MALHEIROS IGNOROU PARECER TÉCNICO ( MAS A PROCURADORIA NÃO LEU O DIÁRIO OFICIAL E IGNOROU A INUSITADA E EXPEDITA REINTEGRAÇÃO 3

Sexta-Feira, 06 de Março de 2009 

Malheiros ignorou parecer técnico

Corregedoria gravou ?acerto? feito por agentes que foram reintegrados; acusação era de achacar ladrões de carga

Bruno Tavares e Marcelo Godoy

O primeiro processo administrativo sob suspeita obtido pelo Ministério Público Estadual (MPE) mostra que o então secretário adjunto da Segurança Pública Lauro Malheiros Neto reintegrou à Polícia Civil três investigadores do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) demitidos por extorsão sem nova prova que justificasse a revisão do processo e contrariando o parecer da assessoria jurídica da pasta. Quatro meses antes, o próprio adjunto havia assinado a demissão dos policiais. O Estado teve acesso à cópia do processo administrativo (PA).

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Entenda quem é quem e o que é negociado

Íntegra da entrevista com Lauro Malheiros Neto

As duas decisões de Malheiros Neto – contra e a favor dos policiais – foram tomadas em nome do titular da pasta, Ronaldo Bretas Marzagão. Os investigadores eram acusados de exigir R$ 100 mil para não autuar em flagrante cinco homens surpreendidos em dezembro de 2001 com uma carreta e um carro roubados. Além da denúncia feita pela mulher de um dos envolvidos, a Corregedoria da Polícia Civil gravou o que seria um “acerto” entre ela e um dos policiais do Deic – “Pega o dinheiro, marca com o seu advogado amanhã, aqui, e traz pra gente”, orienta um dos investigadores.

Depois de serem demitidos “a bem do serviço público”, em 11 de janeiro, os policiais entraram com pedido de revisão. Em 5 de abril, a procuradora Telma Maria Perez Garcia, da assessoria jurídica da Segurança Pública, deu parecer contrário aos policiais, dizendo que: “Não merece acolhida (o recurso), já que suas razões nada acresceram ao apurado nos autos”. Sobre a gravação da Corregedoria, ela diz: “não foi o único fator determinante da condenação, mas apresenta inegável valor probatório”. Em 2 de maio, Malheiros Neto absolveu e reintegrou os policiais, alegando que “reexaminado todo o processado, constato a ausência de fundamento suficiente para a manutenção do ato demissório”.

Segundo delação feita pelo investigador Augusto Pena, pivô do escândalo que derrubou Malheiros Neto em maio, cada investigador demitido teve de pagar R$ 100 mil para voltar à polícia. A forma como eles foram reintegrados se junta ao DVD divulgado pelo Estado, no qual o sócio e primo de Malheiros Neto, o advogado Celso Augusto Hentscholer Valente, diz que “esse negócio de PA é tudo baboseira. Ele (Lauro) decide… É um carimbo e um risco e já era”. A defesa de Malheiros Neto e Valente nega as acusações.

As cópias do PA foram repassadas ao Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime organizado (Gaeco) do MPE pelo delegado Gerson Carvalho, que comandava a investigação do caso até ser removido do cargo de diretor da Divisão de Apurações Preliminares da Corregedoria da Polícia Civil – a substituição ocorreu há uma semana. Antes de cair, Carvalho havia pedido a abertura de inquérito policial sobre o caso. Segundo denúncia de Pena, a propina para Malheiros Neto seria entregue no gabinete do adjunto. Isso só não ocorreu porque Malheiros Neto achou que o pacote com R$ 300 mil poderia despertar suspeitas.

Malheiros Neto era homem de confiança de Marzagão. Anteontem, ao saber da existência de DVD em que Valente supostamente venderia cargos e sentenças em PAs, Marzagão defendeu o ex-adjunto. “Nunca soube nada a respeito dele. Ele vem de uma família de juristas ilustres. Vamos aguardar o que mostram os fatos.”

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INUSITADA POIS RARAMENTE A ADMINISTRAÇÃO REINTEGRA FUNCIONÁRIOS DEMITIDOS , SALVO ORDEM JUDICIAL.
E QUANDO ANULA UMA DEMISSÃO, NUNCA O FAZ ANTES DE “UNS CINCO ANOS’ DE CANSEIRA NO INJUSTIÇADO E INFELIZ  ( pobre ).msnm_com_br016-101

Um Comentário

  1. ALGUÉM TALVEZ PAGUE ESSE PATO, QUE É APENAS A PONTA DE TODA A PATIFARIA QUE ALI GRASSA. NÃO EXISTE ESQUEMA DE UM SÓ, TODAVIA, MALHEIROS AO CONTRÁRIO DE PENA , EVITARÁ DELATAR A QUALQUER CUSTO. CASO FALASSE, QUE MARAVILHA SERIA.

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  2. 07/03/2009 – 09h52
    Depósito de armas roubado em SP pertence a policial civil
    ANDRÉ CARAMANTE
    ROGÉRIO PAGNAN
    da Folha de S.Paulo
    Um arsenal composto por 22 fuzis e 89 pistolas foi roubado na noite de anteontem do depósito de armas de um centro de formação voltado para a segurança privada e pública, em Ribeirão Pires (Grande SP). O CTT (Centro de Treinamento Tático) pertence a um investigador da Polícia Civil de São Paulo, Fábio Fanganiello, e ao pai dele, Berardino Antonio Fanganiello, e é usado pelas polícias Civil e Militar e também pelo Exército para treino.
    Localizado em uma área dentro da fábrica de armas e munições CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), o centro foi invadido por cerca de dez ladrões. Desde o momento em que o roubo foi descoberto, cerca de 240 policiais civis e militares foram mobilizados para perseguir os criminosos, mas até a conclusão desta edição ninguém havia sido preso. A Secretaria da Segurança Pública informou que três armas foram encontradas (uma pistola e dois revólveres) numa mata próxima ao local do roubo. Supostamente foram deixadas pelo grupo de assaltantes.
    Ontem, a Folha pediu entrevistas com o policial civil dono do CTT e com seu pai, mas, segundo Aluizio Falcão Filho, porta-voz da empresa, nenhum dos dois iria se pronunciar. Para invadir o CTT, os ladrões (que usavam coturnos pretos, roupas escuras, capuzes ou bonés e não falavam gíria, segundo a testemunha) entraram numa fazenda nos fundos da CBC com a desculpa de socorrer um motociclista acidentado –a região é de trilhas. Eles abriram uma picada na mata e, ao chegar ao depósito, renderam o único funcionário que estava no centro –ele trabalhava desarmado. O funcionário foi imobilizado com uma algema plástica.
    O alarme do depósito disparou e a segurança da CBC fez contato com o funcionário, mas ele foi obrigado a responder que estava tudo bem. Na fuga, os ladrões abandonaram o funcionário na mata. Depois de se perder, ele chegou a uma favela e chamou a polícia.
    Ligações
    Berardino Fanganiello, de acordo com documentos do Tribunal de Justiça de SP, mantém relação com o delegado Fábio Pinheiros Lopes (Titular do 99º D.P.), que é investigado sob a suspeita de compra de cargo na polícia paulista. Fanganiello e Lopes aparecem juntos como impetrantes de uma ação no Tribunal. Em fevereiro, Lopes foi citado como um dos três delegados que pagaram propina para o ex-secretário-adjunto da Segurança Lauro Malheiros Neto para conseguir um cargo de destaque na polícia. A acusação foi feita por Augusto Peña, investigador preso sob acusação de sequestro, em depoimento ao Ministério Público. Lopes e Malheiros negaram a acusação.
    Eleusa Velista, advogada do CTT, disse que Fábio Fanganiello, atualmente lotado no Detran, não gerencia o CTT e que, por isso, não há incompatibilidade entre sua função pública e a privada. A advogada disse não ter condições de dizer qual é a relação entre Berardino e o delegado Lopes.
    O secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão, foi até o CTT na madrugada, criticou as condições de segurança e disse ter acionado o Exército. Em nota, o Exército informou não ser responsável por fiscalizar as condições de segurança das empresas. “Compete ao Exército autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados”, diz o texto.
    De acordo com o Exército, o CTT está em situação regular e foi aberto um procedimento administrativo para apurar que armas foram roubadas.
    Colaborou CONRADO CORSALETTE, da Folha de S.Paulo

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  3. A corrupção existe na polícia civil porque há aval do legislativo, executivo, etc. Na década de 90 foi aprovado no concurso pessoa que possuía apenas o 2º grau, tinha diploma falso. Apenas para clarear a menória, trata-se do Delegado Tonelada. Como alguém com segundo grau consegue passar no concurso de Delegado? Na época foi cogitado de abrir CPI para apurar os fatos, mas acabou em pizza, tendo em vista que são os Deputados que distribui cargos ao consursando. Minha indigação é que fiz concurso para Delegado, cheguei em 07 (sete) orais e não consegui ser aprovado, enquanto pessoas da região de Araçatuba/S.P., passavam no primeiro ou segundo oral. Há pouco dia fui assistir uma palestra com o professor Caetano – corregedor da polícia de São Paulo e tivemos o seguinte diálogo:
    pergunta :- professor Caetano há racismo no concurso de Delegado de Polícia.
    Resposta:- não há preconceito de cor, raça, religião, etc., basta estar preparado, portanto, estudem que vale a pena.
    pergunta:- professor Caetano, carcereiro não é visto com bons olhos na corporação, há preconceito ao postular o cargo de delegado.
    Resposta:- como disse anteriormente não há preconceito, basta estar preparado.
    -pergunta:- professor Caetano o Dr. pode me informar porque fiz 07 orais e fui reprovado.
    resposta:- o Sr foi Carcereiro, teve punição?REspondi que não, tive foi promoção.
    O professor Caetano me disse: você não estava prepara, deveria continuar prestando concurso, talvez o oitavo seria a minha vez.

    Ocorre que ele passou no primeiro oral.
    Não preciso dizer mais nada.

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