Dilma promete criar piso salarial nacional para policiais 18

20/10/10 – Dilma promete criar piso salarial nacional para policiais 
     Depois de receber um documento da Cobrapol com as reivindicações dos policiais civis, a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, decidiu apoiar a criação de um Piso Salarial Nacional para os policiais. A proposta está num texto de Dilma encaminhado ao Partido Verde (PV) solicitando apoio no 2° turno das eleições.
   
    No texto, a candidata também promete criar um Sistema Único de Segurança Pública. Conforme matéria publicada no jornal O Globo do dia 16, Dilma deixa claro no documento a urgência com a qual pretende aumentar os salários dos policiais por meio de um “pacto” entre os governos federal, estaduais e municipais. “A necessidade indiscutível de um piso nacional de remuneração para policiais tem de ser objeto de um pacto entre a União, os Estados e os Municípios. Essas e outras questões deverão ser objeto de uma PEC a ser enviada no menor prazo possível, consultados os entes federativos”, afirma trecho do documento.
   
    Para o presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra, a iniciativa comprova a tese de que a segurança pública seria um dos principais temas deste segundo turno. Apesar de Dilma não confirmar o apoio à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 446/09, que está em tramitação na Câmara dos Deputados, Gandra acredita que o apoio fortalece a luta dos policiais pela melhoria das condições salariais e de trabalho da categoria. “Vamos cobrar de Dilma que a PEC seja aprovada ainda este ano”, afirmou Gandra.
   
    A votação da PEC 446/09 no plenário da Câmara está prevista para a primeira semana de trabalho de novembro, logo após as eleições do 2° turno.
   
    Por Giselle do Valle
    Fonte: Imprensa Cobrapol com informações de O Globo

JOSÉ SERRA DEMONSTRA MUITA DELICADEZA E FRAGILIDADE…SERRA, ELE NÃO VAI DAR CONTA! 27

20/10/2010 19h31 – Atualizado em 20/10/2010 20h16

Ao deixar clínica no Rio, Serra diz que tumulto ‘pareceu coisa pré-organizada’

Candidato do PSDB fazia caminhada em Campo Grande quando foi atingido.
Tucano suspendeu outros eventos na cidade por recomendação médica.

Do G1 RJ

O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, disse nesta quarta-feira (20), ao deixar a clínica no Rio onde foi atendido após ser atingido na cabeça durante uma caminhada em Campo Grande, na Zona Oeste, que o tumulto “pareceu uma coisa pré-organizada”.

“Uma ação violenta, me pareceu uma coisa pré-organizada, não foi nada espontânea, nem de longe. É uma coisa que puxa para o ódio, para a intolerância, para a raiva, é uma coisa que não faz bem para o Brasil”, disse o candidato. “Não se justifica, não há motivos para violência,” completou.

Serra disse que não sabia o que o atingiu. “Pareceu ser um rolo muito pesado de adesivos. Eu não sei direito. Não era uma coisa cortante, por sorte,” disse. Após a confusão, Serra cancelou, por recomendação médica, o resto da agenda no Rio. “Fiquei meio enauseado, tonto, achei que ia desmaiar,” contou na saída da clínica.

A repórter da TV Globo Mariana Gross foi atingida na cabeça por uma pedra no tumulto e sofreu um corte na cabeça.

Médico
O cirurgião médico de cabeça e pescoço Jacob Kligerman, que atendeu o tucano, disse que recomendou repouso de 24 horas após a agressão.

Por precaução, Serra foi encaminhado a uma outra clínica para fazer uma tomografia computadorizada. O exame, segundo o médico, comprovou que o candidato está bem.

Serra agredido na cabeçaJosé Serra leva as mãos à cabeça após agressão em caminhada no Rio (Foto: Gabriel de Paiva/jAgência O Globo)

Tumulto

Serra fazia uma caminhada no calçadão de Campo Grande, bairro da Zona Oeste, quando houve um tumulto entre  partidários do tucano se encontraram com simpatizantes do PT.

Veja imagens do tumulto na campanha de José Serra no Rio

A assessoria do candidato informou ao G1 que Serra deve voltar nesta quarta para São Paulo.

Serra, que estava acompanhado por Fernando Gabeira (PV), foi atingido por um objeto na cabeça e chegou a interromper o percurso para entrar em uma van, que percorreu cerca de 100 metros. Em seguida, o tucano desceu do veículo e voltou a caminhar pelo calçadão acompanhado por assessores e simpatizantes do PSDB.

Houve discussão entre os dois grupos, e o comércio local chegou a fechar as portas. O tucano criticou o protesto dos petistas. “O PT tem tropa de choque e isso é típico de movimentos fascistas”, disse o presidenciável.

Um pastor que acompanhava Serra disse que viu o momento em que o candidato foi atingido. “Eu estava abraçando o Serra, e ele levou um rolo de fita crepe na cabeça. Eu levei uma paulada, que era uma espécie de cabo de vassoura”, afirmou Paulo César Gomes, da Assembleia de Deus do Poder e Glória.

Dirigente do PT diz lamentar
O secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo, disse lamentar o incidente, mas afirmou que o partido não estimula a violência.

Serra usa compressa de gelo para aliviar dor após objeto ter atingido sua testaSerra usa compressa de gelo para aliviar dor após
objeto ter atingido sua testa
(Foto: Tasso Marcelo / Ag. Estado)

“Eu lamento o incidente. Isso não é bom. Em momento algum o nosso partido incentiva esse tipo de ação. Agora, essa campanha instiga o ódio e isso não parte de nós. Infelizmente, foram eles que começaram essa campanha de ódio. Mas somos contra qualquer ato de violência e não aceitamos ações como essa.”

O PSDB divulgou nota informando sobre o cancelamento da agenda e reafirmando a posição da candidatura “pela paz” e “tolerância”. Leia a íntegra da nota:

“Cancelamento de agenda

Durante caminhada pacífica em Campo Grande (RJ), com muita aceitação popular, a comitiva do candidato à presidência da República, José Serra, foi surpreendida por militantes da campanha adversária, que tentaram impedir-lhe o avanço.

Em determinado momento, acertaram a cabeça do candidato Serra com um pesado objeto. Com o golpe, ele ficou tonto e se submeteu a um exame médico inicial, onde os médicos sugeriram uma tomografia computadorizada e repouso. Por consequência, foi suspensa sua programação no Rio de Janeiro.

Nossa candidatura reafirma sua posição pela paz, tolerância e um governo de unidade nacional, pois entende que esse é o único caminho para o progresso no Brasil.”

OUTRA PESQUISA COMPRADA PELO PT 5

20/10/2010 – 20h09

Ibope: Dilma (PT) lidera com 51%; Serra (PSDB) tem 40% dos votos totais

Do UOL Eleições

Infográfico

Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (20) mostra que Dilma Rousseff (PT) lidera a corrida presidencial com 51% dos votos totais (incluindo brancos e nulos). Seu adversário, José Serra (PSDB), tem 40%.

Na pesquisa Ibope anterior, divulgada no dia 13, Dilma tinha 49%, e Serra, 43% dos votos totais.

Considerando somente os votos válidos (sem considerar brancos e nulos), Dilma tem 56%, e Serra, 44%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para cima ou para baixo.

De acordo com o Ibope, as intenções de voto em branco e nulos somam 5%. Os indecisos são 4%.

A pesquisa ouviu 3.010 eleitores, de 18 a 20 de outubro. Encomendada pela TV Globo e pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número de protocolo 36476/2010.

DELEGADO GERAL RECEBE A VISITA DE 100 DELEGADOS BUSCANDO PROVIDÊNCIAS ACERCA DA DISPARIDADE DO RETP 33

PM/10/20 às 20:50 – T-BIRD

DGP e Adpesp discutem disparidade do RETP
20/10/2010

Cerca de 100 Delegados de Polícia do Estado de São Paulo foram nesta quarta-feira (20/10) à sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Eles foram cobrar pessoalmente um posicionamento da cúpula da Polícia Civil e do Secretário de Segurança diante da disparidade no cálculo de gratificação (RETP) entre os policiais Civis e Militares.

Os delegados foram recebidos no auditório da SSP e, após duas horas de discussão, o Conselho da Polícia Civil, acompanhado do Delegado-Geral, Domingos Paulo Neto, seguiram para um almoço na sede da Adpesp, onde continuaram posteriormente as discussões, já que o fato tem gerado um grande inconformismo dos delegados, os quais ainda aguardam aprovação de Projeto de Reestruturação da Polícia Civil.

Depois de ouvir os associados na Adpesp por mais três horas, o Delegado Geral informou que dentro de suas limitações irá fazer o máximo para que os pleitos atrasados da Polícia Civil caminhem o mais rápido possível. Destacou que, dentro de 48 horas, os delegados terão uma posição por parte da SSP.

Domingos Paulo Neto ainda informou que está tramitando um projeto de lei que dá correta redação ao inciso I da Lei 731/93.

Entenda o caso

O movimento desta quarta-feira (20/10) na Secretaria de Segurança Pública, foi desencadeado com a interpelação ao governador do estado de São Paulo, por parte da Associação, para que ele responda quem está fazendo o cálculo correto: a PM que faz sua própria folha de pagamento ou a Secretaria da Fazenda, que faz a folha da Polícia Civil.

“A Adpesp questiona a legalidade dessa disparidade, já que a legislação no que diz respeito à remuneração é igual para a Polícia Civil e Militar”, registrou a presidente da entidade, Marilda Pansonato Pinheiro. “Sempre que pleiteamos aumento salarial, já que somos o último lugar dentre todos os estados da nação, o governo tem dado como resposta que existe um atrelamento político entre os salários da Polícia Civil e Militar. A notícia desse tratamento diferenciado no RETP foi como um tapa em nossa cara”, ressaltou Pinheiro.

Ela finaliza dizendo que para a melhor apuração dos fatos, a Adpesp irá requerer a instauração de inquérito policial e civil para apuração de infrações penais e eventual improbidade administrativa na gestão dos pagamentos.

Dr. Guerra:

Ninguém vai falar, mas nós sabemos que se não fosse o senhor nada disso estaria acontecendo. Obrigado.

Bico oficial muda o centro e atrai até PMs da Rota 63

Bico oficial muda o centro e atrai até PMs da Rota

 

Já são 300 homens das unidades da Tropa de Choque que participam da Atividade Delegada, criada há um ano

 

20 de outubro de 2010 | 0h 00

Bruno Paes Manso e Diego Zanchetta – O Estado de S.Paulo

Além da presença de coronéis da PM no gerenciamento das subprefeituras, a gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) contratou em menos de um ano 6.280 integrantes da corporação para a Atividade Delegada (conhecida como “bico oficial”). O programa foi criado por uma parceria entre a Prefeitura e o governo do Estado em 2009 e ampliado no início do mês para outros nove municípios paulistas.

No efetivo que trabalha para o governo municipal, já são 300 homens da Tropa de Choque – até das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que ajudam nas ações de combate aos ambulantes e em serviços de zeladoria. Nas últimas duas semanas, o aumento de PMs circulando em 14 áreas da capital paulista mudou a paisagem do centro.

No meio da Praça da Sé, por exemplo, só sobraram os pregadores evangélicos. Em duplas em motos ou circulando a pé, os policiais coibiram até a tradicional troca de relógios antigos realizada por aposentados na frente da catedral. Também é raro ver ambulantes vendendo CDs expostos no chão da praça ou moradores de rua e adolescentes tomando banho no chafariz.

“Nunca mais vi ninguém correr atrás de batedor de carteira na Sé. Esses PMs impõem respeito. Sumiram os “noias” que ficavam circulando atrás de mulheres e idosos com bolsas”, conta Ronaldo Franchito, dono de uma farmácia de manipulação que fica quase na frente da praça. Outros lojistas e pedestres elogiaram o aumento de soldados nas vias da região central.

No fim do dia, cerca de 200 PMs também coíbem o trabalho dos camelôs nas calçadas na Avenida Paulista. “Você não vê mais a molecada depredando ponto de ônibus”, elogia Orlando Xavier, dono de uma casa de sucos. Outro ponto de atuação dos soldados, a Rua Santa Ifigênia viu desaparecer os vendedores de programas e jogos piratas que ficavam nas calçadas disputando venda com as lojas.

25 de Março. Quem passa pela Rua 25 de Março também estranha a ausência de marreteiros que ocupavam as calçadas. Segundo a PM, a presença da corporação no mais famoso reduto de comércio popular do país reduziu em 71% os furtos e em 59% os roubos a pedestres e comerciantes. Antes comum na região, o roubo de cargas foi reduzido em 100%.

Ex-comandantes viraram ‘zeladores’ 19

Ex-comandantes viraram ‘zeladores’

Entre os subprefeitos estão ex-chefes do Estado Maior, da Academia e dos bombeiros, além da primeira mulher a chegar a coronel

20 de outubro de 2010 | 0h 00

  • Bruno Paes Manso e Diego Zanchetta – O Estado de S.Paulo
  • As escolhas não foram aleatórias. Antes de se aposentar, os oficiais indicados pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) ocuparam alguns dos principais postos no comando da PM. Nas chefias das subprefeituras paulistanas estão três ex-comandantes dos bombeiros, um ex-chefe do Estado Maior, um ex-comandante da Academia do Barro Branco, a primeira mulher a ser promovida a coronel em São Paulo e ex-comandantes de litoral, interior e Policiamento Metropolitano. Algumas das principais subdivisões ficaram para os coronéis, incluindo Sé e Vila Mariana.

    Metade das subprefeituras de SP está na mão de coronéis aposentados da PM 15

    Metade das subprefeituras de SP está na mão de coronéis aposentados da PM

    20 de outubro de 2010 | 0h 00
    Bruno Paes Manso, Diego Zanchetta – O Estado de S.Paulo

    Para tentar diminuir a sensação de desordem na cidade e melhorar a eficiência dos serviços de zeladoria, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) já passou metade das chefias de subprefeituras de São Paulo para as mãos de oficiais da reserva da Polícia Militar. Por enquanto, 14 dos 31 subprefeitos são coronéis aposentados e outros dois devem ser indicados para Guaianases e Vila Prudente, na zona leste.

    Veja também:

    linkEx-comandantes viraram ‘zeladores’

    linkBico oficial muda o centro e atrai até PMs da Rota

    Outros 17 oficiais são chefes de gabinete, braço direito dos subprefeitos, e 24 trabalham em posições de segundo escalão, como coordenadorias de planejamento e desenvolvimento urbano ou de projetos e obras. Ao todo, 54 oficiais aposentados trabalham nas subprefeituras. Contando as vagas em outras secretarias da administração municipal, os policiais já chegam a 78. Já há mais oficiais da reserva trabalhando na administração municipal que coronéis na ativa – são 61 atualmente na Polícia Militar em todo o Estado.

    A estratégia de usar a mão de obra da PM na Prefeitura, que teve início em julho de 2008 com a indicação do coronel Rubens Casado para a Subprefeitura da Mooca, se disseminou rapidamente. Em um ano, o total de oficiais da reserva exercendo cargo de subprefeito se multiplicou por cinco e dobrou o número de policiais na máquina municipal. “São pessoas com excelente formação e com ampla vivência na gestão de grandes estruturas, que acabam se aposentando no auge da capacidade profissional”, defende o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo. “A parceria entre a Polícia Militar e a Prefeitura nunca esteve tão estreita.”

    O uso dessa mão de obra ocorre paralelamente à mudança de papel das subprefeituras, idealizada pela atual gestão. Durante a administração de Marta Suplicy (PT), as subprefeituras tiveram a missão de descentralizar a gestão de áreas importantes, como Saúde, Educação e Obras. O prefeito José Serra (PSDB) diminuiu os encargos dos subprefeitos, que passaram a atuar em tarefas cotidianas, como pequenas obras, administração de centros esportivos, fiscalização de ambulantes, limpeza e recapeamento.

    Kassab voltou a centralizar a administração municipal, diminuindo o orçamento e as tarefas dos subprefeitos. Cabe às subprefeituras atualmente cumprir com a tarefa da zeladoria, cuidando de serviços como tapa-buraco e cortes de vegetação.

    A nova condição tem motivado reclamações de moradores e associações que anteriormente tinham trânsito mais fácil nesses postos regionalizados. Muitos reclamam das dificuldades em ser recebidos e da falta de jogo de cintura dos coronéis para lidar com impasses políticos ou para solucionar problemas que teoricamente não estão na sua alçada. “Você sabe que sou apenas um zelador”, é uma das frases mais ouvidas.

    http://www.estadao.com.br/especiais/2010/10/quem-sao-eles-01.swf

    ‘Marineiros’ declaram apoio a Dilma e afirmam que Serra é a ‘direita de sempre’ 1

    20/10/2010-  FOLHA

    ‘Marineiros’ declaram apoio a Dilma e afirmam que Serra é a ‘direita de sempre’

    CLAUDIO ANGELO
    DE BRASÍLIA

    Cerca de 50 ambientalistas divulgaram nesta quarta-feira uma carta de adesão à candidatura da petista Dilma Rousseff ao Planalto. Intitulado “Marineiros com Dilma”, o manifesto declara que José Serra (PSDB) é a “direita de sempre” e que tem “transformado o preconceito em seu principal aliado”.

    Os ambientalistas afirmam que Marina Silva (PV) foi vítima do sectarismo da “velha esquerda”, representada pela candidatura de Dilma. Mesmo assim, avaliam, um eventual governo de coligação entre PSDB e DEM afastaria o Brasil de “um futuro de mais inclusão social”.

    “Entendemos que um eventual governo de coligação PSDB-DEM afastaria o Brasil destes grandes desafios, privilegiando os compromissos do ‘Estado mínimo’ e o discurso repressivo da ‘Lei e Ordem'”, afirma a carta.


    Delegados de SP cobram Secretaria de Segurança nesta quarta-feira (20) 8

    Após interpelar o governador do estado de São Paulo, delegados paulistas vão comparecer em frente à sede da Secretaria de Segurança Pública, nesta quarta-feira, às 11h, para cobrar pessoalmente um posicionamento da cúpula da Polícia Civil e do Secretário de Segurança diante do RETP, o Regime Especial de Trabalho Policial.
     
    Segundo parecer técnico 141/07 da própria Secretaria da Fazenda, havia uma diferença de quase 4 milhões de reais por mês no benefício à cúpula da Polícia Militar, enquanto os delegados de polícia têm o pior salário da categoria no Brasil.
    “A lei que rege salários é a mesma para as polícias Civil e Militar. Portanto, queremos saber por que há essa disparidade e quem está efetivamente fazendo o cálculo correto, considerando-se que a folha de pagamento da Polícia Civil é feita pela Secretaria da Fazenda (estado), e a da Militar é feita por ela mesma”, declara a presidente da Adpesp, Marilda Pansonato Pinheiro.
    Há dois anos, o estado de SP assistiu à maior greve da Polícia Civil: foram 59 dias de paralisação, sem falar no confronto com a Polícia Militar. “Desta vez não queremos e esperamos não ter desdobramentos nesse nível”, concluiu Pinheiro.
     

    DELPOL-SP RETP – carta aberta da ADPESP 12

    CARTA ABERTA

    Excelentíssimo Senhor Delegado Geral de Polícia

    Excelentíssimos Senhores membros do Conselho da Polícia Civil

    Na data do dia 18 de outubro do ano corrente, foi realizada uma reunião da Diretoria da ADPESP com representantes e associados para tratar a questão do RETP diferenciado recebido por Oficiais da Polícia Militar. A presença no auditório foi muito boa e os Delegados de Polícias estão indignados e sem tolerância nenhuma com esta situação, da qual o Governo não tomou nenhuma atitude para resolver desde 2007, ano da constatação por parte da Secretaria da Fazenda.

    Após intensos debates, deliberou-se que a ADPESP intentará todas as
    medidas possíveis contra as supostas irregularidades cometidas no
    pagamento do RETP de vários oficiais da PM da ativa e reservistas,
    quais sejam, requerimento de instauração de I.P por inserção de dados
    falsos em sistema de informações e outros crimes, assim
    como requerimento de instauração de Inquérito Civil no MP por ato de
    Improbidade administrativa, sem contar com a interpelação
    judicial, medidas estas que gostaríamos de ver ser também tomadas por Vossa Excelência e o Egrégio Conselho da Polícia Civil.

    Administrativamente, já foi protocolado junto à Casa Civil pedido de
    informações para que o Executivo se manifeste sobre a
    ilegalidade, cópia que segue o presente.

    Na seara política, todos os presentes entenderam que o Senhor Delegado Geral e os membros do Conselho da Polícia Civil
    precisam atuar firme e efetivamente na questão, pontuando-se de forma veemente
    junto ao governo do Estado, não bastando reuniões deliberativas sobre
    o assunto com entidades de classe, muito menos a elaboração de projeto, cujo expediente na oportunidade solicitamos cópia integral, bem como a informação do seu andamento.

    Informo que ficou marcado para quarta-feira
    próxima, às 11h, na porta da SSP um encontro de todos os colegas
    inconformados com essa situação, oportunidade em que apresentaremos
    aos Senhores Conselheiros nossa indignação a respeito de tudo o que
    vem ocorrendo, cobrando, inclusive, postura incisiva de nossa cúpula frente aos
    desmandos da PM.

    Na oportunidade, solicitamos que Vossa Excelência e o Egrégio Conselho da Polícia Civil se dignem nos receber.

    A DIRETORIA DA ADPESP

     

    VIO O MUNDO:“Ué! Como a Mônica Serra falaria isso?” Será que ela faria isso? Ela já fez um aborto”. Voltei lá na minha memória do passado e falei assim: ’seria impossível. Estranho. A Mônica Serra nunca falaria isso, porque ela já teve que fazer um aborto’. 1

    http://www.viomundo.com.br/politica/o-dia-sheila-ribeiro-reafirma-relato-de-monica-serra.html

    O Dia: Sheila Ribeiro reafirma relato de Monica Serra

    Ex-aluna de Monica Serra não recua
    Desmentida por José Serra, Sheila reafirma que mulher dele fez aborto

    POR CHRISTINA NASCIMENTO, no jornal carioca O Dia (por sugestão do leitor Ramiro Tavares)

    Santa Catarina – A coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro, 38 anos, ex-aluna de Monica Serra no curso de Dança na Unicamp, em Campinas (SP), ficou impressionada com a repercussão que seu relato no Facebook atingiu e reagiu contra nota oficial da campanha de José Serra a desmentindo ao afirmar que a esposa dele “nunca fez um aborto”. Sheila conversou com O DIA sobre sua declaração na rede social.

    “Reafirmo cada palavra. Só fiz um relato de uma pessoa que percebeu uma incongruência e fez uma reflexão”, disse Sheila, que publicou o testemunho na Internet depois de ver Serra se esquivando do assunto aborto no debate da Band (no dia 10 de outubro).

    “Se uma pessoa foi vítima da ditadura, e por aquela circunstância teve que fazer aborto, se ela acha que aborto é crime, ela está se incriminando”.

    Procurada ontem pela equipe de O DIA para comentar o testemunho de Sheila, a assessoria de Serra não retornou as ligações.

    O DIA: Você imaginou que seu texto poderia virar um fenômeno na internet?

    Sheila Canevacci: Eu coloquei numa rede social que qualquer um podia ler. Coloquei na minha página, no facebook, com a consciência de que é uma rede social pública. E a beleza da internet é que é uma coisa pública. Agora, não é uma carta. É o relato de uma pessoa que tem uma experiência com uma professora, uma experiência bonita, inclusive. A minha experiência com a Mônica Serra, enquanto professora, foi uma experiência muito bonita, porque  acho que a beleza da universidade é que as pessoas podem falar das coisas, falar de tudo, falar deste empanado que estou comendo, do exílio, do aborto, de uma pessoa bonitinha, gatinha ou não, qualquer coisa.

    Eu respeito fundamentalmente os professores. Eu acho que a profissão mais linda que possa existir no mundo é a profissão de professor. E, neste sentido, eu respeito muito a Mônica Serra. Ela foi uma professora ótima, normal, tranquila. E eu sempre gostei muito dela. Inclusive quando ela relatou essa experiência terrível para ela, era dentro desse contexto da ditadura militar.

    Atenção, gente! Em nenhum momento estou nesta coisa de denúncia. Tem muita gente que fala: ‘você está revelando os podres da Mônica Serra’. Só que eu não acho que uma pessoa que seja vítima da ditadura, e que tenha tido que sofrer, tenha um podre. Pelo contrário, tem que ser acolhida. A Mônica Serra e, qualquer outra mulher que tenha passado pela experiência dolorosa do aborto, devem ser acolhidas pelo Estado. Depois, se uma pessoa é religiosa e acha que o aborto é crime perante Deus, isso é outro discurso, outro assunto.

    O DIA: Então, o testemunho dela na sala de aula te marcou muito?

    SC:Esse assunto da Mônica Serra não me marcou nada. Marcou zero. Marcou na época, durante um mês. Porque a professora fala uma coisa e você tem aula na próxima semana, fica um climão e depois você esquece. O que me marcou é que eu não estava acompanhando o segundo turno da eleição, não estava acompanhando baixaria, ataque de ninguém. Primeiro, porque  assisto poquíssima televisão. Estou fazendo doutorado (Semiótica e Comunicação – PUC/SP) e estudo pra caramba. Estou sempre lendo, estou sempre viajando. Então, não estava acompanhando polêmica de aborto, de nada. Eu não estava acompanhando segundo turno da eleição. E ai decidi assistir esse debate. Estou lá, de piajama, assistindo meu debate, feliz e contente, quando ouço a Dilma falar disso.

    E a minha primeiríssima reação, e acho importantantíssimo falar, foi: “Ué! Como a Mônica Serra falaria isso?” Será que ela faria isso? Ela já fez um aborto”. Voltei lá na minha memória do passado e falei assim: ’seria impossível. Estranho. A Mônica Serra nunca falaria isso, porque ela já teve que fazer um aborto’. Para mim, seria inconcebível, não batia, não dava liga, porque pensei assim: “Se uma pessoa foi vítima da ditadura, e por aquela circunstância teve que fazer aborto, se ela acha que aborto é crime, ela está se incriminando’.

    Então, ela acha que tem que ser presa. Não faz sentindo. Entendeu? Por isso escrevi “Respeitamos a dor de Mônica Serra”. Depois, fiquei mais empolgada com essa história de aborto e fui ler que a Benedita da Silva, no governdo de Fernando Henrique, era contra o aborto e a discriminalização do aborto e que, quando atacaram a Eva Blay, que era feminista, a Benedita da Silva, para proteger a Eva Blay, pegou o microfone e falou que fez um aborto.

    Para mim, é assim: quando uma mulher que é militante contra a discriminalização do aborto, ela mesmo está fazendo um aborto, então, ela mesma está se incriminando. Isso também é falta de cidadania. Porque todo o discurso que fala assim: “existem milhares de mulheres pobres tomando veneno de rato, citotec, agulha de tricô….É verdade” É verdade essas mulheres estão morrendo e a Mônica Serra ou qualquer pessoa pública tem que ter uma responsabilidade ética em relação a isso. Porém, não são só as mulheres pobres que estão morrendo.

    As mulheres que têm poder aquisitivo alto, decente, e as mulheres ricas que podem se permitir pagar uma clínica clandestina, elas também estão morrendo. Sabe por quê? Porque o corpo não é só o corpo físico, não é só o sangramento que te leva a morte.Você não poder se sentir uma cidadã completa ao ser acusada de crime, de deliquência, num momento díficil da sua vida. Isso  também é morrer, morrer espirtitualmente, psicologicamente e morrer principalmente como cidadão. Porque no momento mais díficil da sua vida, quando você tem que ser acolhida pelo seu Estado, você é considerada criminosa.

    O DIA: Você ficou chocada com a repercussão?

    SC: Primeiro de tudo. Acho que não estou nem entendendo o que está acontecendo. Mas o que me choca mais como brasileira e canadense, é que eu me sinto dividida. Como candanense, acho normal o cidadão falar sobre as coisas e dialogar sobre as coisas. Também porque no Canadá o aborto é legalizado. Acho que o brasileiro deveria aprender com outros países os motivos, ao invés de ficar conversando é isso, aquilo, porque já conversaram tanto. Já dá para aprender com quem estudou.

    Do lado do Brasil, o que me chocou mais é que o simples fato de eu me posicionar, perante um debate, me fez descobrir que o brasileiro não tem cidadania, em geral, porque é como se a gente vivesse ainda não ditadura militar, na repressão, porque o pessoal tem medo de falar, tem medo de revelar o nome. Então,assim,  quem tem medo de falar, revelar o nome, tem medo de morrer, tem medo de desaparecer, tem medo de ser torturado. Acho que no imaginário do brasileiro a ditadura militar e a repressão ainda são muito fortes. Isso foi o que mais me chocou. O resto… que sou fake, que ganhei dinheiro, que sou de um partido ou de outro, acho mais ou menos normal, porque a informação está na Internet. E a Internet é tudo e o contrário de tudo. E ai cada um com seus recurzinhos vai fazendo o que dá para entender.

    O DIA: E porque o rebuliço em torno da sua declaração?

    SC: Chocou tanto aos brasileiros que as pessoas que são petistas ficavam me acusando, num primeiro momento, que eu era armação do PSDB. E as pessoas do PSDB ficaram falando que eu era da campanha suja de boatos do PT. Então, acho isso muito interessante porque as pessoas não botam fé, não acreditam, que uma simples cidadã possa se manifestar porque viu um debate.

    Um debate que tinha duas coisas em jogo: as eleições e a questão do aborto, que veio dentro do próprio debate. Achei isso muito interessante, porque outras coisas as pessoas falavam para mim é que eu ganhei dinheiro para fazer isso. E ai, não sei nem se dá vontade de rir ou de chorar, mas eu comecei a brincar com meus amigos e falar que não ganhei, mas deveria ganhar. Sabe de quem? Do governo federal. Sabe por quê? Porque pela minha espontaneidade e com a maneira de fazer política cidadã no cotidiano, tranquilamente, fiz uma educação nacional do que é praticar a cidadania. Fiz um programa de educação da cidadania, rapidinho, em três dias.

    O marido de Sheila, Massimo Canevacci, também falou com a reportagem sobre o caso

    “Isso chocou tanto os brasileiros que os petistas me acusam de ser uma armação do PSDB e as pessoas do PSDB ficam falando que eu sou da campanha suja de boatos do PT. Acho isso muito interessante porque as pessoas não botam fé, não acreditam que uma simples cidadã possa se manifestar porque viu um debate”, afirmou. “Também achei interessante porque me procuraram para falar que ganhei dinheiro. Não sei se dá vontade de rir ou de chorar, mas comecei a brincar com meus amigos e falar que não ganhei, mas deveria ganhar. Sabe de quem? Do governo federal. Sabe por quê? Pela minha espontaneidade e com a maneira de fazer política cidadã no cotidiano tranquilamente. Fiz uma educação nacional do que é praticar a cidadania”, completou Sheila, que é filha de socióloga, foi aluna da mulher de Serra em 1992 e é casada com o respeitado antropólogo Mássimo Canevacci.

    ‘É muito fácil declarar alguns valores que o mundo acha corretos’

    Professor da Universidade La Sapienza, em Roma, e docente convidado da Federal de Santa Catarina, o antropólogo Massimo Canevacci, pensador reconhecido internacionalmente, conversou com O DIA sobre as repercussões da revelação feita por sua mulher. Leia abaixo a íntegra da entrevista:

    O DIA: Professor, porque o susto das pessoas, ao ponto de falarem sobre mudança de rumo eleitoral, com as declarações da sua esposa?

    Massimo Canevacci: Em primeiro lugar, acho que o tipo de política tradicional, que você pode  dizer até conservadora, tem uma diferença fundamental entre os valores declarados e os valores praticados. Essa dicotomia, que é baseada sob uma  forma política, que crer e reproduz um sistema de hipocrisia, porque é muito fácil declarar alguns valores que mais ou menos todo mundo (ou  uma parte do mundo e do Brasil) acha correto, depois fazer exatamento o contrário.

    Essa maneira que é um clássico do estudo da Antropologia (a diferença entre valores declarados e valores praticados), acho que é o elemento que criou a revolta da Sheila. A gente estava escutando muito  tranquilamente a programação televisiva, que era uma pouco violenta, que não era muito interessante, ou era interessante porque tinha um pouco mais de agressividade, quando a Dilma fez pergunta a Serra que a mulher dele, a Mônica Serra, falou que ela era uma mulher que queria matar criancinha, a Sheila abriu o corpo inteiro: olho, orelha, boca. Sheila ficou em silêncio, não falou nada. No dia seguinte (segunda-feira), acordou, escreveu essas coisas no Facebook.

    Eu, pessoalmente, me solidarizei totalmente com ela, porque acho que esse tipo de história dela (de uma mulher que foi aluna da Mônica Serra) e, num momento muito importante da universidade, seja para Sheila, mas também para Mônica, porque ela é uma ótima professora. Então, ela ficou muito triste e desmoralizada ouvindo que a sua professora falava  uma coisa e, num momento fundamental para a política do Brasil, e também  pela ética do Brasil, pelos valores que unificam este país, ela fez exatamente o contrário.

    O DIA: Quando o relato veio à tona,na internet, a discussão não era se a Mônica Serra fez ou não o aborto, mas se a Sheila existia. Por que a preocuapação das pessoas era exatamente essa?

    MC: Ótima pergunta e que tem diferente níveis de resposta. Vou fazer, primeiramente, um discurso mais sociológico. É que tem  uma diferença  fundamental de papel. O papel de Mônica Serra é um papel bem determinado, conhecido socialmente. O papel da Sheila é desconhecido socialmente. Então, esse tipo de verticalização cria uma posição de poder onde um lado é  aceitado, certo, verdadeiro.

    E outro é falso, inexiste, é um tipo de luta midiática. Então, essa é a primeira explicação sociológica, mas que não acho fundamental. O que está acontecendo agora, no Brasil, mas não somente no Brasil, mas no mundo inteiro, é que a comunicação digital, o networking, tem sempre mais um poder de criar um novo tipo de informação. A nova informação dessa networking, tipo Facebook, Twitter, blog e etc, é muito  mais horizontal. Então, esse tipo de horizontalização da comunicação, isto é, a comunicação digital, está virando sempre mais determinante também para  fazer política.

    Eu acho que esse lado é um pouco atrasado do ponto de vista comunicacional, porque era muito fácil descobrir que a Sheila era verdadeira. Só que ao iniciar fazer esse tipo de questionamento, de  problematização sobre a identidade, é um tipo de pessoa que não consegue entender que esse networking, que é a comunicação digital, pode ser sempre  mais forte. Então, sendo mais forte, a maneira, vamos dizer um pouco conservadora, de responder é “ela não existe”. Não somente não existe Sheila. Não existe a Network, não existe um tipo de comunicação digital que pode ser muito mais horizontal. Eu que decidi, para mim a decisão foi na  hora, eu escrevi (num blog que fazia críticas): eu declaro que Sheila  existe e que ela é minha esposa. Para mim, é uma coisa muito louca, mas  funcionou. Funcionou porque muitos livros meus são traduzidos no Brasil e  algumas pessoas me conhecem, então, ela não é somente Sheila Ribeiro. Ela é Sheila Canevacci Ribeiro.

    O DIA: Então, essa discussão se ela é fake ou não, é o reflexo de que vivemos numa sociedade hipócrita, que gosta de jogar a sujeira debaixo do tapete?

    MC: Em parte, este tipo de sociedade que é hipócrita, é hipócrita e atrasada. Porque não entende que o Network tem uma maneira, uma ética de comunicação  que é muito facilmente verificável. Então, essa mistura de hipocrisia, atraso e dificuldade de entender o novo, não olhar a cultura digital,  causou esse problema da identidade dela (Sheila), que é uma maneira muito  banal de ofender Sheila. De dizer: “Você  não existe. Você precisa mostrar que você existe. Preciso da sua carteira de identidade. Da sua fotografia. Mas a fotografia pode ser falsa!”. Então, como se enfrenta essa situação? É  uma coisa interessante da relação entre Ciências Sociais e a nova forma da política.

    O DIA: Mas se a Sheila tivesse feito este mesmo relato e no lugar de Mônica Serra, tivesse falado que a Dilma fez um aborto, a imprensa ficaria tão preocupada com a confirmação da identidade dela?

    MC: Você está brincando! Em alguns jornais, teria aparecido em primeira página, dizendo: “A Sheila, nossa cidadã, linda, maravilhosa, descobriu que a  rainha é nua, que a verdade é que  Dilma causou um aborto”. Ela seria, na hora, reconhecida, na hora, na hora. Porque cada posicioanamento da impensa é causado de desnívis. O desnível principal era: Sheila desconhecida, Serra está do nosso lado. É a relação clássic a: amigo x inimigo, que é um clássico das ciências politicas. Então, a primeira página, tenho convencimento extremo, que viria com a fotografia da Sheila, dizendo: “Ela é a heróina da nossa  democracia”.

    O DIA: Por que o brasileiro tem tanta dificuldade em ser autêntico quando o assunto é polêmico?

    MC: Isso é um pouco complexo. Acho que a beleza do Brasil, porque para mim a  beleza do Brasil é que o brasileiro tem uma identidade, uma cultura, uma subjetividade muito mais fluida, muito mais cruzada que outros países. Então, essa beleza do Brasil, que tem uma identidade mais flexível, mais multipla, mais fluída do que em outros países, cria no brasileiro um outro  problema: é como se a beleza da liberdade que cria identidade a identidade múltipla, fluida, pode apavorar um pouco. Pode desejar uma única identidade clara, certa, única, homogênea.

    E tudo isso pode criar um tipo de insegurança pela qual, se questiona: “Será que a identidade da Sheila é verdadeira?” Mas também será que minha identidade é verdadeira? Quem sou eu? Porque eu não a identidade, como, sei lá, na Europa, vamos dizer assim. Mas isso não é verdade. Isso é uma fantasia, porque o Brasil é muito mais na frente na Europa na questão da identidade.