Derby da Estupidez e Viadagem : Escrivão x Tenente na Copa da Vergonha…Quem dos dois é o mais palmeirense ? 15

No Brasil, onde até a barbárie virou protocolo governamental, não surpreende que uma madrugada no Itaim Bibi e uma tarde de praia em Ilhabela produzam dois craques da mesma seleção: a do colapso ético armado.

Será metanol ou diazepan?

De um lado, Evandro Pedro de Mello, escrivão da Polícia Civil, 50 anos – deixou de ser rapaz faz bom tempo –  transformando rua nobre em banheiro   a céu aberto.

Está certo que aquele lugar em certas esquinas de bares é um esgoto ; assim vomitar e mijar na calçada em porta de prédio de luxo nem seria penalizável, poderia ser estado de necessidade.

Entretanto , comemorando sabe-se lá qual desgraça com tiro para o alto, como se estivesse levantando taça em final de campeonato, é o fim da picada!

E da carreira dele, salvo um bom laudo psiquiátrico .

Do outro, Leonardo Athila Rodrigues Borghi, tenente da PM de 32 anos, de sunga na Praia do Sino, agredindo uma moça que estava fumando um cigarrinho de maconha. Não bastou dar uns empurrões na moça de 40 anos , ainda amassou o baseado da  banhista e  disparou em direção aos pés da vítima!

Não parou por aí, escondeu a arma e aguardou tranquilo a chegada da Rádio Patrulha.

E qual o que , ao receber ordem de prisão   partiu para cima dos próprios colegas de farda , prometendo “muito derramamento de sangue” como se fosse técnico incendiando torcida organizada.

E na frende do Delegado que buscava conter os ânimos , pois autoridade praiana não gosta de perder tempo relações mal resolvidas…

O tenente cuspiu na cara do Sargento…

Conclusão: tudo indica que o Oficial do Barro Branco estava cheiradão , mas foi implicar com uma maconheira …

A tiragem de lá já me passou que na verdade seria uma mulher muito harmoniosa …

E o tenente parece o Capitão Gay.

O derby é simples: de um lado, a deselegância bêbada do Itaim, carro branco, prédio de luxo, mijada na calçada e tiro para o alto; do outro, o surto de testosterona em Ilhabela, arma na areia, maconha alheia transformada em questão de honra, agressões, disparo e ameaça generalizada.

Ambos confiando na velha mística da farda e do distintivo : aquela sensação de que, no fim, tudo não passará de “excesso isolado”, “noite ruim” ou “momento de embriaguez”, como se álcool fosse licença poética para crime armado em via pública.

A graça macabra é que esse jogo não é amistoso, é campeonato oficial.

Evandro não urina na calçada por distração; faz isso porque aprendeu que o espaço público é, em última instância, extensão de seu domínio funcional, um puxadinho moral do cartório onde lavra flagrantes alheios.

Quando saca a arma para responder ao porteiro, não está “alterado”: está exercendo, até o osso, a pedagogia institucional que sempre ensinou que quem porta pistola e distintivo fala mais alto do que qualquer morador, qualquer regra, qualquer lei de trânsito ou pudor mínimo.

Leonardo, por sua vez, não é um erro estatístico de início de  verão em Ilhabela. Ele é o resultado lógico de uma formação que confunde autoridade com humilhação, uso de arma com afirmação de identidade, e controle emocional com fraqueza.

A sequência é didática: vê a mulher fumando maconha, transforma cigarro em afronta pessoal, agride, dispara em direção aos pés da vítima, enfrenta os colegas, dá cabeçada em sargento, cospe em policial e promete voltar para “resolver” tudo no sangue.

Isso não nasce numa tarde aleatória; é o produto de anos de convívio com a ideia de que, para certos fardados, a lei é sempre um pouco mais elástica.

“Quem é mais palmeirense?”

É só a metáfora espirituosa  – sobre embriaguez de arrogância –  para fugir da pergunta central: isto é estupidez ocasional ou sintoma de doença institucional crônica?

Nos dois casos, a narrativa oficial já vem pronta: estavam alcoolizados, “fora de serviço”, “no âmbito da vida privada”, como se a bala para o alto, o disparo na areia, o uso da arma e a simbologia do cargo ficassem convenientemente desligados junto com o ponto eletrônico.

O que se chama de “momento de embriaguez” é, na verdade, o colapso público de um tipo de personagem que as corporações vêm produzindo, protegendo e promovendo: o sujeito que só é valente quando tem metal na cintura e respaldo corporativo nas costas.

No apito final, não há heróis, só um placar constrangedor: dois agentes que deveriam representar o Estado urinando – literal e metaforicamente – na calçada e na areia da legalidade que juraram defender.

A “Libertadores da Vergonha” não é o torneio de quem bebeu mais ou quem surta melhor em público, mas o campeonato silencioso em que as polícias disputam quem consegue naturalizar mais o absurdo, transformar crime em “desvio” e doença institucional em folclore.

E, enquanto a arquibancada social continuar aceitando que tudo isso é apenas “noite ruim de dois palmeirenses” e não sintoma de uma cultura podre, o derby da estupidez seguirá em campo, sempre com casa cheia e impunidade ( quase ) garantida no vestiário.

Mais Palmeirense ?

Entendam: alguém derrotado pela própria arrogância ao cantar vitória antes do apito final.

Contudo , os dois são porcos das Polícias!