Serviço de Atendimento ao Reclamante (SAR)

Mas é no Serviço de Atendimento ao Reclamante (SAR) que o delegado vê um grande trabalho sendo elaborado. O setor, que funciona 24 horas, vem recebendo pessoas que reclamam não terem sido atendidas nas delegacias. “Algumas vezes o distrito policial tem três ou quatro flagrantes, e a pessoa demora um certo tempo para ser atendida. E isso não é uma irregularidade administrativa. A única reclamação dela é com relação ao tempo”, explica o corregedor. Quando isso acontece, é apurado o porquê do distrito não efetuar o atendimento. Se a reclamação é sobre mau atendimento, constitui-se uma infração disciplinar e imediatamente elabora-se a ocorrência. Porém, o que geralmente ocorre é o não atendimento, ou demora devido aos demais boletins e flagrantes que estão sendo efetuados. Neste caso entra o trabalho do SAR, que verifica com o delegado do plantão a causa do não atendimento, explicando ao reclamante o motivo da demora. É marcado um retorno da vítima ao distrito, com ofício de apresentação, sendo confirmado pelo SAR como foi o atendimento. “Todos, de maneira uniforme, dizem que o atendimento dispensado pela autoridade policial foi muito bom . Esse serviço foi implantado na nossa gestão. Está dando resultado, e eu acho altamente positivo”, disse Francisco Campos.
Não seria melhor a Corregedoria – com todo o respeito, em vez de se perder tanto tempo marcando retorno da vítima com ofício de apresentação – empregando o RDO , elaborar o boletim de ocorrência.
A vítima ficaria grata; os plantonistas idem.
E os princípios da legalidade , da eficiência, ou seja, da boa administração, estariam plenamente assegurados.
Ora, se fosse constatada eventual infração administração seria lavrada a ocorrência.
Com maior razão, não sendo caso de infração( posto o não atendimento plenamente justificado), cumpriria ao Corregedor-Geral determinar a lavratura do boletim para o Reclamante.
Em vez de concorrer, segundo a nossa visão, injustificadamente para o retardamento da execução de ato de ofício.
Com efeito, a lavratura do boletim deve ser providenciada pela Unidade em que a vítima ou interessado comparecer.
Pela Corregedoria, inclusive.

Será que alguns órgãos só existem para punir os policiais honestos? 17

Boa tarde doutor Guerra!
Continuo acessando seu site diariamente. E aquilo tudo que pensava só acontecer comigo e com alguns colegas, honestos, vejo, estarrecido, que acontece com outros policiais também, e para meu espanto até com uma delegada da própria corregedoria (São José dos Campos), a qual além de delegada é casada com um Juiz da Vara Criminal daquela citada cidade, cansada, traída, pediu exoneração.
Meu Deus, a que ponto chegamos! Será que o mal sempre irá derrotar o bem?
Precisamos sim, juntar nossos grãos de areia e partir para a fundação de um órgão que possa nos representar dignamente, assim como, proteger todos aqueles que de alguma maneira possam estar sendo perseguidos.
Muito pesaroso tudo isso, fico extremamente entristecido, pois nos que ganhamos um salario base de R$ 568,00, com tiquete alimentação de R$ 80,00 cassado, bem como nosso colega escrivão do 36º DP, sabemos que qualquer virgula que digamos, seremos convocados, em regime de urgência a prestar declarações.
Será que alguns órgãos só existem para punir os policiais honestos, e ou aqueles do chamado porão( gíria policial daqueles policiais que trabalham em plantão), que almejam apenas desenvolver um trabalho de policia judiciária???

PARA NÓS DELEGADOS: VÃO TRABALHAR! 17

Adelaide Cristina Santos Martin (1) 09/10/2007 12h43
SAO PAULO / SP

É realmente uma vergonha esse nosso país, um trabalhador não tem nem o direito de estar de “saco cheio” desse sistema podre que nos rodeiam.Está claro que essa carta foi somente um desabafo de um trabalhador de uma categoria (PMs) que não pode se manifestar pois são punidos e que está esquecida pelos nossos governantes ha muito tempo. Caríssimos, governantes, senhores delegados, oficiais, etc, ao invés de querer prejudicar um trabalhador que apenas desabafou,…..VÃO TRABALHAR para fazerem jus ao salários exorbitantes que vcs ganham AS CUSTAS DO POVO brasileiro!!!!!
COMENTÁRIO DE UMA CIDADÃ NA FOLHA ON LINE – acerca da manifestação do policial Roger.

CORREGEDORIA PARA QUÊ PRECISA DE CORREGEDORIA

ROGER se você fosse um “RECOLHA”(aquele que “apanha” a propina) a sua vida não seria assim…
Não faria bico, teria bela residência, carro de luxo e rolex.
E não seria acusado de denegrir a imagem da Instituição.
( Cadê o Cultcoolfreak?)
09/10/2007 – 02h31
Corregedoria investiga policial que diz saber de Rolex de Luciano Huck
KLEBER TOMAZda Folha de S.Paulo
A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investiga um policial que teve sua carta publicada no Painel do Leitor da Folha de S.Paulo, no dia 2, dizendo saber onde está o relógio Rolex roubado do apresentador Luciano Huck e que não o recuperaria pois ganha pouco para trocar tiros com criminosos.
Em sua carta, o investigador Roger Franchini, do 36º DP, no Paraíso (zona sul), diz que os policiais que combatem o crime “sabemos onde está o Rolex roubado do Luciano Huck”. Ele afirma que não irá procurar o relógio pois recebe um salário-base de R$ 568,29.
Segundo o delegado-corregedor Francisco Campos, Franchini terá de se explicar.
“Se ele sabe onde está o Rolex do Huck, deveria apreender o material ou comunicar seus superiores onde ele está.”
O texto de Franchini é uma crítica ao artigo “Pensamentos quase Póstumos”, de Huck, que saíra um dia antes, no Tendências/Debates, da Folha.
Huck conta no artigo que poderia ter morrido no assalto.
Franchini também critica o governador José Serra (PSDB) por manter a polícia paulista na “miséria há 14 anos” e afirma que, para sustentar a família, faz “bico” –o que é proibido. “Ele denegriu a imagem da sua instituição”, disse Campos.
O policial prestou depoimento e admitiu ter escrito a carta. Se punido, pode ser advertido, suspenso ou demitido. O policial não quis se pronunciar.
Veja a íntegra da carta do policial Franchini
“Os policiais que estão na linha de frente do combate ao crime (todos os que não são delegados ou oficiais da PM), sabemos onde está o ‘rolex roubado’ do Luciano Huck –metáfora para o graal da segurança pública brasileira. Mas não vou trocar tiro com bandidos recebendo um salário base de R$ 568,29 ao mês (e agora sem o tícket alimentação de R$ 80,00 que nos foi retirado em agosto de 2007).
“Prefiro correr risco no bico para sustentar meus filhos. Se Huck não está feliz conosco, pode entrar para o movimento CANSEI e cobrar do governador Serra o motivo do PSDB ter tanta raiva da policia paulista e mantê-la na miséria há 14 anos. Eu queria fazer minha inscrição lá, mas será que aceitam um policial sem dinheiro?
Roger Franchini”
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A todos é conferido o direito de dizer aquilo que bem entendem da Polícia Civil.
Vítimas desabafam.
Alguns Promotores nos fulminam.
Um e outro Oficial da Polícia Militar buscam ridicularizar as nossas atribuições.
Entretanto, quem mais denigre a imagem da nossa Instituição são aqueles que se servem dos esquemas de corrupção institucionalizados na Polícia Civil.
Até a ADPESP, através do doutor Gama, pôde escrever uma série de impropriedades em sua Carta Aberta ao Governador; sem que fosse censurado. Também, apenas enalteceu a Polícia Civil.
Deliberadamente omitiu a nossa caixa preta e vetustas mazelas.
Mazelas das quais a Corregedoria-Geral se mostra alheia; também alheia ao crime organizado que tomou conta de parcela do órgão.
Eu disse órgão…
Não sei se nos cabe a denominação de Instituição.
O Delegado de Polícia foi uma Instituição.
Mas, há muito, deixou de ser.
Deixou de sê-lo pelas injustiças que cometeu; ou para as quais concorreu por ação ou omissão.
E pelas inverdades que publicamente enreda; com o objetivo falacioso de preservar a imagem da corporação.
A grande mentira (preservar a imagem da Instituição).
O falso espírito de corpo.
Pois, apenas se preserva os ímprobos e os “esquemas” de corrupção que dão proteção àqueles que compram Rolex roubados, inclusive.
O policial Roger errou por acreditar que o “Rolex” pode ser encontrado em alguma “biqueira do tráfico”.
Nunca irá achá-lo em poder de traficantes.
E para recuperá-lo não será necessário um único disparo.
Será necessário penetrar em belos escritórios de compra e venda de jóias e relógios. Muito bem protegidos e instalados em edifícios luxuosos. Inexpugnáveis para policiais comuns.
E se chegar perto do caro relógio e do receptador irá ouvir: “tem acerto”… “o fulano da… é nosso amigo passa sempre por aqui!”
Denegrir a imagem da Polícia Civil é ser conivente – ou nada eficiente – com as propinas dos caça-níqueis.
Denegrir a imagem da Polícia Civil é sofismar – em público deboche – alegando que D.P. poderia significar despesas pessoais ou departamento pessoal. Especialmente por quem sabia – eu afirmei sabia – que o verdadeiro significado era Distrito Policial.
Enaltecer a imagem da Polícia Civil seria afirmar de pronto, com absoluta certeza, que os envelopes eram destinados aos distritos policiais da Capital.
Era esse o papel que caberia ao Senhor Corregedor-Geral; quando do não suficientemente explicado e esclarecido envolvimento da quase totalidade das Unidades da Capital com o crime organizado.
Sofismaram e a Corregedoria-Geral – aos olhos da coletividade – se fez muito suspeita.
Aliás, o subscritor, antes do desastroso episódio para a imagem do órgão, já tinha explicado o funcionamento do esquema denominado 1530, nos dias 1 de abril e 17 de maio, no site da Associação dos Delegados de Polícia deste Estado.
Dirão: não se pode prejulgar sob pena de cometer injustiças.
De fato não se pode prejulgar em respeito a pessoas individualizadas.
Mas, tal cautela não se aplica a um sistema enraizado há muitos anos.
Todavia, se prejulga quaisquer policiais que se manifestem, em tom desafabo, em defesa da própria Polícia e dos policiais.
Especialmente, neste caso, contrariamente a uma pessoa famosa que não iniciou a vida empresarial com um negócio edificante.
Ressaltando ter ele, publicamente , se redimido da iniciativa da juventude.
Edificante foi instituir a sua Fundação, por exemplo.
Discoteca( dance ou boate) no litoral para a rapaziada endinheira não é empreendimento edificante. Cujo lucro, primordialmente, vem da bebida alcoólica.
Apenas, mais um negócio que realimenta a criminalidade(dos acidentes de trânsito, passando pelo tráfico, aos abusos sexuais).
Um negócio em que se proíbe, no recinto, o uso de maconha, enquanto os inodoros êxtase e cocaína são consumidos a vontade.
Não obstante, a nossa Corregedoria – que não mostra cumprir o seu papel – prefere satanizar um ou outro policial que mete a boca contra o $istema.
Esquecendo-se que a lealdade ao órgão é um nada perto dos deveres de legalidade e moralidade.
Ser leal é falar sempre a verdade; “fazendo bico” para complementar os vencimentos indignos.
Ser desleal é mentir e se corromper.
“Roger” a democracia não chegou até a Polícia Civil.
Assim, você e eu erramos por crermos nas garantias da liberdade de pensamento e de manifestação.
Ainda, estamos submetidos a legislação do período ditatorial.
E o PSDB, infelizmente, deve achá-la muito boa.
Pois nada fez para alterá-la, salvo com prejuízo para os policiais (a via rápida).
Mas tenha toda a certeza: não é você, muito menos a sua manifestação, que denigre a imagem da instituição.
E você foi bastante comedido em suas palavras.
E qualquer pessoa – de mediana inteligência – entende que você não sabe do paradeiro do relógio do Luciano Huck.
Apenas um irracional trocaria tiros com infratores para recuperar Rolex.
Nenhuma vida (do Huck, de policiais ou de infratores) se compara ao insignificante relógio suiço.
Diga-se de passagem: nada superior aos Seikos e Orients automáticos dos anos 70.
Corregedoria para quê precisa de Corregedoria?

CORREGEDORIA INDEPENDENTE OU MORTE DA POLÍCIA CIVIL 29

Delegado que fez denúncia foi desleal, afirma corregedor
ANDRÉ CARAMANTE  DA REPORTAGEM LOCAL
MARIANA CAMPOS  – DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O delegado Caetano Paulo Filho, da Corregedoria da Polícia Civil, disse ontem que o órgão abriu um processo administrativo contra o também delegado Roberto Conde Guerra por “ele ter sido desleal à instituição”. O delegado Guerra criou um blog na internet para denunciar supostas irregularidades cometidas por policiais.Na tarde de ontem, Filho confirmou que a Corregedoria havia intimado o delegado Guerra para que ele formalizasse as denúncias feitas em seu blog, o “Flit Paralisante”. Mas o delegado, sem apresentar justificativa, não apareceu.Questionado sobre o que Guerra deveria ter feito, caso não utilizasse o blog para fazer denúncias, o delegado Filho disse: “Ele deveria ter comparecido [na corregedoria] ou ter feito [as denúncias] pelas vias hierárquicas”.As acusações de Guerra também envolvem alguns atuais coordenadores da Polícia Civil na Baixada Santista e ex-dirigentes da corporação na região que, segundo Filho, deverão ser interrogados.No blog, o delegado Guerra cita nominalmente policiais, departamentos da Polícia Civil e até valores recebidos por eles para manter o funcionamento irregular de caça-níqueis, bingos e até do jogo do bicho.Na quarta-feira, o delegado Guerra foi interrogado pelo promotor de Justiça Cássio Conserino e confirmou denúncias feitas em seu blog, mas disse não ter provas.
FOLHA DE SÃO PAULO – São Paulo, sexta-feira, 06 de julho de 2007
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Complemento: disse não tenho provas, tenho elementos para a produção de provas pelos órgãos competentes.
Aliás, o processo administrativo foi determinado no dia 30 de maio do corrente; rigorosamente instaurado pelo Corregedor-Geral no prazo legal.
Todavia, a Corregedoria nenhum interesse demonstrou, antes de as denúncias acabarem noticiadas pela imprensa, em apurar preliminarmente ou concomitantemente a veracidade(das denúncias).
Apenas, demonstrou o interesse de punir o “denunciante desleal”, em face de ter ofendido inúmeras autoridades e policiais íntegros da Baixada Santista. Outrossim, a “deslealdade” diz respeito a um artigo denominado “Crônica do Amor a Cadeira”, publicado – em área restrita – no dia 17 de maio no Site da Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo(postagem de maio neste blog).
Uma semana antes do escândalo envolvendo o advogado da máfia dos caça-níqueis.
Pelo que fui afastado das funções já no dia 22 de maio; da mesma forma,  dias antes do mencionado episódio da apreensão do dinheiro em envelopes endereçados a diversas Delegacias da Capital.
Os “DP”,  de despesas pessoais ou departamento pessoal para a Corregedoria-Geral.
( originalmente publicado no flitparasilante.blogspot.com – removido por ordem judicial )

Salário provoca êxodo de Delegados de Polícia

MATÉRIA DE CAPA DO JORNAL CORREIO POPULAR DE CAMPINAS/SP – 08/10/2007.

Publicada em 8/10/2007
Cidades

Salário provoca êxodo de delegados
Baixa remuneração em SP leva à migração para outras carreiras ou estados; déficit na região é de pelo menos 50 policiais

Carla Silva

DA AGÊNCIA ANHANGÜERA
Os baixos salários, a falta de estrutura e a sobrecarga de trabalho têm provocado um efeito devastador no funcionamento da Polícia Civil de São Paulo. Ganhando pouco e trabalhando muito – na maioria das vezes em condições precárias -, o Estado está assistindo ao êxodo de delegados para outras carreiras ou para outros estados, onde a remuneração é maior. De acordo com estimativas do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, o Estado tem hoje uma defasagem de pelo menos 600 profissionais. No Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-2), que abrange 38 cidades da região de Campinas, faltam pelo menos 50, segundo estimativas do sindicato da categoria. Este ano, oito deles, a maior parte da Capital, pediram demissão para procurar oportunidades em outras carreiras jurídicas ou simplesmente para se candidatar à mesma vaga em outro Estado brasileiro. O fenômeno também atingiu quem ainda nem começou a trabalhar. Este ano, a Academia da Polícia Civil formaria 220 novos delegados, se 20 deles não tivessem pedido dispensa pelos mesmos motivos.Numa tentativa de conter a sangria, o governador José Serra (PSDB) enviou para a Assembléia Legislativa na semana passada um pacote que chamou de “valorização dos policiais” . Aprovado, o conjunto de medidas prevê reajuste salarial para a categoria de até 22,67%. Assim, o salário bruto do delegado em início de carreira passa a ser de R$ 3.680,00. Pelo pacote, os delegados que acumulam a chefia de mais de uma unidade policial receberão gratificação proporcional aos dias trabalhados no acúmulo da função.Mas a medida está longe de ser uma solução. Mesmo com o reajuste, o salário do delegado paulista está entre os dois piores do País. Só ganha da Paraíba, que paga a seu delegado o salário R$ 3,6 mil por mês. A diferença é que o Orçamento de 2006 do Estado de São Paulo foi de R$ 81,2 bilhões e o da Paraíba atingiu R$ 3,9 bilhões. Comparado com colegas de outros estados brasileiros, a diferença é gritante. O delegado que trabalha no Distrito Federal, ganha R$ 12.448,00 – remuneração similar a da Polícia Federal. No Paraná, o salário é superior a R$ 9 mil.”Estamos falando de uma carreira que exige os mesmos requisitos de um juiz, promotor, procurador do Estado, mas não recebemos como tal. Além disso, temos colegas que são responsáveis por até três distritos simultaneamente” , criticou o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, José Mateus Leal. Para ele, o salário de um delegado em São Paulo não poderia ser menor que R$ 9 mil. Ele lembrou que 1% de todos os homicídios praticados no mundo ocorrem na cidade de São Paulo, de acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado na semana passada.O acúmulo de função à qual o sindicalista se refere é uma das causas de outro problema: o afastamento dos policiais civis, neste caso incluindo-se os investigadores, escrivães e outras funções administrativas. “Dois mil deles estão fora, em licenças médicas” , afirmou o sindicalista.Em Vinhedo, por quase dois anos, apenas um delegado respondia pela delegacia do município, Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran). Durante esse período, colegas de trabalho dele passaram pela cidade, mas não permaneciam por muito tempo. Atualmente, um delegado de Campinas foi deslocado para auxiliar o colega de Vinhedo, que mesmo assim, ainda é responsável por duas delegacias – a do município e a Ciretran.Em Campinas, não é raro encontrar um delegado que, durante o dia, atue em seu distrito policial ou delegacia especializada e, à noite, responda por um plantão. “Você tem de estar à disposição 24 horas. Você somente descansa no dia seguinte dessa maratona. Isso se não acontecer nada na delegacia que é de sua responsabilidade. Senão, temos de voltar a trabalhar” , contou um delegado.DificuldadesO delegado de um distrito policial de Campinas que não quis se identificar por temer algum tipo de retaliação, assim como todos os outros ouvidos para esta reportagem, conta como é o sua rotina. “Não é raro quando tenho que me desdobrar em três para dar conta do recado. Se eu deixar o serviço acumular, estou perdido, porque, no final do mês, tenho de dar satisfações à minha chefia” , relatou. “Quando chego, tenho de despachar os boletins de ocorrência. Isso significa analisar cada um deles para saber se instauro inquérito, arquivo, convoco pessoas para prestar depoimento e por aí vai” , contou.Paralelamente a esse trabalho, é necessário atender as pessoas que procuram a delegacia. “Muitas vezes, as orientações não são criminais. Boa parte delas são referentes a problemas relacionados à defensoria pública ou defesa do consumidor” , disse o delegado. A isso, muitas vezes, é somado o fato de ele ainda ter de estar à frente de um flagrante policial ou inquéritos. No caso do 1 Distrito Policial, por exemplo, há 2.453 inquéritos instaurados, divididos entre quatro delegados. Cada um trabalha em média com 600 deles. Se forem contabilizados os boletins de ocorrências e termos, esse número aumenta para 750.Nas delegacias especializadas, a realidade é um pouco diferente. “Não fazemos atendimento ao público, pois o principal foco é a investigação. Hoje, chego para uma equipe de investigação e passo um caso para ser solucionado. Amanhã, é outro e, no final do mês, são dezenas. Não trabalhamos como a polícia federal, que muitas vezes fica meses em cima de um único crime” , relatou outro delegado, em tom crítico. “A criminalidade cresceu e nós não acompanhamos. Por isso, há casos que, quando não são investigados por falta de estrutura ou policiais, ficam mal feitos” , afirma.