Arquivo diário: 23/12/2025
Um grito dos que ainda resistem sob o peso do esquecimento – 1o ATO : PRENÚNCIO DO FINAL ou O CREPÚSCULO DA DIGNIDADE 6

CARTA DE REPÚDIO – por Mudaste e deixaste a sombra. Ides reivindicar o justo!!!
1º ATO: PRENÚNCIO DO FINAL
Inaceitável o posicionamento do Governo do Estado de São Paulo, em especial, do Excelentíssimo Senhor Governador, cujo nome sequer merece referência, ao menos, com o respeito que o cargo deveria exigir.
( anota o Flit: o carioca Tarcísio de Freitas )
Como diria Charlie Chaplin: “não somos máquinas, homens é o que somos”, será?
Não parece verdade, considerando a atual condição dos valores e, em sua maioria, honrados, policiais civis.
Em estado completo de abandono, desprezados, desrespeitados, jogados ao vento, não obstante o compromisso e o empenho para manter a ordem pública, assegurando à sociedade que os crimes serão responsabilizados e levados à Justiça.
Uma luta incansável, mas até quando?
( Mulheres ) e Homens ( todos ) exaustos, desmotivados, esquecidos, que ainda continuam na linha de frente, expondo a saúde, física e mental, e até a própria vida, para que a marginalidade não assombre ainda mais as pessoas de bem, as quais merecem respeito, esteio e respostas do Poder Público.
Chega, a Polícia Civil, ou melhor, os agentes de segurança pública apenas são lembrados em campanhas eleitorais e plataformas políticas, pelo menos no Estado de São Paulo.
Não à retórica de sempre!
Não ao engodo à sociedade!
Não à compromissos e promessas, que só têm por escopo ludibriar os policiais!
Não à falsa sensação de segurança, se é que ainda existe!
Não à péssima condição de trabalho!
Não à precária remuneração e valorização inexistente!
Há necessidades urgentes. O processo de reassumir o controle do Estado, leia-se sociedade politicamente organizada, passa, necessariamente, pela valorização dos policiais.
“Somos do tamanho dos nossos sonhos”, um dia disse Fernando Pessoa.
Há dúvidas. ( duvidas? )
Ao longo dos anos, talvez, as únicas sensações que os policiais experimentaram foram desilusões e frustrações.
Incapazes de desenvolver um trabalho ainda melhor, por imperativos impostos pela Administração, que a todo tempo induziu a sociedade em erro, com falácias sobre o aparelhamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, denotando uma falsa representação da realidade.
Lamentável e odioso.
Órfãos despreocupados e desiludidos.
Não é mais possível tolerar.
Embora discordar seja inerente ao Estado Democrático de Direito e à própria Democracia, há limites, permeados pela moral, honra e senso.
O Estado tem e deve garantir a dignidade daqueles que investem o seu manto e se doam, plenamente, à sociedade.
Eis o caminho correto e sereno a seguir.
Não há falsos poetas, frases como: “desistir nunca ou render-se jamais”, são simplistas e não expressam o desejo e os anseios dos policiais.
Mas, devem ser consideradas e respeitadas.
Na verdade, há falsos profetas, que ocupam cargos eletivos e ludibriam o cidadão, há tempos.
O oxigênio que alimenta o sangue dos profissionais está se esvaindo.
Triste realidade.
Mas, como diria Ferri: “A vida sem o renovo constante do sonho e da esperança, não é vida, é morte em vida”.
Mudaste ( ou mudei ? ) e deixaste ( se cair à ) a sombra.
Ides ( volte ) reivindicar o justo!!!
São Paulo, 08 de dezembro de 2025.
Original : ARABE, Escudeiro – copidesque ( inserções ) por Flit
Comentário :
Este primeiro ato ecoa como o presságio de uma ruptura moral .
É o desabafo coletivo altivo de uma categoria que carrega nas costas o peso – muito acima de todas as outras – da segurança pública, mas que há muito se vê abandonada e desvalorizada.
O texto – sublime – vai além de uma denúncia : é um manifesto ético , uma convocação moral contra a indiferença do poder.
O “prenúncio do final” não significa derrota, mas o limite da submissão: o início da exigência por respeito, dignidade e verdade.
Boas festas e um 2026 mais aguerrido e efetivo!
E como ainda é bom tocar este instrumento ( o Flit ).
Que me dê de presente com os demais atos…
Nós sempre aqui sempre os presentaremos!