Onze policiais são presos em SP suspeitos de ligação com caçá-níqueis
ANDRÉ CARAMANTE
da “Folha de S.Paulo*
Acusadas de explorar um esquema para manter máquinas caça-níqueis em Guarulhos (Grande SP), segunda maior cidade do Estado, 16 pessoas foram presas temporariamente –por cinco dias– nesta sexta-feira em uma operação da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e Ministério Público.
Dos 16 presos, sete são policiais civis (um delegado, dois chefes de investigadores e quatro investigadores), três são policiais militares da ativa e um deles, Ivaldo Batista da Silva, é PM da reserva e acusado de ser o elo entre os policiais e os donos dos caça-níqueis.
Os policiais são suspeitos de cobrar propina para permitir que os donos dos caça-níqueis instalassem as máquinas em bares, lanchonetes e restaurantes de Guarulhos.
O delegado preso é João Rosa, chefe do 73º Distrito Policial, no Jaçanã, divisa da zona norte de São Paulo com Guarulhos, cidade onde ele trabalhou durante vários anos. Segundo a investigação, das nove delegacias da Polícia Civil em Guarulhos, em ao menos cinco foi descoberta ligação de policiais com caça-níqueis.
Os policiais civis presos são Carlos Roberto Ribeiro, Alex Stevan de Moraes, Célio Ernesto Gatti, Antônio de Matos Tavares e José Orlando de Souza Ferreira. A Secretaria da Segurança Pública não revelou o nome dos três PMs presos.
As outras cinco pessoas presas, de acordo com a investigação, são José João da Silva, Joselito Trevenzolli, Carlos Alexandre Diniz Monteiro, Edson Souza Pepe, Roberto de Assis Neto Filho e Wilson Nascimento Santos. Todos são acusado de manter explorar diretamente os caça-níqueis.
Apenas o maquineiro (maneira como a polícia trata os donos de caça-níqueis) Marcelo Teodoro de Aguiar não foi preso na operação. Todos os acusados serão denunciados à Justiça na próxima semana pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção.
Um dos três investigadores presos é dono de uma loja de automóveis em Guarulhos e, nesta-sexta, 15 carros e 15 motocicletas que tinham irregularidades na documentação foram apreendidas durante a operação da corregedoria.
Também foram realizadas apreensões de documentos em 46 locais vistoriados durante a operação. Uma empresa que vende componentes e faz manutenção para caça-níqueis, na Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, também foi vistoriada.
Essa mesma empresa já havia sido investigada em 2007, quando o advogado Jamil Chokr, suspeito de liderar um esquema de corrupção com caça-níqueis que envolvia policiais civis de 71 das 93 delegacias da capital, bateu seu carro na marginal Tietê durante uma tentativa de roubo.
Ex-integrante denunciou
Classificada pela Secretaria da Segurança Pública da gestão José Serra (PSDB) como “maior operação da história da Corregedoria da Polícia”, a ação desta sexta só aconteceu porque um ex-integrante do esquema foi ameaçado de morte pelos chefes da quadrilha e, em dezembro de 2008, denunciou o esquema à equipe de reportagem do “Jornal da Record”, da Rede Record.
Os jornalistas apresentaram, ainda em dezembro, o ex-integrante do esquema ao promotor Luiz Alberto Bevilacqua, então chefe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), da Promotoria, e ele deu os primeiros passos na investigação, que ganhou mais força em maio deste ano, depois de as reportagens terem sido apresentadas.
Com medo de ser morto, esse ex-integrante do esquema deu ao promotor os nomes, endereços, números de telefones e até o valor que os maquineiros pagavam a cada um dos policiais presos ontem.
De dezembro de 2008 até o mês passado, esse ex-integrante do esquema esteve sob a responsabilidade de um programa de proteção à testemunha. Há duas semanas, por vontade própria, o denunciante abandonou o sistema de proteção.
Outro lado
A Folha não conseguiu localizar ontem os advogados de defesa de nenhum dos 16 presos na operação da Corregedoria da Polícia Civil e Ministério Público Estadual.
Depois de indiciados na sede da corregedoria por formação de quadrilha e corrupção, os policiais civis Carlos Roberto Ribeiro, Alex Stevan de Moraes, Célio Ernesto Gatti, Antônio de Matos Tavares, Maurício Freitas Rocha e José Orlando de Souza Ferreira foram levados para o Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru, zona norte de São Paulo, onde a reportagem não tem acesso.
O delegado João Rosa também foi para o presídio e o seu advogado não foi encontrado.
O mesmo aconteceu com os policiais militares, que foram levados para o Presídio Militar Romão Gomes, no Jardim Tremembé, também na zona norte de São Paulo. O advogado do PM da reserva Ivaldo Batista da Silva, suspeito de ser o elo entre maquineiros e policiais, não foi localizado até a conclusão desta edição.
A Folha não teve acesso a José João da Silva, Joselito Trevenzolli, Carlos Alexandre Diniz Monteiro, Edson Souza Pepe, Roberto de Assis Neto Filho, Wilson Nascimento Santos e do foragido Marcelo Teodoro de Aguiar, apontados pela investigação como responsáveis diretos pela exploração dos caça-níqueis em Guarulhos e suspeitos de pagar propina aos policiais presos.
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Alguém sabe dizer quem são os policiais Big Fish da mafia caca níqueis?
Se só os bagrinhos foram presos, resta saber que são os Big Fishs.
Alguém disse aqui nesse blog que são somente cerca de 500 policiais desonestos na policia civil de são paulo, os quais recebem propinas. Nos somos milhares de policiais honestos, não podemos deixar esse 500 fazerem o que estão fazendo com a instituição Policia Civil. Como podemos brigar por melhores salários, se esses 500 pessoas sujam o nome da policia perante a população, pelas ações desses nos policiais honestos também nos tornamos corruptos perante a população.
Será que no meio de milhares, ha apenas um Dr Guerra. Homem honesto e de coragem.
Isso não e ser dedo duro, apontar essas pessoas e suas roubalheiras, isso e obrigação e dever do policial, homem que obrigatoriamente deve ser honrado, honesto, integro e ter conhecimento do que sua profissão.
Creio que estamos andando no caminho certo. Hoje temos esse blog, que para existir ate agora, seu proprietário já comeu o pão que o diabo amassou. Mas continua firme e forte.
Acho que devemos realizar as denuncias desses 500 policiais desonestos, se quando isso acontecer, devem vir acompanhado de algum elemento comprobatório, para que não seja ventilado que e inveja ou algo assim.
A policia civil somente será reconhecido como e a policia federal ou outro órgão prestador de serviço a população, quando não mais existir corrupção desenfreada que há.
As pessoas já fazem concurso para policial visando ficar rico com corrupção.
temos que acabar com isso primeiro, depois pensar em sindicato, associações.
Para isso acabar, só depende de nos policiais, de cada um de nos.
Mesmo àqueles que já foram corruptos, se arrependa e passe a agir corretamente, não vale a pena. Olha os investigadores que foram presos, com empresas de carro e tudo mais, dinheiro, riqueza, e ai estão presos. Olhe os exemplos dos corruptos. Não vale a pena.
Os policiais recolhas, não aceitem mais isso, parem de recolher. Todos os outros policiais sabem quem são vocês, não consigo entender como um ser humano se sujeita a isso, recolher dinheiro desonesto para terceiros e ainda fica somente com 10% do que recolheu. Somente uma besta humana aceita um negocio desse. Nos policiais honestos temos nojo desse tipo de pessoa.
Conclamo para todos policiais honesto, passem a denunciar esse indivíduos, mesmo de forma anônima, desde que aponte alguma prova contundente ser ele recolha.
Em pouco tempo, quando os desonestos e corruptos forem presos, com uma limpeza na instituição, poderemos pedir reconhecimento de profissão, salários dignos. Hoje pedi salários dignos para nos policiais honestos, sabendo que existem 500 desonestos roubando a vontade e um contra-senso .
Vamos aproveitar a plataforma desse blog para limpa nossa policias, porem, façamos com honradez, denunciando somente a verdade, com hombridade, sem invenção.
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bando de caguetas e incopetentes………
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Por que não os nomes dos PMs?
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o delpol do 73 DP vivia la na quarta seccional ,toda a semana visitava o Pachecão.Q linda amizade né!?!?
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Policial civil honesto!!!
Fecha a porra da Policia Civil, só tem ladrão nesta merda não salva nenhum.
Viva a Policia Militar
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