Romeu Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça, é exonerado do cargo após denúncias de ligação com máfia chinesa
14/06 às 15h20 Jailton de Carvalho* e Roberto Maltchik
BRASÍLIA e UBERLÂNDIA – Romeu Tuma Júnior foi exonerado nesta segunda-feira do cargo de secretário nacional de Justiça, mais de um mês após a publicação das primeiras denúncias de envolvimento com a máfia chinesa. Em reunião no domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Siva e o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, chegaram à conclusão que não existia mais clima para o retorno do secretário, que estava de férias, ao governo. Ao GLOBO, Tuma Júnior disse que foi “vitima de uma injustiça”.
– Eles queriam que eu pedisse demissão. Mas como eu vou pedir demissão se eu não fiz nada de errado? – questionou.
Em nota , o ministro da Justiça afirmou que a medida foi tomada para que Tuma Júnior possa preparar melhor sua defesa. O pedido de exoneração já foi encaminhado à Casa Civil.
“Estando fora do cargo que atualmente ocupa, Tuma Jr. poderá melhor promover sua defesa”, afirmou Paulo Barreto, destacando “os relevantes trabalhos prestados” pelo ex-secretário no Ministério da Justiça.
Tuma Júnior é acusado de envolvimento com o chinês Li Kwok Kwen, o Paulo Li, preso por contrabando e outros crimes em São Paulo. Pela versão oficial, entrou de férias por 30 dias para se defender das acusações.
O ex-secretário é alvo de três frentes de investigação. Além do inquérito aberto pela polícia federal (pf) , também é investigado pela comissão de ética pública da presidência e por uma sindicância da Controladoria-Geral da União (CGU), que apura se ele cometeu falta ética no exercício da função.
Os problemas de Tuma começaram com a divulgação de trechos de diálogos entre ele e Paulo Li interceptadas pela polícia durante a Operação Wei Jin. Nos diálogos, os dois falam sobre preços de telefone celular, videogame e até sobre uma mala. Em outro inquérito aberto para apurar tráfico humano, a PF descobriu indícios de fraudes em processos de naturalização de chineses.
A investigação mostrou ainda que eram frequentes os contatos entre Tuma Júnior e Paulo Li. A proximidade entre os dois foi realçada após a revelação de que li acompanhou o secretário à china , em fevereiro de 2009.
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TUMINHA – ALÉM DE ATROPELAR A FILA – DEU MUITO PÉ NA BUNDA DE COLEGAS…
