São Paulo não esclarece a maioria dos crimes 64

Em 2010, 46,1% dos homicídios foram esclarecidos. Dos carros roubados no 1º semestre, 41,5% foram recuperados

Daniel Torres, iG São Paulo | 24/03/2011 10:26

Compartilhar:

O Estado de São Paulo ainda comemora a queda nos números de homicídios e outros índices de criminalidade retirados dos últimos balanços trimestrais da Secretaria de Segurança Pública do Estado e do Mapa da Violência 2011. Apesar disso o Estado sofre para modernizar seus procedimentos e tentar dar o próximo passo no combate à violência: a resolução dos crimes.

Para que um crime faça parte das estatísticas oficiais, são necessárias três etapas sucessivas: o crime deve ser detectado, notificado às autoridades policiais e, por último, registrado no boletim de ocorrência. Se isso acontecer, ele estará nas estatísticas estaduais, que até hoje era publicado a cada trimestre e começará a ser divulgado mensalmente.

Como os índices de resolução dos crimes não são divulgados, o iG apurou alguns dados referentes aos últimos anos diretamente com delegacias especializadas e outros órgãos. Nesse levantamento, a reportagem apurou que em 2010, apesar de ter havido 1.196 homicídios registrados na cidade de São Paulo, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHHP) trabalhou com 1.569 inquéritos policiais abertos, já que os crimes cometidos nos anos anteriores também foram investigados em 2010.

Desse total, segundo a polícia, 724 foram esclarecidos. Isso dá um índice de 46,1% de esclarecimentos. Ou seja, a maioria dos homicídios no Estado que melhor combate esse tipo de crime ainda fica sem solução.

Foto: Flávio Torres

São Paulo tenta evoluir os métodos de investigação para apresentar melhores índices de resolução

 

“Em alguns países a taxa de sucesso é de 60% ou 70%. Mas esses números são relativos a homicídios em uma delegacia especializada de São Paulo. Esse número de 46% é certamente muito maior do que nas delegacias de bairro e do interior”, afirma Sérgio Adorno, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da universidade. Para Adorno, que fez uma detalhada pesquisa sobre o trabalho policial nos anos 90, os índices gerais de solução dos crimes no Estado são muito piores que os divulgados nos casos de homicídios.

 

O comandante geral da Polícia Civil de São Paulo, delegado Marcos Carneiro Lima, que assumiu o cargo no início deste ano e é responsável por um efetivo de 34.653 policiais civis que atuam em mais de 2,5 mil distritos policiais, entende que existem gargalos na investigação criminal, mas defende que mudanças realizadas nos últimos anos melhoraram a qualidade do trabalho policial.

“Temos de colocar nossos esforços para fortalecer a atividade principal da policia que é a investigação. Precisamos diminuir a burocracia, diminuir as chefias desnecessárias e fazer com que os delegados foquem a concentração no policial que está fazendo o trabalho de investigação.”

Apesar dos números ainda não serem satisfatórios, a evolução da investigação é apontada pelas estatísticas, que também revelam como os números de crimes caíram na última década. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, em 2002, os agentes de investigação estiveram em 1.952 locais de crimes, resolvendo apenas 23,1% dos casos. Em 2010, quando a taxa foi de 46,1%, foram investigados 540 locais de crimes. Mesmo assim, os índices de resolução dos crimes nos últimos anos foram instáveis. Foi de 46,9% em 2007, 43,7% em 2008 e 36,1% em 2009.

 

Foto: Divulgação Ampliar

Marcos Carneiro Lima, comandante geral da Polícia Civil de São Paulo

Delegado titular da Delegacia de Homicídios de 2001 até 2007, e retornando ao cargo no início de 2011, Armando de Oliveira Costa Filho – que participou da investigação de vários casos complexos, como a chacina de 11 mendigos no centro de São Paulo, e os assassinatos do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, dos pais de Suzane von Richthofen, do pai de Gil Rugai, e do Coronel Ubiratan Guimarães – acredita que é o trabalho de inteligência e os investimentos nas equipes de investigação que são capazes de fazer com que os crimes sejam resolvidos.

“Nosso plano se baseou em três estratégias básicas: a melhoria da investigação policial, por meio da utilização dos instrumentos que a tecnologia nos oferecia; o entrosamento entre todas as unidades policiais envolvidas e a sociedade civil; e a cessação do sentimento de impunidade da população através da prisão dos autores. A Polícia Civil depende muito das informações passadas pela sociedade e pelas vítimas. E é só transmitindo uma sensação de mais segurança é que a sociedade irá retornar com informações que nos são úteis”, afirma.

Impunidade e descrédito

O descrédito da população com o trabalho policial não é algo novo ou difícil de encontrar. Em uma pesquisa realizada pelo Ibope para a Rede Nossa São Paulo divulgada no começo do ano, a satisfação média dos paulistanos com a segurança na cidade recebeu uma nota de 4,7 em 2011, em uma escala de 1 a 10. O índice é melhor que os 4,3 de 2010, mas ainda indica a insatisfação da população. Para a pergunta “pensando no seu dia-a-dia, que situações mais fazem com que você sinta medo na cidade de São Paulo?”, as respostas mais citadas foram: violência em geral, assalto e roubo, tráfico de drogas, e sair à noite.

Carros estão entre os bens que mais são recuperados pela polícia. Mesmo assim, o índice é menor que a resolução de homicídios. Segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, que faz balanços anuais sobre o número de veículos furtados e roubados em todo o País, a média de veículos levados por bandidos que foram recuperados no primeiro semestre de 2010 no Estado de São Paulo foi de 40,5%. Em 2009, esse índice foi 40,9%; em 2008 foi de 31% e em 2008 foi de 33%. Os números mostram a tendência de evolução na recaptura, apesar dos números de furtos/roubos de 2010 ser menor que em 2009, mas maior do que 2007 e 2008.

“Quando analisamos a taxa de investigação de crimes contra o patrimônio vemos que o número é mínimo mesmo. Em geral, quando há o registro de uma ocorrência que não tenha muitos dados para a investigação, ela não vai para frente. O volume de casos é muito grande e não há recursos humanos que permitam dar conta de uma parte significativa dos casos”, analisa o professor Adorno.

Além dos crimes contra o patrimônio mais comuns, os delitos passam por fases cíclicas com os crimes da moda. Atualmente, a polícia de São Paulo luta para combater dois tipos que ganham o noticiário com frequência: crimes contra os condomínios residenciais e contra joalherias, especialmente as localizadas dentro de shoppings. Os dois modos de crimes fizeram com que o Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (DEIC) criasse duas delegacias especializadas para essas modalidades de crime.

 

Foto: Divulgação

Assalto a joalherias de shoppings centers fez a polícia criar uma delegacia especializada em São Paulo

Para o delegado Júlio César Teixeira, titular da Delegacia de Repressão a Roubo de Joias, o número de 17 assaltos realizados contra joalherias em shopping centers da capital em 2010 deve cair porque, apesar de ter havido um ‘boom’ de casos, os assaltantes começam a ter dificuldades de conseguir bons valores nas peças roubadas.

Nos casos dos roubos a condomínios, que em 2010 foram cerca de 20, a dificuldade de rastrear os objetos roubados é maior ainda porque, na maioria das vezes, são levados dinheiro e eletrônicos. “Não posso garantir que esse tipo de crime vai diminuir nos próximos meses. Estamos trabalhando muito na delegacia para encontrar essas quadrilhas. São grupos que se especializaram nesse tipo de ação. Prendemos uma quadrilha no ano passado que só com ela conseguimos esclarecer quase metade dos casos”, afirma o delegado Mauro Fachini, titular da Delegacia de Repressão a Roubo a Condomínios.

Outro crime que está tendo atenção da polícia é o arrastão a restaurantes. Só este mês, seis estabelecimentos foram invadidos por bandidos na zona oeste de São Paulo. O padrão é o mesmo: homens armados roubam bolsas, celulares, relógios, carteiras, entre outros pequenos objetos, de clientes e proprietários, em ações que duram cerca de cinco minutos.

“Várias quadrilhas já foram presas. E amanhã (sexta-feira) uma boa notícia. Nós vamos amanhã ter a formatura de 2.457 novos soldados. E a maior parte deles vai ficar na região metropolitana. Vamos fortalecer a Rocan (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas), que é o policiamento com moto, que é muito rápido e tem uma presença muito forte também. Então é polícia na rua e combater o crime. Isso é uma guerra, que tem que vencer batalha todo dia”, afirmou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na manhã desta quinta-feira. 

 

Crimes Total de casos Solucionados
Homicídio –  2010 1.569 724
Roubo/furto de carros – 1º semestre de 2010  93.347  37.819

Governo recua e nega que fechará distritos nas pequenas cidades 67

Enviado em 24/03/2011 às 8:21- POLICIAL CONTENTE

DR.GUERRA, ATÉ QUE ENFIM
Março 24, 2011 – 06:01
SSP recua e desiste do fechamento de distritos
Delegacia

Arquivo/O Vale

Medida atingiria municípios com menos de 5.000 habitantes; mudança ocorreu após pressões políticas

Luara Leimig
São José dos campos

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) recuou ontem e negou que irá fechar os distritos das cidades com menos de 5.000 habitantes do Estado de São Paulo. O anúncio havia sido feito na última sexta-feira e afetaria pelo menos 7 cidades do Vale do Paraíba.

O recuo do órgão ocorreu após pressão política feita por meio dos prefeitos das cidades pequenas do estado, que foram contrários ao fechamento das unidades.

Na região Areias, Arapeí, Canas, Lagoinha, Monteiro Lobato, Redenção da Serra e São José do Barreiro teriam as delegacias fechadas e os boletins de ocorrências ‘leves’ seriam feitos pela Polícia Militar, como furtos e perda de documentos. No caso de crimes mais graves, como homicídios e latrocínios, roubo seguido de morte, seria feito por um delegado da cidade mais próxima, que também ficaria responsável pela investigação.

“A violência vem crescendo em todos os lugares e ao invés de aumentar o efetivo o governo quer fechar delegacias. Não queremos isso e acreditamos que o governo vai avaliar esta situação com cautela”, disse o prefeito de Monteiro Lobato, Gabriel Vargas (PSDB).

Aglutinação. Outra mudança anunciada pela SSP, mas que será mantida e já está sendo estudada é a reengenharia dos distritos policiais que seriam concentrados em polos da Polícia Civil ao invés de existir diversos distritos nos municípios.

Na região as cidades que podem ter seus distritos aglutinados são Jacareí com cinco distritos, São José dos Campos que possui 8 distritos policiais e Taubaté com quatro.

Além dos distritos, as três cidades também contam com delegacias especializadas como DIG (Delegacia de Investigações Gerais). DDM (Delegacia da Mulher) e Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) que também deverão ser incluídas neste ‘remanejamento’ das unidades policiais.

Segundo o delegado assistente do Deinter 1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), Edilzo Lima, nenhuma delegacia será desativada, apenas irá funcionar em um espaço físico junto a outras unidades.

“O que deve ocorrer, mas ainda está em estudo, é a união do espaço físico e não a extinção de uma delegacia. Um exemplo é a Delegacia da Mulher e a do Idoso em São José que poderiam funcionar em um único prédio, mas mantendo as equipes atuais”, disse.

A aglutinação traria economia com a redução de aluguéis de prédios e, segundo a polícia, benefícios para a população com serviço mais centralizado e mais investigadores.

SSP. A SSP negou a pressão política, informou que nunca houve a intenção de fechar nenhuma delegacia e o que ocorreu foi um erro de interpretação. Segundo a SSP, o projeto de reengenharia das unidades policiais civis foi iniciado em 2010 no Deinter 9 de Piracicaba e será estendido para todo o Estado, com aglutinação de distritos policiais em um mesmo endereço.

O objetivo é melhorar o desempenho da Polícia Civil na investigação criminal, identificação e prisão de autores, recuperação dos bens subtraídos, melhoria da qualidade dos inquéritos policiais e melhoria no atendimento à população.

Ainda de acordo com a secretaria, já estão em andamento concursos para contratação de 484 escrivães e 1.053 investigadores para todo o estado.

BLOG DO FLEURY: modus operandi do nosso querido Secretario 38

http://blogdofleury.facilblog.com/index.htm

———- Mensagem encaminhada ———-
De: paulo sergio oppido fleury
Data: 23 de março de 2011 13:40
Assunto: Fleury
Para: dipol@flitparalisante.com

Caro Conde Guerra,

Se possível relaciona meu blog na sua relação,pois a um ano atrás
escrevi tudo que esta acontecendo hoje.Inclusive dei os nomes dos
reportes e modus operandi do nosso querido Secretario.
blog do fleury.
obrigado.

Fenapef denuncia perseguição de policiais na OIT 10

paradipol@flitparalisante.com

data23 de março de 2011 19:09
assuntoDr. Guerra, por gentileza, encaminhe o texto abaixo ao policial que escreve no Blog do Nassif
assinado porgmail.com

ocultar detalhes 19:09 (8 horas atrás)

http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/32249

Fenapef denuncia perseguição de policiais na OIT »

A Federação Nacional dos Policiais Federais denunciou à Organização Internacional do Trabalho (OIT) as perseguições da Polícia Federal aos agentes federais e líderes sindicais Josias Fernandes, diretor de Comunicação da Fenapef, e Rejane Peres Teixeira, presidente do Sindicato dos Policiais Federais na Bahia. No documento a Federação relata as ações revanchistas e perseguições contra os dois. “Esses atos tem se concretizado em atitudes que visam restringir o exercício da atividade sindical de legítimos representantes dos servidores da Polícia Federal”, denuncia a Federação.

Além da OIT, a Federação levou ao conhecimento das presidências da Cãmara e do Senado o que está acontecendo dentro do DPF. “Além disso,  também estamos encaminhando a denúncia ao Ministério da Justiça,  Casa Civil, Secretaria Geral da Presidência da República, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, OAB, CGU, MPT, Conselho Federal da OAB e outros órgãos”, diz o presidente da Fenapef, Marcos Wink.

Presos por tramar morte de delegado. 24

de J C

para dipol@flitparalisante.com

data23 de março de 2011 11:53
assunto Presos por tramar morte de delegado

Nota no Jornal Agora dia 23.03.2011.
 
“Presos por tramar morte de delegado.
 
 
Dois Suspeitos de integrar o PCC foram presos na sexta-feira de carnaval, dia 4, sob suspeita de armar emboscada para tentar matar o delegado Ruy Fontes, na zona leste. O advogado de um acusado diz que ele é inocente. (FSP)”
 
Nota bem pequena, e segundo me contou um passarinho os indivíduos foram abordados defronte o 69DP por PM´s e segundo consta, foi determinado por “alguém” que a ocorrência deveria ser encaminhada ao DEIC, onde teriam tido ordens expressas de não interrogarem os indivíduos  e só lavrarem o BO de  porte ilegal de arma…. sei lá…. me contaram…
 

A cada duas semanas, um delegado deixa cargo no Estado de SP 26

23/03/2011 – 08h51

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
VENCESLAU BORLINA FILHO
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

Marcos Araguari tornou-se delegado de polícia de São Paulo em 2004, após aprovação em um dos mais concorridos concursos do país. Quatro anos depois, mudou-se para o Paraná, onde recomeçou a carreira de delegado.
Ele trocou um salário de R$ 4.000 –à época– por um de R$ 11 mil. “Saí porque não dava mais. Aquele salário [que ganhava em São Paulo] não era condizente.”
Araguari é um exemplo do que vem ocorrendo a cada 14 dias no Estado de São Paulo, em média, nos últimos cinco anos, de acordo com dados da polícia e da associação de delegados. Nos últimos cinco anos, o Estado todo perdeu 126 delegados.
O principal motivo da saída, segundo os representantes de classe, é o baixo salário. O destino são outras carreiras –como promotores e juízes–, ou a mesma, mas em Estados que pagam mais.
O Estado de São Paulo tem 3.196 delegados com salário inicial de R$ 5.495 e teto de R$ 10.148,78.
Dos 180 delegados efetivados no último concurso, em 2009, 34 (19%) já deixaram o cargo, de acordo com dados da associação.
DEBANDADA
Para os policiais, essa debandada nunca foi tão grande. “O governo acha que abrindo um concurso para contratar 140 delegados [a inscrição foi aberta neste mês] resolve a questão. Esses novos contratados vão entrar, ficar por um tempo e depois vão embora”, disse a presidente da associação dos delegados, Marilda Pinheiro.
“Só fica quem não tem mais idade para prestar concurso, já deu seu sangue e não tem alternativa”, completa ela.
A Delegacia Geral afirma que vai tentar evitar esse êxodo tornando a carreira mais atrativa, ao mesmo tempo em que pretende criar mais dificuldade para o ingresso na polícia.
“Para ser policial, vai ter que estar dentro de requisitos. Não apenas arrumar um emprego. Várias pessoas acham que entrar na polícia é arrumar um emprego temporário”, diz o delegado-geral, Marcos Carneiro Lima.
Para o desembargador aposentado Aloísio de Toledo César, 70, a polícia paulista deveria adotar o modelo da Polícia Federal.
“Antes, a PF era uma porcaria. Depois, equipararam os policiais a juízes e hoje a PF tem uma atuação exemplar”, disse.
Para o presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Brasil), o paulista Carlos Eduardo Benito Jorge, a situação é séria.
“Essa debandada se agravou nos últimos quatro, cinco anos. É gravíssimo que num ano mais de 30 delegados deixem a profissão”, afirma ele.
A Secretaria da Segurança Pública não comentou o assunto. A pasta disse que seu o orçamento para 2011 é de ‘R$ 11,9 bilhões, sendo, R$ 9,9 bilhões para salários’.