CLAUDIO BEATO: Os protagonistas no Rio são as milícias 23

TENDÊNCIAS/DEBATES

Os protagonistas no Rio são as milícias

CLAUDIO BEATO


Estamos assistindo ao fim de um período e ao provável ingresso em outro patamar, que exigirá instrumentos mais amplos que as UPPs


A interpretação oficial corrente sobre os eventos no Rio de Janeiro tem atribuído à reação dos traficantes às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) a explicação para o impressionante surto de violência.
Trata-se de argumento simplificador, que desconhece o complexo processo que vem se desenvolvendo ao longo de quase duas décadas e que agora ingressa em um novo patamar de organização da atividade criminosa.
Atividades criminosas têm-se estruturado seguindo uma lógica bastante similar nos grandes centros urbanos brasileiros. Iniciam-se com atividades de gangues de bairros em ambientes urbanos deteriorados e assolados por péssimas condições econômicas e sociais.
O aprisionamento desses membros cria um novo patamar de organização, que se estrutura inicialmente no interior das prisões, com formação de coalizões, tendo como objetivo inicial sua proteção e, posteriormente, associação para fins criminais. Essa é a origem de PCC (Primeiro Comando da Capital), Comando Vermelho, ADA (Amigos dos Amigos) ou Terceiro Comando.
Nesse estágio, inaugura-se também um período de intensa competição entre grupos, com uso maciço de armas de fogo e a introdução crescente de mecanismos de corrupção. O amplo domínio territorial desses grupos é a marca desta fase.
Este arranjo se desmorona e o que estamos assistindo são os estertores desse período.
Seus protagonistas encontram-se crescentemente acuados: de um lado, por estratégias do governo estadual que são bastante distintas do padrão vigente; por outro, temos emergência de grupos mais voltados para uma lógica empresarial e com padrões de eficiência criminal mais elevados.
Há uma expansão das atividades comerciais, que agora não se limitam apenas ao tráfico de drogas, mas se estendem a diversos outros tipos de atividades ilegais, tais como a venda informal de serviços e bens públicos por meio de “gatos”, provisão de bens e serviços, como gás, transporte e segurança, e até mesmo exploração de prostituição.
No lugar do violência, a cooptação, o ingresso no mundo da política e a infiltração institucional. Os protagonistas centrais deste processo no Rio têm sido as milícias, para quem o espetáculo exuberante da etapa anterior não é mais funcional para os negócios.
Por sua vez, o Estado do Rio de Janeiro tem atuado firmemente em estratégias visando o restabelecimento da ordem, buscando a erradicação das armas de fogo e a retomada de territórios.
Estamos assistindo ao fim de um período e ao provável ingresso em outro patamar, que exigirá instrumentos e políticas mais amplos e profundos que a bandeira das UPPs. Estas, aliás, devem se multiplicar e deveriam ser parte de um projeto sistêmico e com perspectiva mais estratégica.


CLAUDIO BEATO é professor do Departamento de Sociologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e diretor do Crisp (Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública), da mesma universidade.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

Domigos Paulo Neto se reúne com 400 policiais em Sorocaba 31

Delegado geral da Polícia Civil se reúne com 400 policiais em Sorocaba

Domigos Paulo Neto anunciou queda em índices de criminalidade na cidade

Ivana Back/ TV Tem

O delegado geral da Polícia Civil no Estado de São Paulo, Domingos de Paulo Neto, se reuniu nesta quinta-feira, 25, em Sorocaba, com cerca de 400 policiais das 79 cidades da área de cobertura do Deinter-7. Ele veio falar do trabalho à frente da delegacia há um ano e meio. É a sexta reunião este ano.

Neto já visitou Santos, Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Bauru. O delegado anunciou que houve uma queda de 31% no número de furto de veículos de janeiro a setembro em Sorocaba, no comparativo com o mesmo período do ano passado. O índice estadual foi de 6%.

O número de roubo de veículos também caiu 31%. Em todo o Estado de São Paulo, a redução foi de 8%. Neto informou que nos próximos dias 329 escrivães e 377 novos investigadores devem começar a trabalhar em todos os deinters. Ele não divulgou o número que vai atuar na região de Sorocaba.

Veja abaixo mais trechos da reunião:

http://tn.temmais.com/noticia/5/30178/delegado-geral-da-poli%CC%81cia-civil-se-reu%CC%81ne-com-400-policiais-em-sorocaba.htm

Alckmin sinalizou a aliados que trabalhará para pacificar as relações entre as polícias Civil e Militar…MELHOR INICIAR PACIFICANDO AS RELAÇÕES DOS POLICIAIS COM AS RESPECTIVAS INSTITUIÇÕES: AMBAS ESTRUTURALMENTE DESONESTAS…O POLICIAL É BOM (A MAIORIA ), AS POLÍCIAS É QUE NÃO PRESTAM 40

Submitted on 28/11/2010 at 11:34JOW

28/11/2010 – 08h30

Alckmin já sinaliza mudanças na educação

JOW e DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pediu à equipe de transição prioridade na análise de projetos que quer transformar em marcas de sua gestão.

Estão na lista de Alckmin desde propostas alardeadas por ele durante a campanha até pontos vulneráveis da administração, que alimentaram o discurso de seus adversários nas eleições.

Na cúpula da equipe de transição, por exemplo, é consenso que o governador fará modificações na política educacional do Estado. O formato da progressão continuada deverá ser revisto, e a universalização do ensino fundamental será uma meta.

A qualidade do ensino estadual foi criticada durante a campanha. Por isso, Alckmin estaria “decidido” a elevar os índices de avaliação dos alunos de escolas públicas.

Já na cota das grandes promessas de sua campanha, o Via Rápida para o Emprego deve ganhar dotação específica no Orçamento de 2011.

O programa irá oferecer cursos rápidos de qualificação profissional para áreas que sofrem com falta de mão de obra especializada, como a construção civil.

Para isso, será necessário fazer ajustes no Orçamento de 2011, em tramitação na Assembleia Legislativa. A missão de modificá-lo caberá ao deputado estadual Bruno Covas (PSDB), relator da peça e aliado de Alckmin.

NOVA PASTA

Grande novidade do próximo governo, a Secretaria de Gestão Metropolitana está em fase final de elaboração.

A pasta será criada por Alckmin para coordenar políticas municipais e estaduais de saneamento, transporte e habitação e terá foco nas três regiões metropolitanas do Estado: Baixada Santista, Campinas e Grande SP.

Elas somam 67 municípios, são responsáveis por cerca de 70% do PIB de São Paulo e 80% da população.

Segundo aliados, deverá prevalecer o formato que prevê a criação da secretaria e a nomeação de um comitê intersecretarial, responsável por pensar e coordenar a execução das políticas públicas.

Entre os nomes que circulam como candidatos a chefiar essa nova pasta estão notórios aliados de Alckmin: os deputados federais José Aníbal, Edson Aparecido e Emanuel Fernandes, todos do PSDB.

Para outra área estratégica, a Segurança, Alckmin sinalizou a aliados que trabalhará para pacificar as relações entre as polícias Civil e Militar. As duas corporações se confrontaram em 2008, durante o governo de José Serra, e a reconstrução da relação será prioridade.

Há, por exemplo, uma avaliação de que as equipes de inteligência das polícias Civil e Militar poderiam atuar de forma mais integrada.

Também pela disposição em promover esse trabalho passará a decisão sobre o nome que chefiará a pasta, hoje um problema para o governador eleito.

Chegou à imprensa a versão de que a cabeça do atual titular, Antonio Ferreira Pinto, estaria a prêmio. Aliados de Alckmin atribuíram ao secretário a divulgação de que haveria um lobby para que ele saísse da chefia da pasta.

O governador eleito teria se sentido pressionado. Segundo pessoas próximas, o tucano entendeu que, se deixar Ferreira Pinto no cargo, passará a impressão de ter cedido a apelos feitos via imprensa. Se substituí-lo, no entanto, terá que lidar com rumores de que cedeu ao lobby contra o secretário.

Na próxima semana Alckmin deverá liberar a segunda lista de nomes que ocuparão o novo governo estadual. Há ainda previsão de uma terceira leva de anúncios, em dezembro, com os últimos nomes da nova gestão.

O tucano deverá reservar para este último comunicado pastas em que ainda encontra problemas, como Educação, Segurança e Fazenda.

Até hoje, quatro secretários foram apresentados: Sidney Beraldo (Casa Civil), Admir Gervásio (Casa Militar), Giovanni Cerri (Saúde) e Linamara Battistella (Direitos da Pessoa com Deficiência).

http://www1.folha.uol.com.br/poder/837335-alckmin-ja-sinaliza-mudancas-na-educacao.shtml

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Outrora pensávamos como a maioria, ou seja, as Polícias Civil e Militar são boas, o problema seria todo do  elemento humano.

Observando melhor acabamos concluindo: o elemento humano é bem recrutado, mas ingressa em organizações institucionalmente promiscuas; assim é deformado pelo  imenso sistema de subnormas costumeiras.