SECRETÁRIO DE SEGURANÇA DO PIAUÍ COMPARA POLICIAIS CIVIS AO “BOTO-COR-DE-ROSA”…ANIMAL TÃO ABUNDANTE QUANTO GOVERNADORES E SECRETÁRIOS DE ESTADO “HONESTOS” 24

Robert Rios convoca PM para atuar na greve e admite chamar Exército

Thu, 31 Mar 2011 10:45:46 -0300

O secretário de Segurança, Robert Rios, classificou de “grevismo” o movimento e que atrapalha o Piauí .

O secretário de Segurança Pública, Robert Rios Magalhães, garantiu nesta quarta-feira (30) que convocará os Policiais Militares para substituírem os Civis que estão em greve há três dias. Robert Rios anunciou a medida durante entrevista ao vivo direto do estúdio do Jornal do Piauí.,
Conhecido por seu estilo polêmico, o secretário classificou de “grevismo” o movimento paredista dos policiais e admitiu que a paralisação causa transtornos principal para a capital piauiense.
Na entrevista, o secretário comparou os policiais civis ao “boto cor-de- rosa” e justificou: “É raro você ver um agente civil no interior, é um boto cor-de-rosa”, disse.
Rios lembrou que o efetivo da policia é de 1500 homens e são necessários mais de cinco mil para atender a demanda no Estado. O secretário admitiu também que mais de 200 municípios (O Estado tem 224 cidades) não têm agentes da Polícia Civil.

Força Nacional
O secretário admitiu que se houver necessidade poderá convocar o Exército para atuar durante a greve. “Se faltar efetivo iremos chamar a Força Nacional. Seis Estados estão com Força Nacional e a população não vai sofrer qualquer constrangimento”, garantiu.
O secretário afirmou que o “grevismo” que atinge o Piauí atrapalha a população. “O que o Piauí arrecada não dá para conceder aumento para todo mundo? Não. Então, paciência”, desabafou.

Agentes penitenciários
Robert Rios revelou que os policiais militares também poderão substituir os agentes penitenciários que aprovaram greve nesta quarta-feira. “Preso não ficará sem assistência e se faltar efetivo nas ruas o governador pode pedir a Força Nacional, como aconteceu em outros estados”, declarou Rios.
 

A Polícia Civil do Estado ensaia os seus derradeiros passos 51

Enviado em 31/03/2011 às 10:03- EL

Opinião
Matéria publicada em 31/03/11
Boca no trombone
Estado terminal
Paulo Passos

Qual animal em vias de extinção, a Polícia Civil do Estado, ao que tudo leva a crer, ensaia os seus derradeiros passos.

As palavras que parecem soar fortes, e que, por certo, merecerão críticas e argumentações contrárias, se baseiam em fatos atuais, que encaminham a prestigiosa instituição para um trilho sem volta.

Alguns exemplos do que insinuo, podem ser extraídos de decisões que parecem estabanadas, mas que visam, claramente, esvaziá-la.

Assim, a passagem abrupta do Detran para a Secretaria de Gestão, teve por condão “moralizar” o departamento – nem se diga que a liberação de policiais foi o cerne da questão- enredado em casos de corrupções. Procurou se demonstrar que, até prova em contrário, os policiais civis eram venais, enquanto os “civis” de agora, ostentariam todas as condições para, imaculados, levarem avante a empreitada.

Ainda nessa mesma sequência, o senhor Secretário de Segurança Pública chamou para si a responsabilidade sobre a Corregedoria da Polícia Civil, enquanto aquela outra, da instituição congênere, permanecia sob a gestão da própria força. Em outras palavras, novamente, os corregedores civis, para bem desempenhar suas funções, precisariam de controle superior.

Tal não bastasse – é o que se apregoa -, as unidades encravadas nas pequenas cidades, com populações de até 10 mil habitantes, seriam fechadas, cabendo aos destacamentos militares a manutenção do policiamento.

Por derradeiro, nessa linha de pensamento, como preparação para o exercício de futuros encargos, os milicianos recebem a estranha tarefa de, também, confeccionar, “Boletins de Ocorrências”, de um sem número de eventuais infrações penais.

Mogi sentiu – e sente -, na carne, o drama da vontade hercúlea de se subjugar a instituição civil.

Ao início, se alegando a falta de autoridades policiais, se pretendeu fechar um dos seus principais distritos. Ao depois – em razão da revolta popular, ou de maneira pensada -, se acenou com a utilização de um único Delegado de Polícia, para fazer frente a dois plantões simultâneos.

Evidentemente, não se pensou no povo, que, ou teria de se arrastar pelas madrugadas por incontáveis quilômetros para expor suas agruras, ou terá de esperar por tempo infindo – mais do que já espera-, para ser atendido.

Aliás, em defesa da atitude a se tomar, se chegou, inclusive, à criação de teratológica e ilegal figura: o “flagrante por telefone”.

Enquanto isso, a cúpula da Polícia Civil adormece. Teme por seus passageiros cargos. Saudades de Maurício Henrique, Dante Maltoni, Pilar Fernandes, Celso Telles, entre tantos!

Paulo Passos
é advogado, professor, mestre e doutor em Direito