identificado mais 1 delegado
Marcelo Godoy – O Estado de S.Paulo
A Corregedoria da Polícia Civil identificou mais um delegado suspeito de participar da espionagem contra o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. Trata-se de Luiz Carlos do Carmo, titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele deve ser afastado do cargo na segunda-feira.
Carmo foi filmado no Shopping Pátio Higienópolis ao lado do então diretor do DHPP, delegado Marco Antonio Desgualdo, quando um grupo de policiais apanhou imagens de um encontro do secretário com um jornalista ocorrido dias antes. O objetivo era acusar Ferreira Pinto de estar por trás da divulgação de informações que provocaram a queda do sociólogo Túlio Kahn, responsável pelas estatísticas da Secretaria da Segurança.
O episódio provocou o afastamento de Desgualdo do cargo por quebra de confiança. Carmo disse que só acompanhou o diretor do DHPP ao shopping. “Quando percebemos que se tratava do secretário, saímos de lá”, disse Carmo. Além dele e de Desgualdo também são suspeitos dois outros delegados, um ex-delegado e dois investigadores.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110319/not_imp694131,0.php
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Delegado cai após “reciclar” investigação
Luiz Carlos do Carmo, que chefiava a 8ª Seccional, apresentou como inédita aos seus superiores apuração iniciada 2 anos antes
Foram cumpridos mais de 30 mandados, com apoio de 60 agentes fiscais destacados pelo governo do Estado; Carmo não se pronunciou
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O delegado Luiz Carlos do Carmo foi afastado do cargo de chefe da 8ª Seccional da Polícia por ter apresentado aos responsáveis pela segurança pública de São Paulo uma investigação sobre sonegação fiscal com mais de dois anos de duração como se fosse algo inédito e que iria render cerca de R$ 50 milhões aos cofres públicos.
Além de Carmo -até então responsável pela coordenação de dez delegacias da zona leste de São Paulo-, outros dois delegados (um titular e um assistente), três investigadores e um chefe de investigação, todos do 66º DP (Vale do Aricanduva), também deixaram seus cargos por conta da quebra de confiança. O afastamento foi publicado no “Diário Oficial” do Estado.
Procurado ontem à noite, Carmo não se pronunciou.
A queda de Carmo começou a ser desenhada em junho, quando, ao lado dos seis policiais do 66º DP, ele apresentou à cúpula da Polícia Civil de São Paulo um pedido de apoio para realizar uma megaoperação contra a sonegação fiscal praticada por 30 metalúrgicas da zona leste.
Carmo anunciou que o governo do Estado poderia arrecadar até R$ 50 milhões com os impostos sonegados. Disse ainda que o método de sonegação era inédito e que a operação teria grande repercussão.
Em meio à crise enfrentada pela Polícia Civil no período, principalmente devido a acusações de corrupção envolvendo caça-níqueis, o secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão, e o delegado-geral, Mário Jordão Toledo Leme, deram sinal verde para a operação.
Mais de 30 mandados judiciais foram cumpridos por policiais, juntamente com cerca de 60 agentes e fiscais da Secretaria da Fazenda estadual, destacados especialmente pelo Palácio dos Bandeirantes.
Nada de novo
Dias depois, os advogados das metalúrgicas que foram alvo dos mandados judiciais tentaram, sem sucesso, obter cópias do inquérito policial. A dificuldade para obter os documentos (o inquérito era público e não tinha segredo decretado) chegou à cúpula da polícia, que decidiu apurar o motivo.
Quando o delegado-geral recebeu as cópias do inquérito policial com uma capa na qual constava o ano de 2005 como o da abertura da investigação, a ação de Carmo e de seus subordinados passou a ser vista como “quebra de confiança” e a sua saída foi decidida.
Atualmente, o inquérito sobre a sonegação fiscal é analisado pela cúpula da Polícia Civil, que busca indícios de irregularidades nas ações policiais. Já se sabe, por exemplo, que a investigação apresentada como inédita por Carmo começou em 2005 a pedido da Procuradoria Geral de Justiça e da Secretaria da Fazenda.
Também está comprovado que o “novo método de sonegação” é, na verdade, a velha tática das “offshores”, as empresas abertas em paraísos fiscais.
Carmo é amigo do ex-secretário da Segurança Saulo de Castro Abreu Filho
Procurado, Carmo não se pronunciou
DA REPORTAGEM LOCAL
Luiz Carlos do Carmo foi procurado no início da noite de ontem, por telefone, mas não atendeu ao pedido de entrevista.
O delegado-geral, Mário Jordão Toledo Leme, não quis se pronunciar ontem sobre o afastamento de Carmo.
Leme, que entrará em férias na segunda-feira, designou o delegado Aldo Galiano Júnior, diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), a central de todas as 93 delegacias da capital, para falar sobre o caso.
Segundo Galiano Júnior, a saída de Carmo ocorreu por conta de um programa de controle de qualidade nas ações policiais e também porque o delegado não tinha mais o perfil adequado para chefiar a 8ª Seccional.
Procurado à noite, o governador José Serra (PSDB) afirmou, por sua assessoria, não saber nada sobre a operação coordenada por Carmo. (AC)
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28/02/2009-10h16
Três delegados são suspeitos de compra de cargos de chefia em SP
ROGÉRIO PAGNAN
ANDRÉ CARAMANTE
LUIS KAWAGUTI
da Folha de S.Paulo
Os delegados Fábio Pinheiro Lopes, Emílio Françolin e Luís Carlos do Carmo são investigados pelo Ministério Público Estadual e pela Corregedoria da Polícia Civil pela suspeita de terem comprado cargos de chefia na Polícia Civil de São Paulo. Os policiais negam.
A investigação tem como ponto de partida o depoimento do ex-policial civil Augusto Peña dado à Promotoria neste mês e ao qual a Folha teve acesso. Peña, que não apresentou provas, diz que atuava como intermediário na negociação entre policiais e o então secretário-adjunto da Segurança Lauro Malheiros Neto.
De acordo com ele, Lopes pagou R$ 110 mil a Malheiros Neto para assumir a 3ª Delegacia de Investigações Gerais do Deic (divisão de combate ao crime organizado).
Já Françolin, sempre segundo o ex-policial, pagou R$ 250 mil para assumir a 5ª delegacia seccional da capital. Peña afirma ter sido o responsável pela entrega do dinheiro. A quantia foi entregue ao advogado Celso Valente, que seria outro intermediário de Malheiros na vendas de cargos e outros benefícios dentro da polícia.
Já Luís Carlos do Carmo também pagou, segundo Peña, por uma vaga no Detran. “O declarante não soube informar o valor porque recebeu apenas um pacote fechado”, diz outro trecho do depoimento.
Uma das hipóteses é que os policiais compravam os cargos para lucrar, por exemplo, com extorsões a investigados.
Os delegados Carmo e Lopes deixaram as funções após a saída de Malheiros Neto da secretaria. Carmo foi para uma delegacia do idoso e Lopes, para o 99º DP. Françolin continua na mesma seccional.
Nomeado para o cargo em janeiro de 2007, Malheiros Neto pediu exoneração em maio de 2008, logo após a prisão de Peña –acusado de extorquir dinheiro de integrantes do PCC.
No depoimento de agora, Peña confessou esse e outros crimes na tentativa de obter o benefício da delação premiada.
Esses benefícios, que podem reduzir a condenação do ex-policial, só são concedidos pela Justiça se as informações repassadas pelo acusado forem consideradas consistentes.
Amizade
De acordo com Peña no depoimento, ele e Malheiros Neto eram amigos havia anos. Foi a primeira vez que Peña admitiu manter uma relação próxima com o ex-secretário. A suposta ligação entre os dois foi denunciada ao Ministério Público por Regina Célia Lemes de Carvalho, ex-mulher do ex-policial.
Em janeiro de 2007, quando Malheiros assumiu o cargo de secretário-adjunto da Segurança, o então investigador disse ter sido procurado por ele para ser transferido a 3ª DIG do Deic. Lá, teria duas missões, segundo afirma no depoimento:
1) “Apertar o cerco em cima dos bingos e das máquinas de caça-níqueis, para poder arrecadar dinheiro de forma ilícita. Em outras palavras, cobrança de propina”; 2) “Ficar de olho” no delegado Fábio Pinheiro Lopes, “vigiando se o dinheiro [da propina] não era desviado”. “De acordo com o tamanho da casa de jogo, deveriam pagar de R$ 20 mil a R$ 200 mil mensais, em dinheiro”, disse.
Corregedoria
A investigação na Corregedoria trocou ontem de mãos. O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, substituiu o delegado Gerson Carvalho por um homem de confiança: Roberto Avino, que trabalhava ultimamente na Secretaria da Segurança.
Outro lado
Dois delegados classificaram as acusações como “infundadas” e “absurdas”. O outro não foi localizado.
O delegado Fábio Pinheiro Lopes, atualmente na chefia do 99º DP (Campo Grande), afirmou que “Augusto Peña é um bandido e que as acusações de corrupção feitas contra ele são uma vingança porque ambos são inimigos”.
De acordo com Lopes, Peña quer se vingar dele porque quando trabalharam juntos, no Deic, o delegado acusou o então investigador de desviar uma carga de videogames que estava apreendida na delegacia. “Esse rapaz é meu inimigo pessoal. Eu o expulsei do Deic”, disse.
Ainda segundo Lopes, as acusações de que teria pago R$ 110 mil ao ex-secretário-adjunto da Segurança Pública Lauro Malheiros Neto para assumir a 3ª DIG (Delegacia de Investigações Gerais) são infundadas. “Eu nunca fui processado, nunca tive uma sindicância na minha carreira [de 17 anos]”, disse.
Lopes também disse que, ao contrário do que afirmou Peña, ele nunca cobrou propina para protelar inquéritos policiais contra bingos ou donos de caça-níqueis.
O delegado Emílio Françolin classificou a acusação de ter pago R$ 250 mil a Malheiros Neto para assumir a 5ª Seccional como absurda.
O delegado Luiz Carlos do Carmo foi procurado pela reportagem em seu celular, mas não foi localizado até a conclusão desta edição.
O advogado de Malheiros Neto, Alberto Zacharias Toron, nega as acusações. Ele disse que seu cliente propôs ao Ministério Público ser ouvido, mas não obteve resposta, e ainda não conseguiu ter acesso ao inquérito.
O secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão, não quis comentar o teor do depoimento de Peña, segundo sua assessoria. A pasta informou que a mudança de delegados na Corregedoria faz parte de uma série de transferências rotineiras.
O advogado Celso Valente não foi localizado.