Do Metrópoles – Policiais de São Paulo marcam protesto contra Derrite: “Mentiu” 9

Protesto é convocado por 22 entidades ligadas às polícias Civil e Militar, que acusam Derrite e Tarcísio de descumprirem promessas

Renan Porto

14/11/2025 03:00, atualizado 14/11/2025 07:40

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo

O deputado Guilherme Derrite PP-SP, relator do PL Antifacção, deixa o plenário da Câmara dos Deputados Metrópoles 4

Vinte e duas entidades que representam policiais civis e militares de São Paulo marcaram para a próxima semana protesto contra a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário da Segurança Pública licenciado, Guilherme Derrite (PP). O grupo acusa as autoridades de “descaso” com as categorias e de não cumprir uma série de promessas feitas durante a campanha eleitoral e o governo.

O ato está previsto para a próxima terça-feira, dia 18 de novembro, no Largo São Francisco, na região central da capital, às 14h.

No caso da Polícia Civil, a demanda mais sensível é a demora na apresentação da minuta da nova Lei Orgânica. Para André Santos Pereira, presidente da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo e coordenador do Fórum Resiste-PC, Derrite “mentiu” ao dizer que enviaria o texto para a Assembleia Legislativa. Nos últimos dois anos, o tema foi discutido em grupos de trabalho, sem participação direta da categoria.

“Agora faltam poucos dias para a Assembleia Legislativa encerrar os seus trabalhos. E Vossa Excelência não encaminhou nossa lei orgânica para Alesp, muito menos debateu uma minuta concreta conosco. Prometeu, não cumpriu, mentiu”, disse André Santos. “Começou e não terminou, é incompetência”, complementou o delegado em entrevista ao Metrópoles.

No caso da Polícia Militar, a cobrança é por um reajuste linear para a categoria. “A inflação que atinge o soldado atinge também o coronel. Foram várias promessas [do secretário], como se fosse um messias, um salvador. Mas as coisas estão desse jeito”, afirma o veterano Aurélio Gimenes, presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar de São Paulo (Aspraças).

O protesto deve ocorrer enquanto o secretário Guilherme Derrite está licenciado do cargo para relatar na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Antifacção proposto pelo governo federal. Até o momento, ele apresentou quatro versões do texto, que desagradaram a oposição e aliados.

Derrite chegou a propor a necessidade de comunicar autoridades estaduais sobre eventuais aberturas de investigações da Polícia Federal (PF), o que foi duramente criticado e obrigou o parlamentar a recuar.

“O secretário da Segurança deveria integrar as forças de segurança, e não dividir. Seja polícia militar, civil ou federal”, afirma Gimenes.

Lei Orgânica

A atual Lei Orgânica da Polícia Civil está em vigor desde 1979. A proposta de nova legislação é modernizar o regramento da instituição, com reestruturação do plano de carreira, reajuste salarial, regulamentação da jornada de trabalho, saúde, previdência e defesa das prerrogativas funcionais.

Em novembro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis, unificando as regras sobre os direitos, os deveres e as garantias da classe nos estados. Enquanto em outros estados a legislação foi atualizada, em São Paulo não houve mudança.

As entidades ligadas à Polícia Civil afirmam que a categoria foi excluída do debate. Em 9 de janeiro, Tarcísio de Freitas estabeleceu, em publicação no Diário Oficial, que caberia ao coronel da reserva da Polícia Militar Paulo Maculevicius Ferreira comandar as discussões sobre a Lei Orgânica.

Diante da repercussão negativa, houve mudança, e o escolhido foi o militar Fraide Sale, coronel da reserva do Exército, deixando o grupo sem representantes da Polícia Civil.

“A nossa polícia civil merece uma lei orgânica moderna, a atual é de 1979; ela merece ser valorizada, com reajuste e um plano de carreira, que contemple, de fato, esses profissionais que são vocacionados e responsáveis por fazer a nossa segurança pública”, afirma André Santos Pereira.

“O senhor esteve aqui na Associação dos Delegados na campanha em 2022, ouvindo quais eram as necessidades da Polícia Civil, saindo daqui com a narrativa de campanha para pedir voto aos mais de 45 mil policiais entre ativos e aposentados. Mais uma vez, prometeu, não cumpriu, mentiu!”

Um Comentário

  1. Se for preciso buscar os direitos através de manifestação que assim seja feito, boa sorte pra todos os Poiicias, que fazem de tudo pra protejer a sociedade..

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  2. Estaremos lá, não podemos deixar como está.

    Governador Tarcísio sucateou a Polícia Civil, eles vão tentar enganar novamente os policiais com promessas que não irão cumprir.

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  3. O secretário adjunto assumiu a SSP?

    Pensando que sim, algumas perguntas que merece resposta!

    A primeira, o boquirroto do Nico que falava para um baralho, principalmente sobre ocorrências das quais ele nem foi no local.

    O que fez, útil, depois que sentou na cadeira de adjunto?

    Seria só coincidência, pra lá de conveniente, parou de falar pelos cutuvelos assim que virou adjunto?

    Ou $eu$ intere$$e$ pe$$oai$ envolvidos colocaram freio na sua língua? Acaba tudo em pi$$a, não é mesmo!

    Figurinha fácil nos programas do Datena, outra figura triste, fala uma tarde sim, outra também!

    A segunda é o que ele propôs como DG, como adjunto?

    O que ele reivindicou?

    De efetivo?

    Além de invadir campo e dar voz de prisão para jogado! Putz de uma cana, isso ele sabe fazer, e bem!

    No mais e só esperar qualquer vendido com cargo de delegado se postar ao lado do governador para tirar foto, e postar a foto como grande conquista, e sair falando que o governador está empenhado em valorizar os policiais e que estão vendo os esforços do governador e blá, blá, blá…

    Para depois descobrir que este mesmo delegado descolou uma boca rica, dois segundos após aposentadoria! Desgualdo está aí para não me deixar mentir!

    No mais só muda as moscas, a m… é a de sempre!

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    • Tired, me reportarei ao anterior comentário do Broquel: Espero que O Delegado Geral , que foi investigador de Polícia, mantenha a carreira atuante , foi através da carreira de investigador de polícia que chegou lá…KKK
      Dando gargalhadas …

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      • Dr. Guerra eu fiquei mais de 20 (vinte) anos como investigador, e tendo todos os critérios, não consegui chegar a primeira classe.

        Afinal não tinha o critério “ter uma corrida”.

        Já um colega de turma, com bons anos de investigador passou para delegado, em menos de 10 (dez) anos chegou a primeira cla$$e, se já que não seja delegado cla$$e e$pecial!

        Por essa e por outra iguais a essa sei no que depender “dos cabeças pensantes” vão continuar a ser PHODER bem gostoso!

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          • Ufa Dr. Guerra, foi não!

            Sou!

            Afinal de contas não morri.

            Na minha funcional está escrito, para descrença de alguns, Investigador de Polícia.

            Em letras pequenas aposentado!;🤣🤣🤣

            Das poucas coisas que me deixa chateado, realmente, era ter tudo, menos quem colocasse o meu nome na lista, para chegar a primeira classe.

            Me repetindo, fiz o que cobro dos outros, quando deu as condições mínimas, e o judiciário me garantiu paridade e integralidade, aposentei os 55 anos.

            Poderia facilmente ficar, como muitos aliás, enchendo o saco dos outros, “seria mais um babaca que poderia se aposentar e fica enchendo a paciência dos outros”.

            Mas como me recusava a ser Horácio sai!

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          • Tired , melhor explicando : delegados como eu – não egresso das fileiras – é visto como merda por muitos que já eram da casa. Havia um ressentimento ( ou desconfiança ) velado por “estrangeiros” . Hoje não sei; como não sei se os ex- investigadores continuam ocupando a maioria dos cargos de delegado . Desculpe-me, não foi uma referência a você.

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    • Perfeita colocação.

      Este cidadão e seus apadrinhados nunca fizeram absolutamente NADA em prol da instituição…. apenas de seus interesses.

      Reclamamos dos PMs, mas os nossos são inúteis.

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