A QUEM INTERESSA DERRUBAR O CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento)? 61

Enviado em 02/03/2011 às 17:10 – PAULO SÉRGIO FLEURY

A QUEM INTERESSA DERRUBAR O CAP ? A POLICIA MILITAR
Consta que a Policia Militar estaria por trás do vazamento desta noticia,pois teriam interesse em tambem assumir esta atividade.Tenho conhecimento que a estrategia da Policia Militar é convencer o Secretario e o Governador que sob  seu comando estas informações serão melhor utilizadas no combate ao crime,possibilitando maior confiabilidade e eficácia em sua analise e aplicação.A quem mais interessa esta grande duvulgação da mídia? Ao SECRETARIO ? A INICIATIVA PRIVADA ?INTERESSES FINANCEIROS ?

Policiais dizem terem sido vítimas de armação feita por delegado da Corregedoria 36

Jornal da Record

publicado em 02/03/2011 às 20h53:

Policiais dizem terem sido vítimas de armação feita por delegado

    Marcelo Rosa Pinto e Ivair Donizete de Paula passaram oito meses na prisão por extorsão aguardando uma audiência na Justiça. Os dois foram inocentados e agora querem provar que tudo foi uma armação de delegados da Corregedoria da Polícia Civil de SP.

O “bico oficial” de policiais militares começa a se expandir pelo interior do Estado de São Paulo 31

02/03/2011 – 08h41

Interior de São Paulo começa a oficializar “bico” de PMs

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O “bico oficial” de policiais militares, que começou há pouco mais de um ano na capital paulista, começa a se expandir pelo interior do Estado de São Paulo, com a adesão das prefeituras de Barretos (a 423 km de SP), na região de Ribeirão Preto (a 313 km de SP), e Sorocaba (a 99 km de SP).

Alckmin lança “bico oficial” de PMs em Sorocaba (SP)
Pagamento dos salários de “bico oficial” de policiais militares atrasa em SP

Outras 15 cidades paulistas já estudam aderir ao “bico” oficial, segundo o governo estadual. Por afetar o período de folga, a alternativa é alvo de críticas de especialistas e entidade de classe.

Chamado de Operação Delegada pelo Estado, o programa consiste na contratação de PMs pelos governos municipais para que trabalhem em dias de folga.
Os policiais aderem ao programa se quiserem. Remunerados pelas prefeituras, atuam com o mesmo equipamento da corporação, fornecido pelo Estado –farda, viatura, arma e colete.

Nas quatro cidades onde foi oficializado, o pagamento aos policiais varia de R$ 7,92 a R$ 16,66 a hora.

Em Barretos, os PMs que aderirem vão receber de R$ 10 a R$ 12,50 –valores maiores para patentes superiores. A Câmara da cidade aprovou anteontem a proposta do prefeito Emanoel Carvalho (PTB) para autorizar o convênio com a PM.

O petebista disse ter reservado R$ 30 mil por mês para o pagamento de “bicos”. Ele espera que em 30 dias os policiais comecem a prestar serviços ao município.
“É um meio de reforçar áreas da prefeitura em que a ação policial pode ser importante. Se tenho uma escola problemática, por exemplo, posso ter um homem lá.”

O número de policiais que serão liberados para os serviços em Barretos dependerá da disponibilidade do batalhão da cidade, segundo o prefeito. “Para o município é um bom negócio pagar a hora trabalhada”, disse.

A Prefeitura de Sorocaba deve gastar até R$ 120 mil por mês para a remuneração dos PMs que trabalharem nos dias de folga. A cidade pagará de R$ 12,50 a R$ 16,66 por hora. Valores superiores aos de São Paulo.

De acordo com o secretário de Segurança Comunitária da cidade, o coronel da reserva da PM Roberto Montgomery Soares, os trabalhos devem iniciar em 60 dias. “Haverá um treinamento para essa nova função”, disse.

Segundo Soares, além de policiamento, os profissionais terão função de fiscal enquanto estiverem de serviço para a prefeitura. Entre as responsabilidades estará a de fiscalizar venda de bebidas alcoólicas a menores.

GRANDE SP

Na capital paulista, onde a operação começou, a atividade foi apelidada de “bico oficial”, já que a remuneração é feita pela prefeitura.

Mogi das Cruzes, também na região da Grande São Paulo, oficializou ontem a atividade. Como nas outras cidades, o tempo de serviço será limitado em 12 horas por dia e 96 horas por mês.


DESFAÇATEZ NA CHEFATURA: Saulo diz que ignorava empresa de estatístico que vendia dados…Kahn disse à Folha que a criação da empresa de consultoria foi feita sob orientação do governo 13

Enviado em 02/03/2011 às 11:28

02/03/2011 – 08h24
Saulo diz que ignorava empresa de estatístico que vendia dados

Saulo de Castro, atual secretário de Transportes de São Paulo, disse por meio de sua assessoria que não aconselhou o estatístico Túlio Kahn, acusado de vender dados sigilosos, a abrir uma empresa quando o contratou para a CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento).

Kahn foi afastado do cargo ontem, após reportagem da Folha mostrar que ele vendia serviços de consultoria nos quais colocava à disposição de empresas dados sigilosos sobre a violência no Estado.

Kahn foi indicado ao cargo em 2003. À época, Saulo era o titular da Segurança Pública, nomeado pelo governador Geraldo Alckmin, em seu primeiro mandato (2003-06).

O secretário disse que nem sabia que Kahn era sócio da Angra Consultoria e Representação Comercial.

Saulo confirmou que foi na sua gestão que o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de SP passou a pagar o salário de dois funcionários para trabalhar dentro da CAP no levantamento de dados sobre roubo de cargas.

São funcionários privados, pagos por uma entidade privada, com acesso a informações sigilosas. O sindicato diz que o acordo é legal.

Segundo o secretário, essa parceria foi feita porque havia dados muito díspares sobre roubo e furto de cargas entre o banco de dados da secretaria e o do sindicato.

Ele disse que, na sua visão, o sindicato não representa interesses particulares –já que é o porta-voz de um grupo de empresas.

Saulo tem grande influência no atual governo de Alckmin, mas perdeu parte da ascendência em sua área de origem -a segurança. Ele e secretário Ferreira Pinto travam disputa nos bastidores para ver quem tem mais influência sobre Alckmin.

COMPLEMENTO

Anteontem, Kahn disse à Folha que a criação da empresa de consultoria foi feita sob orientação do governo.

Segundo ele, a empresa foi sugerida como forma de complementar o salário de R$ 5.000 de que o Estado dispunha para pagá-lo. Com a empresa, segundo Kahn, seria possível passar notas por serviços de consultoria a outros órgãos e receber um complemento salarial.

A solução rápida para o crime em São Paulo – polícia de exceção? 14

Paula Miraglia

Antropóloga analisa segurança pública, justiça e cidadania

Antropóloga e diretora geral do International Centre for the Prevention of Crime, Paula analisa segurança pública, justiça e cidadania

A solução rápida para o crime em São Paulo – polícia de exceção?

Classe social segue sendo um elemento determinante para garantir o acesso e direito à Justiça

01/03/2011 17:25:

Em menos de uma semana a polícia declarou ter esclarecido o crime contra os dois alunos da Fundação Getúlio Vargas ocorrido no bairro da Bela Vista, na região central de São Paulo. Segundo a investigação, a tentativa e o assassinato teriam como motivação o ciúme. As vítimas teriam provocado a namorada do atirador no bar onde se todos encontravam. Um dos jovens morreu e o outro ainda esta internado em estado grave.

O episódio traz elementos comuns ao quadro da violência urbana que assola as capitais brasileiras: conflitos cotidianos associados ao fácil acesso à uma arma de fogo, tendo como combustível a cultura da violência. Nesse caso, contudo, para além da tragédia, o que realmente chama a atenção é a rapidez com a qual o crime foi solucionado. Bastaram 5 dias para que a investigação fosse concluída e os suspeitos presos.

Coincidentemente, na mesma semana era lançado o “Mapa da Violência 2011”, um estudo nacional sobre homicídios. Realizada por 5 anos consecutivos, a pesquisa traz dados importantes sobre mudanças nos padrões da violência no Brasil, sobretudo no que se refere aos estados do Nordeste.

Mas além dos novos elementos, os números apresentados desenham um quadro já bastante conhecido: as maiores vítimas de homicídios no Brasil seguem sendo os jovens, negros, pobres, moradores das periferias.

Em outras palavras, o que o Mapa da Violência nos mostra é que o crime contra os universitários – que chocou a todos nós e é motivo de profunda tristeza para as famílias e amigos das vítimas, é rotina nas periferias do País. O jovem que teve sua vida interrompida tragicamente, que não poderá completar os estudos, ter uma família ou ingressar no mercado de trabalho, repete a história dos quase 20 mil jovens que morrem assassinados todos os anos no Brasil.

As semelhanças, no entanto, terminam aí. Os homicídios nos bairros pobres em geral não ganham as páginas dos jornais, raras a vezes as vítimas têm nome, família, amigos, história de vida ou a morte lamentada publicamente. As mortes nas periferias são tomadas como rotina e parecem interessar a pouca gente.

A solução deste crime em particular em menos de uma semana, quando confrontada com o índice de mais de 60% de homicídios não esclarecidos em São Paulo, só faz reforçar a percepção de que no Brasil, a ideia de que todos são iguais perante a lei é letra morta.

Tamanho contraste evidencia como a classe social segue sendo um elemento determinante para garantir o acesso e direito à Justiça.

Mas uma Justiça desigual não viola apenas os princípios constitucionais ou a própria noção de cidadania, ela é motor de uma política de segurança ineficaz e fadada ao fracasso. Tamanha seletividade por parte da ação policial está na raiz dos problemas enfrentados pela segurança pública no País.

Policiais paulistas migram por salários 53

02 de março de 2011 | 0h 00

Aloísio de Toledo César – O Estado de S.Paulo

Agrava-se no Estado de São Paulo o clima de desânimo na Polícia Civil, sobretudo entre delegados de polícia, em decorrência dos vencimentos e das condições de trabalho inferiores em relação aos congêneres de outros Estados e da própria Polícia Federal.

O resultado dessa atmosfera pessimista pode ser medido pela crescente migração de policiais paulistas, aprovados em concurso, para trabalhar nos outros Estados, onde os vencimentos são bem maiores. Não são só os delegados que se inclinam pela migração: também escrivães e investigadores fazem o mesmo.

O risco deste fenômeno é a perda de cérebros e de profissionais experientes numa área bastante sensível da vida de todos nós. Neste momento, por exemplo, 18 mil advogados de todo o Brasil estão inscritos no concurso em realização pelo Tribunal de Justiça de São Paulo para o preenchimento de aproximadamente 100 vagas de juiz, com vencimentos iniciais em torno de R$ 17 mil.

Esse enorme interesse dos advogados pela magistratura paulista, que permite a seleção de pessoas qualificadas, decorre, é claro, de vencimentos atraentes e das condições de trabalho. Mas com a Polícia Civil paulista, em especial relativamente aos delegados de polícia, ocorre o contrário.

Com a realização do último concurso em São Paulo, foram aprovados 180 novos delegados de polícia, porém, entre eles, 31 já se exoneraram do cargo para atuar em outros Estados, que remuneram mais adequadamente a atividade.

Não só os novos delegados de polícia, mas também os mais antigos na carreira, passaram a se inscrever em concursos programados nos outros Estados do País e deixam entrever que a migração, lamentavelmente, terá continuidade.

As consequências se refletem diretamente no policiamento e na segurança do mais populoso e mais rico Estado brasileiro. Basta ver, por exemplo, que 31% dos municípios paulistas se encontram sem delegados, ou seja, com as delegacias vazias ou ocupadas tão somente um ou dois dias por semana por algum delegado que acumula o encargo sem nenhuma vantagem pessoal.

O mais preocupante é que o preenchimento das vagas de delegado e de outros policiais civis, decorrentes dessas migrações e das aposentadorias naturais, demora no mínimo dois anos. Se um delegado ou escrivão migra ou se aposenta, não há substituto e a função que vinha exercendo permanecerá em aberto, num cenário que se agrava, sem a menor perspectiva de solução.

Mais grave de tudo é que os vencimentos dos delegados paulistas, com o líquido abaixo de R$ 4 mil, fazem com que muitos deles se sintam humilhados e desprestigiados, uma vez que continuam a ser os salários mais baixos do País. A circunstância de o Estado mais rico pagar o pior salário é vista como afronta e como desprezo à atividade, como se ela tivesse reduzida importância.

Em verdade, aqui já se disse isto e é a pura verdade: mesmo Estados de reconhecida pobreza, como Maranhão e Piauí, remuneram seus delegados com importâncias bem mais elevadas. Isso para não falar da Polícia Federal, em que os delegados recebem aproximadamente R$ 17 mil por mês no início de carreira, para o exercício de atividades similares.

Sem nenhuma dúvida, viu-se que a elevação dos vencimentos federais a esse patamar conferiu nova dimensão àquela polícia, que se mostra muito mais eficaz, embora com o grave comportamento de muitas vezes preferir o espetáculo e a aparição na mídia.

A corrupção de que se tem notícia em muitas delegacias de polícia no Estado de São Paulo não se justifica em hipótese alguma, mas, sem dúvida, os baixos vencimentos ajudam a compreender por que ela ocorre. Os policiais civis, além do risco de vida, convivem no combate ao crime com a escória da sociedade, verificando-se muitas vezes ser tênue, bastante tênue, a linha divisória entre uma atividade e a outra. Aí mora a tentação do abismo.

É evidente que a população do Estado de São Paulo deseja e merece uma polícia muitas vezes melhor. Mas, em virtude das frequentes notícias envolvendo a reputação de policiais civis, os esforços para a melhoria de condições de trabalho e de vencimentos esbarram em dificuldades políticas difíceis de superar.

Uma das principais reivindicações dos delegados de polícia, por exemplo, é a aprovação de um projeto de reestruturação da carreira que tramita pela Assembleia Legislativa do Estado há mais de dez anos sem nenhuma solução. O projeto, se aprovado, reduziria de 14 para 7 as carreiras policiais, criando o ambiente profissional melhor que a classe deseja.

Os delegados, no entanto, têm uma lamentável fragilidade associativa. Não conseguem se unir e dirigir esforços no mesmo sentido, de tal forma que esbarram sempre em dificuldades políticas e em ambições pessoais dentro da carreira.

Nos dias presentes, cresce o clima de tensão da Polícia Civil em relação ao Palácio dos Bandeirantes, tendo em vista a frustração pós-eleitoral de expectativas. Entre os delegados, não há esperança de que o novo governo pretenda constituir uma Polícia Civil melhor e que a aparelhe mais adequadamente. Pelo andar da carruagem, dizem, as prioridades não os alcançam e se refletirão progressivamente na segurança de cada um de nós.

A falta de diálogo cria um clima quase de antagonismo dos delegados em relação ao governador, dando a entender que, se assim se mantiverem as coisas, novos e lamentáveis incidentes poderão se repetir, como a greve de 59 dias em 2008, que levou a um conflito entre policiais civis com militares, bem próximo ao Palácio.

DESEMBARGADOR APOSENTADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO.
E-MAIL: ALOISIO.PARANA@GMAIL.COM