01/09/2008 – 18h56
Fraude com remédios desvia R$ 63 mi e deixa 3 pessoas tuberculosas em SP
PAULO TOLEDO PIZA
Fraude com remédios desvia R$ 63 mi e deixa 3 pessoas tuberculosas em SP
PAULO TOLEDO PIZA
Colaboração para a Folha Online
A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira nove suspeitos de participar de um esquema de corrupção que pode ter desviado R$ 63 milhões da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. O uso indevido de medicamentos receitados por um médico do bando deixou três pacientes tuberculosos.
O esquema envolvia a ONG (Organização Não-Governamental) Associação dos Portadores de Vitiligo e Psoríase do Estado de São Paulo, um médico, dois advogados e funcionários de três laboratórios.
Por meio da emissão de laudos médicos falsos, o grupo entrava com ação na Justiça para forçar o Estado a fornecer medicamentos de alto custo e que estão fora da lista do SUS (Sistema Único de Saúde).
Os remédios –cujo custo chegava a cerca de R$ 5 mil cada um– eram fornecidos apenas por três laboratórios. O dinheiro do lucro era passado na seqüência para os participantes do esquema.
Segundo a polícia, o início da fraude começava com a ONG, que encaminhava pacientes para o médico Paulo Cesar Ramos, responsável por produzir atestados médicos falsos. Nos atestados, ele afirmava que seus pacientes já haviam utilizado os remédios do SUS, mas que não tinham surtido efeito. Então, ele requeria outros tipos de droga, mais caras.
Em seguida, entravam em ação dois advogados, indicados para entrar com ação na Justiça para que os pacientes recebessem os remédios do Estado. Os medicamentos eram fornecidos apenas pelos laboratórios Mantecorp, Serono e Wyeth.
“As ações judiciais exigiam o fornecimento dos remédios Remicade (Mantecorp), Raptiva (Serono) e Enbrel (Wyeth)”, disse o delegado Fabio Pinha Alonso, delegado-assistente da Delegacia Seccional de Marília.
O lucro decorrente das vendas era depois dividido entre os envolvidos no esquema. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), não há provas da participação dos responsáveis pelos laboratórios na fraude.
“Descobriu-se uma anomalia: medicamentos não indicados para o tratamento de psoríase estavam sendo pedidos à Justiça”, afirmou o governador do Estado, José Serra.
O secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, deixou claro que os pacientes não tinham participação no esquema e que também estavam sendo prejudicados. “Todos os pacientes eram inocentes”, disse.
De acordo com José Serra, três dos 15 pacientes desenvolveram tuberculose devido ao uso indevido dos medicamentos. “Essa é uma espécie de corrupção mórbida, pois envolve a saúde das pessoas”, afirmou.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o tratamento desses 15 pacientes custou R$ 900 mil aos cofres públicos. O governador disse acreditar na possibilidade de o esquema ser muito maior, e não se restringir a São Paulo.
A SSP pede aos pacientes atendidos pela ONG que procurem o Departamento Regional de Saúde de Marília, onde serão cadastrados e encaminhados para avaliação médica e tratamento em outras unidades de saúde.
Investigação
O esquema foi descoberto há aproximadamente nove meses, quando o delegado Alexandre Zakir foi encarregado de investigar a compra de medicamentos fora da lista do SUS pela Secretaria da Saúde.
Durante a investigação, chamou a atenção o fato de um mesmo médico ter emitido os laudos para os 15 pacientes e também os advogados que entraram com ações na Justiça terem sido os mesmos. Os indícios da fraude apontavam sempre para a cidade de Quatá (a 489 km de São Paulo).
Além do médico Paulo Cesar Ramos, foram presos na manhã desta segunda-feira, os advogados Guilherme Goff de Oliveira e Fabiana Noronha; Dalton Araújo Pereira (representante comercial da Mantecorp); Fabio Marti (gerente regional da Mantecorp); Marcio Pansica (representante do Serono); Wilson Afonso Godoy (representante do Wyeth); Ivanete Aparecida Lima (administradora da ONG); e Luci Helena Graci (presidente da ONG).
Além das prisões, a polícia apreendeu R$ 500 mil em medicamentos. Os suspeitos deverão responder por formação de quadrilha, falsidade ideológica, uso de atestado falso, uso de documento falso e perigo para a saúde.
Outro lado
A Wyeth informou, por meio de sua assessoria, que não tem qualquer informação contra a empresa passível de comentários. Ela acrescenta, em nota, que “atua rigorosamente dentro da ética e da lei e só vai se pronunciar depois de oficialmente notificada”.
A Mantecorp afirma em nota que desconhece o teor das denúncias apresentadas e aguarda o levantamento das informações para se posicionar sobre o assunto. Procurada, a Serono não foi encontrada. A reportagem não teve acesso aos demais suspeitos no esquema.
A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira nove suspeitos de participar de um esquema de corrupção que pode ter desviado R$ 63 milhões da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. O uso indevido de medicamentos receitados por um médico do bando deixou três pacientes tuberculosos.
O esquema envolvia a ONG (Organização Não-Governamental) Associação dos Portadores de Vitiligo e Psoríase do Estado de São Paulo, um médico, dois advogados e funcionários de três laboratórios.
Por meio da emissão de laudos médicos falsos, o grupo entrava com ação na Justiça para forçar o Estado a fornecer medicamentos de alto custo e que estão fora da lista do SUS (Sistema Único de Saúde).
Os remédios –cujo custo chegava a cerca de R$ 5 mil cada um– eram fornecidos apenas por três laboratórios. O dinheiro do lucro era passado na seqüência para os participantes do esquema.
Segundo a polícia, o início da fraude começava com a ONG, que encaminhava pacientes para o médico Paulo Cesar Ramos, responsável por produzir atestados médicos falsos. Nos atestados, ele afirmava que seus pacientes já haviam utilizado os remédios do SUS, mas que não tinham surtido efeito. Então, ele requeria outros tipos de droga, mais caras.
Em seguida, entravam em ação dois advogados, indicados para entrar com ação na Justiça para que os pacientes recebessem os remédios do Estado. Os medicamentos eram fornecidos apenas pelos laboratórios Mantecorp, Serono e Wyeth.
“As ações judiciais exigiam o fornecimento dos remédios Remicade (Mantecorp), Raptiva (Serono) e Enbrel (Wyeth)”, disse o delegado Fabio Pinha Alonso, delegado-assistente da Delegacia Seccional de Marília.
O lucro decorrente das vendas era depois dividido entre os envolvidos no esquema. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), não há provas da participação dos responsáveis pelos laboratórios na fraude.
“Descobriu-se uma anomalia: medicamentos não indicados para o tratamento de psoríase estavam sendo pedidos à Justiça”, afirmou o governador do Estado, José Serra.
O secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, deixou claro que os pacientes não tinham participação no esquema e que também estavam sendo prejudicados. “Todos os pacientes eram inocentes”, disse.
De acordo com José Serra, três dos 15 pacientes desenvolveram tuberculose devido ao uso indevido dos medicamentos. “Essa é uma espécie de corrupção mórbida, pois envolve a saúde das pessoas”, afirmou.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o tratamento desses 15 pacientes custou R$ 900 mil aos cofres públicos. O governador disse acreditar na possibilidade de o esquema ser muito maior, e não se restringir a São Paulo.
A SSP pede aos pacientes atendidos pela ONG que procurem o Departamento Regional de Saúde de Marília, onde serão cadastrados e encaminhados para avaliação médica e tratamento em outras unidades de saúde.
Investigação
O esquema foi descoberto há aproximadamente nove meses, quando o delegado Alexandre Zakir foi encarregado de investigar a compra de medicamentos fora da lista do SUS pela Secretaria da Saúde.
Durante a investigação, chamou a atenção o fato de um mesmo médico ter emitido os laudos para os 15 pacientes e também os advogados que entraram com ações na Justiça terem sido os mesmos. Os indícios da fraude apontavam sempre para a cidade de Quatá (a 489 km de São Paulo).
Além do médico Paulo Cesar Ramos, foram presos na manhã desta segunda-feira, os advogados Guilherme Goff de Oliveira e Fabiana Noronha; Dalton Araújo Pereira (representante comercial da Mantecorp); Fabio Marti (gerente regional da Mantecorp); Marcio Pansica (representante do Serono); Wilson Afonso Godoy (representante do Wyeth); Ivanete Aparecida Lima (administradora da ONG); e Luci Helena Graci (presidente da ONG).
Além das prisões, a polícia apreendeu R$ 500 mil em medicamentos. Os suspeitos deverão responder por formação de quadrilha, falsidade ideológica, uso de atestado falso, uso de documento falso e perigo para a saúde.
Outro lado
A Wyeth informou, por meio de sua assessoria, que não tem qualquer informação contra a empresa passível de comentários. Ela acrescenta, em nota, que “atua rigorosamente dentro da ética e da lei e só vai se pronunciar depois de oficialmente notificada”.
A Mantecorp afirma em nota que desconhece o teor das denúncias apresentadas e aguarda o levantamento das informações para se posicionar sobre o assunto. Procurada, a Serono não foi encontrada. A reportagem não teve acesso aos demais suspeitos no esquema.
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PARABÉNS A TODOS AQUELES QUE PARTICIPARAM DESTA INVESTIGAÇÃO E FORMALIZAÇÃO DO INQUÉRITO
A Globo não divulgou que foi a nossa polícia que fez a investigação e efetuou as prisões, dando a entender ao leigo que tudo fôra feito pela federal. É sempre assim, quando eles não tem o que falar da federal, que lhes paga pau para ir pro jornal e TV por qualquer bobagem, eles inventam uma ação da federal, como se fosse dela. Eu tô com o saco cheio dessa gente. E ninguém na civil faz nada para mudar esse quadro. É covardia pura ou ninguém da civil tem interesse em divulgar bons trabalhos ?????
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ALÉM DA FALTA DE DIVULGAÇÃO, É COMUM A PC FAZER GRANDES TRABALHOS INVESTIGATIVOS, APESAR DA MERRECA DE $, NÃO É O CASO DA PF, EM QUE PESE A $ QUE GANHAM. A ÚNICA FORMA DE MUDARMOS TUDO É PELA UNIÃO DAS CARREIRAS E DAR UM BASTA. DEIXEMOS TUDO NAS MÃOS DOS MEGANHAS E DA PF E VAMOS VER NO QUE DÁ. A PM QUANDO INVESTIGA DÁ MERDA (VIDE POLÍCIA AMBIENTAL – METIDA A FAZER TC E O CASO CASTELINHO)….SÓ FALTA UNIÃO CHEFE E SUBORDINADO…SONHO MEU!!!!
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