Abrão e Moisés, os Reis da Cariocada Sagrada…Tarcísio abraçando a vigarice religiosa se diz a síntese dos dois: pobres de nós! 1

Se Bento Espinoza tivesse que resumir com ironia fina e um tom crítico a “grandeza” de Abraão e Moisés no Tratado Teológico-Político, diria que ambos são personagens exemplares do poder da imaginação humana e da superstição coletiva, elevados à condição de “porta-vozes” de um Deus que, na verdade, só fala por meio de imagens, sonhos e paixões.

Se Espinosa ouvisse o tom sacerdotal do governador Tarcísio de Freitas certamente com o seu estilo sóbrio, racional, quase cirúrgico, diria: ESSE POLÍTICO DEVE SER EVITADO.

E se ele , casualmente, tomado pelo humor ácido de um Flit Paralisante qualquer , com olhar de “entomologista” ( estudioso dos insetos ) das paixões humanas, resolvesse sintetizar Abraão e Moisés numa crônica, talvez começasse assim:

Abraão, o bom homem do deserto, ouviu uma voz – ninguém sabe se divina ou resultado de uma noite mal dormida – e, sem pestanejar, trocou a razão pelo GPS celestial.

Fez da fé um passaporte para terras prometidas, fundando a tradição do “eu obedeço porque ouvi”, inaugurando aquela linhagem de crédulos que, desde então, povoam templos, parlamentos e grupos de WhatsApp.

Para Espinosa, Abraão não era o pai da razão, mas o patrono dos obedientes, daqueles que aceitam dogmas sem recibo, contentando-se com promessas de posteridade e terras férteis.

Moisés, por sua vez, foi além: não se contentou em ouvir vozes, resolveu institucionalizá-las.

Subiu o monte, desceu com as tábuas, e entregou ao povo um pacote completo de leis, rituais e ameaças.

Espinosa, sempre desconfiado, via em Moisés menos um profeta e mais um legislador astuto, capaz de transformar o medo e a superstição em cimento social.

Não por acaso, o Estado hebreu de Moisés era, para Espinosa, exemplo de como a religião pode ser útil ao poder: um povo obediente, guiado não pela razão, mas pela imaginação coletiva, sempre pronta a enxergar milagres onde há apenas política e armas de guerra.

No fundo, a síntese espinosana é cruel: Abraão inaugura a fé sem questionamento; Moisés, a lei sem liberdade.

Ambos são, para Espinosa, marionetes e marionetistas do mesmo teatro: o da superstição organizada, onde a razão é sempre a última a ser convidada para a festa.

O verdadeiro milagre, diria o filósofo, é que ainda hoje se leve tão a sério o legado desses dois mestres frutos da imaginação de talentosos romancistas.

Acreditar em quem se coloca como sendo uma síntese dos dois “líderes”  é o mesmo que crer que a verdade humana pudesse ser encontrada entre promessas de areia e trovões no deserto.

Se há algo de eterno em Abraão e Moisés, segundo Espinosa – além do sucesso literário e faturamento financeiro- é a lição de que todo poder adora vestir-se de santidade e abnegação e que, enquanto houver quem prefira escutar “a imaginação profética ” , pela voz de um pregador ,    à luz da razão, a corrupção continuará reinando, ora com cajado ( armas e balas ) , ora com tábua ( leis fraudulentas ) , sempre com muita ganância e pouca justiça.

Aqui no litoral a gente traduz: foram dois craques em vender terreno no céu, enquanto garantiam o deles na terra.

Com aquele nosso olhar desconfiado de quem já viu muita “cariocada” na vida, a síntese seria direta: Abrão e Moisés eram dois espertalhões de primeira linha, mestres na arte de surfar na ignorância alheia.

E o povo?

Seguiu, como sempre, acreditando que obedecer ao esperto é caminho para a salvação.

No fim das contas, a história dos hebreus é a história universal: onde há ignorância e torpeza , sempre aparece um espertalhão pronto para liderar — seja com cajado, seja com promessa, seja com jeitinho.

E a malandragem política com o “Livro” na mão e um provérbio na boca , essa sim, é eterna.

E mais uma vez lembremos de Espinoza : nada atrai mais os canalhas do que a política, a farda e o sacerdócio!


Nota de Advertência e Respeito

O Flit Paralisante reafirma seu absoluto respeito pela fé e pelas tradições religiosas de judeus, cristãos e de todos os povos. Reconhecemos a importância histórica, cultural e espiritual dessas crenças, que merecem ser tratadas com dignidade e consideração.

A crítica aqui apresentada não se dirige à fé sincera, nem aos valores que ela inspira, mas sim ao uso oportunista da religiosidade e da confiança do povo como instrumento de manipulação política e satisfação de desejos de poder. Advertimos para o perigo de se confundir devoção com submissão a projetos pessoais de liderança, e reiteramos que a liberdade de crença deve ser sempre preservada, livre de instrumentalizações e distorções.

Nosso compromisso é com o debate livre, a ética pública e o respeito incondicional à fé de cada cidadão.

Rcguerra

O Corrupto Compromisso de Tarcísio com o Indulto: Uma Ameaça à Lei, à Justiça e à Moralidade Pública 5

As recentes declarações do governador Tarcísio de Freitas, insinuando que, caso eleito presidente, concederá indulto a Jair Bolsonaro, merecem repúdio veemente de todos os cidadãos comprometidos com o Estado Democrático de Direito e com a moralidade pública.

Não se trata apenas de retórica política, mas de um compromisso público de desrespeitar a lei, afrontar o Poder Judiciário e instrumentalizar o cargo máximo da República para satisfazer interesses pessoais e de terceiros.

Ao prometer indulto a quem responde por graves crimes contra a ordem constitucional, Tarcísio não apenas ignora os limites constitucionais impostos ao exercício da graça presidencial, como também revela desprezo pelos princípios da impessoalidade, moralidade e legalidade que regem a Administração Pública.

O indulto, como já decidiu o Supremo Tribunal Federal, não é instrumento de barganha política, tampouco moeda de troca para alianças eleitorais espúrias.

Mais grave ainda é o fato de que tal promessa, feita em busca de apoio eleitoral e transferência de votos, pode configurar crime eleitoral, sujeitando eventual candidatura de Tarcísio à impugnação e, se eleito, à cassação do mandato.

O Código Eleitoral é claro ao vedar a obtenção de vantagem – ainda que imaterial – em troca de apoio político, e a jurisprudência não hesita em coibir práticas que corrompam o processo democrático.

Independentemente da consumação dos crimes, a mera intenção de usar o poder para beneficiar aliados e obter vantagem eleitoral já atenta contra os pilares éticos da Administração Pública, expondo uma faceta imoral e desonesta do governador.

Não se pode admitir que o futuro do país seja negociado em balcões de interesses privados, à revelia da Constituição e em afronta ao Judiciário.

E não é de hoje que Tarcísio de Freitas demonstra certa flexibilidade em relação ao cumprimento da lei.

Sua declaração de domicílio eleitoral em São José dos Campos, episódio que causou controvérsia e questionamentos sobre sua real ligação com o município, já dizia muito sobre sua disposição em dar uma “cariocada” na legislação, recorrendo a artifícios para contornar exigências legais e viabilizar projetos pessoais e políticos.

O Flit Paralisante reafirma seu compromisso com a legalidade, a ética e a defesa intransigente das instituições.

O Brasil não pode retroceder à lógica do compadrio, da corrupção eleitoral e do arbítrio.

Que a sociedade esteja atenta e que as instituições cumpram seu papel, impedindo que a República seja capturada pelos interesses pessoais de Tarcísio de Freitas e do seu grupo de rentistas e golpistas , ainda mais travestidos de “pacificação”.

Pacificação , o caralho…O caralho!

Querem o nosso sangue!

Por um Brasil verdadeiramente democrático, justo e moralmente íntegro.