A JUSTIÇA DE 1ª ENTRÂNCIA – ASSIM COMO A POLÍCIA E O POVO – PARECE NÃO CONFIAR NOS QUINTOS DOS TRIBUNAIS

Jornal: PF monitora gabinete de Mendes no STF
A Polícia Federal teria monitorado o gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, a pedido do juiz federal Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Mendes foi responsável pelo habeas-corpus que libertou o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, preso na Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

O juiz Fausto Martin de Sanctis decretou ontem o novo pedido de prisão do banqueiro, que voltou à carceragem da PF.
Segundo a Folha, Mendes soube que estava sendo monitorado por uma desembargadora do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São Paulo.
A PF teria em mãos um vídeo com imagens gravadas no Supremo na qual assessores da presidência conversam com advogados de Dantas.
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O fato de advogados conversarem com assessores do Ministro, ou pessoalmente com o presidente do STF, por si, é absolutamente natural.
Afinal, é obrigação de todo e qualquer Juiz atender pessoal e reservadamente advogados dos jurisdicionados.
Aliás, uma obrigação de toda e qualquer autoridade; pelo que nada há de suspeito em Delegados ou Magistrados conversarem, portas fechadas, com advogados de investigados ou réus.
Assim, tal gravação se mostra inútil e descabida.
Filmar advogados, no Fórum , em conversa com serventuário ou até ingressando no gabinete dos magistrados é motivo de riso.
Entretanto o ministro do STF pecou ao, antecipadamente, emitir opinião para redes televisivas; censurando o emprego de algemas e a espetacularização com que a Polícia Federal deu publicidade às prisões.
O Ministro quer Lei e Justiça para todos?
Algemas só para os roubadores violentos; “convite” para os ladrões vestidos de puro linho branco?
Natural – do mesmo modo que suspeitar-se de advogados em conversas com assessores de juízes – o desconforto e a desconfiança quanto a forma e motivação política das prisões.
Desconfiar de tudo, de todos, é natural neste país.
Ora, desconfiança e desconforto também há em relação aos membros dos Tribunais Superiores, indicados pelos instituto que reserva parcela das vagas para advogados e promotores.
Ou seja, pelo instituto denominado “quinto constitucional”, pelo qual se dá o acesso de advogados e promotores aos cargos de desembargadores e ministros dos tribunais superiores do Poder Judiciário Brasileiro.
Diga-se, desconfiança e desconforto dos próprios juízes de carreira…
O Ministro Gilmar Mendes, por exemplo, anteriormente era advogado da União; representando interesses do governo federal.
Obviamente, além dos requisitos legais, tal assunção ao Supremo Tribunal Federal é precedida de disputas e referendos políticos-partidários.
Enfim, do episódio, por enquanto resta, verdadeiramente, a desconfiança do povo, ou seja, a desconfiança de que o melhor para a sociedade seria mantê-los – ao menos os chefes mafiosos como Dantas, Nahas e Pitta – na cadeia.
O resto para os quintos !