Secretário, para o bem de São Paulo, continue calado.
Lamentável, sob todos os aspectos, o posicionamento do secretário de segurança junto à imprensa, depois de 48 dias desaparecido – desde o inicio da manifestação policial Ronaldo Marzagão não se manifestou.
Surgindo como o salvador da pátria, a nova Fênix (Marzagão) depreende de um amontoado de bobagens, liga a da greve com mudanças na cúpula policial, tenta fazer crer a população que a polícia judiciária é constituída de corruptos inconformados com o desmantelamento de seus redutos criminosos.
A infeliz observação desse homem público, jejuno em matéria policial, esbarra nos brios dos policiais sérios que, por vocação e sem interesses escusos, cumprem sua obrigação sobrevivendo com salários de fome.
Talvez o secretário desconheça que os policiais honestos aplaudem e apóiam toda e qualquer medida que vise moralizar a polícia judiciária e, ao mesmo tempo, repudiam os que resistem a esse saneamento.
A polícia é uma grande família. Todos se conhecem, direta ou indiretamente e os segredos são de polichinelo.
É fácil separar o joio do trigo, saber quem é quem, o que, faz ou o que fêz.
O policial é refém constante de suas próprias ações.Não adianta s Sr. Ronaldo Marzagão dizer à imprensa que fez isso ou aquilo, que trocou seis por meia dúzia e pretende implementar mudanças de cultura etc.
Essa conversa é mais velha do que andar para frente.
Vale lembrar, que a obrigação de sanar os quadros da polícia paulista cabe a seu chefe maior, o secretário de segurança, que recentemente viveu o fato na própria pele, em um grande escândalo, quando seu secretário adjunto afastou-se, acusado de corrupção.
O que os policiais sérios desejam é trabalhar numa Casa limpa, arejada, sem corrupção e receberem salários dignos, sonegados há 14 anos pelos sucessivos governos.
Cabe ao secretário atender a esse apelo e não fazer conotações absurdas da greve com mudanças na cúpula policial.
A título de contribuição sugerimos que visite o ex-prefeito de Nova York, Rudolf Juliani e peça-lhe uma cópia do trabalho que ressuscita a polícia novaiorquina.
Não é feio copiar o que é bom.
ADPESP
Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo
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