MILAGRE: CONSELHO VOTA PELA DEMISSÃO DE “CINCO BONS COMPANHEIROS” – SEM DIREITO AO SOBRESTAMENTO 3

Conselho da corporação quer demissão de 2 delegados, 2 investigadores e 1 escrivão por fraudar emissão de carteiras.

Demissão a bem do serviço público.

Essa foi a decisão do Conselho da Polícia Civil sobre o destino dos primeiros cinco policiais acusados de participação na máfia das carteiras nacionais de habilitação (CNHs).

Ela tem por base o relatório do processo administrativo que propôs a demissão dos delegados Juarez Pereira Campos e Fernando José Gomes, do escrivão Ulisses da Silva Leite, além dos investigadores Aparecido da Silva Santos e Johnson Bendito de Paula. Eles respondem em liberdade o processo criminal da Operação Carta Branca, que investigou a suposta venda de CNHs na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Ferraz de Vasconcelos e em outras 11 cidades de São Paulo.

O conselho é formado pelos 22 diretores de departamentos da polícia.

A decisão tem de ser validada pelo secretário da Segurança, Antônio Ferreira Pinto, no caso dos investigadores, e pelo governador José Serra (PSDB), no caso dos delegados.

O relatório da Corregedoria, de 145 páginas, que recomendou as demissões conclui que foi provada a “existência de organização criminosa responsável pelos crimes de falsidade ideológica na expedição de CNHs, corrupção ativa e passiva, improbidade administrativa e formação de quadrilha”.

O grupo é suspeito de fraudar 200 mil documentos emitidos em São Paulo para motoristas de 8 Estados.

A máfia seria formada por donos e empregados de autoescolas, despachantes, médicos, psicólogos, servidores e policiais.

“As possibilidades lucrativas de todos os partícipes das irregularidades que ali ocorriam diariamente eram de tal forma atrativas que poucos conseguiam resistir ao enriquecimento ilícito”, diz o relatório.

De um lado, havia candidatos a motorista, desejando a expedição rápida de seu documento; do outro, policiais acelerando procedimentos.

O relatório destaca participação de delegados de polícia no suposto esquema. “Eles são peças-chave da organização por impingirem credibilidade às negociações, em virtude de supostos respeito e hierarquia existentes no seio da organização criminosa.”

POLÍCIA PARA CRIMES 

O documento diz que “a utilização do prestígio corporativo da instituição policial civil para negociar a prática de atos ilícitos” revela que a organização criminosa transformou a polícia em instrumento para a prática de crimes. O relatório prossegue acusando o delegado Campos, que chefiava a Delegacia de Ferraz de Vasconcelos – hoje aposentado -, de ter participação na fraude de 447 CNHs feitas pela autoescola São Judas, de Mogi das Cruzes. A autoescola pertencia à mulher, Ana Lúcia.

No local, foi achado um dedo de silicone e massa de modelar para fraudar dados de biometria em aulas e exames – os candidatos são obrigados a registrar a digital em aparelho de leitura ótica. Os candidatos não precisavam comparecer às aulas e um mesma digital era usada para centenas de pessoas. Assim, a fraude foi descoberta.

O delegado Gomes chefiou a Ciretran de Ferraz de 2003 a 2008, quando a fraude foi descoberta.

O relatório diz que ele tinha a obrigação de prevenir e reprimir irregularidades, mas se “manteve inerte”. “Facilitou a prática de irregularidades mediante infração do dever funcional. (…) Tal omissão revelou sua faceta de desrespeito aos princípios da administração pública e grave violação aos deveres.”

AGENDA

A Corregedoria destaca ainda o fato de os nomes dos dois delegados terem sido encontrados em suposta lista de pagamentos de propina mantida pelo investigador Santos.

Na casa dele foram apreendidas duas agendas com anotações que indicariam pagamentos.

Só em 2007 foram expedidas 36 mil CNHs pela Ciretran de Ferraz – perdendo em número de emissão só para São Paulo. No primeiro trimestre de 2008, esse número ficou em 9.226. De abril de 2007 a maio de 2008, ocorreram 7.439 exames práticos na Ciretran, mas o órgão expediu 36.939 carteiras. Ninguém soube explicar como quase 30 mil candidatos conseguiram CNHs sem fazer exames. Ao todo 29 pessoas são alvo de ação por causa da máfia das carteiras.

Fonte: Estadão

Um Comentário

  1. Senhores…Senhores…
    Já sei que serei asperamente criticado mas não posso me calar.
    Inicialmente não conheço nenhum dos policiais envolvidos nesse problema mas gostaria de ponderar o seguinte: Esta se tornando regra demitir-se policiais antes de terminado o devido processo legal,apurado por minha equipe sob a chefia do jornalista Fábio Moraes, o delegado Juarez foi indiciado em centenas de inquéritos,mas o devido processo legal não chegou sequer ao meio, portanto extremamente perigosa para todos os funcionarios publicos as determinações do secretario Ferreira Pinto demitindo policiais antes do judiciario se manifestar.
    Posso dar aos senhores um caso concreto, minha mulher advogada, ingressou ha anos atras com pedido de reintegração de um policial santista que havia no curso do processo sido demitido a bem do serviço publico, posteriormente foi absolvido por inexistencia de crime, durante o tempo em que ficou fora das fileiras policias civis sofreu as maiores humilhações, inclusive sendo segurança das lojas americanas em santos, em primeira instância foi negado o pedido de reintegração, o TJ/SP também negou, mas finalmente o STJ o reintegrou dizendo ainda o Ministro “…aonde a Justiça Criminal se manifestou não cabe a ninguém mais se manifestar”, passada a euforia pela reintegração o mesmo sofreu um infarto fulminante, deixou mulher escrivã de policia, filhos, amigos e uma saudade muito grande. Portanto, ao inves de festejarmos a decisão do Conselho determinando a demissão dos policiais, é bom vermos com cautela pois pode acontecer a qualquer um, não poderia deixar de falar do Ilustre Deputado Campos Machado de quem sou amigo desde a época em que o secretário Erasmo Dias usava seu escritorio de advocacia para interrogar suspeitos, como a mulher do contrabandista Tino, assassinado supostamente por policiais federais como queima de arquivo, é publico e notorio que até algum tempo atras qualquer pedido o Deputado Campos Machado à Secretaria de Segurança Publica era atendido de imediato, parece que o Deputado Campos Machado nesse quesito sucedeu o Deputado Ary Kara José, portanto estranho que seu chefe de gabinete tomasse iniciativas a revelia de seu chefe, quantos seccionais,diretores,foram nomeados por interferencia politica? Ora,não sejamos ingenuos, o Deputado Campos Machado sempre ditou regras na Segurança Publica.
    Voltando ao importante, enquanto a policia civil continuar se degladiando entre si não chegará a lugar nenhum, a quem isso interessa?
    Caro Dr. Guerra gostaria de saber também se santos tornou-se um paraíso, pois não vejo nenhuma noticia a respeito do Dr. Waldomiro Bueno Filho, mudou o Ilustre Diretor seu comportamento ou mudou V.Senhoria sua visão sobre ele? Doutor Waldomiro foi diretor do DEINTER 1- Vale do Paraiba e a minha visão sobre ele continua a mesma, não mudou em absolutamente nada, portanto não festejemos a desgraça alheia, porque amanhã poderá ser a nossa. Em nosso ordenamento juridico ninguém é culpado até decisão judicial com transito em julgado.
    Grato,
    João Alkimin

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  2. João:

    O investigador “BUENINHO” era nosso amigo; sabemos o quanto sofreu.

    Em relação ao Diretor do Deinter-6, alguns falam que ele teria melhorado ( e muito ). Paraíso a região não é, mas caminho com tranquilidade por Santos e São Vicente…Agora até entro em qualquer padaria e bar sem constragimentos.

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