25/08/2007 00:00:00
Veja “carta” do delegado seccional
Pois bem senhor repórter, se assim posso chamá-lo – creio que não. Pessoas sem qualquer formação usam a arma que têm – imprensa cinza. Arma dos fracos e covardes. Usam-na, lamentavelmente, como último recurso na busca de uma fachada que, por detrás dela, o povo já conhece.
O direito de resposta cabe aos homens de bem. Fui ofendido em minha dignidade profissional e moral. Quiseram, com esse artigo, denegrir a imagem de uma Instituição Policial que no momento, por causa de alguns, acusam-na de corrupta e gerenciada por políticos.
Devo esclarecer a você repórter, embora não a mereça, mas principalmente a população que vive e sobrevive na lama das diferenças pessoais, que a polícia civil de Marília não é subserviente a quem quer que seja.
Sou homem público e tenho o dever de defender o direito de quem está prestes a sofrer uma má e ilícita ação, fato que culminou com a ida do deputado Camarinha naquela repartição.
Não houve reunião política, não se falou mal de ninguém. Não tratamos de assuntos institucionais. Não somos iguais a você.
Não consigo encontrar uma razão que justifique sua atitude insana e irresponsável. Tenho a impressão que pretende desestabilizar a Instituição Policial Civil, a qual, com muita honra sirvo há 40 anos.
O policial sempre foi e é tido como homem de coragem, de forma moral, de opinião formada, capaz de assumir a responsabilidade de seus atos e, conseqüentemente, respeitado por seu caráter.
Por estes motivos, repudio veementemente seu artigo.
Sou homem de personalidade sadia, não aceito corrupção, o desonesto, o injusto. Quando tiver que punir o farei, porém, sempre respeitando a lei, não pré-julgando quem quer que seja.
É dever de todo policial denunciar fatos que venham a denegrir as pessoas, a Instituição e seus membros, bem como apurá-las com isenção, dentro dos preceitos legais.
Quando for preciso e necessário o farei de forma verdadeira, transparente e adulta, numa postura digna como convém a um verdadeiro homem, não de maneira mentirosa, insidiosa e pérfida, repleta de intenções mesquinhas e inconfiáveis, como convém a um ser inferior.
Finalmente, por tudo isso, todos temos que reagir e lutar, não permitindo, em hipótese alguma, que o mal sobreponha ao bem, não nos deixando contaminar e para não perdermos nossa identidade, bem precioso que ainda nos resta.
Democracia não é sinônimo de anarquia. O seu direito termina onde começa o meu.
Roberto Fernandes – Delegado Seccional de Polícia