A Prova Oral de Delegado da Polícia Civil de São Paulo: A Transparência não pode ser opcional…É Constitucional! 30

O resultado da prova oral do concurso 23/25 para Delegado da Polícia Civil de São Paulo trouxe à tona uma realidade incômoda: apesar do discurso oficial sobre mérito e respeito à legalidade, a transparência ,  princípio constitucional , está longe de ser levada a sério no Estado de São Paulo.

Foram 544 aprovados, numa disputa intensa.

Quem chegou até aqui já provou sua excelência.

Mas o que dizer sobre a lisura do processo?

Desrespeito á Constituição

O concurso público, pelo artigo 37 da Constituição Federal, deveria ser o ápice da impessoalidade, moralidade e publicidade.

Ocorre que, na prática, esses pilares vêm sendo desconsiderados pela ACADEPOL , abrindo brechas para o arbítrio , para a insegurança jurídica e continuidade da falta de credibilidade dos concursos da Polícia Civil ; conhecidos pelo cultural jeitinho brasileiro de acomodar certos candidatos, especialmente os oriundos da casta estamental paulista.

Recusar-se a fornecer espelhos de correção e notas individualizadas é afronta direta ao direito à informação (art. 5º, XXXIII) e ao contraditório (art. 5º, LV). Negar ao candidato o direito de conhecer as razões da reprovação e de recorrer transforma-o em figurante de uma farsa administrativa, onde o resultado já está definido.

Falta de Transparência: Sintoma de Retrocesso

Os números falam por si: dos 1.208 convocados para a fase oral, quase metade foi reprovada.

Isso, por si só, não é ilegal.

O que escandaliza é a negativa de acesso às avaliações , prática já superada em outros certames  melhor avaliados (Magistratura, MP, Defensoria).

Quando até concursos militares são mais transparentes, tem-se claro sinal de atraso ou possível maracutaia .

A exigência de pedido presencial – em concurso aberto para candidatos de todo país – para ver vídeo da arguição, sem recibo ou protocolo, só alimenta desconfiança quanto à postura da Administração.

Não há como confiar em um sistema onde o próprio Estado ignora o básico da segurança jurídica.

Variações de Nota e Fragilidade no Processo

A retificação das notas, com variações de até 30% sem qualquer explicação, lança dúvida sobre a seriedade e equidade do certame.

É matematicamente improvável que tamanhos ajustes só afetem aprovados e não alterem todo o ranking dos candidatos.

A omissão desses detalhes beira o deboche à inteligência dos interessados.

Consequências

O resultado?

O que era para ser símbolo de mérito vira combustível para ações judiciais, investigações do MP e, pior, perde-se a confiança do cidadão na instituição , vez que  a Polícia Civil e o próprio Estado ficam sob suspeita.

Já há precedente para anulação de fases por violação à publicidade.

Em tempos de redes, a pressão social e jurídica é inevitável.

Ou a Polícia Civil de São Paulo  corrige o rumo, ou terá de enfrentar liminares, atrasos nas nomeações e desgaste institucional.

O Que Fazer:

Publicar imediatamente as notas e espelhos de correção de todos os candidatos;

Abrir imediatamente prazos recursais e vista de provas;

Garantir recibo protocolado para todo requerimento;

Atualizar editais para assegurar direitos constitucionais mínimos.

Não se trata de favor, mas de obrigação constitucional.

O trabalho pode ser grande, mas o prejuízo maior será continuar descumprindo a Constituição.

Concurso público não é palco para improvisação nem para injunções políticas; muito menos balcão de negócios.  

É exercício de confiança e respeito aos mais altos valores republicanos.

A Polícia Civil de São Paulo e seus dirigentes têm hoje a oportunidade de mostrar que transparência, lisura e eficiência não são apenas palavras de edital ,  mas prática institucional.

Será  hora de corrigir a Diretoria da ACADEPOL e os professores?  

Nesse cenário, vale ressaltar a contundente crítica feita pelos professores William Douglas e Pedro Coelho, no artigo publicado em 15/08/2025.

Eles observam que, ao negar publicidade adequada às notas e aos espelhos de correção, a Administração Pública descumpre preceitos constitucionais elementares,especialmente o direito à informação, à ampla defesa e ao contraditório.

Segundo os autores, essa obscuridade  não só compromete a credibilidade do certame, mas coloca em xeque a lisura da própria Polícia Civil e do Estado de São Paulo, expondo-os a riscos de anulação judicial da fase oral, judicialização em massa e danos irreparáveis à imagem institucional.

É a Constituição Federal conclamando respeito  – e  não o favor – ao devido processo legal. De se conferir o artigo original de William Douglas (imagem) e Pedro Coelho.

https://odia.ig.com.br/opiniao/2025/08/7111785-prova-oral-de-delegado-da-pc-sp-e-a-constituicao-federal.html

Postagem elaborada por sugestão de querida leitora.

Um Comentário

  1. matéria de hj sobre o lance da gasolina e do mohamed eu mw

    pergunto ? a quanto tempo o moohamed é conhecido? A quanto tempo é denunciado? Quantas polícias pagava?? Quantas denúncias tinha só na zona norte na santa Inês e na Maria Amália??

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  2. matéria de hj sobre o lance da gasolina e do mohamed eu mw

    pergunto ? a quanto tempo o moohamed é conhecido? A quanto tempo é denunciado? Quantas polícias pagava?? Quantas denúncias tinha só na zona norte na santa Inês e na Maria Amália??

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  3. Conheço uma pessoa que dedicou-se para entrar; passou com quase nota máxima na preambular, foi fazer a prova prova oral, que segundo o mesmo saiu-se muito bem, pois estava bem preparado.

    Pra sua surpresa, seu nome não estava na lista dos aprovados!

    Aí eu vi que essa Polícia está cheio de apadrinhados, muitos têm o merito de passar sem qualquer ajuda, mas uma significativa parcela só está nos quadros porque alguém deu aquela força!

    Aí vc vê nas fileiras filhos de Diretores, de políticos envolvidos em escândalos de corrupção, esposos(as) de juízes que fizeram uma merda monumental e ainda perduram nos cargos.

    Você percebe que essa Instituição não pode ser levada a sério, e um circo onde estamos no picadeiro fazendo gracejos!

    Sério, a PC tinha q acabaram e renascer de novo.

    Quantos policiais, ex foram injustiçados!

    RCG é a prova cabal desta Instituição pestilenta e suja.

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  4. Não só a prova de Delegado; dizem que a de médico legista foi um escândalo, pois numa semana os examinadores eram “bonzinhos”, fazendo perguntas simples, já na outra semana, os novos e diferentes examinadores, faziam perguntas dificílimas kkk

    Estranho não é, pra não dizer-se muito feio e fora de propósito.

    é triste.

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  5. Essas provas são a maior mutreta. Pode ter prova oral, filmar e etc… Os caras sempre dão um jeitinho.

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  6. Teve até classe especial que aposentou, e duas depois, o filho que era primeiro classe, ascendeu à classe do pai.

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  7. As policias devem ser refeitas, com carreira unica e meritocracia, porque o sistema tornou se artificial, e so ver os resultados da segurança publica.

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  8. excelente matéria como sempre! Gostaria que o senhor comentasse também acerca do concurso de investigador que até suspenso está… além de todos os absurdos comentados, os examinadores foram flagrados usando material de cursinho… perguntas fora do edital, falta de transparência…

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  9. o problema é q temos q concorrer com os apadrinhados durante o concurso e depois durante a carreira.

    conheço gente com 15 anos já na primeira classe, enquanto tem colega com 24 anos de casa na segunda ainda.

    fora alguns ” classes especiais” que sabemos porque subiram, né, com menos tempo de casa e no estilo Horácio

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  10. Esta prova foi arbitrária e absurda. Candidatos com perguntas simples, outros com perguntas difíceis. Dizia-se que era para treinar a postura do candidato, pois o conhecimento jurídico já houvera sido testado nas etapas anteriores e nessa etapa o conhecimento jurídico é apenas um dos critérios de avaliação, já que o edital prevê outros quatro. Pois bem, reprovação em massa! O pior é que historicamente houve candidatos que erraram todas as questões e passaram, candidatos que não responderam nenhuma questão de todas as matérias e passaram e por aí vai…

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  11. tem candidatos que quando vão para a prova oral, chegam na frente do examinador já olha para a parte íntima dele e ajoelha, muita gente confunde prova oral comprova oral bucal kkkkkkk

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  12. tem candidatos que quando vão para a prova oral, chegam na frente do examinador já olha para a parte íntima dele e ajoelha, muita gente confunde prova oral comprova oral bucal kkkkkkk

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  13. É vergonhosa a falta de respeito à Constituição e aos candidatos por parte da ACADEPOL em diversos tópicos abordados. Assim como no certame de Delegados, o de Investigadores também está sofrendo com estas irregularidades. Que estes problemas sejam investigados e sanados! É o que esperamos, justiça!

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  14. Eu passei em 2° lugar na preambular de um concurso com 18 mil inscritos.

    Na prova oral fui reprovado.

    Passei em outro na sequência…mas já senti na pele essas coincidências da vida.

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    • Tito , quando do meu concurso , no meado de 1988 , durante a arguição de Direito Constitucional observei casualmente que eram utilizados antigos diários do professor – aquelas cadernetas grandes que anotavam a presença , notas e intercorrências em sala de aula . Ao lado de alguns nomes ( não eram todos ) havia pequenos círculos , em lápis, nas cores verde e vermelho . Percebi que ao terminar de fazer perguntas bem objetivas sobre a CF de 1967/69 , o professor Cyrino ( então Divisionário da Acadepol ) anotou algo com uma caneta . Acredito tenha sido ao lado do meu nome; certamente não tinha a bolinha vermelha já que fui aprovado. Se tinha a verde ao lado do meu nome posso afirmar que nada tinha a ver com apadrinhamento. Eu deixei a ACADEPOL bastante alegre, com aquela sensação de aprovação . Eu estava razoavelmente preparado e salvo o examinador responsável por questões de Processo Penal , justamente a matéria que mais dominava de cabo a rabo, tudo foi muito tranquilo e relativamente simples. A matéria que menos conhecia , Medicina Legal , o médico ( de branco ) – pouca coisa mais velho que eu – declarou mais ou menos o seguinte: aqui nota dez! Tive dificuldades em Processo Penal pelo fato de que o Delegado perguntou algo assim : “se você fosse o delegado no plantão e lhe apresentassem preso alguém surpreendido dirigindo um veículo com chassis adulterado em que artigo o autuaria em flagrante” ? Bastou eu responder que, nas circunstâncias , eu não poderia lavrar flagrante para o delegado me lascar uma sequência infindável de perguntas tanto de processo como de direito penal . Tive que discorrer o motivo de não acatar a permanencia delitiva , etc. No final perguntou o que eu fazia na vida: sou advogado, Doutor! Resposta: só podia ser advogado novato para ficar com filigranas ( lembro bem das palavras ) …E terminou: quando estiver trabalhando é para prender o camarada em flagrante por receptação e ele que depois prove em juízo que é terceiro de boa-fé…kkk. Na teoria eu estava respondendo corretamente, mas na prática eu estaria é me fodendo com a primeira das dezenas de sindicâncias que tomei . Enfim , eu vi os círculos verdes e vermelhos , posteriormente conclui que dizia respeito aos que poderiam ser aprovados e àqueles que já estavam reprovados …Aos demais acredito que: a lei! Anotando que observei tal sinalização apenas na caderneta do Dr. Cirino que era o Titular da Divisão de Concursos. E quem o conheceu jamais o esquecerá …kkk

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      • isso é verdade porque eu levava meu Delegado em 1995 para examinar os cândidos e ele falava isso e já vinha de cima pronto , anos depois uma delegada filha de delegado hj já no patamar máximo da carreira foi passada com um simples recebimento de uma ligação , pois tinha sido péssima e alguém ligou para o Dr que a examinou e pediu para aprovar a filha então investigadora, e assim foi feito, porém hj temos até que agradecer ela ter passado porque foi útil para a polícia, mais que tem maracutaia tem kkkkk

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      • isso é verdade porque eu levava meu Delegado em 1995 para examinar os cândidos e ele falava isso e já vinha de cima pronto , anos depois uma delegada filha de delegado hj já no patamar máximo da carreira foi passada com um simples recebimento de uma ligação , pois tinha sido péssima e alguém ligou para o Dr que a examinou e pediu para aprovar a filha então investigadora, e assim foi feito, porém hj temos até que agradecer ela ter passado porque foi útil para a polícia, mais que tem maracutaia tem kkkkk

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      • Lembrei da outra questão : imagine você no plantão de Cubatao lhe sendo apresentada uma ocorrência de “tamponamento em cadeia ” durante súbita neblina , que providência adotaria . Eu respondi na lata : iria instaurar inquérito , por ser impraticável determinar a responsabilidade individual dos motoristas. E tive que explicar desde o rito judicialiforme , culpa concorrente dos motoristas e até tentar explicar quando um acidente sob a porra da neblina é caso fortuito ou de força maior . O que nem sei mais. Concluindo , foi a prova mais difícil que eu fiz. Esse examinador não deu aulas no curso de preparação e não lembro o nome. Em 1988 aparentava cerca de 40 anos, embora os traços severos e meio ferino , tinha aparência e terno elegantes. No meu concurso e curso fomos muito bem tratados e acolhidos . Em 1997 quando fui fazer o tal curso para 2a. classe uma desgraça. Um monte de “mestre” que ingressou depois de mim, tal como o idiota do Nestor Sampaio .

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    • Parabéns? Preparo? E daí que havia uma galera dançando no meio da rua? Isso é motivo para montar o combo cavalete+circo? Há momentos na vida em que é melhor ser feliz do que querer ter razão, polícia esperto tem que ter essa mentalidade. Tivessem ido embora e aplaudido a performance, nada disso teria acontecido. E aconteceu com uma das pessoas mais erradas e capazes de dar azia possíveis. Agora, é segurar a pamonha e torcer pelo melhor.

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  15. Imagina a seguinte situação:

    Às 6 da manhã o concursando encontra uma pessoa em um bar da Santa Cecília e recebe 15 perguntas.

    Coincidentemente na sua arguição, poucas horas depois, são feitas as mesmas 15 perguntas.

    Imaginou? Então…isso nunca aconteceu.

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    • Brasil , no tempo em que prestei concurso não era possível na fase oral . Cada professor perguntava o que bem entendia , era cara a cara quase que uma conversa íntima. As portas ficavam abertas , mas ninguém ouvia as perguntas e respostas , nada de microfone , muito menos gravador . Na própria academia em concurso anterior foram desviadas provas preliminares que eram idênticas para todos os candidatos . Na fase discursiva eram diferentes ; não dava nem para ficar comentando na saída como foi a sua dissertação e as suas respostas. Acredito que a segunda prova , o psicotecnico e a investigação social é que determinavam as bolinhas verdes , as vermelhas e os neutros. Mas uma coisa é certa , depois que os da casa apresentaram seus certificados da Acadepol eu fui desci umas 50 colocações. No meu concurso a grande maioria era policial civil e faziam um curso preparatório pertencente a delegados professores da ACADEPOL. O meu cursinho foi na cozinha de casa ao som de choro de criança…kkk Mas fui inovador para a época: gravei diversas fitas K7 que ouvia até correndo na praia , mas meteram um Mandado de Segurança e o tal TAF acabou excluído; bem como o limite de idade de 40 ou 45 anos , não me recordo ao certo. A prova preliminar erra horrível . Propositadamente elaborada para “decoradores”. Passei mais por reconhecer os erros ortográficos e de pontuação. Uma questão sobre “actio libera in causa” tinha 4 alternativas em linhas gerais corretas , mas com embriagues com S . Logo era NRA ; tem muita gente que bebe e não sabe que é com Z. Pelo menos em 88 era …kkk

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