FÓRUM RESETE – A Polícia Civil não pode confiar numa ADPESP presidida por arrivistas 13

Não há um crime maior que a traição da liderança, é a rendição da esperança pública ao circo da normalidade política

 

Imagem: festival da Pizza na ADPESP

Lá estava ele, Dr. André Pereira – um delegado novato e desconhecido até ser eleito representante classista – pontificando como herói recém-saído de um batismo de fogo institucional, cercado por vinte entidades, um microfone e o Largo São Francisco inteiro em adormecida indiferença .

Era para ser demonstração de “resistência ” ; já que o coletivo das entidades se autodenomina: Fórum Resiste.

Autointitulação tão precisa quanto o tal grupo “Guerreiros da ADPESP” .

Resistentes que não resistem ( contra os poderosos ) , guerreiros que não guerreiam ( salvo contra os mais fracos ).

Nunca vi manifestação tão triste , tão sem motivação e sem moral da liderança.

Dias antes, elogiei, elogiaram, soltamos até fogos retóricos para o suposto “despertar” desse presidente da ADPESP, que andou cutucando os donos do poder paulista e gesticulando bravura…

Que não era  bravura de verdade!

Melhor seria ter guardado o elogio na gaveta junto com o meu último contracheque de maio de 2011.

Bastou um giro de carro de som, uma suposta proposta do Nico  –  aquele personagem saído da caricatura policial  paulista, mais propenso a pizza fria de muçarela do que a negociações decentes –  para que a aura heroica de quem deveria liderar virasse escudo para monólogo.

Convocaram entidades, prometeram pluralidade, mas na prática: monopolizaram a manifestação coletiva no Largo, engaiolaram o discurso, castraram parlamentares e presidentes de sindicato, cortaram a voz da maioria e transformaram o protesto contra o mentirosão Tarcísio de Freitas e seus sabujos em peça de gabinete.

O movimento, que poderia incendiar a pauta e por a polícia em ebulição cidadã, virou eco solitário de um acordo costurado longe das bases.

Assim, os policiais – poucos , diga-se – se dispersaram olhando as arcadas do São Francisco, a ver a própria honra de suas instituições serem roubadas em cena aberta, enquanto o governo embolsa a narrativa do “tudo conversado e acertado “ com a cúpula domesticada.

O ato foi amansado como carré de cordeiro em rodizio de churrascaria.

Olim/Nico  garantindo que está tudo bem como prato de entrada , Dr. André garantindo que fez acordo, e o resto?

Ousaram protestar, levaram repelão, restou-lhes lembrar  os tempos de pelegagem sindical, em que o patrão enchia o copo do presidente e esvaziava o movimento no mesmo gole.

No final, fica a ressaca: sacrifício de quem saiu cedo para fazer barulho em nome da dignidade, só para ouvir o silêncio imposto pelo interesse de poucos.

Pizza “VIP” indigesta de muçarela ;  e vergonha de saber que nem café com leite merece aqueles que, de tão politiqueiros, já perderam o respeito de quem realmente faz polícia nesse estado.

Não é só sobre vencimentos , é sobre a luta pelo direito: respeitar a voz alheia e a honra da própria classe e associação.

Se é para fazer crônica, que façamos  ironia pura: dia de protesto da ADPESP que virou reunião de condomínio, manifestação que virou monólogo, Largo São Francisco engolido pela política barata e pela incapacidade de criar unidade real.

Ninguém queria ser figurante, mas foram reduzidos a sombras.

Só falou o dono do microfone e da “carruagem “, enquanto os demais  ficaram aturdidos no  eco.

Que se tenha certeza: André nem pela sua classe conquistará algo de bom vindo do governo …

De ruim ele já fez pela sua classe e entidade …

Mas , certamente , em breve , será promovido por desmerecido merecimento!

Rcguerra

Presidente da ADPESP é um pelego – Discurso do Deputado Reis sobre o passa-moleque oportunista da Associação dos Delegados submissa ao governo 12

#DeputadoReis#PolíciaCivilSP#FamíliaPolicialEstive na manifestação dos policiais e vi algo que me lembrou os velhos tempos de “pelegagem”: um movimento que tinha tudo para crescer foi esvaziado após um acordo silencioso entre o presidente da Associação dos Delegados e o governo. Representantes classistas e até parlamentares foram impedidos de falar, o que enfraqueceu a mobilização e decepcionou quem saiu de casa para protestar.

Este vídeo expõe o que realmente aconteceu: quem tentou calar quem, por que isso enfraquece a luta e o que precisamos fazer para impedir que a história se repita. A polícia de São Paulo merece liderança, coragem e unidade — não acordos feitos nas costas da categoria:

Segue a transcrição do discurso :

“Saúdo o presidente, deputado Carlos Giannazi, também o público presente, os funcionários desta casa, cumprimentar também os membros da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e também todos aqueles e aqueles que estão nos acompanhando pela Rede ALESP.

Presidente, deputado Carlos Giannazi, eu trabalhei lá na Tinken do Brasil, uma metalúrgica que ficou ali na Chácara Santo Antônio. E às vezes tinha aquele movimento de luta, movimento de greve dos trabalhadores metalúrgicos por melhores atualizações, melhores condições de trabalho. E é o que está acontecendo hoje na polícia, com os policiais civis, policiais técnicos-científicos, policiais penais, os veteranos e os policiais militares que se manifestam, mas eles não podem participar de movimento armado, né? Então, a Constituição veda uma série de ações, mas elas têm externada a insatisfação com o governo que aí está. Governo de plantão, porque o governo não é eterno, daqui a pouco ele vai embora, né? Nada é eterno, só eterno Deus. O resto tem prazo de validade. Tem lá um carimbo, como vai do supermercado: válido até 31/12, de 27, assim vai, o de 2026.

E ontem eu fui até a manifestação dos policiais, e Vossa Excelência também estava lá. A deputada também Mônica Seixas estava lá, o deputado Palumbo estava lá. Eu achei muito estranho como aquela manifestação se deu. Eu lembrei muito da época das greves dos metalúrgicos, que a gente comentou ou falou que o presidente do sindicato era um pelego. Vossa Excelência lembra disso, né? Uma pelegagem. Ou seja, ele usava os trabalhadores para fazer o movimento grevista, depois ia lá, sentou-se com o patrão e negociou com o patrão nas costas dos trabalhadores. E ontem eu fiquei assim observando que parece que aconteceu isso com o presidente da associação dos delegados, porque eles tiraram o movimento e é o que me parece o secretário interino da insegurança pública, porque não dá para se falar que nós temos segurança pública em São Paulo, né? Capão Redondo, primeiro lugar em roubos e furtos, Campo Limpo em segundo, Pinheiros em terceiro, né?

Então, o secretário interno da insegurança pública o chamou para fazer um acordo para que desmantelassem o movimento, para que o movimento não acontecesse. E, se acontecer, que não seja voz para os representantes classistas e também para os parlamentares. E foi o que aconteceu. E foi o que aconteceu. Até o delegado Palumbo subiu na carruagem do Dr. André e não conseguiu falar. Eu achei muito estranho aquilo ali. Eu achei muito estranho. Isso enfraquece o movimento, esse movimento que poderia ficar forte, se multiplicar no estado, ele foi enfraquecido da forma como aconteceu. Da forma como aconteceu.

Eu achei até estranho porque o presidente da associação falou: “Ah, eu fui lá na Assembleia e não falei”. É fato que tivemos uma sessão solene aqui, que a Assembleia fez o cerimonial e essa mesa não cabe a todo mundo, né? Então foi convidada algumas pessoas para a mesa, mas ao que me parece ele não foi convidado, ficou ressentido, né? Não tem relação nenhuma com o movimento. Isso não tem relação nenhuma com o movimento.

Então eu vim aqui para dizer do meu repúdio ao comportamento do presidente da associação dos delegados. Cerceando a voz dos representantes classistas. Nenhum representante, nenhum, ó, nem o presidente do sindicato dos investigadores, nem o presidente do sindicato dos escrivães, da associação, o presidente dos peritos criminosos, nenhum representante classista pôde subir na sua carruagem para falar sobre o movimento, sobre o protesto contra o tratamento que o governo está dando para os policiais em São Paulo.

Fica aqui o repúdio, porque eu entendo que isso enfraquece o movimento e isso traz desconfiança daqueles que vieram de suas casas e foram lá no Largo São Francisco e que viram apenas uma pessoa falando o tempo todo e não deu voz para aqueles que representam os policiais em São Paulo. Vossa Excelência estava lá e Vossa Excelência comprovou tudo o que eu estou falando. Inclusive pedia a ele: “Olha, coloca em votação.” Então, não, mas eu fiz um acordo. O governo chamou-o para um acordo. O governo também com essa atitude mostra um governo mesquinho. O governo não tem necessidade de fazer isso. Ele não tem necessidade de calar a boca daqueles que querem falar. Ele não tem necessidade de fechar a boca daqueles que querem externar sua liberdade de expressão.

Então, não dá para compactar com isso, não dá para aceitar esse comportamento. E o que me cabe é vir à tribuna e falar em nome daqueles que não tiveram voz na data de ontem. Senhor presidente, muito obrigado.

Muito obrigado, deputado Reis”