Como alguém com segundo grau consegue passar no concurso de Delegado? 23

A corrupção existe na polícia civil porque há aval do legislativo, executivo, etc. Na década de 90 foi aprovado no concurso pessoa que possuía apenas o 2º grau, tinha diploma falso. Apenas para clarear a menória, trata-se do Delegado Tonelada. Como alguém com segundo grau consegue passar no concurso de Delegado? Na época foi cogitado de abrir CPI para apurar os fatos, mas acabou em pizza, tendo em vista que são os Deputados que distribui cargos ao consursando. Minha indigação é que fiz concurso para Delegado, cheguei em 07 (sete) orais e não consegui ser aprovado, enquanto pessoas da região de Araçatuba/S.P., passavam no primeiro ou segundo oral. Há pouco dia fui assistir uma palestra com o professor Caetano – corregedor da polícia de São Paulo e tivemos o seguinte diálogo:
pergunta :- professor Caetano há racismo no concurso de Delegado de Polícia.
Resposta:- não há preconceito de cor, raça, religião, etc., basta estar preparado, portanto, estudem que vale a pena.
pergunta:- professor Caetano, carcereiro não é visto com bons olhos na corporação, há preconceito ao postular o cargo de delegado.
Resposta:- como disse anteriormente não há preconceito, basta estar preparado.
-pergunta:- professor Caetano o Dr. pode me informar porque fiz 07 orais e fui reprovado.
resposta:- o Sr foi Carcereiro, teve punição?REspondi que não, tive foi promoção.
O professor Caetano me disse: você não estava prepara, deveria continuar prestando concurso, talvez o oitavo seria a minha vez.

Ocorre que ele passou no primeiro oral.
Não preciso dizer mais nada.

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Simples,  a esposa do Tonelada era secretária do Presidente do Tribunal de Contas do Estado!

Oficiais da PM-RJ querem fazer novo concurso e voltar a ser praça para ganhar Bolsa Olímpica 11

JORNAL O DIA:
Oficiais querem fazer novo concurso e voltar a ser praça para ganhar Bolsa Olímpica
Sem benefício, tenente ganhará menos que soldado
POR MARIA INEZ MAGALHÃES
Rio – O Bolsa Olímpica — benefício de R$ 1,2 mil para policiais civis e militares, bombeiros e guardas municipais que atuarão na Copa 2014 e nos Jogos de 2016 — está fazendo com que um grupo de tenentes, oficiais que não têm direito à gratificação, queira voltar a ser praça. O benefício será restrito a quem recebe até R$ 3,2 mil e, portanto, vai excluir os oficiais. Alguns passarão a receber menos do que subordinados beneficiados pelo programa do Ministério da Justiça.
Por isso, esses tenentes planejam fazer o próximo concurso para a PM — ainda sem data definida. Se passarem na prova, os oficiais deverão pedir baixa para entrar de novo na instituição. Inscrever-se num novo concurso foi a forma que os oficiais encontraram de protestar contra o benefício, já que fazem a prova fardados, o que, acredita o grupo, causará constrangimento na corporação.
Melhores salários são uma reivindicação antiga da Polícia Militar. Segundo o presidente da Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas (Amae), tenente Melquisedec Nascimento, em 2005, PMs armaram um protesto devido às baixas remunerações. Na época, a governadora era Rosinha Garotinho e o secretário de Segurança Pública, Marcello Itagiba.
“Os policiais prometeram jogar suas espadas no mar, no Forte de Copacabana, porque o governo ofereceu um aumento bem abaixo do pedido pela classe. A ideia dos oficiais de fazer novo concurso e voltar a ser praça só mostra que a situação salarial do PM só piora a cada ano”, avaliou Melquisedec.
DESCONTO MAIOR
Benefício melhora o salário, mas aumenta também o imposto
Com a bolsa de R$ 1,2 mil, não só o salário dos praças aumenta, mas também o desconto no imposto de renda. Há três alíquotas. Segundo o presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Vanderlei Ribeiro, cabos e soldados estão inseridos na mais baixa delas. Com o benefício, eles serão incluídos no percentual maior, o de 27,5%.
Um PM que paga pouco mais de R$ 100 por mês de contribuição passará a gastar cerca de R$ 500. “Na verdade, essa bolsa é de R$ 700, que é o que sobra. O governo dá com uma mão e tira com outra. É preciso definir a política salarial”, defende Ribeiro, que pretende entrar na Justiça contra o decreto do Bolsa Olímpica. “Já conversamos com os advogados. Ou todos os policiais recebem ou vamos pedir anulação do decreto”, disse ele.
A regulamentação do decreto deve ser publicada até semana que vem. 

fonte: Coronel Paúl 

Não basta só mudar o nome da PM: “O que tem de mudar é o caráter do policial, que não pode agir como um soldado em guerra” 32

04/02/2010 at 10:01 – by JOW

‘Não basta só mudar o nome da PM’

Especialistas cobram alteração na conduta e desmilitarização da estrutura e do treinamento da corporação

Filipe Vilicic

Há um consenso entre especialistas em segurança pública: só mudar o nome da Polícia Militar não basta para transformar o perfil da corporação. “A proposta de voltar a chamar de Força Pública é limitada”, afirma o juiz Sérgio Mazina, presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim). A edição de ontem do Estado antecipou o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) do governador José Serra (PSDB), publicado no Diário Oficial. “Há questões mais importantes a serem discutidas, como a integração das Polícias Civil e Militar no combate à criminalidade.”

O problema apontado por Mazina foi destacado também por outros estudiosos como importante elemento para o crescimento da criminalidade em São Paulo. Fato apontado em estatísticas da violência também antecipadas pelo Estado, na edição de terça-feira. Os dados revelaram, por exemplo, um aumento de 18% nos roubos nas cidades paulistas entre 2008 e 2009, quando ocorreram 257 mil casos desse crime.

O diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Denis Mizne, está entre aqueles que apoiam a mudança de nome. “É uma atitude simbólica que representa muito em uma corporação cheia de simbolismos”, afirma. “O nome Força Pública ajuda a consolidar o empenho que ocorre há cerca de 15 anos de aproximar a corporação da população e reprimir abusos e ações violentas de policiais.”

Mizne, porém, diz acreditar que a troca não terá sentido se não for feita também uma desmilitarização da PM. “É preciso eliminar esse conceito da polícia”, defende. “Afinal, um militar é treinado para matar um inimigo. Algo muito diferente do trabalho de um policial, que defende o cidadão e deve preservar direitos até do criminoso.”

O coronel da reserva José Vicente da Silva Filho considera prejudicial a mudança. “O nome Força Pública confundirá as pessoas”, diz. “Isso porque o termo “polícia” é universal e mesmo um estrangeiro o identifica.” O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Estado, o coronel da reserva Luiz Carlos dos Santos, também discorda da alteração. “Chamar de Força Pública é apenas uma louvação ao passado da corporação”, diz. “Não vale os custos para trocar documentos e identificações de viaturas e uniformes. Será um gasto desnecessário.”

O coronel Silva Filho acrescenta que a alteração não traz vantagens para a população. “Só é de interesse interno da corporação, que quer exaltar um bom serviço, e uma manobra política para retirar um nome que remete à ditadura militar”, argumenta.

“O que tem de mudar é o caráter do policial, que não pode agir como um soldado em guerra”, afirma Maurício Campos, da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência. “Mas concordo que chamar de Força Pública, apesar de ser uma medida superficial, é melhor. Ao menos tira o militar do termo e pode ser uma forma de pressionar o governo federal a mudar a estrutura da polícia.”

Para Paula Miraglia, diretora executiva do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente, o nome PM não traz conotações ruins. “Toda democracia precisa de controle social, uma polícia”, afirma. “O ponto é que há assuntos mais importantes a serem tratados.” Ela cita a necessidade de controle externo eficaz e revisão do treinamento.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100204/not_imp506046,0.php

DORMINDO COM INIMIGO: Quando tantos chefes policiais integram o rol de cidadãos suspeitos, chega a parecer um milagre que ao longo dos anos precedentes a criminalidade tenha recuado 3

FOLHA DE SÃO PAULO – OPINIÃO

São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010

RICARDO MELO

Dormindo com o inimigo

SÃO PAULO – Para quem acompanha as manchetes, a notícia de que a violência voltou a crescer em São Paulo não foi exatamente um raio em céu azul. Tudo indica que as medidas de combate à criminalidade adotadas no Estado nos últimos anos atingiram seu limite de eficácia. Sempre é fácil culpar a crise econômica, como faz o governo Serra. Difícil é convencer. Uma olhada na série histórica mostra que, mesmo com desemprego maior, foi possível no passado exibir avanços no combate à violência.
As razões para a inversão na curva de homicídios e a disparada de roubos e latrocínios parecem bem mais domésticas. Uma pista: reportagem de André Caramante publicada no último dia 24 informou que cerca de um quarto dos delegados da polícia civil paulista é alvo de algum tipo de processo.
Trocando em miúdos, tem-se que 800 funcionários dos mais diferentes escalões de comando, teoricamente encarregados de zelar pelo cumprimento da lei, enfrentam problemas variados com a Corregedoria. A lista de acusações é ampla. Vai de pequenos delitos a negócios milionários com traficantes e a cúpula do banditismo.
Casos de corrupção policial certamente nunca foram exclusivos da corporação paulista. O que impressiona é a espessura da sujeira. Quando tantos chefes policiais integram o rol de cidadãos suspeitos, chega a parecer um milagre que ao longo dos anos precedentes a criminalidade tenha recuado. Seja como for, mais cedo ou mais tarde o problema teria que aparecer nas estatísticas. Apareceu agora.
O atual secretário da Segurança se diz comprometido a colocar o dedo na ferida. Trabalho nada pequeno, nem tanto pela quantidade. Mais grave é que entre os 800 sob suspeita estão vários cardeais da corporação, gente que dificilmente entrega o distintivo sem antes fazer muito barulho. Mas, sem dúvida, o azul ou vermelho das futuras estatísticas dependerá sobretudo do resultado desta queda de braço.