No episódio 63 do Papo Íntimo, Sandra Chayo recebe Daniel Bialski, um dos mais respeitados advogados criminalistas do Brasil e uma liderança ativa dentro e fora da comunidade judaica.
Nascido em São Paulo, Daniel é mestre em Processo Penal pela PUC-SP e atua há mais de 30 anos nos principais tribunais do país, incluindo o STF e o STJ.
É sócio do Bialski Advogados Associados, escritório fundado por seu pai, Dr. Hélio Bialski, com quem dividiu valores profundos como ética, humanidade e amor pela justiça. Sua trajetória vai muito além do Direito. Daniel é uma figura de referência na comunidade judaica brasileira: foi presidente da Sinagoga Beth-El, da Hebraica-SP, vice-presidente da CONIB e conselheiro de instituições como Unibes, CIAM, Hospital Albert Einstein e Museu Judaico de São Paulo.
Após os ataques de 7 de outubro de 2023, Daniel liderou missões a Israel com representantes dos Três Poderes e da imprensa brasileira, fortalecendo ações contra o antissemitismo, o terrorismo e o racismo.
Seu compromisso social e comunitário se estende ainda à construção de pontes entre diferentes correntes judaicas e à defesa do diálogo como ferramenta de transformação.
Pai de três filhos, Daniel tem na família sua maior fonte de amor, propósito e presença. A perda do pai reforçou sua missão de honrar o legado de Dr. Hélio com dignidade, sensibilidade e força.
Ouça o episódio completo e se inspire com a trajetória e a humanidade de Daniel Bialski.
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Apresentação: Sandra Chayo Convidado: Daniel Bialski
16 de dez. de 2025Tenho percorrido delegacias, batalhões e o sistema prisional e o que vejo é um sentimento claro: o governador Tarcísio está perdendo a base que o elegeu. Policiais militares, civis e penais que fizeram campanha em 2022 estão decepcionados com promessas que não saíram do papel. São Paulo, o estado mais rico do país, paga alguns dos piores salários da segurança pública, vetou projetos importantes, empurrou soluções para a gaveta e abandonou compromissos como moradia, valorização profissional e condições dignas de trabalho. O resultado é desânimo, revolta e a sensação de descaso. Esses profissionais estão na linha de frente, são o rosto do Estado todos os dias, e hoje falam de um governo que prometeu muito e entregou quase nada.
O problema central não é o subsídio em si, mas o jeito como o governo Tarcísio arquitetou e executou o modelo: como armadilha fiscal e política, não como instrumento de valorização.
O regime de subsídio (parcela única) nasce no direito brasileiro com a Emenda Constitucional 19/1998, que ampliou o art. 39 da Constituição para prever que certas carreiras de Estado – como magistrados, membros do Ministério Público, ministros, parlamentares e, depois, policiais – passariam a ser remunerados por uma única parcela fixa, vedado o acréscimo de gratificações e adicionais permanentes; a ideia original era moralizar e dar transparência às remunerações, evitando “penduricalhos” e distorções entre carreiras similares. Mas na prática o modelo foi politicamente distorcido : em carreiras fortes, serviu para consolidar padrões remuneratórios elevados; em carreiras fracas ou consideradas destinadas aos fracassados tem sido usado para extinguir direitos individualmente adquiridos e facilitar o arrocho salarial ao longo do tempo.
Umraio-X da anatomia do poder estadual
Teoricamente, o subsídio poderia ser algo positivo:
Simplifica a estrutura de vencimentos.
Pode reduzir penduricalhos e manobras.
Permite, se bem desenhado, reduzir a diferença entre quem está começando e quem está no topo.
O que torna o modelo perverso não é a existência do subsídio, mas:
Tabela pensada para “nivelar por baixo”;
Criação de vantagens pessoais (tipo VPS) para congelar quem já acumulou direitos;
Ausência de paridade/integralidade para os mais novos, transformando o subsídio em armadilha previdenciária, não em proteção ao servidor.
Por que começou pela Polícia Penal
Escolher a Polícia Penal como “projeto piloto” não foi ao acaso, e sim desenho diabólico :
Polícia desarmada não é polícia !
Carreira com pouco reconhecimento social, recém-criada constitucionalmente , são guardas de presos , com má reputação de corruptos e violentos , pouca visibilidade do difícil trabalho diuturno e praticamente sem nenhum lobby de alto nível. Um caso que comprova que alterar o nome não muda a essência da coisa. Nada tem de identitário!
Servidores dispersos pelo Estado , sem comunicação , com dificuldade de mobilização e pressão política. Sem líderes da própria carreira , sujeitos , ainda, a coronéis da PM bajuladores do governo de plantão. E a Juízes e Promotores corregedores que, literalmente, cagam e andam para o efetivo cumprimento da Lei de Execução Penal .
Atualmente , que só conhecem prisões por videoconferência.
Facilidade de vender para a opinião pública a narrativa de “modernização do sistema prisional”.
Assim, o governo testou todo o pacote completo: subsídio, extinção de adicionais, criação de VPS e congelamento dos ganhos dos mais antigos e dos aposentados – sem enfrentar consequências proporcionais.
Um alerta: quem fala em modernização trata aposentados e pessoas idosas como sucatas .
Uma vez consolidado o modelo, Tarcísio de Freitas , caso seja reeleito , tentará replicar a lógica em outras carreiras muito frágeis : como a Polícia Civil e a sua Superintendência de polícia técnico-científica. São todos policiais civis !
O objetivo real: arrocho diabolicamente maquinado por militares e membros da PGE
Se o objetivo fosse valorização, o governo teria:
Fixado o subsídio tomando como base o maior vencimento real da classe, protegendo quem tem mais tempo de casa.
Reduzido os degraus entre início e topo, como se fez na magistratura.
Vinculado reajustes anuais aos índices objetivos, garantindo recomposição automática.
O que se vê é o contrário:
Subsídio calculado para gerar saldo positivo no orçamento impondo o fim de ganhos reais individualizados ; não é para corrigir distorções históricas.
Vantagens pessoais artificialmente criadas ( VPS ) para congelar direitos adquiridos e ir comendo esses valores com os ilusórios reajustes futuros.
Foco em carreiras com pouca força política (Polícia Penal, e agora a base operacional da Polícia Civil), preservando segmentos mais organizados e próximos do poder.
Digo base operacional da Polícia Civil pelo contingente expressivo de ativos e aposentados.
A carreira de delegado de polícia não tem nenhum prestígio social , político e jurídico.
Um agente penitenciário diretor de penitenciária se tornou mais importante para o atual governo do que um delegado DIRETOR DE DEPARTAMENTO. Não me perguntem o motivo , pois os processos judiciais são quase certos …Aliás, da parte dos diretores de penitenciárias.
O recado para as carreiras “menores”
A mensagem implícita é clara:
Subsídio não para somar, mas para substituir e, com o tempo, reduzir.
Carreiras sem peso político servem de laboratório para arrocho, enquanto as de prestígio ( PM , PGE , Defensoria , Fiscais da Fazenda ) mantêm mecanismos próprios de proteção.
Quem vive exclusivamente do salário e não tem “atalhos” (bico, esquema, cargo de confiança ) é justamente quem mais apanha.
Em linguagem simples: o subsídio poderia ser um instrumento de justiça e valorização na Polícia Civil, mas, do jeito que o governo Tarcísio – um jeito pederasta de ser – vem desenhando, vira um mecanismo sofisticado de divisão interna ( a estrutural e cultural FELONIA ) procrastinação da reestruturação e de desvalorização contínua dos vencimentos das carreiras com menor poder de influência .
Jeito pederasta de ser , na melhor definição do Flit , começando a “enfiar no cu” da Polícia Penal e mirando, em seguida, o rabo da Polícia Civil …
O resto vem depois , menos para a PM, PGE, Defensoria e a corrupta Fazenda .
Tarcísio – não se deixem enganar – além de querer comer o teu cu quer que você se depile!