
São Paulo virou um palco kafkiano onde Tarcísio de Freitas interpreta dois papéis num corpo só: o de sacerdote pentecostal e o de operador do baixo clero.
Enquanto o pão endurece nas mesas vazias e a cachaça se transforma em veneno, ele levanta sua lata de Coca-Cola como quem ergue um cálice sagrado ; só que o altar é um palanque, a hóstia contém 35g de açúcar, e Deus parece ter virado acionista preferencial de seu projeto de poder.
Sobre a cabeça, o boné MAGA funciona como um kipá laico …
Supostamente para lembrar que existe um poder superior.
Só que, na teologia tarcisiana, o Todo Poderoso tem sotaque americano e endereço na Faria Lima.
É a fé do colonizado: acredita em milagres, mas obedece ao império.
Sua eloquência bíblica, no entanto, não passa de um repertório tático.
Ele recita passagens como quem monta um quebra-cabeça da dominação; versículos escolhidos a dedo para santificar a exclusão, abençoar a ganância e legitimar o autoritarismo.
Enquanto prega união , semeia desagregação ; enquanto cita ‘amai ao próximo’, assina decretos que desamparam os mais frágeis.
É o evangelho como ferramenta de conquista: uma fé deslocada de seu espírito, reduzida a instrumento de poder.
Cada amém ressoa como o som de caixa registradora de uma campanha de marketing celestial, onde o milagre prometido é o progresso, o custo é a adesão cega…
E o lucro líquido?
Bem, esse vai direto para o trono, com juros e correção monetária em votos de cabresto.

O homem que nunca provou uma jurubeba no Norte – e duvidamos gostar de uma manga-rosa madura – anuncia com orgulho: “Metanol?
Relaxa, eu só bebo Coca!”.
É a santidade do corante artificial, a pureza da cafeína !
Enquanto o povo navega entre UTIs, caixões e manchetes de jornal, Tarcísio distribui seu veneno preferido: parábolas bíblicas e frases de efeito, sempre no estilo televangelista que vende esperança a R$ 19,90 o quilo.
Nada de álcool, apenas palavrório engarrafado.
Cada discurso seu é um salto mortal entre o Evangelho e a lista de desempregados.
O governador não fala : “paraboliza” !
Sua auréola foi comprada na prateleira de uma igreja que aceita cartão de crédito, seu milagre mais famoso é fazer o orçamento sumir.
Nos bastidores, o apóstolo das trevas mostra sua verdadeira face: intimida parlamentares como um agiota de aluguel, mas com uma Bíblia na cintura.
Sabota projetos, estrangula esperanças — prefere um Brasil de joelhos a ver um adversário de pé.
No palanque/púlpito : virtude; no gabinete: trapaça à moda da bancada da bala, servida sem gelo e com muita hipocrisia.
Quando explode o escândalo do metanol, ele aparece para passar verniz podre na imagem da segurança pública: “Isso não tem nada a ver com o PCC!”.
A máfia paulista, criada no ventre da corrupção estatal, vira “teoria de esquerdista” em sua boca.
O crime organizado, em sua visão, não nasceu aqui — foi importado de Marx, não do chão da Pauliceia.
E assim segue o espetáculo: parábola atrás de parábola, latinha atrás de latinha.
O povo fica com a espuma do discurso, enquanto a substância amarga fica por conta da realidade.
No final, Tarcísio brinda com Coca-Cola e o Brasil engole o metanol de suas escolhas .
E quando o país pega fogo, ele solta aquela risada de pastor popstar, porque moralidade, para ele, se resume a não beber…
O resto é business.
Mas olha só, governador: desta vez não vou mandar você ir tomar bem no meio do olho do seu cu.
Sou mais generoso.
Lhe sugiro, antes, ir chupar uma manga carnuda, felpuda e cheirosa – daquelas que escorrem pelo queixo e lavam a alma.
Deixe de querer dar essa impressão de pessoa sem vícios, impoluta, com essa sua cara de punheteiro ginasial que nunca se permitiu.
Nunca aprendeu que nossos vícios e prazeres assumidos representam as nossas virtudes mais honestas?
Que melhor um bêbado confesso que um sóbrio mentiroso?
Que a manga-rosa na boca vale mais que toda a Coca-Cola do discurso vazio?
Enquanto você brinca de santo, o Brasil arde em desejo de verdade.
E no dia em que você finalmente ousar morder essa fruta proibida – quiçá no dia em que admitir que também tem corpo, cheiros, desejos e contradições – talvez entenda que governar não é sobre parecer puro, mas sobre ser humano entre humanos.
Até lá, continuaremos aqui rindo de sua performance – e torcendo para que, um dia, a manga que você nega chupar lhe escorra pelo beiço abaixo como a verdade que teima em vazar através de todos os nossos poros.
Jornal Filt Paralisante: a única publicação que entrega menos informação que uma nota oficial da Secretaria de Segurança.
Ao final, você nunca sabe a verdade dos fatos, mas questiona sua capacidade de leitura.
Dr. FLIT!!!
Caro Dr. Flit!
De fato, tem aqueles que não gostam da fruta…
Estou falando da fruta… manga rosa!
Só sei que uma coisa:
Jurubeba Leão do Norte faz bem para o estômago!!!
A morena tropicana já provei… gostosa!
(estou falando da cerveja!)
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Colega seu texto e impecavel. Uma aula de civilidade e boa escrita.
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Infelizmente é um puxa saco da pm .
Dificil acreditar que votei num cara desse.
Nunca mais.
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Nao bebe, nao fuma, talvez goste de p…. Agora mentir e dar uma de machao e com ele mesmo..
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Esse Governador, juntamente com a bancada da bala vendida e puxa saco do Governo, enganaram os policiais. Prometeram muito, porém entregaram quase nada. Os policiais têm que entender que ideologia não paga as contas e tampouco enche a barriga. Kd o cérebro na hora de votar ? Alguns diziam ” Este Governador é de direita e gosta da polícia” . Se ele gosta da polícia desse jeito, imaginem se não gostasse então. Ademais, tem que “cair a ficha” de que eles também são funcionários públicos.
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