Deputado quer a extinção da prova e diz que Ordem faturou R$ 63 milhões com os testes
Ana Paula Siqueira
BRASÍLIA
A estudante niteroiense Lívia Desouzart, 22 anos, formanda em direito, faz parte do pequeno grupo de 11,8% dos bacharéis que conseguiram passar no último exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Mas, para fazer parte deste seleto índice, ela teve que tirar férias do trabalho e se matricular num curso preparatório. Sem isso, garante, seria muito difícil ter sido aprovada.
– No início, eu estudava de madrugada à base de café. Mas acho a existência da prova, como controle de qualidade, muito importante – diz Lívia.
Entre os insatisfeitos, muitos afirmam que o exame se tornou “uma indústria”, já que, para se submeter à prova, o postulante deve pagar R$ 200. De acordo com cálculos do deputado Edson Duarte (PV-BA), autor de uma proposta que pretende extinguir o exame, a OAB teria arrecadado cerca de R$ 63 milhões com os três testes aplicados ao longo de 2010. Ele insinua que um dos objetivos da instituição seria o de gerar dinheiro.
As cifras não são confirmadas pelo presidente nacional da Ordem, Ophir Cavalcante. De acordo com ele, os valores são administrados pelas seccionais (sedes regionais) da OAB e empregados para custear as despesas com o exame. Ophir credita o alto índice de reprovação mais à qualidade do ensino jurídico no Brasil do que ao grau de dificuldade da prova. Especialistas da área procurados pelo JB endossam esta opinião.
Presidente da OAB desconhece total arrecadado
Autor de um projeto que pretende acabar com a exigência do exame da OAB para que bacharéis em direito possam exercer a advocacia, o deputado Edson Duarte (PV-BA) afirma que a prova é inconstitucional porque conflita com a autonomia universitária e a competência do poder público para avaliar e fiscalizar o ensino
– Somados os três exames realizados este ano, a OAB faturou R$ 63,6 milhões em 2010 – diz o parlamentar. – Estes valores mostram que a instituição, que deveria zelar pela lei, está não apenas exorbitando da sua competência legal, mas também fazendo dessa aberração chamada Exame da Ordem um negócio milionário.
O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante rebate as acusações e diz não saber “de onde o deputado tirou esse número”. Para ele, muitas “forças” se sentem prejudicadas e tentam pôr fim ao exame.
– Aquelas escolas que não têm compromisso com a qualidade de ensino, de tudo fazem para defender essa proposta demagógica de acabar com o exame – afirma Ophir.
O presidente da OAB diz não saber qual o valor arrecadado com os exames em 2010. Ele garante que o dinheiro fica com as seccionais da Ordem espalhadas pelo Brasil. São elas que realizam os exames.O dinheiro, afirma, é empregado no pagamento da instituição contratada para realizar as provas, na assessoria jurídica para dar conta dos cerca de 300 mandatos de segurança que são impetrados em cada fase da avaliação e na contratação de professores para corrigir os testes, entre outros gastos.
O economista José Luiz Barbosa, 57 anos, é um dos muitos que não conseguiram a aprovaçã. Ele fez a segunda avaliação de 2010 e classifica de “fiasco” o fato de apenas 11% dos inscritos terem sido aprovados.
– É um critério de avaliação muito difícil. É complicado ter que aceitar uma situação dessas – desabafa. – Acho que isso está virando uma indústria.
Apesar disso, o economista defende a existência da prova e se prepara para enfrentar uma nova maratona em 2011, quando deve se submeter à avaliação novamente.
Jurista defende exame
O jurista Ives Gandra afirma que o exame é a “única forma de termos profissionais mais qualificados”, e que a prova é “reconhecidamente difícil”.
– Portugal tem 10 faculdades de direito para 10 milhões de habitantes – afirma Gandra, criticando o grande número de cursos no Brasil. – Uma coisa é ter o título de bacharel, e outra é advogar. Os estudantes que passaram estão preparados.
Luciano Viveiros, professor de direito da UFRJ e do curso preparatório da OAB, afirma que “o grau de dificuldade corresponde à ineficiência do ensino jurídico”, e que universidades públicas, em geral, têm altos índices de aprovação no exame.
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Faculdade o bom é putaria e cerveja. O estudo fica para depois.
Sou habilitado pela OAB passei de prima, outros colegas de copo prestaram entre 3 e 7 exames.
O ensino jurídico está uma droga + putaria + cerveja= reprovação.
Ai que saudade das pererecas peladinhas, cabeludas, ruivinhas, moreninhas, loirinhas.Zuava mais sempre com livro atualizado na mão.
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o ensino de direito ja virou um comercio faz tempo,se com o exame da ordem esta uma merda sem ele estaria bem pior,mas que é um comercio lucrativo isso sem duvida É
FUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
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Geraldo, em que ano vc passou?
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A OAB lucrar com as provas, para mim é surpresa, mas não esqueçam da anuidade, principalmente aqui em Sampa, e aí nínguém reclama?
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com o exame da ordem, o brasil já está infestado de advogados analfabetos juridicos, imagine sem o exame, DEUS ME LIVRE, falei, fui…
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a única coisa que deveria mudar é o valor cobrado
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E ainda querem exigir aprovação na OAB para carreira de delegado ……
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não é bem assim chassi, mas deixa
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ESSE TAL DE Ives Gandra, É DONO DE CURSINHO PREPARATÓRIO , POR ISSO DEFENDE O EXAME
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o dia que um único exame for reconhecido como sinônimo de qualidade, é porque a coisa tá feia mesmo
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Impressiona saber que quem é cntra, quando passa nessa bosta se diz a favor. Duvido alguém responder a pergunta PORQUE SÓ NÓS.?
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Esta questão deve ser observada no ponto de vista constitucional e não de simples acalorada opinião pessoal.
As estatísticas do aumento de reprovação não condiz com a péssima qualidade do ensino:
1) A OAB liberou a fazer a prova aos estudantes no 8º período;
2)Questões muito longas que humanamente é impossível resolver todas com consciência no tempo previsto.
3)Questões com nível tão elevado que o próprio elaborador da prova termina se atrapalhando em algumas causando anulação.
Relembrando que a OAB não é autarquia federal, não tem competência para avaliar a educação (os cursos jurídicos). Esta competência é do Ministério da Educação. Portanto a OAB está invadindo a competência do Estado.
A Lei 8.906/94 contém vícios insanáveis formais e materiais.
Quem defende o tal exame das duas uma:
1) Ou está faturando em cima deste exame, transformando uma industria de ganhar dinheiro;
2) Ou tem total desconhecimento do assunto e precisa se atualizar para poder debater o assunto.
Antes de me questionarem, sou advogado, passei de primeira nesta porcaria de exame de ordem e sempre defendi a sua inconstitucionalidade com fundamento na CF e lei de diretrizes e bases da educação.
Tenho colegas de faculdade que passaram na OAB e não sabem fazer uma peça processual, cadê o exame selecionar os melhores.
Tenho outros colegas que já passaram para concurso de procurador, ministério público e delegado e não puderam exercer porque ainda não conseguiram passar na OAB.
Por que o Congresso Nacional não criou o Estatuto dos Médicos (pois a profissão do médico meche diretamente com a vida, bem maior das pessoas)?
Infelizmente nosso país é movido a corrupção e sou totalmente descrente que a sociedade evolua, pois os políticos corruptos é reflexos de nossa atual sociedade.
Antes eu tinha um maior respeito e admiração pela OAB, hoje não acho esta instituição tão seria assim como eu pensava antes, pois defender um exame que tem objetivo principal de reprovar os bacharéis é motivo de ficar desconfiado.
Lembrando que consegui passar porque tive que decorar muita coisa, a prova não exige conhecimentos mínimos e sim pura decoreba.
Espero que o STF não me decepcione e julgue com fundamentos claros da nossa Lei Maior.
A OAB deveria ser fiscalizada pelo Tribunal de Contas, pois o lucro do tal exame não é divulgado.
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Rs. Rs. Rs. Rs. Extremamente cara de pau esta alegação de não estarem tendo lucro. Nos informem então uma coisa, o que está sendo feito com os milhões, cerca de R$ 72.000.000,00 (setenta e dois milhões de reais) por ano, arrecadados com as taxas de exame ???
Façam uma prestação de contas do emprego desta fortuna.
Porque os senhores, não investem esta “grana” que é dos bacharéis, pois veio deles, no seu treinamento, pois saem das faculdades “ainda verdes” e os colocar para praticar numa “residência jurídica” dentro das milhares de Varas e Juizados em todo o Brasil e assim darem andamento aos milhares de processos parados e empoeirados aguardam Juízes açoberbados de processos para serem analisados, emitidos pareres e julgados.
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oprimeiro comwntario fale por vc eu naõ bebo e não vivo na putaria, esse exame é caça ninquel, nesse pais nada é serio ainda tem gente querendo comparar esse exame com o qual fazem na suecia só pode serbirncadeira
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eu sei que escrevi palavras erradas antes que alguém queira fazer piadas.
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Boa pergunta.
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Pelo nível do seu comentário, já se imagina a tua qualidade como advogado! Lamentável.
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O meu post acima é dirigido ao sr. Gerrralli
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Se o Dr. Ophir não sabe quanto arrecada com esse exame gerador de desemprego, quem saberá? Mais um motivo para que sejam fiscalizados pelo TCU. Abram seus livros fiscais que rapinho saberemos o quantum e a destinação desses milhões de reais: cerca de 75 milhões e não sabe quanto arrecada?? Esse Ophir é uma piada de mal gosto no mundo jurídico!!!!
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Claro que oab precisa ter uma desculpa para lavagem de dinheiro que ocorre porque não existe orgão fiscalizatóriopara esta instituição.
ophir responde processo
PROCESSO OPHIR 1ª VARA DE FAZENDA DE BELÉM
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0039528-64.2011.814.0301
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