O diretor do DENARC, Everardo Tanganelli Junior, 56 anos, ingressou no órgão, em 1976, pelas mãos do pai Everardo Tanganelli, um Delegado elegante, preparado e de notória atuação no DOPS e no DEIC.
Ele confirma a regra: tal pai, tal filho. É a exceção.
Ou seja: Junior foi admitido como investigador por influência, por favor; pelo prestígio paterno.
Posteriormente, em 1982, da mesma forma suspeita – muito comum neste país no período da ditadura militar – Tanganelli Junior foi aprovado em concurso para Delegado de Polícia.
Digo de forma suspeita, pois – conforme se vê e se sabe dentro da polícia – ele não possui grande instrução.
Nunca admirou caderno e banco escolar.
É do tipo que como luva serve a frase popular: “quando calado é um poeta”.
Após aprovado, naquele ano de 1982, aproveitando-se do apaniguamento, foi “emprestado”, em 1983, para a Polícia Federal.
Retornando ao serviço público neste Estado, só em 1995.
Quando encerrada a era dos Xerifes do Sarney.
Na Polícia Civil, destes últimos 13 anos, conta uns 10 anos de DENARC.
E no denominado departamento de narcóticos fez carreira como titular de Grupo de Operações, titular de Dise, Divisionário e, por fim, Diretor.
Ou seja, presumidamente, é um dos mais experimentados “delegados” especializados no combate ao tráfico de entorpecentes.
E se não for especializado na área, afirma e quer aparentar sê-lo.
Pois bem: com vasta experiência nunca soube que Luiz Ozilak(http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM781744-7823-SP+PRESO+EXDELEGADO+LUIZ+OZILAK,00.html, seu colega e subordinado direto, era um grande traficante de cocaína. O delegado proprietário do Hotel Louisville, contrabandista de motocicletas e traficante de cocaína, só depois de pilhado – como ganhador de centenas de sorteios da loteria – pela Polícia Federal foi encarcerado sob acusação de tráfico de entorpecentes. Ozilak – sempre debochando da coletividade – se dizia tranqüilo e inocente.
Há mais de quinze anos Carrel é apontado, nos meios policiais, como traficante.
E há quem diga: “o maior traficante deste Estado”.
Mas a Corregedoria Geral – frouxa desde a saída do saudoso GUILHERME SANTANA – nada fez para eliminar tais manchas.
Quem se dispuser a pesquisar encontrará as notícias de apreensões de cocaína ; figurando Carrel, Tanganelli e outros.
No site oficial da Polícia Civil há a cadeia de comando do Denarc de 2003.
Os nomes não deixarão dúvidas acerca da relação de subordinação entre o atual Diretor e os “delegados-traficantes”, hoje, presos.
Ora, Robert Leon Carrel, momentaneamente, está no devido lugar, ou seja, na cadeia. Faz companhia para o colega Ozilak.
Sabem quantos policiais-traficantes foram presos por TANGANELLI?
Nenhum, pois ele não prende policial que trafica.
Ele exige parcela do lucro!
Enquanto divisionário do Denarc – ele Tanganelli – exigia a recolha de dinheiro das “biqueiras” – pontos de venda de drogas – pertencentes a policiais do próprio Departamento e de outras Unidades policiais da Capital e do Estado.
Valendo afirmar: sempre permitiu a realimentação do mercado de drogas feita por agentes públicos.
Sempre permitiu o emprego do aparelho estatal para disseminação do tráfico de entorpecentes.
E chegando ao extremo de plantar supostos “seguranças”, em estabelecimentos noturnos, com o fim de distribuição de drogas para “habitués”.
Reprimindo, é claro, o tráfico concorrente.
O delegado Tanganelli diz que acumulou o patrimônio de R$ 5.000.000,00(cinco milhões de reais), trabalhando há 40 anos.
Desde adolescente então; já que conta apenas 56.
Parabéns pela grande capacidade.
É um homem de grande visão e percepção.
Tanta percepção que – pelos meus olhos e no meu olhar – pode categoricamente afirmar: “é maconheiro”, “usa drogas”, “cocaína” e “maconha”.
E dele(Tanganelli) e de outros dois “delegados” nos últimos doze meses.
Aliás, de forma “não usual” (termos dos meus superiores em relação às minhas reclamações, protestos e representações), no ano de 1993, expressamente, requeri a instauração de inquérito “em meu desfavor”. Para que a DISE de Santos demonstrasse “meu envolvimento com drogas e traficantes”, posto “freqüentar barzinhos tocando guitarra em Santos e São Vicente”. Palavrórios de policiais que gostam de manchar Delegados.
Diga-se de passagem, “freqüência” em locais e conduta suspeita sempre na companhia de inúmeros policiais civis, militares, servidores do Poder Judiciário, inclusive.
Alguns desses policiais que comigo perambulavam por locais indignos, nesta data, trabalham no DENARC.
E até hoje guardo cópia da petição protocolada na Unidade chefiada pelo Doutor Gaetano Vergine.
Na Dise de Santos, na época, atuavam os doutores Antonio Carlos de Castro Machado Filho e Luis Henrique Ribeiro Artacho; entre outros.
O inquérito e processo administrativo – em que pleiteava a própria expulsão da Polícia – nunca foi instaurado.
Ficou como mais uma das lendas por mim protagonizadas.
Ficou, também, uma lição dos meus superiores( na época muito diferentes dos atuais) e colegas de trabalho: “Guerrinha”, aqui na Polícia Civil os desonestos denigrem os honestos com ou sem motivo.
Todo mundo tem má-fama: “corno”, “veado”, “sapatão”, “vagabunda”, “13”, “cagüeta”, “ladrão”, “bebum”, “viciado” e “traficante”.
Tudo dependente das circunstâncias, mas sempre alguém falsamente difama, calunia e injuria.
Do referido episódio ficou, muito mais, o meu “asco” por gente do tipo do ex-Diretor do Deinter-6.
Ou seja, torturadores e assassinos do corpo e da honra alheia.
Dado – notoriamente – a humilhar subordinados e presos.
Aos presos inflige tortura utilizando o próprio sapato.
Buscando, além de causar dor, causar humilhação.
O “delegado” Everardo Tanganelli Junior, além da extorsão, tem duas outras especialidades: “a linha do varal” e “a linha do telefone”.
Isto é: a tortura no pau-de-arara e a escuta telefônica clandestina.
É toda a sua inteligência policial.
Não sou – nunca fui – usuário de drogas, maconha e cocaína.
E farei prova material: EXAMES LABORATORIAS QUE DEVERÃO SER REQUISITADOS DA SUPERINTENDÊNCIA DA POLÍCIA CIENTÍFICA DESTE ESTADO.
De preferência exames abrangentes: urina, sangue, fio de cabelo, etc.
Enfim, tudo aquilo que possa demonstrar o “meu uso de drogas”. Para tal estou à inteira disposição do Excelentíssimo Delegado Geral ou do Secretário da Segurança. Aos quais, publicamente, represento pelo meu encaminhamento, nos exatos termos do art. 63, XLIII, da Lei Orgânica da Polícia Civil, PARA TRATAMENTO OU INSPEÇÃO MÉDICA. Providência que, de ofício, deveria ter sido adotada pelo delegado Everardo Tanganelli Junior.
Sabendo – como afirmou – do nosso envolvimento com drogas, cumpria-lhe tal obrigação legal, sob penalidade administrativa e criminal.
Pois um Delegado desequilibrado poderá causar graves danos em prejuízo de pessoas inocentes. Um Delegado drogado não possui condições de exercer as atribuições, especialmente portar arma de fogo de propriedade do Estado.
Diz o art. 63, XLIII – “deixar de encaminhar ao órgão, competente, para tratamento ou inspeção médica, subordinado que apresentar sintomas de intoxicação habitual por álcool, entorpecente ou outra substância que determine dependência física ou psíquica, ou de comunicar tal fato, se incompetente, à autoridade que for”.
Eu afirmo fatos sobre os quais – no mínimo – seja possível argumentação convincente.
Assim afirmo: EVERARDO TANGANELLI JUNIOR é um funcionário público que enriqueceu ilicitamente recebendo dinheiro por sua omissão ao dever de repressão ao crime e contravenção.
Os fatos: possui o patrimônio de R$5.000.000,00(cinco milhões de reais); hoje, no auge da carreira, recebe R$8.000,00(oito mil reais).
Não é Professor, Jurista; tampouco escreve livros.
O pai, também, era Delegado.
E Delegados sempre foram mal remunerados.
Quem possui outra atividade lícita, bem melhor remunerada, deixa a Polícia.
Pois nunca houve compatibilidade de horários para exercício de outras profissões, salvo para policiais e Delegados plantonistas.
E plantonista Tanganelli nunca foi.
Por fim, vi e pessoalmente colhi informes sobre o sistema de arrecadação por ele implantado em Santos; quer da jogatina, quer das CIRETRAN.
Os recentes acontecimentos, aqui e noutras localidades, confirmaram aquilo que, há muito, falo e escrevo.
Outrossim, a total omissão da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – em apurar os fatos isenta e seriamente; somada às retaliações que venho sofrendo – é bastante reveladora do lado para o qual penderá a verdade.
Acredito que a Sociedade saberá julgar; entendendo as razões da frágil estrutura moral da Polícia Civil de São Paulo.
Enquanto existirem pessoas com o perfil do atual Diretor do Denarc, a Polícia Civil permanecerá como uma empresa privada; com toda a sua estrutura voltada ao favorecimento de interesses ilícitos.
E o crime continuará mera justificativa para sua manutenção; não o objeto de perseguição e eliminação.
A Sociedade perde e chora…
Enquanto Delegados muito ricos dão risadas; debochadamente..
ROBERTO CONDE GUERRA
Delegado de Polícia