Não tenho muitas dúvidas quanto à excludente de legítima defesa no caso do Promotor de Justiça.
Já vivi situação semelhante; e a maioria dos policiais operacionais civis e militares também passou por situações como a da Riviera de Bertioga.
Também, nenhuma dúvida tenho no sentido de que – em situação idêntica – qualquer policial seria levado ao Júri e, fatalmente, goleado por 7 a 0. E a atuação do Promotor Thales Ferri Schoedl – acusando o réu policial – seria magistral.
Os jurados são corrompidos por lágrimas: tanto dos criminosos, como dos familiares das vítimas.
A família quer justiça…Todos queremos que justiça seja feita.
Mas, dificilmente, pelos apelos emocionais e pela intervenção da imprensa invadindo-lhe a privacidade, o Promotor teria chance de defesa.
De início, salvo melhor entendimento, foi ilegalmente preso em flagrante e depois acusado de “baladeiro”, etc.
Acho que “baladeiro” não cola grau com mérito, tampouco é aprovado em concursos sérios.
A sua exoneração, segundo nossa modesta opinião, é que foi ato corporativista.
Defendeu-se os interesses da Instituição, em prejuízo da pessoa humana Thales.
A coletividade deveria saber que, diuturnamente, jovens inconseqüentes desafiam policiais de 1m90, com 50 cm de bíceps e, por vezes, com metralhadoras.
Não são mortos, praticam suicídio.
Mas, a Polícia Militar perdeu a prerrogativa do julgamento pelo Tribunal Militar.
Perdeu, é certo, pelos abusos.
Todavia, é o momento de se buscar reconquistar a prerrogativa para todos os policiais civis e militares.
Pois, ao contrário dos magistrados e promotores, diariamente ,estamos sujeitos a situações de risco e conflito.
E nós brasileiros não pedimos carteira de identidade para bandido, mas exigimos – por mera provocação – que os nossos policiais se identifiquem.
Também, rotineiramente, policiais são obrigados a engolir dos “folgados”: “tu só se garante na arma!”
E naquele dia, quando tudo dá errado, o polícia – QUE NÃO TEM O DEVER DE SER GELADO – baixa o braço no bom moço e, por vezes, o dedo no gatilho.
Se o bom moço for rico, pelo tapa, será o fim da carreira.
Se matar, “após as injustas provocações da vítima”, 19(dezenove) anos de reclusão.
Querer parar a turba com pistolinha nunca deu certo; ainda mais com pistolinha de plástico nacional…
Se ainda fosse a austríaca os “rapazes” poderiam ter reconhecido como “de verdade”.
Em qualquer filme e novela se vê “a famosa pistola de plástico estrangeira”.
Assim, quem não tem “pistolão” deve andar desarmado.
É melhor engolir “sapo gordo” do que mofar na cadeia, enquanto a família passa fome.
Na ordem do dia, nós policiais, somos pistolinhas nacionais…
Ninguém põe muita fé, mas funciona.
