SILVA, POLÍCIA MORTO É MENOS QUE UM CÃO VIRA-LATAS! BOM É SER MALANDRO?

Não é à toa que no Brasil a figura do malandro é uma espécie de símbolo nacional.

Ninguém quer passar por otário.

Otário não cruza sinal vermelho, otário paga imposto, otário acredita na boa fé do mecânico malandro, otário acredita nas indicações do taxista malandro, otário não compra CD pirata. Foda-se o otário!

Viva o malandro!

No Brasil, bonito é ser malandro.

No Brasil ser CORRETO é ser OTÁRIO.

A malandragem é uma instituição nacional.

Criou-se a figura do bom malandro.

O sujeito que dá uma volta no otário, mas não é uma pessoa do mal.

Existe também toda uma produção cultural que enfoca a figura do malandro.

Músicas, filmes, livros etc.

Ao fazê-lo, enobrecem-no.

A malandragem vai ao longo dos anos penetrando na mente das pessoas.

Uma coisa que deveria ser um escândalo é aceita como um golpe de mestre, uma jogada de malandro, do “Cara”.

Mas o que é de fato o malandro?

É um indivíduo sem escrúpulos, um tipo de sociopata, que não se preocupa com os efeitos de suas ações negativas no corpo social em que vive.

Ele tem de se dar bem.

Faz um gato na TV a cabo, não dá nota fiscal para fugir do imposto.

É um indivíduo que trabalha na contramão da da estabilidade social.

É um força que atua no sentido do desequilíbrio.

O Brasil é o território desses heróis.

Quem não se lembra do Ronald Bigs, o ladrão inglês que viveu numa boa no Rio?

Isso é o Brasil.

Ser polícia numa terra dessas, meus senhores, é uma afronta à instituição malandragem.

Mesmo que não tivéssemos os defeitos que temos, seríamos mal vistos, sempre.

Porque nossa atividade consistiria em atrapalhar as ações dos espertos.

É por isso que quando morre um de nós, a imprensa faz de conta que dá a notícia.

Quando chega a notícia para o governante, ele cospe no chão.

É por isso que hoje somos o que somos.

E quando morremos, somos mais um que morre, como um cão.(fonte PC – autor Silva)